A Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na terça (27), para discutir o Plano Nacional de Logística (PLN 2035), que prevê o desenvolvimento da infraestrutura de transportes de cargas e de pessoas no país até o ano de 2035.

A iniciativa atende a Portaria Nº 123/2020, do Ministério da Infraestrutura, como um dos elementos do Planejamento Integrado de Transportes (PIT). O PNL está em fase de consulta pública até 30 de abril no link: https://www.gov.br/participamaisbrasil/plano-nacional-de-logistica-pnl-2035

O PNL 2035 tem por objetivo indicar alternativas e soluções que propiciem a redução de custos, a melhora do nível de serviço para os usuários, a busca do equilíbrio da matriz de transportes, o aumento da eficiência dos modos utilizados para a movimentação das cargas e a diminuição da emissão de poluentes.

Para o vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da entidade, Mário Borba, o plano é uma oportunidade de discutir políticas públicas para viabilizar e desenvolver todos os modos de transporte (ferroviário, rodoviário, hidroviário e aeroviário) no país, além de reduzir custos com frete.

Na reunião virtual, o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento Logístico da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Leandro Rodrigues e Silva, afirmou que o PNL prevê investimentos de R$ 480 bilhões até 2035, sendo R$ 136,6 bilhões destinados às rodovias, R$ 106,9 bilhões às ferrovias, R$ 21,7 bilhões aos portos (cabotagem) e R$ 16,7 bilhões aos aeroportos.

Em sua apresentação, Leandro mostrou que em 2017 o Brasil gastou R$ 336 bilhões de reais para transportar cargas, o que representou 5,12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “A expectativa é que esse valor suba ainda mais nos próximos anos, pois teremos mais cargas para transportar e, consequentemente, mais consumo de combustível”, disse.

O representante da EPL também destacou que, apesar do transporte rodoviário representar a maior movimentação de carga em TKU (Tonelada Quilômetro Útil) e em VKU (Valor de Quilômetro Útil), há uma tendência que esse cenário mude nos próximos anos com o avanço da utilização dos outros modais.

Durante o encontro, o presidente da Comissão, Mário Borba, citou a importância de dar continuidade nas obras de algumas rodovias brasileiras para reduzir o custo do frete nas exportações de grãos do Nordeste. “A BR-020 é a única obra de 60 anos atrás que não foi concluída até hoje e que traria benefícios imensos para a região”.

Ainda na reunião, os representantes das federações de agricultura e pecuária dos estados e da Comissão foram convidados a participar dos eventos “Road Show de Integração e Desenvolvimento do Corredor Centro Norte” e “Diálogos Hidroviáveis – Programa de Integração de Iniciativas para o Desenvolvimento Sustentável da Navegação e das Hidrovias Brasileiras”.

A Road Show vai percorrer parte dos estados do Goiás, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Piauí, Maranhão, além de Brasília e São Paulo através de um circuito para a divulgação de potenciais oportunidades de negócios para operadores de transportes, governos, investidores e interessados na multimodalidade no desenvolvimento e integração das regiões no entorno do corredor Centro Norte.

Já o Diálogos Hidroviáveis, que teve início em 2017, visa o debate dos gargalos e das soluções apenas da navegação interior. “Esses encontros são importantes para mostrar à sociedade o potencial de cada região e como podemos aproveitar melhor as hidrovias. Acredito que no futuro será um dos modais mais viáveis para exportação de produtos agrícolas”, disse o vice-presidente da CNA, Mário Borba.

CNA