À primeira vista, a forte recuperação de preço obtida pelo frango vivo nos 16 primeiros dias de negócios de março corrente está sendo suficiente para repor as perdas acumuladas pelo setor, permitindo até – pelo ritmo observado – acompanhar a evolução de preços do milho, principal matéria-prima do frango.

De fato, comparando-se os valores médios registrados nas três primeiras semanas do mês com aqueles vigentes na média de março de 2021 constata-se que, frente a um aumento de cerca de 10% nos preços do milho, a cotação do frango vivo foi corrigida em mais de 20%.

Mas não só isso, pois comparativamente aos preços de dois anos atrás, frango vivo e milho registraram evolução de preço muito semelhante: 72% o frango vivo; 70% o milho. Aparentemente, pois, há um empate técnico.

Porém, a grande diferença surge ao se colocarem frente à frente os preços atuais com aqueles vigentes há três anos, ou seja, em março de 2019. Porque, se – nos 36 meses desde então decorridos – o frango vivo teve sua cotação corrigida em 75%, e o preço pago pelo avicultor pela saca de milho aumentou quase o dobro. Ou nada menos que 143%.

Mantida a paridade de preços lá atrás observada (em março de 2019, 74,80 sacas de milho por tonelada de frango vivo), este deveria ser comercializado em março corrente por cerca de R$7,84/kg. Como alcançou média de R$5,65/kg, fechou as três primeiras semanas de março a pouco mais de 70% desse valor.

Fonte: AviSite