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Por André Casagrande

Top News2017-07-02T12:21:10-03:00
802, 2024

Vinte e oito anos de Girolando no Brasil

Dados da Embrapa apontam que cerca de 80% do leite produzido no Brasil provêm de rebanhos Girolando, que foi reconhecida como raça leiteira nacional por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 1996. Além de liderar as vendas de sêmen entre as raças leiteiras nacionais, nesses 28 anos, vem acumulando recordes.

De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em 2023, foram alcançados os melhores números de registro de animais, desde 1989, quando a entidade iniciou o Serviço de Registro Genealógico no Brasil.

No Controle/Registro de Nascimento, os técnicos efetuaram 42.640 registros, ante 39.879 em 2022. Já na categoria Controle/Registro Definitivo – Genealogia Conhecida, foram feitos 37.586, frente aos 36.114 de 2022. Somando as demais categorias do serviço, foram efetuados 97.352 registros em 2023, bem à frente dos 93.551 no ano anterior.

“Esses dados mostram que, apesar do difícil momento que vive a pecuária leiteira, o pecuarista continua acreditando nos animais Girolando para produzir com qualidade e rentabilidade. Estamos atuando junto ao Mapa para que a raça seja reconhecida como ‘Girolando, a raça Nacional’”, relata o presidente da entidade Domício Arruda.

Curiosidade

Apesar do reconhecimento tardio, a raça Girolando tem mais tempo de Brasil. Surgiiu na década de 1940, no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, quando um touro Gir teria invadido uma pastagem vizinha e coberto algumas vacas da raça Holandesa.

Ao nascerem os produtos desse cruzamento, os criadores observaram que eram animais com características diferentes e que, com o tempo, foram demonstrando maior rusticidade, precocidade e grande produção de leite.

Com informações da assessoria de imprensa da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

2810, 2023

Conheça o Sumário de Dados da Pecuária Sustentável

 

A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável lançou o primeiro Sumário de Dados da Pecuária Sustentável, com base na análise dos dados de 925 fazendas, que preencheram o Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável (GIPS) entre 2021 e 2022. O relatório, produzido em parceria com o Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa (Campo Grande-MS), foi apresentado dia 28 de setembro de 2023, na Expo Rio Preto, SP.

“Através do Sumário é possível identificar os avanços alcançados, os desafios enfrentados e as oportunidades que surgem para melhorias das práticas sustentáveis na cadeia produtiva da pecuária, delineando um panorama da pecuária sustentável e valorização do setor”, disse Luiza Bruscato, diretora executivo da Mesa Brasileira.

Segundo Guilherme Malafaia, pesquisador da Embrapa em cadeias produtivas e coordenador do CiCarne, o relatório contém também as considerações finais e recomendações para a melhoria dos processos nos sistemas produtivos pecuários brasileiros.

“Foi realizada uma análise global dos cinco princípios avaliados no Guia, como gestão, trabalhadores, comunidades, meio ambiente e cadeia de valor, trazendo informações de maiores e menores médias; diferentes regiões do Brasil; e conforma a exigência de produção pecuária e o tamanho da propriedade”, informou Malafaia.

Conclusões

De acordo com o relatório, os produtores rurais têm clareza dos problemas enfrentados e buscam mitigar os impactos negativos de suas atividades nas comunidades no entorno das fazendas. Eles também fazem a gestão das propriedades com planejamento, indicadores e estratégias definidas; calculam os custos de produção, monitoram a margem de lucro, mantêm cadastros atualizados e conhecem as unidades animais por hectare de pastagem utilizadas.

Além disso, os proprietários das fazendas previnem o trabalho infantil, analógico ao escravo ou em condições degradantes no seu quadro de funcionários próprios e terceirizados, estão envolvidos no desenvolvimento de um plano de treinamento de saúde e segurança, e comprometidos no diagnóstico dos riscos existentes à saúde e segurança dos seus trabalhadores.

De acordo com Malafaia, as propriedades rurais com maiores médias investem em ações de melhoria contínua em todos os princípios avaliados pelo GIPS, enquanto as propriedades com médias precisam de medidas corretivas menores em avaliar todos os princípios. “Fica evidente que a sustentabilidade do negócio terá a atenção que merece quando o produtor tiver renda suficiente para atender suas necessidades básicas”, enfatizou.

As médias dos princípios maiores – gestão e cadeia de valor – se encontram nas propriedades rurais que fazem a recria e terminação, bem como nas que possuem sistemas integrados de trabalho, pecuária, floresta, o que comprova que sistemas complexos de planejamento eficiente, gestão competente e envolvimento de equipe multidisciplinar.

Outro ponto de destaque é que as maiores médias também estão nas propriedades acima de mil cabeças, mostrando que a adoção de tecnologias de manejo, das mais simples às mais complexas, como divisão de pastos e melhoramento genético, respectivamente, pode ser um grande impulsionador para o desenvolvimento sustentável da pecuária.

Para Sergio Schuler, presidente da Mesa Brasileira, “Sustentabilidade é interdisciplinar e as boas médias gerais dependem de bons resultados em todos os princípios, ou seja, não há somente um pilar que caracteriza uma pecuária sustentável”.

Com base nas informações do Sumário e indicadores do GIPS, os pecuaristas podem tomar melhores decisões, implementar práticas responsáveis e promover uma gestão sustentável da atividade pecuária, contribuindo para a preservação do meio ambiente, o bem-estar dos trabalhadores, o fortalecimento das comunidades locais  e a promoção de uma cadeia de valor da carne bovina mais sustentável.

Com informações das Assessorias Embrapa e Mesa Brasileira

Crédito na imagem: Divulgação Expo Rio Preto

2208, 2023

Universidade paulista lança MBA em Mercado Pet

Objetivo é formar profissionais que buscam empreender no segmento

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (FMVZ-USP) lançou, recentemente, o curso MBA em Mercado Pet USP/FMVZ que tem como objetivo capacitar profissionais para empreender neste setor.

Atualmente, o mercado pet brasileiro assumiu o posto de sexto maior do planeta em termos de faturamento, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

O curso de pós-graduação Lato sensu será realizado no modelo de ensino a distância (EaD), com aulas ao vivo que serão gravadas e ficarão disponíveis na plataforma para acesso dos alunos.

As aulas semanais acontecerão às quartas-feiras, das 19h às 23h. O curso tem certificação USP e duração média de um ano e meio. A previsão é que as aulas iniciem em setembro.

Mercado

O Brasil ocupa a terceira posição no ranking de países com mais animais de estimação, de acordo com a Abinpet. O mercado pet brasileiro tem destaque na busca por serviços e produtos para cuidados dessa grande população.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o ramo registrou um crescimento de 33% na abertura de novos negócios de pet shop no primeiro semestre de 2022 em relação ao período pré-pandemia. Atualmente, este mercado gira mais de R$ 30 bilhões anualmente no Brasil, segundo a Abinpet.

Diante desse cenário, o curso tem o objetivo de divulgar conhecimentos administrativos específicos que possibilitam o gerenciamento e rentabilidade de negócios neste setor.

Grade

O curso é dividido em três módulos, que abordam fundamentos da gestão neste segmento, gestão de negócios e tendências em serviços e tecnologias pet. Esta divisão visa contextualizar o aluno sobre a área acadêmica, corporativa e mercadológica deste setor em expansão.

Além disso, a MBA aborda questões como o segmento pet no Brasil e sua importância; a relação homem-animal na contemporaneidade; gestão moderna de clínica veterinária; tendências e novas tecnologias na produção de pet food; zoonoses e gestão de crises sanitárias; gestão de compras, vendas e custos no segmento pet entre outros.

Com informações da Assessoria de Comunicação da FMVZ/USP
2507, 2023

Galinhas livres de gaiolas: capacitação gratuita ensinará detalhes da criação

As aulas ocorrerão no campus universitário da Esalq, em Piracicaba

A Iniciativa Mira, a Raiar Orgânicos e a Esalq/USP promoverão capacitação técnica para avicultores interessados no modelo de produção de galinhas livres. A parceria entre academia, setor privado e entidade da sociedade civil apresentará conteúdos atualizados sobre temas como nutrição animal, sanidade, recria e o mercado de ovos, além de promover o debate e agregar diferentes atores da cadeia produtiva e de comercialização de ovos.

O evento gratuito ocorrerá no dia 1º de agosto, no anfiteatro do Pavilhão de Engenharia da Esalq, em Piracicaba, SP, das 8h00 às 16h30, e contará com quatro painéis de palestras e discussões.

Entre os convidados estarão palestrantes especializados e produtores de ovos para discutir os principais desafios e potencialidades para os ovos livres de gaiola no Brasil. Também participarão representantes do governo, de empresas de avicultura e do varejo de alimentos.

Bem- estar

A produção de ovos de galinhas livres é um dos principais temas em bem-estar animal na avicultura de postura mundial. Nos últimos anos, um número crescente de empresas aderiu a compromissos públicos de migração da compra de ovos de gaiolas para ovos “cage-free”.

Segundo levantamento divulgado em janeiro deste ano pela organização sem fins lucrativos Open Wing Alliance, mais de 2.400 empresas tornaram-se signatárias da transição de modelos de produção. No Brasil, mais de 50 estabelecimentos – entre supermercados, restaurantes, hotéis, entre outros – anunciaram a adoção gradativa do novo sistema a partir de 2025.

O aumento do interesse por esse modo de produção deve-se à tendência de valorização de produtos que consideram os cuidados com o meio ambiente e com o bem-estar dos animais.

“A conscientização do consumidor em relação à procedência do alimento aumenta a demanda por práticas mais sustentáveis e que olhem para o bem-estar animal. Por isso, a necessidade da capacitação de produtores que estão ou desejam estar em um patamar elevado de produção”, diz Leandro Almeida, sócio-fundador da Raiar Orgânicos, empresa que aposta no modelo orgânico de produção animal.

Nesse sistema de criação, que é certificado e auditado, as aves têm acesso diário ao pasto, se alimentam apenas de proteína vegetal orgânica, não recebem antibióticos e podem expressar livremente seu comportamento animal, como ciscar e “sujar-se” na terra para equilibrar a temperatura corporal.

O Brasil não possui dados oficiais consolidados sobre o plantel de galinhas criadas fora da gaiola. Estimativas indicam que aproximadamente 95% das poedeiras criadas no país estão presas em gaiolas.

Pensando na importância de entender o crescimento e o contexto das criações livres de gaiola no Brasil, a Iniciativa MIRA vem mapeando produtores de ovos em todo território nacional. Além disso, promove capacitações presenciais para produtores em diversos estados com o objetivo de disseminar o conhecimento necessário para a consolidação desse sistema.

As inscrições para a capacitação técnica em Piracicaba podem ser realizadas gratuitamente pelo link: https://www.sympla.com.br/capacitacao-em-producao-de-ovos-livres-de-gaiolas—mira-e-raiar__2059883

Com informações da Assessoria de imprensa Cepea
407, 2023

Setor de alimentação animal tem desempenho inferior no primeiro trimestre de 2023

Mesmo assim, o Sindirações prevê crescimento de 2,3% para o ano

A prévia do setor de alimentação animal no primeiro trimestre de 2023, divulgada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), mostrou que o setor produziu 20,5 milhões de toneladas de ração, um recuo de 1,1% em relação aos 20,7 milhões de toneladas do último trimestre do ano passado. Em 2022, o setor avançou 1,3% e o cenário projetado para o corrente ano é de um incremento de 2%.

A queda de desempenho apurado no período está relacionada ao menor ritmo das cadeias produtivas de bovinos de corte e de leite, à estabilidade na produção de suínos e frangos de corte, apesar do avanço com as poedeiras, aquacultura e pet food.

Segundo o Sindirações, em 2023, o destaque deve continuar com o setor de cães e gatos, com previsão de crescimento de 4,9%, sob forte influência do fator afetivo/psicológico dos tutores. Suínos e Aquacultura, com evolução de 4% e 9,7% respectivamente, podem manter ritmo de crescimento superior aos demais.

“São vários fatores que modulam o desempenho do setor, dos prós aos contras. Até o momento, a perspectiva é de continuidade na baixa do preço dos insumos, uma vez que, de janeiro para cá, o preço do farelo e do milho já baixaram entre 30% a 40%”, aponta o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani.

De acordo com o executivo, é importante acompanhar a desenvoltura da colheita do milho porque a safra ainda não está livre de sofrer com eventuais intempéries climáticas ou proliferação de pragas, além dos conhecidos transtornos gerados pelos gargalos de armazenagem e escoamento, muito embora, a maioria dos observadores aposte que a pecuária não venha ser atormentada pela escassez.

“A expectativa otimista é de avanço em 2023 de um leve crescimento na produção de alimentos para animais, na faixa de 2%”, arremata.

Com informações do SIndirações

 

2606, 2023

Febre maculosa: saiba como prevenir

Pesquisador da Embrapa dá dicas para controle do carrapato estrela

Doença  transmitida pelo carrapato estrela (Amblyomma sculptum), a febre maculosa (FMB), atualmente, tem preocupado as autoridades sanitárias em Campinas (SP), diante do cenário endêmico da região. Há dez anos, no Mato Grosso do Sul, a equipe do pesquisador da Embrapa Renato Andreotti detectou a bactéria Rickettsia rickettsii, que é o agente causador da FMB, por meio de diagnóstico molecular.

O patógeno exige medidas de saúde pública e tem nas capivaras, gambás, cavalos, cães e bovinos, seus principais hospedeiros. “Esses animais não são os vilões e o contato com eles, ou mesmo transitando nos locais onde habitam, pode ocasionar uma picada por um carrapato infectado (larvas, ninfas – conhecido como ‘micuins’) principalmente e, assim, se contrai a febre maculosa”, frisa Andreotti.

O carrapato estrela é uma espécie que, por meio de sua picada, é capaz de infectar os seres humanos com a bactéria. Existem pelo menos outras quatro espécies de carrapatos relatadas com a circulação do agente na natureza, mas que não picam o ser humano com frequência.

O parasitologista explica que, ao cair no solo, uma fêmea do carrapato estrela é capaz de fazer a postura de cinco a oito mil ovos que se transformam em larvas. “Durante um simples piquenique no parque, milhares de carrapatos podem subir em uma pessoa. A bactéria pode ser transmitida caso o indivíduo seja picado por quatro horas contínuas pelo carrapato contaminado”, acrescenta.

Segundo Andreotti, o parasita também transmite vírus e outros agentes potencialmente patogênicos e que, ao picar alguém, o carrapato não apenas suga o sangue, mas injeta substâncias para evitar a reação do organismo do hospedeiro. “Quando faz isso, ocorre uma imunossupressão no local da picada que facilita o desenvolvimento dos agentes transmitidos”.

Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Prefeitura de Jundiaí

Monitoramento

Algumas medidas podem e devem ser tomadas para auxiliar no controle do parasita. De julho a novembro, as larvas e as ninfas aparecem e uma série de tratamentos carrapaticidas, com base nas especificações do fabricante, a intervalos semanais deve ser realizada nos animais.

Já nos meses mais quentes ocorre a predominância dos adultos, quando o controle pode ser realizado por tratamento com carrapaticida ou a retirada manual dos carrapatos e depositados em álcool 70%.

Também deve-se roçar os pastos bem próximo ao solo, para que o sol possa aumentar a temperatura e diminuir a umidade no ambiente, reduzindo o tempo de vida do carrapato.

Prevenção da FMB em humanos

Para evitar possibilidade de contaminação pela FMB alguns cuidados devem ser tomados a fim de reduzir a possibilidade de picada e a fixação dos carrapatos nos seres humanos:

Dentre elas estão o uso de roupas claras, camisa de manga comprida e botas de cano longo com a proteção de fita adesiva entre a calça e a bota; vistoriar o corpo e retirar os carrapatos imediatamente após terminar a atividade de campo; matar os carrapatos mergulhando em álcool 70% e não esmagar entre as unhas para não correr o risco de contaminação. Para retirar os carrapatos da roupa pode ser usada fita adesiva e, em seguida, ferver as roupas antes de lavar.

Sete dias após o contato com carrapatos aparecerem sintomas de gripe forte (febre, desânimo e dores no corpo), falta de apetite e/ou manchas na pele, deve-se procurar um médico imediatamente e informar sobre o contato com carrapato.

Com informações da Assessoria Embrapa Gado de Corte

 

2305, 2023

Fato raro: filhote de zebra nasce em zoo brasileiro

Parque também registrou o nascimento de uma jacutinga, ave em perigo pela Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção

Mesmo com poucos meses de vida, o animal já chama a atenção de quem passa pelo Bioparque Zoo Pomerode, em Santa Catarina. Nascido no início do ano, o filhote de zebra representa um fato incomum no Brasil, já que existem poucos casais formados em idade reprodutiva.

“Para que esse nascimento fosse possível de forma natural e de acordo com os instintos dos animais, a equipe do bioparque adotou uma série de ações. O primeiro passo foi a aproximação do casal em seu habitat e o monitoramento constante para garantir o bem-estar de ambos juntos, explica a bióloga Priscila Weber Maciel.

De acordo com a especialista, foram 12 meses de gestação e, durante esse período, a fêmea foi acompanhada quanto ao aumento do escore corporal e ao maior consumo de alimento, sendo ofertada uma dieta adequada às suas necessidades, além de promover ajustes do ambiente, entre outros cuidados.

“O acompanhamento foi diário e constante até as semanas próximas ao parto, quando foram ampliados os cuidados com a fêmea e a filhote”, conta.

A zebrinha nasceu de forma natural, goza de boa saúde, se alimenta bem com leite materno e, há algumas semanas, já vem comendo capim, alfafa e ração, e tem se desenvolvido de forma natural, com o auxílio da mãe.

“As duas (mãe e filha) foram mantidas em uma área anexa ao ambiente das zebras, para permitir o seu desenvolvimento e cuidados maternos sem a interferência das outras zebras. Agora, nesse momento que ela está um pouco mais desenvolvida, foi possível fazer a junção com os outros animais”, explica.

O Zoo Pomerode abriga quatro zebras, incluindo a mãe e a filhote. A aproximação de ambas com os outros dois representantes da espécie foi feita de forma gradativa e com monitoramento constante para assegurar a compatibilidade entre eles.

Para garantir um desenvolvimento natural da espécie, a equipe técnica do bioparque optou por não verificar peso e medidas da zebrinha nesse primeiro momento. A aferição deve ser realizada com ela já em fase de crescimento. “Há mais de 90 anos nós focamos na conservação e preservação de animais ameaçados, exóticos e silvestres. Esse trabalho tem sido fundamental para o desenvolvimento de espécies e o cuidado delas”, acrescenta.

