Uma parceria entre a Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO) e o WWF-Brasil, que quer garantir origem e rastreabilidade de animais em toda cadeia produtiva da região pantaneira e a padronização de seus processos, uniram-se para anunciar o “Protocolo de Carne Sustentável”. O procedimento é o primeiro no Brasil a incluir conservação ambiental em selo de raças bovinas. Segundo o diretor da ABPO, Eduardo Afonso de Cruzeto, a sistematização do modelo tradicional do pantaneiro, grande responsável pela preservação da maior área úmida do planeta, é o grande trunfo desse protocolo.

“O modelo tradicional do pantaneiro, que ocupa a região há mais de 200 anos com pecuária, permitiu que 82% do Pantanal fosse preservado”, avalia Cruzeto, acrescentando que a adaptação feita da atividade ao ciclo de águas, de cheia e vazante, características do bioma, garantiram a sustentabilidade do processo.

O procedimento é o primeiro no país a inserir a conservação ambiental em certificação de raças bovinas. Além da preocupação com o bem-estar animal durante todo o processo, os bois têm identificação individual, com informações com o ano em que nasceu, raça, fazenda, tipo de nutrição e intervenções.  O “Protocolo de carne sustentável” é auditado pelo Instituto Biodinâmico (IBD) e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura, sob a responsabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).