O frango vivo comercializado no interior paulista chegou ao final de agosto mantendo a mesma cotação e registrando as mesmas condições de mercado observadas no final de junho passado.

Em outras palavras, completou 68 dias (praticamente dez semanas – recorde de estabilidade em 2018) tendo como cotação de referência o valor de R$ 3,00/kg, mas sendo negociado, na prática, por valores até R$ 0,20 menores. E operando em um mercado que variou entre calmo e fraco, inclusive na primeira quinzena, habitualmente o melhor período de demanda do mês e quando, em geral, o mercado se firma.

A estagnação do preço não representa novidade. No ano passado, ele chegou a permanecer inalterado, em R$ 2,50/kg, não apenas por dez, mas por mais de 26 semanas ou seis meses, desde o final de março até o final de setembro. Isso sinaliza que em setembro corrente mais quatro semanas poderão ser somadas à atual cotação.

Apesar, porém, da presente estabilidade, o produtor parece estar ganhando. Primeiro porque, normalizado o abastecimento após a greve dos caminhoneiros, a cotação do produto recuou apenas 2%, permanecendo mais de 10% acima da média do primeiro semestre. Segundo, porque o valor médio de agosto corrente está entre 12% e 20% acima da média de agosto de 2017 (conforme se considere a cotação de R$ 2,80/kg e R$ 3,00/kg).

Nada mais falso, porém. Porque, neste agosto, o produtor precisou de um volume de aves vivas entre 34% e 44% maior que o de um ano atrás para adquirir a mesma quantidade de milho. Ou de 20% a 30% a mais para a aquisição da mesma quantidade de farelo de soja.

E não se diga, neste caso, que isso só ocorre porque em 2017 as matérias-primas foram baratas. Pois também em relação a 2016, quando os custos atingiram níveis nunca antes registrados, os resultados do frango permanecem, agora, negativos.

Transcorridos até aqui três quartos de 2018, o frango vivo, considerada a média do período, registra pequeno ganho (pouco mais de 2%) em relação à média do ano passado. Mas, além de ser um ganho que não cobre a evolução de custos é, também, um ganho apenas nominal e que mantém o frango vivo com o menor preço real dos últimos quatro anos.

Fonte: AviSite