Espécie quase em extinção

Além da zebrinha, o cuidado com as espécies adotado pelo bioparque Zoo Pomerode contribuiu para o registro de um novo nascimento no primeiro trimestre do ano: um filhote de jacutinga, ave que habita a Mata Atlântica, considerada uma semeadora de florestas já que é dispersora de sementes. A pequena ave tem se alimentado bem com sementes, frutas e ração, e se desenvolvido de forma natural com os cuidados da mãe.

O nascimento de uma jacutinga, ave ameaçada de extinção, também foi comemorado. Foto_Bioparque

Vítima de desmatamento, degradação de habitat e caça ilegal, a jacutinga está classificada como “Em Perigo” pela Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção e pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

“Por conta dessa vulnerabilidade da espécie, foi criado um acordo de cooperação técnica entre instituições como a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ministério do Meio Ambiente (MMA), relata.

De acordo com Priscila, esas instituições, junto com os zoológicos, somam esforços para conservação da espécie. Atualmente, o bioparque de Pomerode conta com cinco jacutingas que podem ser vistas pelos visitantes no recinto de imersão Paraíso das Aves.

Com informações da assessoria de comunicação do Bioparque Zoo Pomerode
1005, 2023

Exportações de frango no mês em que se comemora o Dia Mundial do Frango

O Dia Mundial do Frango é comemorado em 10 de maio. Preços estão em baixa e consumo em alta no Brasil

Considerado um dos maiores criadores de aves do planeta, o Brasil também tem números bastante expressivos se comparados aos dos concorrentes internacionais, em todos os sentidos.

As exportações de carne de frango (considerando produtos in natura e processados), por exemplo, totalizaram 420,9 mil toneladas no começo de 2023, alta de 20,6% ante o mesmo período do ano anterior. Um recorde para o mês, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com forte demanda externa causada pela restrição global de oferta, por causa da gripe aviária que assustou criadores no início de 2023.

Principal destino das exportações brasileiras de carne de frango, a China importou 60,2 mil toneladas em janeiro de 2023, 24,7% acima do volume registrado no mesmo período de 2022, com 48,3 mil toneladas. Outros destaques dos embarques do Brasil foram o Japão, com 37,7 mil toneladas (+23,1%), Arábia Saudita, com 32,4 mil toneladas (+111,3%), África do Sul, com 29,5 mil toneladas (+15,7%) e União Europeia, com 21,8 mil toneladas (+20,4%).

De acordo com o diretor da Efficienza, Fábio Pizzamiglio, o cenário é positivo, mas é preciso haver maior variação de mercado. “Podemos observar que estamos cada vez mais ampliando a nossa participação internacional quando tratamos de carnes”, observa.

O especialista lembra que, assim como o frango, o Brasil também é o principal exportador de carne bovina. “Temos ainda uma dependência grande da China, mas acredito que temos a possibilidade de alcançar novos mercados e ampliar ainda mais nossa participação ainda em 2023″, afirma Pizzamiglio.

Números do setor

Além dos criadores comemorarem os altos índices de janeiro, o consumidor brasileiro também festejou a baixa dos preços nos distribuidores varejistas e atacadistas. De acordo com levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo de janeiro.Na distribuição, por exemplo, o preço do quilo do peito recuou de R$ 7,80 para R$ 7,00, o quilo da coxa de R$ 7,70 para R$ 6,70 e o quilo da asa de R$ 11,75 para R$ 11,00.

“O Brasil tem importância internacional em relação aos produtos da avicultura. Desse modo, os preços do mercado interno também dependem de fatores como custos logísticos e valor da nossa moeda perante o dólar. Precisamos estar atentos e acompanhar a variação da moeda como um fator que pode afetar o preço do frango no decorrer de 2023”, conclui o especialista.

Com informações da assessoria de comunicação da Efficienza

 

2703, 2023

Pesquisa aponta aumento do consumo de peixes no Brasil

Crescimento da produção em cativeiro e a baixa no valor comercializado do produto são alguns dos fatores que contribuíram para esse incremento

Os brasileiros têm consumido mais peixes em suas refeições e, consequentemente, para acompanhar a alta da demana, a produção de peixes de cultivo no país também cresceu, passando de 578,8 mil toneladas em 2014 para 860,35 mil toneladas em 2022, acréscimo de 48% em menos de uma década.

Conforme dados do último levantamento feito pela Associação Brasileira de Psicultura (PeixeBR), só no ano passado, o crescimento foi de 2,3% em relação ao ano anterior.

A pesquisa mostra ainda que o aumento na oferta se deve à maior dedicação dos produtores, muito mais empenhados no cultivo sustentável, enquanto a demanda cresce puxada pela preocupação do brasileiro com a saúde e com a aproximação das festividades em que o consumo de pescados aumenta, como a Páscoa, por exemplo.

Destaques

A tilápia continua sendo o maior destaque entre os peixes de cultivo, representando quase 64% da produção total. O aumento da produção nacional desse peixe chegou a 3% no último ano, somando 550.060 toneladas em 2022 ante as 534.005 toneladas de 2021. Peixes nativos também avançaram 1,8% nessa mesma comparação, de 262.370 toneladas para 267.060 toneladas.

O comércio exterior confirma isso, já que as exportações de peixes do Brasil cresceram 15% em receita em 2023, atingindo US$ 23,8 milhões. O principal produto exportado foi a tilápia, que deve responder por  80% do mercado de peixes de cultivo no Brasil até 2030. Os principais destinos foram os Estados Unidos (64%), a Colômbia (9%) e a China (8%).

Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, a produção do pescado tem potencial para manter o ritmo de crescimento em 2023. “O mercado de peixes de cultivo no Brasil tem se mostrado bastante promissor, especialmente no que se refere à tilápia. Com o aumento das exportações em 2023, a expectativa é que esse número cresça ainda mais”, afirma o executivo.

Principais produtores

O Estado que mais produziu tilápia em 2022 foi o Paraná, com 187,8 mil toneladas, alta de 3,2%, o que coloca a região Sul na liderança do cultivo com 239,3 mil toneladas, o equivalente a 43,5% do total produzido.

O Sudeste respondeu por 27,1% da produção, com 149,1 mil toneladas, com destaque para São Paulo, que está em segundo lugar na produção nacional. No Nordeste, a produção de tilápia cresceu 5,2% para 100,3 mil toneladas. O Centro-Oeste foi a única região que registrou recuo de 3,2% na produção.

Segundo levantamento do Cepea, no Norte do Paraná, o valor médio pago ao produtor pela tilápia in natura foi de R$ 8,75/kg em janeiro deste ano, um aumento de 1,51% em relação ao do mês anterior. Na região dos Grandes Lagos (noroeste do Estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do Sul), a cotação média foi de R$ 8,67/kg em janeiro, elevação de 1,52% na comparação mensal.

Exportações

“Embora o mercado nacional seja um grande consumidor de peixe, as exportações têm se mantido em alta e com grande potencial de crescimento. Além dos Estados Unidos, Colômbia e China, temos explorado novos mercados, como o Oriente Médio e o Sudeste Asiático, que demonstram interesse crescente nos peixes brasileiros”, destaca o executivo.

O ano passado foi bastante atípico, com um primeiro semestre de preços baixos pagos ao produtor de tilápia. “Essa condição levou a uma redução do alojamento e, por consequência, também da oferta de peixes na segunda metade de 2022. A partir daí houve aumento de preços pagos ao produtor”, informa.

Por fim ele destaca que entre agosto e dezembro de 2022 houve a maior série histórica dessa elevação, com aumentos semanais. A elevação do custo de produção impactou todas as demais cadeias de proteína de origem animal e não foi diferente com a piscicultura.

Fonte: Assessoria de Comunicação Efficienza
602, 2023

Insumo e seca afetam produção de ovos no Brasil

Mercado externo e a moeda estrangeira também afetam o preço do produto no país

Apesar de a gripe aviária, que impacta diretamente na escassez de ovos nos Estados Unidos e na Europa, não afetar o Brasil, o preço dos insumos deve permanecer alto. Exemplo disso é o Japão, onde esses produtos tiveram alta de 75%, por conta do surto dessa doença.

Além disso, a produção de ovos no país tem diminuído nos últimos anos, e uma das explicações para a retração é creditada à safra de milho de 2020/2021 que, afetada pela seca, foi 16% menor do que no período anterior. Com isso, o valor do cereal no mercado está elevado. No Pará, por exemplo, aumento de até 18% no valor do insumo.

Exportações

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de ovos (produtos in natura e processados) totalizaram 9,474 mil toneladas no acumulado de 2022, volume 16,5% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi 11,346 mil toneladas.

Em receita, as vendas de 2022 alcançaram US$ 22,419 milhões, resultado 24,2% superior ao registrado no mesmo período de 2021, com US$ 18,054 milhões. É o melhor resultado registrado desde 2015

Os embarques para os Emirados Árabes, principal destino de exportação dos produtos brasileiros, totalizaram 4,453 mil toneladas, ante 6,915 mil toneladas no ano anterior, retração de 35,6%.

Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria para o comércio exterior, o Brasil pode não conseguir suprir a demanda internacional e, em consequência, a valorização do produto no mercado externo pode afetar ainda mais o preço no país.

“Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deva sofrer escassez, os brasileiros enfrentarão o preço elevado do produto por conta da diminuição da produção e, ao mesmo tempo, o valor do mercado externo”, afirma o executivo.

Impactos

Na opinião de Pizzamiglio, a variação cambial também tem um impacto significativo no preço dos ovos no Brasil, na economia como um todo, incluindo os encargos logísticos.

“Vivemos em uma economia globalizada e, quando o dólar está alto, isso também tem impacto no transporte, por causa do preço dos combustíveis, e esse valor elevado é repassado para o preço final dos produtos”, explica o executivo.

Pizzamiglio acrescenta que a produção limitada, por causa da seca, interfere na ampliação das vendas para o mercado externo. “Diante deste cenário, acredito que a prioridade será o abastecimento do mercado nacional e, como temos uma produção reduzida, mesmo que possamos pensar na exportação, a questão se torna complexa devido à falta de oferta”, finaliza.

Fonte: Assessoria de comunicação Efficienza
Foto de capa: Divulgação/Efficienza
1601, 2023

Embrapa atualiza dados da série histórica do IBGE sobre abate de frangos

Objetivo do trabalho é analisar e atualizar os registros de peso de carcaça divulgados na Pesquisa Trimestral do Abate de Animais

Trabalho da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia-SC, para revisar e atualizar os registros de peso de carcaça de frangos que são divulgados na Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ajudou a ajustar a metodologia da série histórica da pesquisa iniciada em 1997.

A nova metodologia ajudou nos ajustes identificados pela Coordenação de Estatísticas Agropecuárias do instituto, conforme comunicado da Diretoria de Pesquisas do IBGE divulgado no início da semana passada.

De acordo com o comunicado, após consultas aos informantes da pesquisa via Central de Entrevistas Telefônicas Assistidas por Computador (CETAC), visitas presenciais e discussão técnica com a Embrapa Suínos e Aves, foi confirmado que a maioria dos informantes não possui registros adequados de peso de carcaça para fornecer, e sim do peso vivo.

Novas variáveis

A partir do estudo da série completa da pesquisa, o IBGE incluiu novas variáveis de apoio no controle aplicado desde 2019, como o peso vivo, além do peso de carcaça que já era informado, e a separação dos dados por categorias abatidas (galetos, frangos e frangões ).

Para isso, a equipe de pesquisa da Embrapa Suínos e Aves utilizou dados originados de estimativas em 20 abatedouros, nos meses de janeiro de 2020 a março de 2021, de pelo menos duas linhagens diferentes de frangos, com lotes de ambos os sexos, desde griller (ave com peso médio vivo de aproximadamente 1,5 kg) frangão, além de informações internacionais.

Série revisada – A divulgação da série completa revisada no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA)/(1997 a 2022) está prevista para o dia 10 de fevereiro, quando serão apresentados os Primeiros Resultados das Pesquisas Trimestres da Pecuária para o 4° trimestre de 2022.

Com informações da Embrapa Suínos e Aves
Foto de capa: Embrapa
2612, 2022

Entidades reforçam medidas de prevenção à gripe aviária em território nacional

Casos recentes de gripe aviária em aves não comerciais em países da América do Sul fizeram com que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e as secretarias estaduais de Agricultura, como a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), responsáveis pela adoção de precauções contra doenças no território nacional, intensificassem as medidas preventivas.

O Programa Estadual de Sanidade Avícola, No Rio Grande do Sul, recomendou aos avicultores para tomarem providências quanto ao estado geral da estrutura física de suas granjas como forma de prevenção.

Entre as medidas preventivas sugeridas estão a colocação de telas nos galpões e passarinheiras íntegras para que evitem a entrada de pássaros; a correção de falhas de vedação nos galpões; a remoção de ninhos de pássaros nos telhados e de entulhos no entorno dos galpões que possam servir de abrigo para roedores.

Por fim, além de controle rigoroso do trânsito de veículos e pessoas e proibição da entrada de pessoas que não fazem parte do processo de produção, também foi recomendada a desinfecção de veículos antes da entrada e na saída das granjas.

A entidade também propõe que os produtores mantenham o registro de entrada de pessoas e veículos, a utilização de roupas e calçados exclusivos dentro dos aviários; o cuidado para que as pessoas que trabalham nas granjas evitem ao máximo o contato com outras aves, além do controle permanente de roedores e a proteção de fontes de água e caixas d’água.

A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa, que atinge aves domésticas e silvestres e o homem. Entre os sintomas da enfermidade estão dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, torcicolo, diarreia, falta de coordenação motora e alta mortalidade de aves.

A instrução, em caso de suspeita da doença, é que os produtores entrem em contato imediato com a inspetoria ou escritório de defesa agropecuária do seu município, ou notifique através do WhatsApp (51) 98445-2033 ou do e-mail notifica@agricultura.rs.gov.br

Com informações da Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Pelotas
Foto de capa: Divulgação ABPA
1912, 2022

Eficiência intestinal: o segredo da produtividade bovina

Em sua maioria, as pesquisas em nutrição de ruminantes realizadas nas últimas décadas tinham como objeto de estudos o rúmen, sua fisiologia e formas de manipulação via dieta. Porém, há outro órgão, que está diretamente ligado ao aproveitamento alimentar do animal: o intestino.

Além de ser o principal órgão para absorção de nutrientes, o intestino é a principal barreira física entre o meio externo e o animal, abrigando 70% das células do sistema imune. Ou seja, intestino eficiente faz toda a diferença, é sinônimo de animal saudável e mais produtivo.

Algumas pesquisas realizadas recentemente identificaram que é possível modular a barreira intestinal, seu microbioma e o sistema imunológico intestinal a partir da dieta oferecida aos animais. A modulação intestinal pela dieta garante a ingestão dos componentes necessários para preparar o animal para qualquer fator estressante e para maximizar a eficiência de absorção de nutrientes.

Alguns aditivos nutricionais probióticos já são utilizados nos Estados Unidos, com foco na eficiência intestinal, e muitos estudos, realizados nesse sentido, demonstram resultados satisfatórios em unidades produtivas que fazem uso desses nutrientes.

Para se ter uma ideia, o sistema imune de um animal adulto ao ser ativado tem um custo energético de aproximadamente 1 kg de glicose (açúcar) por dia. Se isso fosse convertido em kg de dieta, seriam necessários alguns quilos de milho ou outros ingredientes energéticos apenas para suprir essa demanda. Portanto, aditivos na dieta que modulem o microbioma e o sistema imune garantirão mais saúde e eficiência em todas as fases da produção.

Com informações da assessoria de imprensa Kemin
Foto de capa: Felipe Rosa/Embrapa
2110, 2022

Ferramenta online avalia políticas de bem-estar animal de empresas de carne suína

Com o objetivo de fornecer maior transparência aos consumidores, a ONG internacional de proteção Sinergia Animal desenvolveu a plataforma online Porcos em Foco: Monitor da Indústria Suína Brasileira que avalia o posicionamento e as diretrizes sobre bem-estar animal de empresas da indústria de carne suína no Brasil.

O intuito da ONG é que as empresas adotem compromissos transparentes e rastreáveis de bem-estar animal para acabar com as práticas que resultam em maior sofrimento aos animais.

A plataforma apresenta um sistema de avaliação em forma de ranking com nove das mais significativas empresas do setor no país. São elas: JBS, BRF, Aurora, Pamplona, Frimesa, Pif Paf, Alegra, Alibem e Master Agroindustrial. “Por meio da plataforma, os consumidores podem comparar a pontuação entre diferentes empresas e tomar decisões mais conscientes sobre o que querem consumir”, explica a gerente de engajamento corporativo da Sinergia Animal, Taís Toledo.

A executiva acrescenta que, além de ser um direito garantido pelo Código de Defesa do Consumidor, a transparência já é uma demanda do público. Segundo estudo realizado pela World Animal Protection, 82% dos consumidores brasileiros declararam ter interesse em comprar produtos certificados em bem-estar animal. “Até agora, nenhuma das empresas obteve pontuação máxima no ranking”, aponta.

Livre de gaiolas

Dentre as práticas da indústria sobre as quais a Sinergia Animal pede melhores diretrizes às empresas, e que são usadas como critérios na Porcos em Foco, estão o banimento do uso de gaiolas de gestação para porcas grávidas, da mutilação sem gestão da dor, do uso de antibióticos em animais saudáveis, entre outras.

“Os porcos são animais muito inteligentes e sociáveis, e essas práticas os submetem a uma vida de sofrimento e dor. No confinamento extremo imposto pelos sistemas de gaiolas de gestação, por exemplo, as porcas não conseguem sequer se virar e sofrem uma série de problemas, como risco elevado de infecções do trato urinário e ossos enfraquecidos”, diz Taís.

Por conta das controvérsias, países como Alemanha, Holanda, Reino Unido, Suécia e outros proíbem ou regulam o uso contínuo de gaiolas de gestação para porcas em suas cadeias de produção.

“No ano passado, a Comissão da União Europeia (UE) se comprometeu a aprovar a proibição da criação industrial de animais em gaiolas até 2027. Essa medida deverá afetar também a produção brasileira, já que os produtos exportados para a UE deverão cumprir as novas normas”, informa Taís.

