O hipnotismo é um estado mental muito parecido com o sono mas que é induzido artificialmente. Quando se trata de uma pessoa, ela mesmo dormindo escuta a voz do hipnotizador e obedece às suas sugestões simplesmente porque tem uma vontade irresistível de obedecer. Mas essa obediência tem limites que variam conforme a profundidade da hipnose. Esta, por sua vez, está relacionada tanto com a susceptibilidade do hipnotizado quanto da habilidade do hipnotizador.

As experiências do alemão Athanasius Kircher, ordenado padre jesuíta em 1628, são célebres. Ele era matemático, físico, alquimista, inventor e famoso por seu interesse e conhecimento das ciências naturais. Lecionou em diversos estabelecimentos europeus, principalmente na Universidade de Roma e pesquisou assuntos variados que foram da ética à vulcanologia – impressionado com a grande erupção do Vesúvio – passando pela paleontologia.

Em 1646, Kircher realizou uma experiência de hipnose que ficou célebre e serviu de base para muitas outras, posteriores.

Sua experiência foi com uma galinha cujas patas foram amarradas. Ela foi deitada de lado em cima de uma taboa.

A ave, logo no início, ficou agitada e depois de certo tempo parou, ficando calma. Nesse momento ele traçou um risco de giz na taboa, partindo do bico. Quando as patas foram desamarradas, a ave permaneceu imóvel apesar de nada impedir seus movimentos. Para acordá-la foi necessário fazer barulho ou bater nela suavemente.

Segundo explicação do padre Kircher, a galinha estava num estado de submissão “ao seu vencedor” e mesmo quando as patas foram desamarradas ela ficou quieta no mesmo lugar porque interpretou o traço de giz como um laço que a estava prendendo.

Essa experiência, que mais tarde foi repetida por diversos pesquisadores, tornou-se de vital importância para a hipnose humana.

A partir do século XIX muitos pesquisadores estudaram a hipnose animal, em diversas espécies. O tão conhecido “encantamento das serpentes”, que é um espetáculo clássico da Índia, é um fenômeno de hipnose.