O Brasil, com 8,51 milhões de hectares, sempre foi e continuará sendo o grande celeiro de produção de alimentos do mundo. Este lugar de destaque é respaldado e explicado pela imensa biodiversidade existente nos seis biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampas) e pelas diferentes condições de solo e clima que proporcionam inúmeras possibilidades de desenvolvimento na produção de alimentos, na produção de matéria-prima para produtos acabados e para a indústria farmacêutica, além de atender diversos setores como madeireiro, têxtil e energético. As oportunidades de investimento no agronegócio se estendem pelos biomas brasileiros e nas regiões com suas diferentes aptidões e vocações para as atividades econômicas.

Fonte: IBGE, 2009

O setor rural, que inclui o agronegócio e diversas atividades como agricultura familiar e  turismo rural, contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) de forma significativa: estima-se uma representatividade de 35% a 40% do total do PIB. Além disso, contribui em 42% para as exportações brasileiras e é responsável por 35% dos empregos gerados em todo o país.

O conceito de investimento no agronegócio brasileiro se ampliou e incorporou o setor ambiental como eixo de desenvolvimento das atividades produtivas em todas as regiões. Esta incorporação é motivada pelas exigências da legislação vigente e de uma nova demanda de consumo tanto nos mercados internos como nos mercados externos. Com isso, o Brasil tem uma grande vantagem competitiva para aumentar a participação do setor rural nestes mercados.

Os princípios de desenvolvimento rural sustentável associados a uma visão do agronegócio baseada na cadeia de valor, com a inclusão dos diferentes segmentos existentes (do antes da porteira até o consumidor final), retratam a real dimensão de oportunidades de investimentos no Brasil relacionados com o setor rural.

O desenvolvimento do meio rural no Brasil foi impressionante nos últimos anos. Houve  uma verdadeira revolução no campo. Esta revolução abrange do pequeno produtor rural ao grande empresário, com empreendimentos agroindustriais consolidados.

Dentro deste cenário, podemos considerar que os investimentos podem se dar em diferentes biomas, regiões, áreas e setores e envolver diferentes perfis de profissionais.

Nas diversas áreas, em função da variedade regional, existem oportunidades específicas, como por exemplo a produção de frutas tropicais ou temperadas e respectivas cadeias de valor agroalimentares, ou seja, fábricas de sucos, doces, geleias e demais derivados das frutas.

O Brasil mostra capacidade de desenvolvimento de polos produtores tanto de frutas tropicais como de frutas temperadas. Outro exemplo é o da cadeia de valor da produção de proteína de origem animal. O país tem potencial de produção de carne bovina, suína, de aves e de peixes (de água doce e  salgada) e também de animais silvestres, em diferentes regiões.

O perfil de produtores e empreendedores do meio rural, nos últimos anos, passou a incorporar de forma mais efetiva os pequenos e médios produtores e empreendedores, por muitas vezes representados por associações e cooperativas, caracterizando a agricultura familiar.

O aumento do empreendedorismo rural acompanhou o desenvolvimento do agronegócio, constatado pela presença de produtores e empresários rurais e pela presença de grupos empresariais atuantes nas cadeias de valor dos setores animal, vegetal e florestal.

Os investimentos neste setor indicam que os ativos ambientais representam uma grande oportunidade.

Na região Norte do país já existem inúmeros casos, como o da cadeia de valor do óleo de palma, do açaí, da castanha do Brasil, dos óleos de andiroba e de copaíba, da aquicultura de água doce, além de variados produtos da biodiversidade com manejo extrativista sustentável. Outro indicador neste sentido é o setor florestal, que em 2017 exportou US$ 7,7 bilhões de madeira certificada com árvores plantadas, representando um crescimento de 11.7% em relação a 2016.

As oportunidades no agronegócio brasileiro se ampliaram nos últimos anos e estão provando que o país é um bom destino para novos investimentos na área rural.