Se você leitor que nos acompanha faz parte do Mercado Veterinário em qualquer posição da cadeia produtiva do setor de Pequenos Animais percebe que estamos passando por um momento de transição que muitas vezes está sendo feito de forma abrupta, outras vezes de forma planejada, mas sempre causando grandes alterações na rotina de profissionais de nosso segmento, na vida de profissionais do setor pet e nos empreendedores interessados em investir no segmento.

Uma das mudanças que surpreendeu o mercado recentemente, foi uma decisão do STJ que isentou lojas do estado de São Paulo da necessidade de contratação de Responsáveis Técnicos por considerar que a atividade de estabelecimentos de venda de produtos e serviços para animais de estimação não ser exclusividade de médicos veterinários, o que gerou uma onda de protestos por parte das organizações de classe, dos conselhos regionais e de alguns setores da sociedade que sabem que esses estabelecimentos cometem infrações constantes, muitas vezes com a conivência criminosa de certos profissionais, colocando em risco a sociedade e os animais, ao por exemplo abrigarem em seus quadros pessoas que exercem ilegalmente a profissão de médicos veterinários, prescrevendo até medicamentos controlados , passando pelo comportamento perigoso de trocar receitas de médicos veterinários para atender apenas seu interesse de vender o que possuem em seu mix de varejo, não se preocupando com o bem estar animal.

Houve uma generalização de informações desencontradas dizendo que nenhuma loja deveria ter mais RT e nem se inscrever no Conselho Regional de Medicina Veterinária de seu estado, o que gerou uma celeuma nas mídias sociais, e por isso é importante citar que para que uma empresa decida por esse caminho, ela precisa entrar na justiça como uma ação, ou seja, não é verdade essa informação divulgada.

O importante é ainda salientar que mesmo com a informação muitas lojas decidiram ter profissionais habilitados em seus quadros e mantiveram os Responsáveis Técnicos que realmente trabalham eticamente, pois é notório que essa é uma das áreas mais prostituídas da profissão no segmento de pequenos animais.

Percebemos aqui um divisor de águas pois as empresas que entenderem o real conceito da Responsabilidade Técnica e contratarem um bom profissional terão um diferencial estratégico no mercado que garantirá uma posição de destaque, sem contar a segurança técnica e operacional que esse cargo garante à empresa , que deverá promocionar e divulgar esse diferencial para o mercado consumidor.

E por falar em promoção e divulgação, surge agora o segundo acontecimento que refletirá profundamente no dia a dia da vida profissional dos Médicos Veterinários e por tabela na vida das empresas com as quais eles estejam relacionados.

A publicação e entrada em vigor do novo Código de Ética Profissional no dia 9 de setembro de 2017, quando muitas questões serão alteradas e principalmente a questão da promoção do serviço veterinário.

Dentre os vários pontos alterados, a questão da proibição da colocação de ofertas e preços em anúncios veiculados em qualquer mídia será um grande desafio aos colegas que se viciaram em conquistar clientes através de preços somente, pois será retirado esse poder de promoção dessa forma, valorizando então o Ato Médico Veterinário.

Encontrar um novo posicionamento em sua gestão técnica, em sua estratégia de promoção do serviço médico veterinário e na comunicação com sua clientela, parece ser o grande desafio que se apresenta ao gestores de negócios veterinários para os próximos anos.

O equilíbrio sempre será o melhor caminho, mas a busca pelo conhecimento acessórios ao negócio veterinário como legislação e estratégias adminsitrativas, bem como fortalecer o conceito de responsabilidade técnica como base para a administração gerencial veterinária e pet nos anos que se apresentam como um dos períodos mais decisivos para o mercado como foco de investimento.

Pense nisso!