Um levantamento feito pela Safras & Mercado indicou que em alguns estados, como Mato Grosso, ainda são relatadas negociações abaixo da referência média e que o mercado de boi gordo está registrando uma maior acomodação dos preços da arroba.
De acordo com o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Chequer Jabour Chequer, até o final do ano passado, havia uma consistência nos preços da arroba do boi e a expectativa era de se manter ou, até mesmo, ter um acréscimo em 2023. “Entretanto, para surpresa de todos, o primeiro trimestre já começou um declínio forte e no segundo semestre, se acentuou esse declínio, principalmente na parte de recria”.
“Chegou-se a negociar bezerro, na região do Espírito Santo, a 430 a arroba e, hoje, para vender a 240 a arroba de bezerro está muito difícil. Tá havendo muita oferta e pouca demanda, mas com a abertura dos mercados, a expectativa é que isso venha a melhorar. A perspectiva é que abaixo disso seria impraticável para o produtor vender devido os custos até o boi estar pronto ou o bezerro estar em condição de desmame para poder ser vendido para recria. É nítida a diferença entre 2000 e de 2023. Não só o setor do gado bovino, mas também outros setores do agronegócio foram muito afetados”, enfatizou Chequer Jabour Chequer.
Frigoríficos
Já os frigoríficos estão mantendo uma posição confortável em suas escalas de abate, especialmente na Região Norte.
Expectativa para o terceiro trimestre
Para o terceiro trimestre está sendo esperado, como o ponto de virada no mercado do boi gordo, uma oferta mais enxuta e com maior propensão a reajustes.
Preço a prazo
Ainda segundo a Safras & Mercado, em São Paulo, a cotação para a arroba do boi a prazo se manteve a R$ 245,00. Em Dourados (MS), a arroba subiu 2,22% ao longo da semana, passando de R$ 225,00 para R$ 230,00 na modalidade a prazo. Em Cuiabá (MT), a arroba recuou 3,59%, de R$ 223,00 para R$ 215,00.
Na cidade mineira de Uberaba, o preço a prazo foi R$ 225,00 por arroba, apontando uma queda de 4,26% em relação aos R$ 235,00 praticados na semana anterior. Enquanto, em Goiânia (GO), a cotação foi de R$ 220,00, estável em relação à semana passada.
Boi no atacado
Para o boi no atacado, o mercado registrou preços mais baixos durante a semana com expectativa de um movimento pontual de alta na primeira quinzena do mês, devido à entrada dos salários na economia. Contudo, não são esperados aumentos robustos, por conta dos estoques dos frigoríficos e a competitividade das proteínas concorrentes em relação à carne bovina, especialmente os cortes do traseiro.
Cotação dos cortes
Sobre o quilo do corte do traseiro, este foi cotado a R$ 17,90, registrando uma queda de 2,72% em comparação com a semana passada. Seguindo o mesmo ritmo, o corte do dianteiro foi vendido a R$ 13,15 por quilo na semana, com uma baixa de 4,01% em relação à semana anterior.