A caprinocultura é a atividade adequada para elevar o nível de renda dos pequenos produtores

A redução do tamanho das propriedades rurais, principalmente daquelas próximas aos centros urbanos, os custos da terra e dos meios de produção, e a cada vez mais escassa mão-de-obra disponível nas zonas rurais, têm incentivado a implementação de atividades agropecuárias intensivas que maximize seu uso.
A caprinocultura leiteira é considerada uma possibilidade viável para essas circunstâncias. A prolificidade da espécie, o curto intervalo de tempo entre os partos, a facilidade de manejo desses animais, além da probabilidade de criação intensiva, que favorece  a potencialização do uso do solo, são aspectos favoráveis que justificam a escolha pelo produtor rural.

A adaptação dos caprinos à ampla variação de condições climáticas e de manejo faz com que eles apresentem maior eficiência produtiva, em relação a qualquer outro ruminante doméstico, como bovino, ovino ou bubalino, sendo presente em regiões com condições precárias para o desenvolvimento de outra espécies.

Superando o contínuo desafio de conquistar novos mercados para o leite de cabra e seus derivados, a caprinocultura leiteira tem ampliado, de forma bastante expressiva, sua participação no cenário agropecuário brasileiro.

Nessa perspectiva, a caprinocultura leiteira no Brasil vem se estabelecendo como atividade rentável, que não demanda muitos investimentos e/ou grandes áreas para seu desenvolvimento. Em função disso, é uma das possibilidades mais favoráveis para a geração de emprego e renda no campo.

A cabra é a terceira espécie produtora de leite em volume de produção mundial. Segundo os dados disponíveis, o Brasil detém um rebanho caprino de aproximadamente 10,05 milhões de cabeças e produz anualmente 135 milhões de litros de leite de cabra, sendo o maior produtor do continente americano.A produção nacional diária de leite de cabra é de cerca de 85.000 litros de leite, e esta produtividade concentra-se principalmente nos estados da região Nordeste, Sul e Sudeste. Apesar do expressivo efetivo que torna o país detentor do 11° maior rebanho caprino do mundo, a contribuição brasileira para a produção de leite de cabra é de apenas 1,38% do leite produzido em nível global.

A maior parte do rebanho caprino do Brasil está concentrada na região Nordeste, que acumula mais de 90% do efetivo caprino do país. O Rio Grande do Norte e a Paraíba são estados com grande destaque na criação caprina do Nordeste.

Apesar de possuir quase a totalidade do rebanho brasileiro, a região Nordeste participa com pouco mais de 26% da produção de leite caprino no país, e com apenas 17% do total comercializado.

Na região Sudeste, a expressividade produtiva se concentra nos estados do Rio de Janeiro e  Minas Gerais. Já o Rio Grande do Sul é o grande destaque na produção caprino leiteira no Sul. Apesar de possuir apenas 3,5% do número efetivo do rebanho caprino brasileiro, a região Sudeste é responsável por 21% do total de leite de cabra produzido no país, destacando-se assim pela representatividade de seus estados na caprinocultura leiteira.

Atualmente, em todo o Brasil, inúmeras empresas registradas nos órgãos de inspeção produzem e comercializam leites do tipo pasteurizado, ultrapasteurizado (UHT), esterilizado, em pó, além de iogurtes, sorvetes, doces e queijos elaborados a partir do leite de cabra.

A industrialização do leite e seus derivados demanda instalações e equipamentos adequados e a constituição legal de uma firma, além do credenciamento junto aos serviços de inspeção sanitária, quando a cidade tiver legislação característica para produtos de origem animal. Devido a estas razões, a caprinocultura leiteira configura-se como  alternativa para a promoção de emprego e geração de renda no campo.

A exploração caprina pode cooperar de forma substancial  para elevar o nível de renda de pequenos produtores. Desta forma, constitui um ponto decisivo para o progresso da atividade no Brasil. A atividade de criação de cabras está ligada ao homem desde o início da civilização e foi importante para ajudar na fixação dos primeiros núcleos de assentamentos, fornecendo leite, carne e pele.

Fonte:Wikipédia