Por Mário Zafalon

A produção de proteínas do terceiro trimestre deste ano superou o estresse vivido pelo setor no segundo, quando a greve dos caminhoneiros paralisou o país. A indústria de proteína, mesmo antes da parada dos caminhoneiros, já estava com sérios problemas, gerados tanto no mercado interno como no externo.

Os desafios do mercado interno vinham de acertos necessários após as operações da Polícia Federal no setor. Já os desafios externos ocorriam devido ao fechamento de alguns mercados ao produto brasileiro. O resultado foi um segundo trimestre muito ruim para a produção de carnes.

Dados divulgados nesta terça-feira (13/11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que todos os segmentos se recuperam no terceiro trimestre em relação ao segundo.

Quando comparados os dados de julho a setembro deste ano com os de igual período de 2017, porém, o IBGE aponta que a avicultura ainda não se recuperou.

Com um bom momento na demanda externa e a consequente elevação das exportações, os abates de bovinos somaram 8,3 milhões de animais de julho a setembro, o maior número desde o terceiro trimestre de 2013.

No mesmo período deste ano, as indústrias abateram 11,5 milhões de suínos, um patamar jamais atingido no acumulado de três meses até então.

Os dados para a avicultura não são tão animadores. Os abates do terceiro trimestre somaram 1,42 bilhão de aves, 3,4% mais do que os de abril a junho. Em relação aos de julho a setembro de 2017, porém, tiveram queda de 4%.

Neste último trimestre do ano, boas notícias como a abertura do mercado russo para algumas unidades frigoríficas nos setores de carnes bovina e suína, podem sustentar os abates. O setor de avicultura ganha espaço no mercado chinês, mas ainda vê incertezas na Europa.

O setor de leite também melhorou no terceiro trimestre do ano. A captação aumentou em relação ao segundo, mas ficou estável em relação à do ano passado.

A produção de ovos obteve o melhor desempenho entre os segmentos analisados pelo IBGE no terceiro trimestre, superando em 8% a de julho a setembro de 2017. Os dados do instituto ainda são provisórios e deverão ser atualizados no próximo mês.

 

Fonte: Folha de S.Paulo