O setor de suinocultura brasileiro soou o alerta para sanidade animal e está atento para evitar entrada da Peste Suína Africana (PSA) no País.  A identificação de um foco da peste na República Dominicana fez com que autoridades, pesquisadores e produtores voltassem o foco novamente para essa doença que está erradicada no Brasil desde o fim da década de 1970.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Janice Zanella, virologista da área de suínos, o retorno da PSA ao País pode causar um prejuízo de aproximadamente 5,5 bilhões de dólares no primeiro ano. “Esse dado foi calculado com base no impacto econômico da introdução da PSA nos Estados Unidos, que estimou em 16,5 bilhões de dólares no primeiro ano de surto, e no número de matrizes suínas em ambos os países”, explicou.

Segundo outro pesquisador da área de virologia da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron, as carnes brasileiras trazem aproximadamente 15 bilhões de dólares de divisas para o Brasil, que exporta hoje 23% da carne suína produzida. “Pela lei da oferta e procura, toda essa carne iria ’sobrar‘ e causar uma grande queda dos preços, levando a prejuízos para os produtores e desemprego tanto direto como indireto na cadeia suinícola no Brasil”, alerta.

A PSA é uma doença viral que afeta apenas os suínos e é altamente contagiosa, não tem cura nem tratamento, causando elevada mortalidade no rebanho. De acordo com os pesquisadores, atualmente, 78% dos rebanhos suínos do mundo estão em condição endêmica ou de alto risco para a PSA.

Ao surgir a doença na República Dominicana, estudos epidemiológicos foram feitos para determinar a extensão do surto e medidas para a contenção foram adotadas para eliminar os focos da peste, evitando a disseminação. “Assim como o vírus apareceu nessa ilha das Américas, também pode ter chegado a outros países. O importante, nesse momento, é auxiliar os países com a infecção no sentido de eliminar a doença e melhorar as medidas de biosseguridade, para evitar a disseminação”, explica o pesquisador.

“É importante os países atingidos estarem preparados para reconhecer e diagnosticar a enfermidade com a maior rapidez possível, uma vez que é impossível ter medidas mitigatórias que garantam risco zero para a entrada da enfermidade”, alerta Zanella. Ele acrescenta que, por isso, é necessário que se trabalhe em conjunto com a saúde animal dos países afetados para controlar e erradicar a doença.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa