A fábrica fica em Bemposta, no município fluminense de Três Rios, a pouco mais de 100 km do Rio, na Região Serrana, de clima agradável.

Motivo de orgulho para o diretor financeiro, Paulo Amaury, é o fato do processamento do couro das diversas espécies exóticas dispensar a chamada química pesada, grande agressora do meio ambiente.

Como o processo não usa cromo, que dá ao couro uma tonalidade azulada, os produtos da fábrica de Bemposta são brancos o que permite o tingimento nas cores e tonalidades exatas encomendadas pelos estilistas.

A empresa processa, entre outros, couro de pirarucu, o maior peixe fluvial do mundo, proveniente das comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia; de salmão, das águas frias do norte Europeu; de jacaré do Pantanal brasileiro e o de avestruz, que é importado.

O melhor do mundo

O couro do pirarucu produzido pela empresa fluminense Nova Kaeru conquistou o prêmio de Melhor Couro Exótico do Mundo, em 2012, na Feira Internacional de Hong Kong (Asian Pacific Leather Fair).

Essa vitória foi a consequência de vinte anos de pesquisa do diretor técnico, Eduardo Filgueiras que iniciou seu trabalho curtindo couro de rã da sua própria criação, aliado à pesquisa para a obtenção de matérias-primas nas mais distantes localidades do interior do Brasil.

Aparando as arestas

Paulo Amaury – fundador e diretor financeiro

Secando couro de salmão

Bob Kurrels e Eduardo Filgueiras

No mundo da moda

Esses couros especiais são caros e usados em sapatos, botas, bolsas, vestuário e também em artigos de decoração de grifes conhecidas de origem brasileira, europeia, asiática e norte-americana.

A empresa conta na sua equipe com o gestor de negócios internacionais poliglota, Roberto (Bob) Kurrels com um MBA de Negócios Internacionais pelo IBMEC. Ele vive mais no avião, divulgando e vendendo os produtos e participando de feiras internacionais, do que em terra firme.

    

Produtos feitos com couros exóticos

Quem compra

Sessenta por cento das vendas são feitas para o mercado interno e 40% para o exterior.

As vendas totalizam entre R$ 400 mil e R$ 500 mil mensais, mas a empresa pretende chegar a um total de R$ 8 milhões em 2015.

Os principais importadores desses couros de luxo são:

Estados Unidos 35%

Europa 25%

Ásia 30%

Outros 10%

O diferencial

Além do processamento dos couros ser feito com produtos que não agridem o meio ambiente, o grande diferencial é a técnica desenvolvida pela Empresa e patenteada que permite a emenda não aparente e segura de diversos couros pequenos numa manta de grandes dimensões, o que é fundamental para a fabricação, pela indústria da moda, dos mais diferentes produtos.

Tradicionalmente duro, o técnico da Kaeru consegue tornar macio o couro do jacaré, ampliando sua aplicação.

 

Fotos: Luiz Octávio Pires Leal