Saúde pública

A executiva acrescenta que outra prática solicitada é de que seja banido pelas empresas o uso não terapêutico de antibióticos, ou seja, em animais que não estão doentes.

“Na indústria de carne suína é comum que porcos recebam antibióticos, não para tratar uma doença, mas na tentativa de preveni-la. Essa prática contribui para o surgimento de bactérias super-resistentes, que podem acabar contaminando os solos, os rios e os alimentos, e, finalmente as pessoas, gerando um problema grave de saúde pública”, explica Taís.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, atualmente, bactérias super-resistentes matam 700 mil pessoas a cada ano e podem chegar a 10 milhões de pessoas anualmente até 2050. O Brasil está entre os três maiores consumidores de antibióticos na produção pecuária mundial, junto com China e Estados Unidos, segundo o órgão.

Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa
Foto de capa: Embrapa
1310, 2022

Caroço de algodão compactado: novidade na alimentação de bovinos

Importante fonte de proteína, subproduto é obtido após retirada da pluma

Com sede no município paulista de Paranapanema, a Holambra Cooperativa Agroindustrial irá lançar e comercializar, a partir de outubro deste ano, o caroço de algodão compactado para nutrição animal. Como o produto sempre obteve destaque no mercado regional, a Cooperativa enxergou a oportunidade na compactação e desenvolvimento de uma embalagem especial para que, dessa forma, chegue aos produtores que não possuem capacidade de armazenamento do produto à granel.

Segundo Shandrus Hohne, CEO da Holambra Cooperativa Agroindustrial, o caroço compactado – subproduto do algodão, obtido após a retirada da pluma – é considerado um alimento muito palatável para ruminantes, já que é fonte de fibra efetiva (de alta qualidade, presente no línter) e energia, além de ser uma importante proteína. “Este novo formato dará condições especiais para que os produtores possam usufruir de todo seu benefício, podendo, assim, alcançar maior rentabilidade em seus rebanhos”, destaca o executivo.

Além da excelente qualidade, o caroço em bola, do ponto de vista de armazenagem, é seguro, pois é envolto por um material plástico com proteção UV, podendo ser disposto a céu aberto. “É um produto prático, já que o pecuarista não precisa dispor de barracão de armazenamento, nem se preocupar com a umidade, desde que sua embalagem esteja íntegra até o consumo”, explica Samuel Queiroz Ferezin, coordenador comercial de rações da empresa.

Em outubro, a Holambra passará a produzir ração para gado de corte e leite e o lançamento do caroço de algodão terá relação direta com essa ração, uma vez que o alimento é versátil e reúne características tanto dos alimentos concentrados, quanto volumosos. “A ideia é apresentar soluções de balanceamento de dietas nas fazendas, fazendo o uso indicativo das nossas rações e a inclusão do caroço de algodão para maximizar o potencial produtivo”, conclui Ferezin.

Com informações da Assessoria de imprensa da Minerthal
Foto de capa: Minerthal
2909, 2022

O pescado e o perfil do consumidor pré e pós-Covid

Estudo mostra que pandemia impactou diretamente no crescimento do setor

A pandemia do coronavírus provocou um freio no crescimento de compra de pescado, que estava sendo verificado até fevereiro de 2020, quando os resultados econômicos da cadeia aumentavam em relação ao ano anterior.

O estudo “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e no consumo de pescado no Brasil”, realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), abrangeu todas as regiões brasileiras e retratou o reflexo do comportamento do consumidor na cadeia do pescado durante a pandemia.

De acordo com o levantamento, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou. Diante desse cenário, 26,92% deles reduziram o consumo de pescado e 4,27% eliminaram totalmente a ingestão dessa proteína.

Outros impactos

O estudo detectou que, por conta da pandemia, também houve mudanças nos locais de compra e preferência de conservação. “Antes do coronavírus, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% dos entrevistados preferiam adquirir em feiras ou peixarias e 3,13%, em atacadistas”, observa o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa.

Com o coronavírus, houve um incremento na preferência pelos hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e em atacadistas (3,56%).“De modo geral, com o fato de as feiras livres e os mercados informais terem sido praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis foram as grandes redes de hipermercados”, aponta.

“Esse estudo, mesmo que de maneira amostral, revelou essa condição de diminuição no consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local, visto a interferência negativa na geração de renda da população que depende desse setor para sobreviver,” avalia.

Outro dado do estudo destacado pelo pesquisador é que, com o fechamento do comércio, a disponibilidade do pescado foi afetada na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram maior dificuldade de compra pela redução da oferta do produto. “A qualidade também foi afetada para 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade habitual dos produtos”, acrescenta.

Preferência

Segundo o estudo, a pandemia também alterou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: subiu de 22,36% para 27,49% a preferência por peixes e frutos do mar congelados. “O aumento da aquisição de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade dos peixes frescos”, analisa Sousa.

Participaram do estudo sobre os impactos da pandemia 702 pessoas, sendo 62,11% mulheres e 37,89% homens. A maioria (30,06%) tinha entre 30 e 39 anos, seguida pelas faixas etárias de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, com 21,51% cada. Acima dos 50 anos houve 25,64% e, abaixo de 19 anos, 1,28% do total de participantes da pesquisa.

Com relação às regiões de origem dos participantes da pesquisa, 36,32% foram do Sudeste, 24,79% do Nordeste, 16,95% do Norte, 15,1% do Sul e 6,84% do Centro-Oeste brasileiro. O trabalho analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 13 empresas do Brasil.

Com informações da Embrapa Pesca e Aquicultura
Foto de capa: Jefferson Christofoletti
2009, 2022

Mapa quer ampliar comércio exterior de pescado brasileiro

No primeiro semestre deste ano, as exportações da piscicultura brasileira alcançaram cerca de 5 mil toneladas e receita de US$ 14 milhões

Na abertura da quarta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC), em Foz do Iguaçu (PR), o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, afirmou que uma das prioridades é abrir novos mercados para o pescado brasileiro.

“A meta do governo é abrir mercados para que o piscicultor entregue nosso produto com qualidade, sustentabilidade e gerando empregos. Temos responsabilidade em produzir alimentos em quantidade e qualidade para combater esse fantasma que vem nos assombrando, que é a insegurança alimentar”, disse. “Precisamos mostrar lá fora que nosso pescado é sustentável, saudável. Temos em abundância para poder oferecer”, acrescentou.

De janeiro junho deste ano, as exportações da piscicultura brasileira dobraram em valor e cresceram 14%, totalizando US$ 14 milhões e quase 5 mil toneladas, segundo informativo sobre Comércio Exterior da Piscicultura, produzido pela Embrapa.

Segundo o secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jairo Gund, além dos esforços para reabrir o mercado europeu para o pescado brasileiro, o Mapa tem trabalhado junto aos adidos agrícolas para levantar as potencialidades dos produtos no mercado mundial. “Há muito potencial que os empresários brasileiros ainda não tinham identificado. Com essas informações, vamos montar um plano de ação junto com o setor privado para abrir esses mercados específicos que possam ser de grande valor agregado e interesse para o setor”, disse.

Os números

Em 2020, o Brasil produziu aproximadamente 630 mil toneladas de peixes por meio da aquicultura, aumento de 5% em comparação ao ano anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O país é o 13º no ranking mundial de produção aquícola.

De acordo com dados do IFC, a aquicultura brasileira tem grande importância no mercado nacional e global. Com um crescimento anual de 10%, são 1 milhão de famílias de pescadores e 300 mil famílias de aquicultores, atividade que dá origem a 16 mil trabalhos diretos e indiretos nas indústrias de processamento.

Com informações do Ministério da Agricultura
Foto de capa: Ministério da Agricultura (Mapa)
1509, 2022

Touros reprodutores, a semente “melhoradora” do rebanho

Reprodutor deve ser visto como insumo pela pecuária atual. Essa é a visão do zootecnista e especialista no mercado de reprodutores, William Koury Filho. Segundo ele, num país tão forte no agronegócio, é inaceitável que ainda use tanto boi de boiada.

“Isso é o mesmo que um agricultor usar o “milho de paiol” do vizinho, porque viu umas espigas bonitonas que parecem boas. Além do boi de boiada, como caso extremo, também vejo que muito pecuarista compra touro como se fosse tudo igual. É necessário mudarmos o conceito e passarmos a enxergar esse produto como insumo”, avalia o zootecnista

Para Koury Filho, que há mais de 20 anos atua na seleção de reprodutores, do nascimento ao aparte final, o reprodutor não influencia somente na produção de carne, ou no “gancho” como dizem os pecuaristas, mas ele é também capaz de produzir as bezerras com o potencial genético para serem matrizes de reposição de qualidade.

“Quando falamos em animais melhoradores, de pura origem e que passaram por acasalamentos direcionados, produzindo não só números, mas também racial, equilíbrio e harmonia que sustentam um projeto de seleção, é preciso entender que eles não resultaram apenas em bezerros pesados, mas principalmente matrizes que ficarão 8 a 10 anos na propriedade produzindo com eficiência, e é exatamente isso que o pecuarista precisa levar em consideração ao fazer essa escolha”, enfatiza o zootecnista da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Fabio Ferreira.

Segundo Koury, os números falam por si só, pois um touro melhorador pode produzir 15 kg a mais com relação a um touro comum ou boi de boiada. “Se colocado com cerca de 30 vacas por ano, trabalhando numa média de 7 anos, em um rebanho com 75% de fertilidade, ele produzirá 157 bezerros – 157 x 15 kg = 2362 kg – com o kg do bezerro a R$ 12, o touro melhorador deveria valer R$ 28.350 reais a mais do que este boi de boiada”, calcula.

“Precisa fazer a conta, que a diferença entre um boi de boiada e um touro melhorador é vista na própria quantidade de quilos de bezerro produzida. Ainda vale a reflexão que o maior ganho se dá nas fêmeas de reposição, que promoverão mudanças genéticas de forma cumulativa no rebanho, ano após ano”, arremata o especialista.

Com informações da assessoria de imprensa
Foto de capa: Animal Business Brasil
908, 2022

Processo aumenta produtividade e antecipa resultados de prenhez

Diagnóstico precoce garante produção e possibilita a intervenção antecipada na bovinocultura

O diagnóstico e a prevenção como ferramentas para diminuir o impacto de doenças na produção de carne e leite têm ganhado cada vez mais força na bovinocultura. A antecipação de dados e análises para doenças em prenhez têm contribuído para a melhora da sanidade e produtividade na pecuária.

Diante desse cenário, as empresas têm investido em novas tecnologias para garantir a saudabilidade do ciclo produtivo. De acordo com o gerente de serviços técnicos da Biogénesis Bagó, Reuel Luiz Gonçalves, o sistema de produção de proteína animal ainda encontra dificuldades em realizar um correto diagnóstico no campo.

“O objetivo é minimizar o impacto de doenças na produção e apontar uma prenhez de forma antecipada através do diagnóstico. Vamos ampliar a análise sobre o sistema sanitário atual, que envolve manejo e vacinação, por exemplo, para as questões que impactam inclusive a reprodução dos animais”, aponta.

O especialista explica que, em uma análise do indivíduo, com um diagnóstico precoce, é possível aumentar os dados para ‘o todo’ e traçar um ‘raio-x’ mais fiel do que cada plantel precisa. “Um eficiente diagnóstico coletivo diminui o impacto infeccioso nas fazendas e as perdas decorrentes de enfermidades diagnosticadas tardiamente”, diz.

Benefícios

Junto com nutrição, reprodução/genética, gestão, sustentabilidade e bem-estar animal, o diagnóstico da sanidade é reconhecido como um dos pilares da pecuária moderna. Nesse viés, a Biogénesis Bagó, em parceria com a IDEXX laboratórios, trouxe ao Brasil testes rápidos para Diagnóstico de Prenhez em vacas e para o diagnóstico de BVD (Diarreia Viral Bovina).

“O diagnóstico precoce, tanto para doenças como para prenhez, fornece uma chance maior de garantia à produção, uma vez que possibilita a intervenção antecipada, o que na maioria dos casos, se torna mais efetivo”, destaca Gonçalves, acrescentando que uma das grandes soluções para o avanço da produtividade no campo é a inibição de problemas individuais.

Segundo ele, produtos usados para o exame de sangue, visando identificar a prenhez, assim como a análise da cartilagem da orelha, que identifica animais infectados de forma persistente e sem sintomas, propiciam agilidade e precisão nos diagnósticos.

“Ambos são ferramentas aliadas no trabalho feito por médicos veterinários, proporcionando que um número maior de produtores tenha acesso a tecnologias de diagnóstico e produzam cada vez mais e melhor, tanto no corte quanto no leite”, finaliza.

Fonte: Assessoria de Comunicação
Foto: Divulgação/Biogénesis Bagó
1307, 2022

Tecnologia auxilia piscicultores na criação de peixes

Dados são transmitidos da plataforma flutuante até uma estação em terra e ficam disponíveis em um aplicativo desenvolvido para celular

Um sistema desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) reúne, em um único equipamento, o monitoramento de parâmetros meteorológicos e limnológicos (referentes aos rios e lagos), que são informações importantes para a criação de peixes.

O Aqua-On opera em alta frequência e utiliza tecnologia de código aberto, pois faz parte da iniciativa Open Source Inovation (OSI), o que permite que todos os aplicativos desenvolvidos sejam reescritos ou aprimorados de forma colaborativa. O sistema usa transmissão de dados via rádio frequência de longo alcance, resultante da adaptação do Sistema Integrado de Monitoramento Ambiental (Sima), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Trata-se de um ativo inovador para apoiar o monitoramento e a gestão ambiental da piscicultura em tanques-rede, de fácil operação e interpretação dos dados, com informações disponibilizadas em um aplicativo de celular em tempo real e em alta frequência, permitindo ao gestor a rápida tomada de decisão”, explica o professor da UFSCar, Osmar Ogashawara.

De acordo a pesquisadora da Embrapa, Fernanda Sampaio, que liderou a pesquisa, o Aqua-On é um sistema modular e poderá ser adaptado à necessidade do sistema de produção. “O monitoramento em tempo real da temperatura da coluna d´água permite ao produtor identificar variações de temperatura que podem influenciar no manejo dos animais em produção, evitando estresse”, afirma Sampaio.

Foto: Fernanda Sampaio

Benefícios sustentáveis

Os monitoramentos limnológico e meteorológico são ferramentas importantes para garantir a sustentabilidade da atividade, porém, tem sido questionado quanto a sua efetividade para a melhoria do manejo sustentável das pisciculturas em tanques-rede, em função da dificuldade de se criar um perfil que represente as variações dinâmicas desses ambientes.

Para se criar um perfil adequado, é necessário fazer a instalação de equipamentos de alta frequência e transmissão em tempo real, em diversos pontos dos cultivos. Atualmente as tecnologias disponíveis são caras e exigem alto conhecimento e recursos para a sua operação, inviabilizando o uso pelos piscicultores.

“Por isso, o desenvolvimento de um instrumento prático, de fácil utilização, operação e interpretação dos dados gerados, capaz de apoiar na tomada de decisão dos piscicultores e na melhora do manejo, é necessário para apoiar o desenvolvimento sustentável da piscicultura em tanques-rede” observa a pesquisadora.

Foto: Fernanda Sampaio

Como funciona

No sistema a transmissão é feita via comunicação LoRa da plataforma flutuante até uma estação em terra, com acesso à internet via WiFi, e os dados ficam disponíveis em um aplicativo desenvolvido para celular.

Seu funcionamento começa com a coleta e a transmissão dos dados de temperatura em diferentes profundidades e superfícies da água. Também são coletados dados meteorológicos: umidade e temperatura do ar, velocidade e direção do vento, volume de chuva acumulado, pressão atmosférica e irradiação solar.

A cada cinco minutos é realizada uma amostragem que coleta um conjunto completo de dados. A transmissão é feita da plataforma flutuante para o escritório da piscicultura, com distância de aproximadamente 500 metros. Os dados são enviados para um site de armazenamento de dados em nuvem. O sistema permite a transmissão de 100% dos dados via wi-fi para o aplicativo do celular do usuário, que pode ser acessado remotamente.

Em relação ao Sima, o novo equipamento inova no processo de transmissão. A tecnologia do Inpe utiliza satélites, enquanto a transmissão de dados do Aqua-On é feita via rádio e wi-fi. Além disso, há o diferencial de ter um software de fácil manuseio e menor custo de instalação, operação e manutenção, sem produtos similares no mercado.

Ele registra e transmite de forma automatizada os dados em tempo real para o celular do produtor. Isso permite maior monitoramento sobre as condições ambientais da área e subsidia as decisões de manejo conforme as condições reais do cultivo.

“A imprecisão dos dados de temperatura pode resultar em ofertas ineficientes de ração para a criação de peixes, aumentando a carga de nutrientes para o meio ambiente e resultando em perdas econômicas para o empreendimento”, explica a pesquisadora da Embrapa. Ela acrescenta que informações como velocidade e direção do vento, e a estratificação térmica da coluna d´água, podem evitar perdas econômicas e diminuir possíveis impactos ambientais decorrentes do manejo inadequado.

A população mundial tem uma carência muito grande de ingestão de proteína animal. Entre as possíveis soluções para esse problema estão as fazendas aquícolas para a criação de peixes. Para que essa atividade seja rentável, é necessário um grande trabalho para o controle da alimentação dos animais. “É importante para a sustentabilidade ambiental e econômica da atividade o monitoramento constante e adequado de variáveis atmosféricas e limnológicas do corpo de água”, conclui.

Com informações da Embrapa Meio Ambiente
Foto de capa: Embrapa
3006, 2022

Início do combate à Febre Aftosa na América do Sul – O trabalho de um pioneiro

Foto: Luiz Octavio Pires Leal

Homenagem

Morreu aos cem anos, dia 29 de junho de 2022, o médico veterinário José Freire de Faria.

Reproduzimos matéria de autoria de Luiz Octavio Pires Leal, publicada nesta revista no tempo em que ela era impressa.

O pioneiro é o veterinário José Freire de Faria (94), membro titular da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, e por duas vezes presidente do Continente Americano da OIE- Organização Mundial de Saúde Animal, fundada em 1924, em Paris, para combater as enfermidades dos animais.

A partir de 1950 os países da América do Sul começaram a desenvolver, isoladamente, mas com a colaboração do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), os primeiros trabalhos de controle da Febre Aftosa. “Encontramos a necessidade de maior participação dos países vizinhos, e as negociações com tais países resultaram na formação da COTESA – Comissão Técnica de Saúde Animal” – conta Faria. Ele continua: “Existiam técnicos de elevado conhecimento, tais como os doutores Ivo Torturela, Ubiratan Mendes Serrão, Raimundo Cunha e outros luminares, além do apoio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa”.

A campanha

O embrião da estrutura do combate à Febre Aftosa no Brasil foi o programa criado pelo veterinário Ivo Torturela, sob encomenda do colega Freire de Faria e que teve a colaboração, entre outros, dos doutores Miguel Cione Pardi e Sinval Coube Bogado. A campanha foi institucionalizada pelo Decreto 52.344 de nove de agosto de 1963.

Duas doses de vacina

Faria enfrentou uma grande batalha dos laboratórios – por razões óbvias – quando defendeu a tese de que em vez das três doses de vacinas anuais contra a Febre Aftosa bastavam duas, de vacinas oleosas, o que prevalece até hoje. Isso foi extremamente importante para o controle dessa doença no Brasil e o sucesso das nossas exportações e sua significativa contribuição para o PIB. No início do programa para controle da Febre Aftosa, que todos sabemos ser uma virose altamente contagiosa, o Brasil doou vacinas para o Paraguai, a Bolívia e o Peru. Deve-se em grande parte ao trabalho do colega Freire de Faria, ao tempo em que ocupou cargos de direção no Ministério da Agricultura, o fato do Brasil estar hoje na posição privilegiada de um dos maiores fabricantes de produtos veterinários do mundo.

Foto: Michal Jarmoluk / Pixabay

Uruguai

Naquela época, o Uruguai era um país avançado em termos de tecnologia para o combate à Febre Aftosa, mas carecia de recursos materiais. A solução encontrada pelo colega Faria foi oferecer ao Ministro da Agricultura daquele país vizinho trocar 100 reprodutores leiteiros da raça Holandesa PB por veículos, indispensáveis para os trabalhos de campo. E assim foi feito: o Brasil mandou para lá 29 caminhonetes Aero-Willis e uma Kombi.

Modéstia

Modestamente, esse grande pioneiro no combate à Febre Aftosa, que foi o médico veterinário José Freire de Faria, tanto no Brasil como em todo o Continente Americano – do Canadá, à Argentina – faz questão de afirmar que apenas foi o seguidor dos trabalhos do colega Altamir Gonçalves de Oliveira.

Currículo

Formado pela Escola Nacional de Veterinária da atual UFRRJ, onde antes de concluir o curso e depois professor-adjunto do famoso anatomo-patologista Paulo Dacorso Filho, trabalhou no serviço de limpeza como faxineiro. Esse maranhense de Buriti, onde nasceu em 21 de abril de 1922 e que continua ativo na profissão, sempre pautou sua vida pela vontade de “ir além” e foi mesmo muito além, frequentando diversos cursos, exercendo cargos de direção que lhe permitiram fortalecer a veterinária brasileira e trabalhando em muitos países, como: Argentina, Espanha, Equador, México, Paraguai, Estados Unidos, Portugal, Santo Domingo e São José da Costa Rica.

2806, 2022

Ferramenta otimiza produção de tilápias

Foto: Albertino Zamparetti – Embrapa

Os produtores da espécie de peixe de água doce mais cultivada no Brasil, a tilápia, com produção de 534 mil toneladas em 2021, ganham um reforço para acabar com entraves enfrentados nas fases de alevinagem e engorda dos animais, quando as taxas de mortalidade dos alevinos, por exemplo, pode alcançar 25% da produção.

A novidade para vencer as dificuldades na hora de acasalar matrizes e reprodutores sem consanguinidade, aumentando o potencial qualitativo e quantitativo dos plantéis é a ferramenta genética TilaPlus, desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) dentro da plataforma AquaPlus.

Destinada a atender os serviços de análise da espécie tilápia, esse ativo chega ao mercado com a aprovação de empresários e criadores responsáveis pela produção de 841 mil toneladas de peixes de cultivo – entre eles a tilápia, conforme levantamento realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

O TilaPlus, na prática, é um teste genômico útil para a análises de paternidade, parentesco, identificação individual e variabilidade genética para a tilápia (Oreochromis niticus), que pode ser aplicado no gerenciamento genealógico de plantéis de reprodutores. A exemplo de outras espécies aquícolas, a tilápia é muito prolífica e as formas jovens (larvas e alevinos) apresentam desafios para marcação e identificação individual devido o tamanho reduzido.

Segundo o pesquisador Alexandre Caetano, responsável pelo desenvolvimento do teste bem como dos demais serviços disponíveis na AquaPlus, esse tipo de problema é potencializado pela falta de boas ferramentas e processos para a gestão de pedigree dos reprodutores, o que leva a ocorrência de acasalamentos consanguíneos – seja para a produção de alevinos destinados à produção, ou aqueles à reposição de reprodutores. “Acasalamentos consanguíneos geram perdas produtivas nas fases de alevinagem, com a morte adicional de aproximadamente 25% dos alevinos, gerando também perdas de produção e produtividade, na engorda, que podem ser superiores a 10%, o que reflete na lucratividade dos produtores”, explica o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

A partir do momento em que o produtor de tilápia passa a utilizar os serviços disponíveis no TilaPlus, terá respostas sobre o grau de parentesco entre as matrizes do seu plantel. Isso significa ter informações para planejar os cruzamentos das matrizes e, assim, aumentar o potencial genético do plantel, obtendo ganhos de produtividade. “Além disso, o TilaPlus também pode ser usado na análise de amostras de mais de um produtor, facilitando a troca/venda de matrizes com base na relação e estrutura genética dos plantéis”, observa o pesquisador.

Do recebimento da amostra até a entrega do resultado da análise, que leva em torno de sete dias, o produtor desembolsa R$90,00/reprodutor (amostra). Esse investimento, dependendo do volume de material enviado para os testes do TilaPlus, pode cair para até R$84,00/amostra, dependendo do volume de amostras testadas. Esse valor se deve ao material e equipamentos utilizados. “O uso da ferramenta em si tem um custo, pois os reagentes são importados e os equipamentos são caríssimos, sendo que no atual modelo de negócios da Embrapa com os setores produtivos, é necessário repassar parte dos custos ao produtor”, explica Alexandre Caetano.

Os valores da Unidade, no entanto, estão bem abaixo do praticado no mercado – que chega a ser 10 vezes maior e não oferta a interpretação de dados, entregando aos produtores somente as informações brutas referentes à genotipagem. Por outro lado, os serviços da Plataforma AquaPlus com o TilaPlus incluem todo o processo de extração do DNA, geração e análise de dados, bem como a apresentação do resultado de maneira simples para que o produtor possa se valer das análises genéticas no gerenciamento do plantel.

Com informações da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
2806, 2022

Segmento leite se destaca na geração de empregos

Foto: Divulgação Marajoara

Dentre as muitas riquezas que vêm do agro, o leite está entre as que mais geram empregos

Quando alguém diz que a “nossa riqueza está no campo”, isso não é de forma alguma uma força de expressão, mas a pura realidade. Para se ter uma ideia, em 2021 o agro brasileiro, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), somou uma receita recorde de US$ 120,6 bilhões, crescimento de 19,7% em relação ao ano anterior. Também em 2021, o setor abriu mais de 150 mil novas vagas de emprego, de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2020, as atividades no campo já empregavam, direta e indiretamente, cerca de 9 milhões de trabalhadores.

Entre os diversos segmentos que integram a nossa agropecuária, a produção leiteira está sem dúvida entre as mais relevantes para nossa economia. Assim como a carne e a soja, commodities as quais também somos grandes produtores mundiais, o leite é um alimento de grande impacto mundial: estima-se que 600 milhões de pessoas vivam da produção de produtos lácteos.

Com mais de 34 bilhões de litros por ano, a produção leiteira do Brasil alcança hoje 98% dos seus municípios, e dentro deste percentual, a predominância é de pequenas e médias propriedades. A extensa cadeia produtiva do leite emprega atualmente, tanto no campo quanto na cidade, cerca de 4 milhões de pessoas. “O leite tem em nossa economia um impacto muito grande, porque ele gera empregos e renda, não só lá na ponta do produtor, mas ao longo de toda a sua cadeia, seja na indústria, com o processamento do produto e fabricação de derivados; no transporte, com a distribuição para todo país de um item essencial na mesa dos brasileiros; ou no ramo de serviços de alimentação, em restaurantes, padarias e confeitarias. Enfim, o caminho do leite é longo, felizmente”, destaca André Luiz Rodrigues Junqueira, presidente do Grupo Marajoara, indústria de laticínios que fica em Hidrolândia, interior de Goiás.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o país conta atualmente com mais de 1 milhão de propriedades produtoras de leite. Produtores como Deusimar Vieira, que herdou do pai e do avô o gosto pela pecuária leiteira. Ele é dono de uma propriedade rural de dez alqueires na cidade Pontalina, também no interior de Goiás, onde cuida de cerca de 80 cabeças de gado e produz mais de 1.200 litros por dia. No ramo leiteiro há mais de 20 anos, o produtor rural conta que já viveu muitas fases difíceis e boas no mercado, mas atualmente ele diz que o setor passa por um daqueles momentos complicados.

Apesar de ser o leite um alimento que integra uma extensa cadeia produtiva, Deusimar revela que muitos têm deixado o ramo devido à baixa lucratividade e altos custos de insumos, como ração, energia e fertilizantes. Mas apesar dessas dificuldades, Deusimar, resiliente como a grande maioria das pessoas do campo, entende que o leite é um produto que nunca sairá do mercado, e que se o momento está ruim, pode também rapidamente melhorar. “No mercado leiteiro é assim, cheio de altos e baixos. É importante persistir e se atualizar para melhorar”, diz o produtor.

Com informações da Assessoria de Comunicação 
2106, 2022

Qual o tamanho do mercado de medicina veterinária?

Canal no Youtube mostra caminhos aos aspirantes a profissão

“Vou ser veterinário porque gosto de bichos, amo meus gatos (cachorros)”. A frase é muito comum entre os candidatos ao curso de medicina veterinária. Comum também é ver os estudantes perdidos depois de passar pelo ciclo básico e verificarem que cuidar de bichinhos de estimação talvez não seja o que eles querem fazer para o resto da vida.

Mas, como se informar sobre as mais de 80 atividades que podem ser exercidas dentro da Medicina Veterinária? Quais as opções e trajetórias possíveis? Onde se informar? A resposta é na Internet! Foi o caminho que a professora e médica veterinária Thais Gomes Rocha procurou para ajudar os alunos. Há pouco mais de um ano ela criou o canal do Youtube “Papo de Veterinária”.

Toda semana ela entrevista profissionais das mais diferentes áreas sobre os desafios da profissão, as oportunidades de mercado e o que eles diriam aos que estão chegando agora. “É muito bacana poder conhecer o que colegas estão fazendo aqui no País e fora dele, e como chegaram onde estão. Nada melhor do que ouvir quem está naquele caminho para escolher, se espelhar, explorar. É algo que não tive na época em que escolhi o curso, mas que posso oferecer como ajuda para aqueles estudantes e aspirantes ao curso de medicina veterinária”, explica a professora de Clínica de Grandes Animais.

Desde que começou, a professora já entrevistou 65 profissionais das áreas de Saúde Pública, Clínica, Cirúrgica e Reprodução de animais de grande porte, de pequeno porte e selvagens, da área de inspeção e tecnologia de produtos de origem animal, além de várias especialidades, como cuidados paliativos, oncologia, oftalmologia, por exemplo, e diz que a lista só aumenta. “Na medida em que o canal vai crescendo, temos mais participações e sugestões”, explica Thaís, que mantem um canal no Instagram (@canalpapodeveterinaria) onde posta a rotina e compartilha um pouco do que vai descobrindo nas entrevistas.

Há seis meses ela lançou também o podcast Papo de Veterinária, onde publica uma versão editada das entrevistas realizadas no canal. “Os alunos começaram a perguntar quando eu teria um podcast, então resolvi transformar o conteúdo e torná-lo acessível também nas plataformas de áudio. Tem sido uma experiência e tanto”, comemora.

Para acessar o canal papo de veterinaria no youtube: https://www.youtube.com/papodeveterinaria e o podcast: https://open.spotify.com/show/1eE11YlozgvkeTe1RkurOz?si=574ffbca21a04931

Fonte: Canal Papo de Veterinária
706, 2022

Bovinos nutridos com subprodutos da indústria produzem menos metano

Foto: Felipe Rosa

Dieta também contribui para eliminar o passivo ambiental gerado pelas empresas

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem desenvolvido novas pesquisas para avaliar a utilização de subprodutos de diversas agroindústrias na nutrição de bovinos. Dados apontam que uma dieta balanceada, formulada a partir de substâncias naturais como suplementos alimentares, está diretamente relacionada à redução da produção de metano no trato digestivo dos animais e, consequentemente, à mitigação de emissões no meio ambiente.

Rejeitos da produção de azeite de oliva, vinho e suco de uva, óleo de mamona, além de extrato de tanino, estão sendo testados e avaliados como possíveis componentes para a suplementação de ruminantes, com o objetivo de reduzir a produção de metano e melhorar a nutrição. “Além disso, ao utilizar esses subprodutos contribuímos também para eliminar o passivo ambiental que essas indústrias produzem”, destaca a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Cristina Genro.

A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo de digestão dos animais. Depois de ingeridos, os alimentos vão para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde bactérias ajudam na digestão, por meio da fermentação, mas acabam produzindo também o gás. Esse alimento fermentado retorna para a boca do bovino para ser novamente mastigado. Nesse momento, o metano é emitido para a atmosfera pela eructação (arroto) dos animais.

Menor impacto

A produção de metano está diretamente associada à eficiência do processo de alimentação dos ruminantes. “Quanto mais metano produzir, mais ineficiente será esse processo. Assim, a produção menor do gás significa que o animal está aproveitando e processando melhor a comida”, explica a também pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Renata Suñé.

Nesse sentido, segundo ela, a boa nutrição dos bovinos é um fator essencial para reduzir a emissão do metano entérico. “Já sabemos que a produção de metano está associada à alimentação, portanto, se melhorarmos essa dieta, é possível reduzir a fermentação dentro do sistema digestivo e, consequentemente, a produção do gás”, afirma. Ela acrescenta que a utilização de espécies forrageiras com melhor digestibilidade e a oferta adequada de alimentos são o primeiro passo para reduzir a produção de metano.

De acordo com Liv Soares Severino, pesquisador da Embrapa Algodão (PB), propiciar um bom manejo para que os animais sejam abatidos mais cedo é uma estratégia para a redução na emissão do gás. “Se um boi levar menos tempo para ser abatido, a quantidade de metano produzida terá sido menor em relação à quantidade de carne produzida. Uma forma de fazer os bovinos atingirem mais rápido o peso ideal para abate é melhorar a nutrição do rebanho”, avalia Severino.

Estratégias

Outra estratégia destacada pelos pesquisadores é a utilização de suplementação alimentar para os animais, especialmente na fase de terminação. “Se acrescentar concentrados na dieta, alimentos com fermentação mais rápida, vai ter menos metano no processo”, destaca Suñé.

De acordo com a pesquisadora, identificar alimentos que inibem a atuação das bactérias metanogênicas e com propriedades nutricionais é um caminho que pode contribuir para a redução maior ainda na produção de metano. “Já existem diversos estudos que apontam que a suplementação com substâncias ricas em gorduras e em taninos, por exemplo, tem a capacidade de reduzir a população das bactérias que produzem o gás no rúmen”, arremata.

Com informações da Embrapa Pecuária Sul
2105, 2022

Tecnologia auxilia na abertura de novos mercados para a pecuária

Rastreabilidade de produtos pode contribuir para ampliar negócios com outros países

Os frigoríficos e produtores rurais têm buscado apoio em iniciativas inovadoras, a fim de atender às novas exigências dos mercados investidor, consumidor e varejista, ampliando a competitividade da pecuária nacional. Uma dessas ferramentas é o Visipec, desenvolvido pela National Wildlife Federation (NWF).

O aplicativo de rastreabilidade funciona de forma complementar aos sistemas de monitoramento utilizados pelos frigoríficos, contribuindo para o melhor entendimento de sua cadeia de fornecimento e por trazer maior visibilidade sobre as propriedades que fazem parte da cadeia de suprimento e suas condições socioambientais.

“A ferramenta liga fazendas que trabalham na recria/engorda com aquelas que se dedicam à cria, ampliando, desse modo, os níveis de rastreabilidade na cadeia de suprimentos”, explica o zootecnista Rodrigo Dias Lopes, especialista em Agronegócio e Pecuária Sustentável da NWF no Brasil.

Cerca de 90% das fazendas que usam o aplicativo cumprem as Boas Práticas do Grupo de Trabalho de Fornecedores Indiretos (GTFI), principal fórum de discussão sobre o monitoramento de fornecedores indiretos da cadeia de suprimento da carne bovina no Brasil. “O objetivo é manter as fazendas aptas à atender às novas demandas do mercado”, pontua Lopes.

Desse modo, segundo o especialista, quando a ferramenta identifica uma irregularidade, o frigorífico, com o apoio técnico da NWF, busca o produtor rural para coletar mais informações e refinar a análise da situação. Se for confirmada a irregularidade, ele é orientado no sentido de solucionar o problema.

Esse procedimento contribui para que os produtores e frigoríficos garantam ao mercado consumidor e investidor o cumprimento de normas de produção sustentável, e ofereçam seus produtos em diferentes mercados. “As informações compartilhadas dizem respeito apenas às propriedades e, por ser realizado de forma segura, permite que todos os envolvidos se sintam confortáveis”, garante Lopes.

O especialista destaca que existem desafios para ampliar a rastreabilidade na pecuária brasileira, com um grande rebanho formado por mais de 200 milhões de cabeças, a extensão territorial do país, e a complexidade do sistema produtivo. “Além disso, o Brasil não conta com um sistema público de rastreabilidade individual dos animais adotado em larga escala, e atualmente os produtores não têm nenhum incentivo que estimule a aplicação desse tipo de sistema”, acrescenta.

“A pecuária nacional segue acompanhando as demandas do mercado internacional e, muitas vezes, consegue se antecipar, traçando novos caminhos. Certamente, a rastreabilidade será uma grande aliada para contar melhor a história da produção pecuária brasileira”, finaliza Lopes.

Com informações da Assessoria de Imprensa
3004, 2022

Aquariofilia: saiba como cuidar melhor do aquário

Tratamento da água e limpeza correta contribuem para melhorar o ambiente e garantir a saúde dos peixes

Para muitas pessoas, os aquários são apenas objetos decorativos que enfeitam salas e outros ambientes, tanto em residências quanto em empresas e lugares turísticos. Já outras têm grande apreço pela atividade pois, nesses recipientes, vivem algumas das espécies responsáveis por grande parte da biodiversidade do planeta.

Entender sobre esse assunto e como fazer o tratamento da água, saber quais as dimensões corretas, o processo de limpeza, entre outros cuidados, ajuda àqueles que gostam dessa prática a cuidar melhor desse “universo subaquático”, e promover um ambiente mais saudável e sustentável para os seres que nele habitam.

Com o objetivo de esclarecer sobre a aquariofilia, a Animal Business Brasil entrevistou o zootecnista e pesquisador do Instituto de Pesca de São Paulo, Vander Bruno dos Santos, que dá algumas dicas para quem gosta de criar peixes em aquários e também para aqueles que pretendem iniciar na atividade.

Crédito da foto: Instituto de Pesca/APTA/SAA-SP.

Animal Business Brasil: O que é mais simples, aquário de água doce ou salgada?

Vander Bruno: Há diversos tipos de aquários de água doce e marinhos, com diferentes graus de complexidades. O aquário de água doce, de uma maneira geral, pode ser considerado mais simples do que o aquário marinho, embora hoje existam aquários de água doce tão complexos ou até mais complexos que os marinhos, como no caso de alguns aquários plantados.

Animal Business Brasil: Qual o tamanho ideal de um aquário que, realmente, funcione como atração num apartamento?

Vander Bruno: Hoje a tecnologia permite aquários dos mais diversos tamanhos, desde aqueles mais simples, de 10 litros a 20 litros, para beta ou killifish, até os pequenos aquários marinhos ou plantados, de 60 litros a 80 litros, com mais tecnologia envolvida.

Crédito da foto: Instituto de Pesca/APTA/SAA-SP.

Animal Business Brasil: Quais os peixes mais fáceis de manter no aquário?

Vander Bruno: Em aquários de água doce podemos dizer que os peixes mais rústicos seriam mais fáceis de se manter, como no caso de carpas, kinguios e ciclídeos. Já em aquários marinhos, os peixes-palhaços são considerados os mais fáceis ou menos exigentes para se manter.

Animal Business Brasil: Quanto custa montar um aquário de cerca de um metro de comprimento por uns 60 centímetros de largura?

Vander Bruno: Existem diversos tipos de aquários (plantado, jumbo, marinho, fish only, etc.), tudo vai depender do gosto do cliente. O custo vai depender do tipo e da tecnologia que você pretende adotar, como o sistema de filtragem, a iluminação, a presença ou não do móvel em que o aquário ficará sobreposto. Nessas dimensões, considerando aquários mais simples, o custo pode girar em torno de R$ 1.500,00.

Crédito da foto: Instituto de Pesca/APTA/SAA-SP.

Animal Business Brasil: E quanto custa o serviço de manutenção do aquário por um especialista?

Vander Bruno: Os aquários geralmente são associados a grande dedicação de tempo e trabalho para sua manutenção. Diferente do que se fazia antigamente, hoje não é preciso mais retirar os peixes, rochas e pedras para se fazer a limpeza. Ao contrário, procura-se mexer o mínimo possível. Costumo dizer que é o pet que dá menos trabalho. O custo dependerá do tipo, das dimensões e da tecnologia adotadas no aquário. Hoje, existem tecnologias que reduzem os serviços de manutenção para poucas horas semanais de dedicação. Não saberia precificar, mas, talvez, o pessoal da ABLA – Associação Brasileira de Lojas de Aquariofilia (https://www.ablaquariofilia.org.br) possa ter os valores para esse serviço.

Animal Business Brasil: Fique à vontade para acrescentar o que achar necessário.

Vander Bruno: Para quem está querendo iniciar o hobby, o ideal é ler muito a respeito, pegando informações sempre de fontes confiáveis.

103, 2022

Entidade projeta ano desafiador para a pecuária brasileira

A Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (ABCAR) está idealizando um novo protocolo para a pecuária brasileira, a ser lançado no primeiro semestre deste ano. Trata-se da estruturação do IDBOV, um sistema de informações que antes era elaborado pela Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA).

O objetivo é reunir um conjunto de dados e números mais simples do que o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV), que, atualmente, garante a comercialização de carne bovina para mercados que exigem identificação individual dos animais.

“O protocolo, hoje com a CNA, será um dos focos da ABCAR e é uma aposta em suprir outros mercados que precisem de rastreabilidade, fora do âmbito do protocolo Europa”, esclarece Aécio Flores, vice-presidente da entidade. “O IDBOV é mais simples de ser executado pelo produtor, exigirá apenas uma vistoria anual, utiliza a numeração oficial que rege os nossos sistemas e dará as garantias de rastreabilidade que precisamos.”

O executivo destaca a importância de implementar outras ferramentas de controle, com base em dados públicos que fornecem transparência ao processo de avaliação, agregando valor ao produto, além de mostrar que a propriedade do criador não atua com desmatamento, não utiliza trabalho escravo, não produz carne bovina em área indígena e nem ilegal. “Isso significa que o ano de 2022 será desafiador, pois teremos muito trabalho pela frente, mas não é difícil entregar isso ao produtor”, prevê.

Flores ressalta o ânimo do setor pela volta da China às importações da carne bovina brasileira, depois de três meses de embargo, devido aos casos de ‘Mal da Vaca Louca’ atípica, em Minas Gerais e Mato Grosso.  Ele lembra que existe um acordo sanitário entre os dois países, que tem como base a exigência de animais com, no máximo, 30 meses. “Como o Brasil vai garantir a idade do bovino sem a identificação individual?”. questiona.

O mercado, segundo Flores, especula que os chineses podem baixar a idade mínima de bovinos abatidos comercializados para 24 meses, que é o prazo máximo da Guia de Trânsito Animal (GTA) nacional. Depois disso, a GTA só trata de bovinos com idade de 24 meses a 36 meses. “Temos que aguardar se haverá novas exigências para a retomada das importações. Eles podem não voltar com os mesmos volumes expressivos de antes, quando respondia pela metade dos embarques a cada mês, já que estão recuperando a produção de carne suína. aos poucos e ficando menos dependentes da proteína internacional”, acrescenta.

Ele alerta, ainda, sobre a necessidade urgente de a cadeia produtiva investir em identificar, rastrear e certificar o rebanho que dá origem ao alimento exportado. “O Brasil se esforçou bastante em conquistar novos mercados, nesses três meses sem os chineses, porém, sem muito sucesso. Os parceiros mais interessantes, Japão e Coreia do Sul, por exemplo, são bem fechados para a nossa proteína. A Rússia chegou a embargar nossa carne, os árabes compraram menos e a arroba teve queda expressiva no mercado interno”, observa. “Precisaríamos ter mais controle sanitário para conquistá-los”, alerta.

Nesse viés, o executivo aponta a importância da União Europeia, que aumentou as compras justamente por conta do Sisbov, com regras claras e definidas. “Os europeus são o nosso principal importador, justamente por causa de parâmetros estabelecidos, além de ser o terceiro maior mercado em receita, com um valor agregado expressivo”, destaca e acrescenta que, quando tinha a China na plenitude, as empresas de certificação eram muito questionadas sobre a rastreabilidade.

“Foi um momento difícil para as empresas, mas o embargo virou o jogo, já que a União Europeia, ao lado dos Estados Unidos, passou a comandar. Ganhamos importância na cabeça de alguns produtores, pelo menos daqueles que têm a gestão mais profissional, mas a lição que temos de aprender com o episódio chinês é que os europeus permaneceram navegando, mesmo no mar revolto”, analisa. “Portanto, devemos que proceder igualmente com os outros parceiros, pois é mais seguro e lucrativo para todos nós.”

A expectativa da ABCAR, para 2022, é uma procura maior por certificação, mas com exigências adicionais. “Grandes redes de varejo já estão atrelando a compra de nossa carne bovina a questões como desmatamento. Isso significa que também temos de ampliar nossa atuação para temas como o cuidado com a fazenda, as áreas protegidas, a situação social dos trabalhadores, a transparência dos dados”, avalia. “Estes assuntos estão na pauta da Câmara Setorial da Carne, mas isso ainda não encontrou eco entre os pecuaristas, como deveria. Essa situação precisa mudar”, observa Flores.

O executivo insiste na tecla de que a cadeia produtiva poderia oferecer mais segurança em relação ao produto que vende, principalmente, os criadores. “Rastreabilidade não é custo, é investimento com retorno garantido, um processo de maturidade do negócio, afinal, o pecuarista vai ser remunerado por isso”, argumenta. “É preciso entender que quando a indústria compra um animal rastreado e certificado há mais segurança para o negócio dele, para a propriedade dele. Esse é o grande aprendizado.”

Ele lembra que, no Sisbov, o setor contabilizou uma queda de 21% nas propriedades certificadas em 2021. “O que era pequeno, em nossa visão, ficou ainda menor. Assim o que estamos querendo passar à cadeia toda é que precisamos adotar ações para melhorar os processos, os resultados de negócio, com a ajuda do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para dar segurança aos produtores”, enfatiza. “Trata-se de um processo de capacitação, com o produtor no campo, atuando com entendimento pleno das regras, usando bem o protocolo, diminuindo os problemas que ocorrem durante o processo todo”, explica.

Já no segmento dos produtos orgânicos, segundo o executivo, o ano passado foi bastante positivo. “É uma área em que predominam os protocolos privados e o Mapa só monitora os processos, ou seja, o governo regula, mas não atua. Quando um comprador externo pede por auditoria, os protocolos de negócio ocorrem diretamente entre duas partes, por isso, é um setor que vem crescendo muito”, pondera Aécio Flores.

No geral, de acordo com o vice-presidente da entidade, os bons ventos de 2022 virão dos recados dados pela Conferência Mundial do Clima, a COP26, realizada no fim do ano, com destaque para a diminuição na emissão de metano, sustentabilidade da produção, recuperação de pastagens, controle do desmatamento para captura de carbono e rastreabilidade. “São os temas de casa que o Brasil trouxe de lá. E precisamos de rastreabilidade para dar mais segurança ao mercado externo. Temos que ficar de olho nas ações do Mapa, nesse sentido, e na atuação de todos os elos da cadeia produtiva”, arremata o executivo da ABCAR.

Com Informações da Assessoria de Imprensa
2202, 2022

Estudo visa otimizar processo de rastreamento de bovinos

Desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater (IDR-Paraná) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), projeto de pesquisa estuda um método para fazer a identificação de bovinos a partir da captura de imagens e leitura biométrica do espelho nasal (focinho) dos animais.

Segundo o médico veterinário e pesquisador do IDR-Paraná, João Ari Gualberto Hill, os sistemas de identificação em uso, como brincos e marcação a ferro quente, são ineficientes e até prejudiciais aos animais.

“Um sistema confiável de identificação é importante também para dar mais eficiência à rotina das propriedades, como monitoramento de alimentação, ordenha, vacinação e aplicação de medicamentos, atender à crescente demanda de rastreamento em toda a cadeia produtiva e, ainda, auxiliar o trabalho das agências governamentais de defesa sanitária”, acrescenta Hill, que também coordena os estudos.

Método

O pesquisador informa que a metodologia envolve a construção de um banco de imagens, que são processadas por redes neuronais e algoritmos para buscar determinados padrões biométricos dos animais.

“Rede neuronal é um conjunto de processos computacionais que são conectados de modo a imitar o funcionamento do cérebro humano, e que são programados para reconhecer padrões e se retroalimentar de acordo com os erros e acertos cometidos. É uma das bases da inteligência artificial”, explica Hill.

No projeto de identificação de espelho nasal de bovinos, os pesquisadores partiram de uma rede neuronal originalmente desenvolvida para reconhecimento de imagens biomédicas.

Processo

De acordo com Hill, o projeto já conta com mais de 500 imagens, obtidas de animais do próprio IDR-Paraná nas unidades de pesquisa de Pato Branco, Ponta Grossa e Curitiba. “Também temos imagens cedidas por um grupo de pesquisa de São Paulo”. Ele conta que o projeto já chegou ao protótipo de um aplicativo para o sistema operacional Android, em fase de testes e ajustes.

Nas próximas fases, o projeto focará na ampliação da base de dados para melhorar o desempenho das redes. “Poderemos então validar a efetividade e robusteza dos algoritmos desenvolvidos”, destaca o professor David Menotti, da UFPR.

A estimativa é que no final de 2022 o aplicativo entre em fase de testes para uso comercial.

Com informações do IDR-Paraná
1502, 2022

Queijo fluminense está no topo da lista nacional

O queijo frescal produzido pela Fazenda Vale das Palmeiras, de propriedade do ator Marcos Palmeira, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, recebeu o prêmio ouro ao ser reconhecido como um dos melhores produtos do segmento no Brasil pelo ‘Guia de Queijo’.

Referência em produção orgânica no município, a área da fazenda, localizada em Sebastiana, no 3º Distrito supera 200 hectares. O leite 100% orgânico é utilizado na produção de queijos dos tipos minas frescal e queijo cottage, além de ricota, coalhada e iogurte.

“Parabéns ao ator e amigo Marcos Palmeira pelo prêmio ouro concedido pelo Guia do Queijo. O reconhecimento é merecido e divulga o nome de Terê, que também tem outros queijos reconhecidos no País, como os das queijarias Genève e Le Canton”, elogia o Prefeito Vinicius Claussen.

Concorrendo com mais de 120 queijos de 60 produtores de 18 Estados brasileiros, o produto da Fazenda Vale das Palmeiras se destacou nos quesitos sabor, textura e processo de fabricação. Na propriedade, os derivados do leite são produzidos de forma econômica e ambientalmente sustentável, isentos de resíduos químicos e biológicos e sem o uso de insumos sintéticos.

Para Maurício Carvalho Santiago, médico veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura, o que atua no serviço de inspeção municipal, o diferencial da propriedade é a produção. “Já trabalhei na Fazenda Vale das Palmeiras, como responsável técnico, e o queijo produzido lá sempre foi muito diferenciado, com alta qualidade, sem aditivos e com preço justo, afinado com os princípios de sustentabilidade seguidos por Marcos Palmeira”, atesta.

Com informações da Prefeitura de Teresópolis
802, 2022

Automatizar processos na criação de tilápias é objetivo de startup

Nascida em Teresina (PI) e com sede em Cascavel, no oeste do Paraná, a Aquabit tem desenvolvido soluções no segmento da aquicultura com o objetivo de otimizar o manejo e aumentar a produtividade de tilápias. A iniciativa da Startup, que conta com protótipos de autoria da Unidade Embrapii CEEI/UFCG e a parceria do Sebrae/PR, tem procurado oportunidades e investimentos para tirar a ideia do papel.

“Os produtores buscam automação e fiquei muito tempo reunindo informações para oferecer uma solução que, realmente, suprisse uma necessidade do mercado. Em março de 2021, procurei o Sebrae. Durante uma palestra no Biopark, tive acesso aos editais de financiamento da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). Não tínhamos muito para investir, mas sabíamos que a ideia poderia dar certo”, relata o CEO da Aquabit, Ailton Rodrigues.

Segundo ele, foram apresentadas três possíveis soluções: um para automação nas pesagens na despesca para frigoríficos; alimentadores que estejam conectados com outras plataformas para despejar a quantidade indicada de alimentos, e alimentadores por temporizador, onde o produtor poderá definir em quais períodos o alimento deverá ser despejado nos tanques, baseado nas informações preliminares.

“Após mais de cinco meses de análises entre todos os envolvidos e, ao final, conseguimos o encaminhamento com a unidade Embrapii da Universidade Federal de Campina Grande por meio do edital de aglomeração tecnológica. Hoje, os protótipos estão sendo desenvolvidos e, em breve, poderemos passar para a fase de testes e liberação para venda”, comenta o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso.

O projeto demandou investimentos que superaram R$ 180 mil.  Pelo acordo de parceria, o Laboratório de Instrumentação Eletrônica e Controle da UFCG (Laboratório credenciado da Unidade Embrapii CEEI/UFCG) é responsável pela execução técnica do projeto; a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba – PAQTCPB é o interveniente financeiro, e a Embrapii e o Sebrae/PR viabilizam aportes financeiros não reembolsáveis ao projeto.

O professor associado e pesquisador da UFCG, George Acioli Junior, explica que o projeto tem bastante potencial e, por isso, foi acolhido pela unidade. “O mercado de aquicultura está em expansão e com diversas startups atuando juntamente com grandes empresas. Visualizamos uma grande oportunidade de utilizar a nossa experiência em desenvolvimento de projetos inovadores que contribuíram para o crescimento desse setor”.

Com a parceria, os direitos sobre as soluções desenvolvidas são divididos entre a startup idealizadora e a unidade desenvolvedora da Embrapii. Neste caso, a UFCB terá direito de até 50% na propriedade intelectual dos projetos, sem participação nos lucros e na comercialização.

Com informações da Assessoria de Imprensa
102, 2022

O engenheiro de pesca e sua importância para a a piscicultura

Administrar os recursos pesqueiros e aquícolas, bem como a produção de alimentos de origem aquática, dos mares, lagos e rios, e o cuidado no beneficiamento até o produto final ao consumidor. Essa é a missão do engenheiro de pesca, profissão criada em 1983 na cidade de Recife (PE), e um dos principais pilares do setor de produção de pescados no Brasil.

“Trabalhar com engenharia de pesca é ter a oportunidade de escolher lidar desde a construção de embarcações e aparelhos de pesca, até arranjos de uma embarcação, construção de parques aquícolas, preservação e sustentabilidade dos ambientes aquáticos”, explica a pesquisadora do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, dra. Paula Maria Gênova de Castro Campanha.

“As atribuições do engenheiro de pesca também incluem ações em toda a cadeia produtiva, como fábrica de rações, logística de distribuição, políticas públicas, secretarias municipais e universidades, estando inserido em todo o contexto dos organismos aquáticos, seja na extração ou no cultivo”, acrescenta.

Segundo Paula Maria, não tem como trabalhar com a pesca sem se preocupar com o pescador, meio ambiente, espécies da fauna associadas ao alvo da captura, sustentabilidade dos recursos naturais, qualidade do animal que chega à mesa do consumidor e regiões que sofrem com parte da demanda de esgotos.

“O mercado de trabalho é o próprio profissional, com diferentes frentes em que ele pode atuar, como supervisão e coordenação técnica, estudo de planejamento e viabilidade econômica, assistência técnica, elaboração de projetos e direção de obras”, destaca a pesquisadora, ao lembrar que profissão está ligada ao sistema do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Confea – Crea).

Ela lembra que o Dia do Engenheiro de Pesca, comemorado em 14 de dezembro, chama atenção de todos para que haja um olhar mais atento aos profissionais, pois é ele quem vai produzir através do extrativismo, preocupado com o estoque pesqueiro, para que este seja explorado dentro da sustentabilidade, visando à manutenção natural do meio aquático, e que seja garantida a produção de proteína por anos, gerando emprego, renda e alimento ao pescador, à sua família e à sociedade como um todo.

Segundo Paula Maria, a pesca artesanal ou de pequena escala é uma atividade que emprega predominantemente o trabalho manual autônomo na captura, transformação, distribuição e comercialização de recursos pesqueiros marinhos ou de águas continentais, praticado geralmente por pescadores(as), grupos familiares e/ou organizações localizadas em comunidades litorâneas ou ribeirinhas, desde embarcações com pouca autonomia, com artes e técnicas de pesca de mínima tecnificação. “A pesca artesanalc produz mais da metade do pescado nacional, portanto, é grande demais para ser ignorada”, alerta.

Com informações da Feed & Food
2501, 2022

Estresse térmico e seu impacto na produtividade leiteira no verão

O verão exige atenção extra daqueles que trabalham na pecuária de leite. É uma época em que os cuidados com o bem-estar e o conforto dos animais são fundamentais, não só para a saúde mas também para que não haja perda da produtividade e, consequentemente, da rentabilidade das atividades.

Ao indicar 31ºC no termômetro, o metabolismo animal já começa a ser afetado pelo calor e, como o verão dura de dezembro até março, a tendência é que essa marcação aumente ao longo do período. O fato preocupa produtores, já que é sabido que o estresse calórico reduz a produção e causa mudanças na composição do leite.

Segundo a Embrapa Gado de Leite, a elevação da temperatura interna dos animais pode acarretar perdas de até 30% na produtividade, podendo causar quedas de rendimento de 600 a 900 kg de leite por vaca por lactação. De acordo com especialistas, esse desgaste acarreta em alterações fisiológicas, como redução na ingestão de alimentos, mudança na temperatura retal, alteração da frequência respiratória, aumento de sede, maior consumo de água e aumento da sudorese.

Outro fator ocasionado pelo aumento da temperaturas é a piora na quantidade de leite, podendo haver redução nas porcentagens de proteína, gordura, sólidos e lactose. Em relação à saúde animal, o estresse térmico pode levar, ainda, a uma temperatura mais alta do úbere, propiciando o surgimento de mastite.

Em termos reprodutivos, além da diminuição na duração do cio de até 8 horas em decorrência do estresse calórico, há, também, a redução na aceitação de monta, com efeito negativo na qualidade dos oócitos, o que resulta na queda da taxa de prenhez.
A alimentação e a ambiência auxiliam os animais a enfrentarem as altas temperaturas da estação. A alimentação de boa qualidade é importante para reverter o cenário de perdas, com dietas de melhor aproveitamento, favorecendo um menor gasto de energia para digestão. O uso de aditivos é um bom recurso para auxiliar na melhora da fermentação ruminal.

De acordo com a Embrapa Gado de Leite, a suplementação mineral pode suprir a demanda, com maior destaque o uso de potássio. Este nutriente está presente em quantidade significante no suor dos bovinos, juntamente com o mineral sódio. Assim, quando ocorre o aumento na sudorese, há crescimento na excreção de potássio pela pele e aumento da excreção renal de sódio para manter o equilíbrio eletrolítico.

Dessa forma, o requerimento de potássio é aumentado nos períodos de maior temperatura do ambiente, e os níveis de sódios e magnésio também precisam ser aumentados por competirem com o potássio na absorção intestinal. A suplementação desses minerais, portanto, precisa ser realizada, para evitar danos produtivos.

Existem ainda outras ferramentas para minimizar as perdas com o estresse térmico. O aumento e a facilidade no acesso do animal à água, o sombreamento de 3m² a 5m² por vaca, a redução de deslocamentos e a melhora do ambiente na sala de espera também são importantes.

Com informações da Assessoria de Comunicação
1801, 2022

Senar lança cartilhas voltadas para piscicultura e agroindústria de leite

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançou duas cartilhas virtuais para os interessados em aperfeiçoar o conhecimento em piscicultura e agroindústrias de leite. O conteúdo é gratuito e está disponível para download no site da Estante Virtual da entidade (https://www.cnabrasil.org.br/senar/colecao-senar) ou pelo aplicativo do mesmo nome, nas lojas da Apple ou Play Store.

Na cartilha “Piscicultura: uso de equipamentos”, o usuário vão aprender como manter os equipamentos de monitoramento e correção da qualidade da água, além de saber sobre kits para análise da água, alimentadores mecânicos e automáticos, caixas de transporte de peixes vivos, redes de despesca e outros itens usados na atividade.

Por sua vez, a publicação “Agroindústria: derivados de leite de bovinos” detalha sobre o processo para obtenção do alimento de forma higiênica, pasteurização, fabricação de queijos, produção de derivados fermentados do leite e doce de leite. Além disso, também informa sobre os tipos de embalagens para a comercialização e o armazenamento do alimento.

Em 2021, o Senar lançou 16 cartilhas virtuais voltadas para diversas áreas do meio rural. Na Estante Virtual mais de 140 títulos disponíveis para download.

Com informações da Assessoria de Comunicação CNA
1101, 2022

Entidades assinam protocolo para pesquisas sobre ovinocultura

Com o objetivo de estabelecer diretrizes de cooperação técnica entre a ABCDorper e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), as entidades assinaram, durante a 14° Exposição Nacional Dorper e White Dorper, realizada de 7 a 12 de dezembro, em São José do Rio Preto, SP, Protocolo de Intenções para pesquisas voltadas à ovinocultura no Estado.

A Exposição é um dos eventos que compõem a 1° Feira Noroeste Paulista de Ovinos (Fenovi), promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Dorper e White Dorper (ABCDorper) e Associação Noroeste Paulista de Ovinocultores (Anpovinos). O documento estabelece a elaboração e a implantação de ações conjuntas para realização de estudos, programas e testes de eficiência que promovam a seleção de animais superiores para o desenvolvimento de uma ovinocultura moderna e eficiente.

“A expectativa é que sejam avaliados animais das raças Dorper e White Dorper com enfoque na eficiência produtiva das matrizes e reprodutores e que seja desenvolvido um protocolo paulista e nacional para a ovinocultura sustentável, com baixa emissão de carbono ou carbono neutro”, destacou o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Itamar Borges. “Se a agropecuária está onde está, chegou onde chegou, é graças à ciência, à inovação e à pesquisa”, destacou o executivo.

Com informações da Assessoria de Comunicação Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
712, 2021

Câmara setorial de equídeos visa fortalecimento do agro

A Secretaria de Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo anunciou, no início de novembro, a criação da Câmara Setorial de Equídeos, resolução que permitirá a criação de um fórum para reunião de entidades privadas para formulação de iniciativas visando ao desenvolvimento do setor e ao fortalecimento do agronegócio.

Na ocasião, também foram assinadas as resoluções para o aplicativo “Resenha Virtual” e GTA (Guia de Trânsito Animal) de Equídeos, que permitirão a adoção de um sistema de emissão da GTA direto pelo produtor, de onde ele estiver, sem a necessidade de ir a um local de atendimento.

Na ocasião, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Itamar Borges, destacou os benefícios das iniciativas da entidade para a evolução de segmento e lembrou do aniversário dos 130 anos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado São Paulo.

“Oficialmente, esse é o primeiro ato do Estado em comemoração ao aniversário dos 130 anos da Secretaria. Estou feliz, por fazer parte desse mundo, e por contribuir com o desenvolvimento da equinocultura”, disse Borges, acrescentando que a celebração da pasta teve início com as missões do governador João Doria junto à Expo Dubai e COP 26.

O executivo também homenageou o setor através da nova diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM). A chapa ‘ABQM Renovar & Inovar – Consolidação’, eleita para continuar conduzindo a associação do quarto de milha, no biênio 2021/2023.

“Com certeza vocês vão fazer a diferença, potencializando e fazendo com que São Paulo se coloque também como protagonista nesse trabalho tão importante que o mundo do cavalo desenvolve e faz a diferença no Brasil”, concluiu o secretário.

Com informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
3011, 2021

Alerta de cuidado com a peste suína africana

O setor de suinocultura brasileiro soou o alerta para sanidade animal e está atento para evitar entrada da Peste Suína Africana (PSA) no País.  A identificação de um foco da peste na República Dominicana fez com que autoridades, pesquisadores e produtores voltassem o foco novamente para essa doença que está erradicada no Brasil desde o fim da década de 1970.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Janice Zanella, virologista da área de suínos, o retorno da PSA ao País pode causar um prejuízo de aproximadamente 5,5 bilhões de dólares no primeiro ano. “Esse dado foi calculado com base no impacto econômico da introdução da PSA nos Estados Unidos, que estimou em 16,5 bilhões de dólares no primeiro ano de surto, e no número de matrizes suínas em ambos os países”, explicou.

Segundo outro pesquisador da área de virologia da Embrapa Suínos e Aves, Luizinho Caron, as carnes brasileiras trazem aproximadamente 15 bilhões de dólares de divisas para o Brasil, que exporta hoje 23% da carne suína produzida. “Pela lei da oferta e procura, toda essa carne iria ’sobrar‘ e causar uma grande queda dos preços, levando a prejuízos para os produtores e desemprego tanto direto como indireto na cadeia suinícola no Brasil”, alerta.

A PSA é uma doença viral que afeta apenas os suínos e é altamente contagiosa, não tem cura nem tratamento, causando elevada mortalidade no rebanho. De acordo com os pesquisadores, atualmente, 78% dos rebanhos suínos do mundo estão em condição endêmica ou de alto risco para a PSA.

Ao surgir a doença na República Dominicana, estudos epidemiológicos foram feitos para determinar a extensão do surto e medidas para a contenção foram adotadas para eliminar os focos da peste, evitando a disseminação. “Assim como o vírus apareceu nessa ilha das Américas, também pode ter chegado a outros países. O importante, nesse momento, é auxiliar os países com a infecção no sentido de eliminar a doença e melhorar as medidas de biosseguridade, para evitar a disseminação”, explica o pesquisador.

“É importante os países atingidos estarem preparados para reconhecer e diagnosticar a enfermidade com a maior rapidez possível, uma vez que é impossível ter medidas mitigatórias que garantam risco zero para a entrada da enfermidade”, alerta Zanella. Ele acrescenta que, por isso, é necessário que se trabalhe em conjunto com a saúde animal dos países afetados para controlar e erradicar a doença.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa
2311, 2021

Estratégias de manejo reduzem a incidência de carrapato-do-boi

Um sistema de controle de carrapato em bovinos, sem o uso de químicos, desenvolvido pela Embrapa, reduziu, em 82%, a população de parasitas nos rebanhos.  O sistema, chamado Lone Tick, e que está sendo colocado em prática nos biomas Cerrado e Pampa, utiliza apenas estratégias de manejo com os animais em pastejo em diferentes regiões.

Na pesquisa realizada no Cerrado, que avaliou durante um ano o controle da infestação de carrapato Rhipicephalus microplus em bovinos da raça Senepol, no sistema de manejo rotacionado,  a média foi de dez carrapatos por animal, sem o uso de acaricidas. “Quando há cerca de 40 carrapatos no animal, significa que teremos problemas econômicos no rebanho”, informa o pesquisador da Embrapa Gado de, Corte Renato Andreotti, responsável pela atividade de controle do carrapato-do-boi sem o uso de acaricidas.

Já no Pampa, o trabalho foi iniciado no segundo semestre deste ano e tem dado motivação aos produtores. Nos primeiros resultados, foi registrada uma redução de mais da metade da população de carrapatos. “Ainda, não podemos falar em percentual de redução da população, porque estamos no início do projeto. Teremos mais certeza quando fizermos pelo menos uma avaliação sazonal”, relata o professor Rodrigo Cunha, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que realiza as coletas para avaliação do estado de saúde dos animais. “Mesmo assim, acredito que o trabalho está indo muito bem, pois os carrapatos adultos sobre os animais diminuíram.”

No sistema Lone Tick, durante o manejo, muda-se o boi de pasto, separando o animal do carrapato, e alternando, consecutivamente, o local de pastagem do rebanho. O pesquisador conta que o tempo de uma rodada de quatro pastagens até ao retorno à área inicial é de 112 dias. “Esse manejo promove um vazio forrageiro/sanitário de 84 dias, no local da pastagem inicial, período em que as larvas do carrapato ficam solitárias e morrem por falta de animais no local para se hospedar e se alimentar”, explica. “Ou seja, matamos o carrapato, sem utilizar produtos químicos”, resume.

A inciativa está inserida no projeto “Produção e avaliação de antígeno recombinante para uso no controle do carrapato-do-boi, com base na vacinologia reversa”. “Na raça Senepol, sensível ao carrapato, o projeto obteve sucesso. A meta, agora, é conseguir resultados semelhantes na raça Angus – animais produtivos e mais sensíveis ao carrapato –, presentes em diferentes regiões do País”, observa. O estudo será realizado por, pelo menos, dois anos.

1910, 2021

Estudo explica o porquê da cor azul ser rara na Natureza

Por causa do céu e do oceano, pode parecer que a cor azul é bastante presente na Natureza. No entanto, não é bem assim. Entre os seres vivos, como animais e plantas, e até mesmo entre os minérios, a cor azul é de uma raridade sem igual. Mas qual seria a razão? É isso que os especialistas buscam descobrir.

De acordo com o escritor científico Kai Kupferschmidt, autor de Blue: In Search of Nature’s Rarest Color, somos capazes de ver as cores porque cada um de nossos olhos contém milhões de células sensíveis à luz, que também são sensíveis a um determinado comprimento de onda de luz: vermelho, verde ou azul. As informações dessas células chegam ao nosso cérebro como sinais elétricos que comunicam todos os tipos de luz refletida pelo que vemos, que são então interpretadas como diferentes tons de cor.

Assim, quando se vê uma flor azul, por exemplo, ela é vista assim porque absorve a parte vermelha do espectro. Na prática, a flor parece azul porque essa cor é a parte do espectro que ela “rejeitou”. Dito isso, no espectro visível, o vermelho tem comprimentos de onda longos, o que significa que tem energia muito baixa em comparação com outras cores. Para uma flor parecer azul, “ela precisa ser capaz de produzir uma molécula que possa absorver quantidades muito pequenas de energia”, a fim de absorver a parte vermelha do espectro. A geração dessas moléculas, que são grandes e complexas, é difícil para as plantas, e é por isso que as flores azuis são produzidas por menos de 10% das quase 300 mil espécies de plantas com flores do mundo.

Quanto aos minerais, suas estruturas cristalinas interagem com íons para determinar quais partes do espectro são absorvidas e quais são refletidas. O mineral lápis-lazúli, que produz o raro pigmento azul ultramarino, contém íons trissulfeto (três átomos de enxofre unidos dentro de uma rede de cristal) que podem liberar ou ligar-se a um único elétron.

Já no que diz respeito aos animais, a cor azul não vem de pigmentos químicos. Em vez disso, eles contam com a física para criar uma aparência azul. As borboletas de asas azuis do gênero Morpho, por exemplo, têm nanoestruturas intrincadas em camadas em suas asas, que manipulam camadas de luz para que algumas cores se cancelem e apenas o azul seja refletido. Efeito semelhante ocorre em estruturas encontradas nas penas de gaios-azuis e nos anéis brilhantes dos venenosos polvos-de-anéis-azuis. A plumagem azul brilhante dos pássaros, como a das araras-azuis, obtém sua cor não de pigmentos, mas de estruturas nas penas que dispersam a luz.

No ano passado, um estudo do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) publicado na revista científica Science Advances, criou uma matéria-prima atóxica e renovável genuinamente azul, a partir do pigmento da beterraba, a betanina. Normalmente, a cor da beterraba aparece porque o pigmento reflete a luz vermelha quando iluminado com luz branca. Os pesquisadores perceberam que a estrutura da betanina poderia ser modificada para obter uma nova molécula azul, e deu certo na primeira tentativa.

Com informações do Canaltech

 

1210, 2021

Estudo sugere que trutas podem gerar dependentes tolerantes às mudanças climáticas

Desenvolvida pelo Instituto de Pesca (IP-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, pesquisa demonstrou que trutas mantidas em temperaturas ligeiramente superiores às habituais, durante a fase de desenvolvimento sexual, foram capazes de transmitir tolerância térmica à próxima geração de peixes.

No entanto, a mudança causou prejuízos reprodutivos aos machos, levando a uma diminuição no número total de descendentes viáveis. “Esse trabalho procurou emular os efeitos do aquecimento global em trutas arco-íris, sob condições climáticas do Brasil”, explica Neuza Takahashi, pesquisadora do IP. Segundo ela, isso foi feito mantendo os peixes por três meses em um habitat 4ºC mais quente que o habitual, enquanto ainda eram juvenis – fase central na formação dos órgãos sexuais dos indivíduos.

Após esse período, os peixes voltaram às condições normais de temperatura por mais 15 meses, até completarem sua maturação sexual. “Como a reprodução é uma das etapas essenciais para a perpetuação das espécies, testamos o efeito da elevação de temperatura sobre os parâmetros reprodutivos”, relata a pesquisadora.

Truta Credito Ricardo Hattori

Porém, os resultados encontrados chamaram a atenção – e preocuparam os cientistas. “Esse estudo demonstrou, de forma inédita, que o estresse térmico em juvenis machos de truta arco-íris causa efeitos deletérios nas células germinativas que persistem até a fase adulta”, relata o pesquisador Arno Butzge, que conduziu os experimentos no IP.

Deste modo, se, por um lado, o trabalho do IP acende um sinal de alerta, por outro, traz alguma esperança. “Esses resultados têm implicações tanto para a aquicultura, uma vez que essa estratégia pode ser usada para melhorar a tolerância a altas temperaturas em um período muito mais curto, quanto do ponto de vista ecológico”, acredita Butzge.

De acordo com o especialista, se os peixes com tolerância térmica adquirida encontrarem condições de se reproduzir e gerar descendentes viáveis, este processo poderá ser extremamente benéfico para aprimorar sua capacidade adaptativa e suportar as mudanças climáticas globais.

– Com informações da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura/SP

 

510, 2021

Isenção de imposto para material genético anima setor agropecuário

O setor da inseminação artificial bovina tem um bom motivo para comemorar. Durante evento realizado na última semana de setembro, o Governo paulista anunciou o fim da cobrança de ICMS sobre as comercializações de reprodutores e material genético dentro do Estado. A isenção estende-se também às comercializações de sêmen e embriões.

O encontro contou com a participação do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, do secretário de Agricultura e Abastecimento, Itamar Borges, além de representantes do setor público e privado. Para o gerente executivo da Associação Brasileira da Inseminação Artificial (ASBIA), Cristiano Botelho, essa é uma conquista histórica para o setor.

“Por meio do deputado federal Arnaldo Jardim, a ASBIA foi uma das associações que moveram esse importante pleito em defesa dos pecuaristas paulistas e das empresas ligadas à reprodução e genética bovina, por meio do secretário Itamar Borges. A isenção do pagamento de imposto na venda de genética é de grande importância, já que os demais Estados brasileiros não fazem essa cobrança”, destaca Botelho.

Ainda segundo ele, a cobrança de ICMS, em vigor desde janeiro deste ano, prejudica a competitividade e a capilaridade das empresas do setor em São Paulo, um dos grandes pólos nacionais de produção e venda de material genético. A isenção de pagamento do imposto entrará em vigor a partir de janeiro de 2022. “A decisão que foi tomada trará benefícios para muitos produtores, particularmente, aos de pequeno porte, que passarão a ter acesso mais fácil à genética de qualidade”, ressalta.

Conduzido pelo vice-governador Rodrigo Garcia e outras autoridades do primeiro escalão do governo estadual, como a Secretaria da Fazenda, o encontro foi considerado um divisor de águas para os participantes. “O Estado de São Paulo voltará a dar o incentivo tributário para o setor de genética animal, premiando a boa genética e a pecuária de qualidade, e mantendo a produção de genética competitiva no Estado”, enfatizou Rodrigo Garcia.

Com informações do Canaltech
2709, 2021

Planejamento garante produtividade no período seco

Dada a escassez na quantidade e qualidade das forrageiras no período seco, o produtor deve pensar em estratégias para conservação e armazenamento de forragens, seja em pastejo diferido, feno, pré-secado e/ou silagem. Dentre essas, a ensilagem se destaca como uma das práticas mais antigas, sendo uma forma de preservação de forragens verdes úmidas por acidificação.

Segundo o zootecnista e coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Nutricorp, Osvaldo de Sousa, as silagens podem ser obtidas através da adição de ácido ao material a ser conservado ou através da fermentação de ingredientes com umidade suficiente para que ocorra a ação bacteriana.

Pasto Credito: Embrapa

”A ausência de oxigênio é de suma importância para a ocorrência do processo, permitindo o desenvolvimento de populações bacterianas desejáveis e a produção de ácidos orgânicos resultantes do metabolismo de carboidratos solúveis”, explica. “Além do enriquecimento nutricional do alimento, a ensilagem permite que o pecuarista possa utilizar materiais de fácil acesso e, assim, baratear o custo da alimentação”, acrescenta.

Porém, de acordo com o zootecnista, para que seja efetivo, é necessário que o processo de produção da silagem seja rigoroso e muito bem praticado, visando manter a qualidade do produto final. “O processo de ensilagem é composto por diversas etapas e o sucesso está diretamente ligado à boa condução de cada etapa, que compreende desde a escolha da cultura a ser plantada, do tipo de silo, momento da colheita, escolha do inoculante, preenchimento, vedação, fermentação e manejo do painel do silo/desabastecimento”, esclarece Sousa.

Segundo ele, outro ponto importante que afeta a qualidade do material ensilado é a abertura do silo, momento em que há exposição do material a um ambiente aeróbico. “Por isso, é imprescindível que o material em contato com o oxigênio seja capaz de minimizar o crescimento de microrganismos indesejáveis (leveduras) pelo maior período de tempo possível”, informa. “É de extrema importância, ao decidir adotar tecnologias para auxiliar o processo fermentativo na ensilagem, atentar às principais características e funções dos inoculantes”, finaliza.

 

2308, 2021

Brasil é o país de maior rebanho bovino do mundo, revela pesquisa da FAO

De 2000 a 2020, o rebanho brasileiro, estimado em 217 milhões de cabeças, foi considerado o maior do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Os números, obtidos através de estudo elaborado pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire), representam cerca de 14,3% do rebanho mundial e colocam o Brasil à frente da Índia que, no mesmo período, registrou um rebanho de 190 milhões de cabeças.

Porém, apesar de ser o maior produtor de bovinos do mundo, com a adição da produção de aves e de suínos, o Brasil passa a ocupar a terceira posição mundial no mercado internacional, com uma produção de 29 milhões de toneladas de carne, em 2020, o equivalente a 9,2%, ficando atrás da China e dos Estados Unidos.

Já em volume de carnes exportadas (bovina, suína e aves), no ano passado o Brasil passou a ocupar o segundo lugar, com 7,4 milhões de toneladas, cerca de 13,4% do total mundial. Segundo Elísio Contini, pesquisador que participou do estudo, quando analisado em rebanho bovino separadamente, o estudo observou que o País, em 2020, passou a ser o que possui o maior rebanho do mundo e também o maior exportador.

Com base no estudo, o pesquisador informa que, entre 2000 e 2020, as exportações de carnes brasileiras renderam US﹩265 bilhões. Porém, ao se fazer o recorte sobre a carne bovina, no ano passado, o País foi o maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional. Em seguida, aparecem a Austrália, Estados Unidos e Índia, respectivamente.

1708, 2021

Frio demanda mais cuidados na criação de cordeiros

As baixas temperaturas que ocorrem durante o inverno aumentam o risco de morte dos animais recém-nascidos e merece atenção redobrada dos criadores de ovinos. Para diminuir a incidência de perda de animais durante esse período, os produtores precisam utilizar técnicas de manejo apropriadas para proteger as ovelhas durante a parição.

De acordo com o veterinário Eduardo de Oliveira, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), o ideal é que os produtores planejem para que a estação de parição das ovelhas não ocorra durante o inverno, pois a chegada do frio pode ser maior desafio para os produtores de ovinos. Ele explica que a adoção de cuidados básicos e atenção especial aos cordeiros ajudam a evitar perdas de animais e prejuízos na atividade. “É preciso ter instalações adequadas para que, principalmente, o vento noturno não atinja os animais. A oscilação da temperatura no decorrer do dia e da noite é um problema para os cordeiros e pode ocasionar graves doenças respiratórias, como pneumonia e broncopneumonia”, explica.

Segundo o especialista, o manejo não se resume às práticas relacionadas as baixas temperaturas. O acúmulo de fezes nos currais também favorece a oscilação de temperatura dos ovinos, podendo causar enfermidades. Outro cuidado com o cordeiro está relacionado à produção de anticorpos. “Assim que o cordeiro nasce, ele precisa mamar o colostro logo nas primeiras seis horas de vida, pois isso é fundamental para a imunidade e o bom desenvolvimento do animal”, informa. “Em caso de partos múltiplos, os criadores devem assegurar que todas as crias tenham acesso ao colostro para, dessa forma, receberem os anticorpos”, acrescenta.

1008, 2021

Campanha de entidade paulista visa aumentar consumo e visibilidade do mel

Alimento de alto valor nutricional, o mel ainda luta para ser visto pelos consumidores como um produto que traz benefícios à saúde. Uma das razões que explica este cenário é que, aliado ao baixo consumo do mercado nacional, que percebe o produto como remédio, ao invés de alimento, há duas questões que ameaçam a saúde do consumidor e prejudicam a cadeia produtiva: a falsificação e a adulteração do mel e a venda direta do produto sem passar por um serviço de inspeção e sem rotulagem adequada.

Pesquisas desenvolvidas desde 2005 pela Universidade de Taubaté demonstraram que o índice de inconformidade dos padrões de qualidade do mel vendido em estabelecimentos situados em rodovias do Estado de São Paulo chega a 70%, incluindo adulteração, falsificação de rótulos e selos de inspeção.

Para reverter esse quadro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, juntamente com o setor produtivo, por meio da Câmara Setorial de Produtos Apícolas, lançou, em junho de 2021, uma campanha sobre a qualidade do mel, com ações nas redes sociais, podcasts e a realização de lives apresentadas por especialistas do setor. O primeiro podcast, com o tema “Mel: o doce ouro líquido que vem da natureza”, já está disponível neste link:

https://open.spotify.com/episode/4PuPS7yXaDO9CAUbkB7qUk?si=Rz5EnaM7RFeN_JZOeqj3HA.

A campanha também pretende melhorar a visibilidade do produto. Para se ter uma ideia, apesar de o País ser o 9º maior produtor de mel do mundo, o consumo per capita do produto pelos brasileiros ainda é muito baixo. Está na faixa de 60 g por ano, ante, aproximadamente, 960 kg consumidos por ano habitante na Alemanha. De acordo com a Secretaria, a campanha pretende ampliar a conscientização e o nível de conhecimento do mercado consumidor e dos lojistas sobre a importância das abelhas, as características do mel e a apresentação correta que o produto deve ter nas gôndolas das lojas e supermercados, assim como destacar os canais para a denúncia de produtos falsificados.

308, 2021

Simulador auxilia produtores de leite a mensurar ganhos

O Simulador do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB), ferramenta gratuita que mede a diferença entre produção e potencial de faturamento das propriedades leiteiras, permite que o produtor saiba seu potencial de melhoria de produtividade e faturamento. O resultado da análise é feito com base em cinco informações: perfil do rebanho, total de vacas em lactação, produção média diária por vaca, valor recebido por litro e estado de localização da fazenda.

Segundo a diretora operacional da Ideagri, Heloise Duarte, a ferramenta está disponível online (ideagri.com.br) e oferece um benchmarking instantâneo. “O simulador facilita a vida dos produtores, pois mostra o quanto ele pode crescer, o que é um estímulo para buscar melhor desempenho e lucratividade”, destaca a executiva. Ela acrescenta que a ferramenta já está sendo utilizada por cerca de cinco mil propriedades do Brasil.

O simulador calcula a diferença da produção diária, mensal e anual do produtor em dois níveis. O primeiro, com as médias dos rebanhos ranqueados no Índice Ideagri do Leite Brasileiro, localizados na mesma região do País e com o mesmo perfil racial. O IILB reúne estatísticas atualizadas de mais de mil fazendas de leite profissionais do Brasil. A segunda comparação é com as propriedades que estão entre as 10% mais eficientes, também na mesma região e perfil. “O produtor ainda poderá verificar a diferença de faturamento total, ou potencial de ganho, nessas comparações”, diz.

Segundo a diretora do Ideagri, a ferramenta faz seus cálculos sobre o banco de dados do IILB, publicação trimestral da Ideagri que, desde março de 2019, é referência de produtividade do setor do leite no País. “É importante que o resultado leve em conta o perfil do rebanho em termos genéticos e a localização da fazenda no país, fatores que influenciam diretamente nos resultados”, finaliza.

2707, 2021

Tabapuã se destaca no cruzamento e na seleção

Produzir bezerros de qualidade e cruzados de alta performance é uma das características do Tabapuã, zebuíno que se destaca também por sua docilidade, precocidade, habilidade materna e aspecto zootécnico. Essa raça permite que o criador possa diversificar, produzindo animais com aptidão tanto para corte como para leite.

Além da dupla aptidão, as vantagens da raça e a capacidade de imprimir as características produtivas e reprodutivas nas suas progênies, também se destacam a genética em projetos de cruzamento industrial. No pasto ou no confinamento, os animais se destacam em ganho de peso e apresentam bom acabamento de carcaça.

De acordo com o diretor da Connect Leilões, Silvestre Marinho do Carmo, a genética da raça Tabapuã tem se destacado nos projetos de cruzamento. “A heterose traz muita coisa boa e muita qualidade para o gado comercial que fica muito pesado, o que é uma oportunidade para os pecuaristas que precisam de bons reprodutores para a vacada ou para criadores que querem reforçar seus plantéis”, avalia.

Nos relatórios estatísticos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o Tabapuã é uma das raças que se destaca em volume de animais registrados em um gráfico de crescimento estável. O plantel puro ocupa a segunda colocação em emissões de registros definitivos para um rebanho de seleção disseminado em quase todos os Estados brasileiros.

Nos diversos cruzamentos destaca-se o Tabanel, cruza do touro Tabapuã em vaca Nelore, o mais utilizado no território brasileiro, além do cruzamento com a zebuína Gir, que possibilita a formação de uma base consistente, com a vantagem da ausência de chifres, na produção de leite.

Já nos cruzamentos com as raças europeias, as mais utilizadas são a Aberdeen Angus, Limousin e Senepol, que resultam em animais rústicos, com produção de carne de qualidade.

3006, 2021

Brasil registra menor consumo de carne em 25 anos

O consumo per capita de carne no Brasil atingiu seu menor índice desde 1996. De acordo com dados do governo, que calcula a disponibilidade interna do produto subtraindo o volume exportado da produção nacional, cada brasileiro consome 26,4 quilos ao ano, queda de quase 14% em relação a 2019, quando ainda não havia crise sanitária.

Devido à pandemia da Covid-19 e seus impactos, como a perda de renda da população, por exemplo, os preços de cortes bovinos dispararam, limitando o consumo interno. Nos primeiros quatro meses do ano, o consumo per capita de carne bovina diminuiu mais de 4% em relação a 2020, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na contramão, a China, um dos grandes destinos do produto, tem importado carne brasileira como nunca.

Segundo o pesquisador do setor de bovinos da Embrapa, Guilherme Malafaia, a questão da pandemia trouxe desemprego e perda de renda. Isto empobreceu a população e também gerou perda de poder aquisitivo, enfraquecendo o consumo interno da proteína. “Isso fez com que a população procurasse por proteína animal mais baratas, como frangos, suínos, e ovos, que o Brasil quase não exporta e chegou ao maior nível em 20 anos”, cita.

O preço das carnes, em geral, subiu, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 35% no País nos 12 meses até abril, mais que cinco vezes o próprio Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) no período. Os frigoríficos lidam ainda com uma cíclica diminuição da oferta de animais para abate. Já o preço da arroba do boi, subiu mais de 50% na comparação com o mesmo período de 2020, operando atualmente em cerca de R$ 305, um pouco abaixo da máxima história registrada em 2021, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea)/Esalq/USP.

2106, 2021

Parceria visa promover avanço de práticas sustentáveis com rentabilidade

Unir produção de celulose e carne de baixo carbono é o objetivo da parceria entre a Embrapa Florestal e a Klabin, empresa do setor de celulose. A iniciativa visa criar e validar diretrizes de um sistema silvipastoril (integração pecuária-floresta – ILPF), que permite o uso integral da floresta plantada para a produção de celulose e papel, ao mesmo tempo em que o produtor cria gado de corte.

O objetivo da pesquisa, levando em conta que os sistemas silvipastoris podem ser usados para mitigar ou neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo gado, é criar diretrizes para que os produtores rurais possam, além de acessar o mercado sustentável da carne baixo carbono, vender os plantios florestais em sua totalidade para a indústria de celulose e papel e ter uma fonte adicional de renda.

O projeto vai estabelecer as diretrizes para a validação desse sistema voltado para a produção de celulose, visando a mitigação da emissão dos gases de efeito estufa dos bovinos por meio do sequestro de gás carbônico (CO2) pelas árvores, incluindo as raízes, outro diferencial desse estudo. De acordo com o pesquisador da Embrapa Florestas, Vanderley Porfírio-da-Silva, esse potencial de armazenamento e por quanto tempo o carbono fica armazenado ainda não são conhecidos no caso de sistemas silvipastoris com árvores voltadas à produção de celulose e papel. Isso porque têm modelagens diferentes dos plantios voltados à produção de madeira para serraria, por exemplo, que é atualmente o produto utilizado no protocolo “Carne Carbono Neutro”.

A parceria terá duração de sete anos e, durante este período, serão realizados estudos e coleta de dados nas propriedades participantes, que se tornarão unidades experimentais com o sistema silvipastoril. O projeto faz parte de iniciativas em busca de alternativas de produção que promovam a “descarbonização” da agropecuária brasileira, por meio de sistemas de produção mais sustentáveis e que também agreguem renda ao produtor, a exemplo de projetos já em andamento na mesma linha, como o “Carne Carbono Neutro”, “Soja Baixo Carbono”, “Leite de Baixo Carbono” e, agora, o início do desenvolvimento deste projeto aliando a produção de celulose à de “carne baixo carbono”.

Entre os potenciais benefícios que serão trazidos pelo projeto está o incentivo à geração de renda nas propriedades rurais, o aumento da qualidade, da rentabilidade e da diversificação. De acordo com Porfírio-da-Silva, o projeto pretende gerar informações para subsidiar políticas públicas, tais como as do Plano ABC+, recentemente lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e que tem como objetivo a “descarbonização da produção brasileira, e que pode incentivar a promoção dos benefícios do sistema silvipastoril e, com isso, estimular que mais produtores adotem a prática”.

1406, 2021

Procura de produtores de leite por Guzerá aumenta

Nos três últimos anos, o interesse por animais da raça Guzerá vem crescendo entre os produtores de leite. A procura por sêmen da raça tem aumentado desde 2018, especialmente no segmento do leite, e nos quatro primeiros meses de 2021, apresentaram um pico de demanda.

De acordo com o médico veterinário e gerente de produto da CRV Lagoa, Antônio Garcia, as vendas de Guzerá leiteiro aumentaram 59% de janeiro a abril de 2021, o equivalente ao dobro do crescimento do mercado de inseminação artificial como um todo no Brasil, neste ano. “Essa crescente está relacionada às características da raça, razão pela qual até os bezerros nascidos têm utilidade para o produtor, além da combinação da capacidade produtiva com a rusticidade”, acrescenta o veterinário.

O especialista credita a evolução nas vendas de sêmen do Guzerá a fatores como a grande produção leiteira e a adaptabilidade às condições brasileiras, como as altas temperaturas, por exemplo. “Em comparação, as raças europeias são mais exigentes em termos de conforto para que se garanta uma boa produção leiteira”, analisa.

Outro fator é que, no cruzamento de raças, o Guzerá transfere suas características de estrutura da raça. “Mais e mais produtores hoje buscam o Guzolando (cruzamento entre Guzerá e Holandês) porque, se nascerem fêmeas, elas terão boa produção leiteira e, no caso de nascerem bezerros, os animais podem ser revertidos para o corte, devido à capacidade de ganho de peso do animal, ou seja, toda cria dá lucro”, explica Garcia.

Segundo dados de 2017 da Associação dos Criadores de Guzerá e Guzolando do Brasil (ABCG), o Guzerá representa cerca de 5% do rebanho de zebuínos no Brasil. Conhecido pelo grande porte e pelos imponentes chifres em forma de lira, os primeiros registros dessa raça no Brasil datam de 1870. Além da produção de carne e leite, os animais eram usados para puxar carroças de café. Popularizou-se pelo País, especialmente no Nordeste, mas acabou sendo superado por outras raças.

706, 2021

Estação de seca requer mais atenção dos pecuaristas

O calendário pecuário encontra-se no período de transição, no qual a chuva reduz gradualmente, assim como a pastagem começa a perder qualidade. O resultado esperado é uma drástica redução na produtividade dos bovinos de corte. Segundo o zootecnista Bruno Pietsch C. Mendonça, diretor comercial da Agrocria Nutrição Animal e Sementes, o teor de proteína da pastagem durante o período mais crítico do ano fica abaixo de 7%, muitas vezes caindo para níveis entre 3% e 4%.

“Como resultado, os animais a pasto chegam a perder de 150g a 200g por dia recebendo suplemento mineral. O peso pode cair ainda mais, se, além da queda da qualidade, também houver diminuição da quantidade de forragem disponível”, relata o zootecnista.
Isso significa que, em seis meses, o pecuarista pode ter um prejuízo estimado entre 0,9@ e 1,2@ por cabeça, o que, na cotação atual, na cidade de Macaé (RJ), em 14 de maio, representaria uma perda entre R$ 261,00 e R$ 348,00.

“Com o uso de um suplemento proteico ou proteico-energético, além de evitar as perdas relatadas, esse mesmo pecuarista poderia obter um ganho em peso entre 150g e 500g por cabeça/dia, dependendo da quantidade de produto consumido, categoria animal e disponibilidade de forragem”, informa Mendonça.

Ou seja, comparado a um bovino alimentado apenas com capim de baixo valor nutricional mais sal mineral, a produtividade potencial do seu congênere suplementado com proteico ou proteico-energético, poderia atingir entre 1,8@ e 4,2@ ou R$ 522,00 a R$ 1.218,00 por cabeça, na conversão em moeda, nos seis meses de seca.

Multiplicado por 100 cabeças, esse mesmo pecuarista deixaria de agregar um faturamento na faixa de R$ 52.200,00 e R$ 121.800,00. Já o investimento em suplementação, no mesmo período, ficaria entre R$ 120,00 e R$ 220,00 por cabeça, tomando como exemplos os produtos destinados ao segmento.

106, 2021

Práticas sustentáveis são os diferenciais de queijaria paulista

Tradicional criatório do interior paulista, a Fazenda Bela Vista tinha como principal atividade a criação de gado, dentre elas, a raça Gir, oriunda da Índia e caracterizada por sua grande capacidade leiteira. Também fazem parte da história da fazenda diversos projetos de sucesso, como a Cabanha Angus Bela Vista e a Central Bela Vista, primeira central de prestação de serviços do Brasil.

Em 2011, após a venda da Central Bela Vista, o Gir da Sant´Anna foi levado para a Fazenda Bela Vista, localizada em Pardinho (SP), para dar início ao projeto de uma queijaria, que foi batizada com o nome Pardinho Artesanal.” “A partir da constatação das características especiais do leite da vaca Gir, observamos o potencial para a criação de um produto também especial e iniciamos o projeto da queijaria”, relata Bento Abreu Sodré de Carvalho Mineiro, diretor da Fazenda Sant´Anna.

A queijaria surgiu há seis anos, como consequência quase natural da qualidade da matéria-prima que Mineiro tinha em mãos. “Atualmente, metade da área da fazenda é destinada à preservação da mata nativa, já a outra, é reservada às pastagens responsáveis pela alimentação do gado Gir”, conta.

O projeto possui algumas características que o diferenciam e o colocam como referência no segmento. Uma delas é o fato de ser uma das primeiras fazendas do mundo a obter certificação ISO 14001, de gestão ambiental. “O ISO 14001, fundamental para garantir a qualidade dos serviços e produtos da empresa, já faz parte de nosso projeto desde os tempos da Central Bela Vista, em 2003”, informa o pecuarista.

Dentre os processos referentes à certificação, estão a medição, o controle e a redução dos impactos ambientais, soluções que, consequentemente, auxiliam em todo o processo produtivo da empresa. “Nossa mais recente conquista foi conseguir operar toda a fazenda (escritório, laticínio, ordenha, etc.) com energia elétrica produzida por meio de placas fotovoltaicas que captam a energia solar”, comemora o executivo.

A base do projeto é a utilização do leite de vacas criadas livremente, alimentando-se das pastagens na propriedade onde são elaborados os queijos. As condições ambientais únicas da região, aliadas à utilização das melhores práticas de bem-estar animal, permitem que os sabores sejam preservados. De acordo com Mineiro, “o leite especial, proveniente do Gir, é manipulado em sua forma pura, em blends que buscam evidenciar ao máximo suas propriedades proteicas singulares, bem como a sua originalidade”.

Os queijos da empresa são elaborados com leite cru, maturados em prateleiras de madeira e acompanhados, diariamente, durante todo o seu processo de evolução. Segundo o proprietário, os produtos unem o que há de melhor do ponto de vista técnico-laboratorial e asseguram a excelência à produção manual. “Produzimos quatro tipos de queijos, todos desenvolvidos pelo próprio laticínio”, diz o proprietário da Pardinho Artesanal.

Fazem parte do portfólio da queijaria o queijo Cuesta, feito 100% com leite de Gir e maturado por 8 meses em caves; o Cuestinha, feito com leite de Girsey e maturado por 2 meses nas caves; o CuestAzul, com mofo azul penicillium roqueforti, e três meses de maturação; e o Mandala, com massa cozida e prensada em peças de 10 quilos cada e com 12 meses de maturação nas caves. “Para essa produção, temos, hoje, em ordenha, 40 animais da raça Gir e 100 Girsey, cruzamento do Gir com o Jersey, proposto por nós para atender à demanda de um leite rico, baseado numa produção a pasto com extrema eficiência”, destaca Mineiro.

2005, 2021

Economizar água é objetivo de parceria

Diante da necessidade de se promover atividades cada vez mais voltadas à preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, para que a produção agropecuária seja sustentável, é essencial que o produtor adote boas práticas hídricas na propriedade. Além da melhor gestão da água, o manejo hídrico é uma importante ferramenta para a preservação e conservação dos recursos naturais.

É com esse objetivo que, há dois anos, a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), em parceria com a Nestlé, está monitorando o consumo de água de 60 propriedades leiteiras no País. O Programa de Boas Práticas Hídricas, que tem duração de quatro anos e busca levar a gestão da água para as fazendas leiteiras, tornando o uso desse recurso mais eficiente, registrou uma economia de cerca de 19 milhões de litros de água em 2020.

“Isso equivale à água ingerida por mais de 300 mil vacas em fase de lactação em um ano”, calcula Julio Palhares, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste. O monitoramento ocorre há dois anos em propriedades localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais e é realizado mensalmente por meio de hidrômetros instalados em vários pontos de consumo. Com a ajuda de técnicos, são feitas anotações em planilhas ou diretamente no aplicativo leiteria da Nestlé.

A partir de indicadores gerados, na segunda fase do programa serão propostas ações para melhorar a eficiência hídrica nas fazendas. Segundo a gerente de Desenvolvimento de Fornecedores e Qualidade da Nestlé Brasil, Barbara (falta o nome completo) monitorar a água com hidrômetros não é uma prática usual nas propriedades, o que faz dessa iniciativa uma inovação. “Essa parceria terá dados em larga escala para gerar pesquisas e propor ações de manejo sustentável desse recurso tão importante”, destaca.

O pesquisador da Embrapa lembra que manejos simples, como raspagem do piso e lavagem sob pressão, podem fazer a diferença na economia de água. “Detectar vazamentos também é uma prática bastante eficaz contra o desperdício. Outras medidas podem demandar mais de investimento, como a reutilização da água da lavagem da sala de ordenha para fertirrigação e sistema de captação da água da chuva, mas trazem retorno financeiro e ambiental”, informa.

Ele destaca ainda que, só com o monitoramento, já foi possível identificar ganhos de eficiência hídrica. “Em uma das fazendas, em sistema de semiconfinamento, onde o hidrômetro mede os consumos da água de lavagem do curral e da sala de ordenha, identificou-se uma redução de 36% no consumo de água. “Isso significa 3 mil litros a menos de água consumida em 2020, o que equivale ao consumo de uma família rural de quatro pessoas por uma semana”, compara. “Vale lembrar que o número de vacas em lactação e a produção de leite de 2019 para 2020 mantiveram-se iguais”, revela o pesquisador da Embrapa.

1105, 2021

Mercado de carnes acelerado impulsiona vendas de sêmen

Reflexo do aumento da demanda por carnes, não só no Brasil, como também em outros países do mundo, o mercado de sêmen teve um incremento considerável nos últimos anos. De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a coleta de doses também registrou aumento de 8,5% no último ano, atingindo 152.541 doses coletadas.

Dentre as raças mais procuradas no mercado de comercialização de sêmen, a Brahman, segunda raça de corte nacional com maior volume de doses exportadas, teve um incremento de 40% na comercialização de sêmen em 2020, comparado ao ano anterior.

Atualmente, o Brahman é a raça zebuína de maior presença no mercado mundial, sendo criada em cerca de 80 países, tanto por conta das características ligadas à qualidade da carne quanto por sua adaptabilidade, pois, tanto no Brasil quanto no exterior, o pecuarista tem procurado cada vez mais encurtar o ciclo de produção para tornar a pecuária um negócio rentável.

“A precocidade sexual e de terminação são as duas características que se tornaram mais relevantes nos últimos anos, muito por conta da demanda por carne ‘tipo exportação’. E o Brahman vem contribuindo com o rápido ganho de peso e o alto peso final.”, explica Juliana Ferragute, zootecnista e gerente de Produto Corte da Genex. Segundo ela, quem pretende trabalhar nessa linha precisa investir em animais de maior precocidade sexual, fertilidade, ganho de peso acelerado, alto peso final e acabamento de carcaça.

Segundo Paulo Scatolin, presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), esses fatores e o panorama de mercado têm contribuído para o aumento da procura por touros da raça para compor as baterias das centrais de inseminação. “Hoje, nossa genética atende tanto o mercado interno quanto o externo. Em 2021, nossa expectativa é manter esse crescimento nas vendas de sêmen”, espera Scatolin.

505, 2021

Pecuária sustentável contribui para redução de emissão de GEE

Um projeto pioneiro, para monitorar a redução de gases de efeito (GEE) na pecuária brasileira tem contribuído para a diminuição da emissão de gases, como também para a recuperação de pastagens degradadas. Trata-se do projeto Carbono Araguaia, uma parceria da Liga do Araguaia com a DOW Brasil, iniciado em 2016 e concluído em março de 2021, que apresentou resultados positivos, demonstrando que a pecuária que se pratica no Brasil pode ser uma importante ferramenta para mitigar as emissões de GEE provenientes da atividade, quando adotadas práticas de intensificação sustentável e integração.

Dados da entidade apontam que houve redução de emissões de GEE nos 80 mil hectares monitorados, recuperação de 28 mil hectares de pastagens degradadas, além do crescimento 64% na taxa de ocupação e queda na idade de abate de 28 meses para 22/24 meses. O projeto é uma iniciativa dos pecuaristas e conta com a adesão de 24 fazendas situadas no Vale do Araguaia, em Mato Grosso, responsáveis por uma área de 79.905 hectares de pastagens.

O projeto Carbono Araguaia é uma evidência de que o Brasil tem um modelo tropical de pecuária a pasto que incorpora o benefício da mitigação de GEE por meio da adoção de práticas sustentáveis testadas pela iniciativa e que podem ser replicadas para reduzir os impactos ambientais por meio da recuperação de pastagens degradadas, como também garantir maior lucratividade com a intensificação feita de forma sustentável. A partir deste mês de abril, o projeto seguirá de forma independente, com o objetivo de formatar um modelo de comercialização dos créditos de carbono.

3004, 2021

Alta performance na neve destaca vigor físico da raça Brahman

A facilidade com que as raças zebuínas em se adaptam às adversidades climáticas continua chamando a atenção de pecuaristas do mundo todo. Dentre elas, os animais da raça Brahman têm se destacado, tanto nos moldes brasileiros de manejo, com alto desempenho em regiões de clima tropical, quanto em pastagens estrangeiras, locais onde chuva e neve interferem na qualidade do pasto, entre outras adversidades.

De acordo com Fernando Roberto Pereira, médico-veterinário e presidente do Conselho Deliberativo Técnico da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), isso é possível em decorrência da grande adaptabilidade e rusticidade da raça da espécie Bos indicus (zebu). “Por conta dessa adaptabilidade, ela tem sido muito usada em rebanhos comerciais, além de outras características que geram mais rentabilidade para o pecuarista, como as relacionadas à qualidade de carcaça e ao ganho de peso”, explica.

Essa facilidade em se adaptar a diferentes condições foi destacada também pelo pecuarista norte-americano, Kally Jo Felcman, proprietário da Bar Ranch Inc., localizada em Hungerford, Texas. “Mês , tivemos uma explosão no Ártico, e isso fez com que as temperaturas caíssem abaixo de zero. Mesmo assim, nossos Brahman suportaram essas temperaturas congelantes Além disso, são animais que suportam também o forte verão do Texas, quando as temperaturas chegam a 37 graus e o gado continua pastando normalmente enquanto os bovinos da espécie taurina precisam ficar à sombra”, informa o criador, acrescentando que nem mesmo o manejo sofre muitas alterações, apenas adotando uma dieta mais rica em proteína e feno, por exemplo.

No Brasil, não é muito diferente, como destaca o presidente da ACBB. “Há uma forte demanda pelo touro Brahman em todas as regiões do Brasil para serem usados em cruzamentos em rebanhos comerciais, por ser um animal com bom desempenho a campo, resistente a endo e ectoparasitas e ao estresse térmico”, diz. “Além da rusticidade, o touro Brahman fornecerá produtos de carcaça melhor, de melhor desempenho, seja no pasto ou no confinamento”, arremata.

2304, 2021

Tecnologia auxilia no tratamento de resíduos orgânicos

Reduzir o mau cheiro, economizar água, além de agilidade e redução de custos no tratamento do solo para pastagens e para as atividades agrícolas são os objetivos da tecnologia desenvolvida no Japão e que já vem sendo utilizada em algumas propriedades no território nacional.

Trata-se de um método de compostagem inteligente que acelera o tratamento de resíduos orgânicos que, além de nutrir a natureza e cumprir seu papel ambiental, evita que esses resíduos retornem ao meio ambiente. Segundo Diego Pelizari, gerente comercial da Korin Agricultura e Meio Ambiente, é o Embiotic, um processo de compostagem com múltiplas funções que tem contribuído e participado de forma efetiva na produção de alimentos saudáveis.

“Nossa prioridade é potencializar o tratamento dos resíduos. Para isso, os microrganismos do Embiotic promovem a aceleração da degradação dos insumos. Além de benéficos para a natureza, eles atuam de forma harmônica com o solo”, destaca Pelizari, acrescentando que o produto pode ser usado na agricultura, indústrias, jardins, hortas e ambiente doméstico.

De acordo com Pelizari, a técnica é benéfica ao ambiente e o pode reduzir o tempo de compostagem em até 50%, promovendo uma economia de um terço de água, redução do custo em até três vezes e menos perda de nitrogênio. “Isso ajuda na redução de gases e odores, contribuindo para a criação do conceito de compostagem inteligente”, informa. Porém, segundo o especialista, o processo tem que ser feito com a tecnologia certa para reduzir mau cheiro, moscas e outros insetos e eventuais patógenos, além de enriquecer o composto com microrganismos benéficos e agregar valor no produto final.

1604, 2021

Tecnologia antecipa detecção de estro e evita perda de cio

Os avanços tecnológicos em pesquisas, técnicas e equipamentos de manejo têm contribuído para o desenvolvimento produtivo e sustentável das atividades agropecuárias. Por essa razão, os produtores precisam estar atentos às novas tendências e acompanhar essas inovações para se manter em atividade.

Com o objetivo de auxiliar os produtores que se dedicam à pecuária de leite, estudos realizados na Embrapa Gado de Leite (MG) em parceria com a Universidade de Wisconsin-Madison (Wisc), nos Estados Unidos, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveram sensores que coletam dados sobre o consumo das vacas e são capazes de detectar o cio de cada animal com horas de antecedência.

O resultado dos estudos, conduzidos pelo mestrando em zootecnia Frederico Correia Cairo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), mostrou que a variação no consumo e comportamento de ingestão de água e alimento de uma vaca leiteira é capaz de revelar se o animal entrará no cio com até seis horas de antecedência e garante maior precisão em relação à observação visual na fazenda. “O estudo mostrou que, antes de entrar no cio, ou estro, as vacas consomem entre 25% e 35% menos água e alimentos”, revela Cairo.

Segundo ele, a descoberta abre caminho para sistemas eletrônicos que identifiquem as fêmeas prontas para reprodução, com precisão e antecedência de horas. Cairo diz que método mostrou maior precisão que a detecção convencional de estro, que consiste na observação dos animais. “Além disso, a acurácia do novo sistema, de acordo com o estudo, ajudaria a evitar a perda de cios, um dos principais responsáveis pela queda de eficiência reprodutiva”, diz.

De acordo com pesquisador da Embrapa, Luiz Gustavo Pereira, a mudança no comportamento alimentar das vacas próximas a manifestar o cio serviu como base para o desenvolvimento dos modelos computacionais na Universidade de Wisconsin. “Esses modelos vão permitir a produção de sensores para a identificação precisa e acurada de cio nas fazendas leiteiras”, explica Pereira. Ele acrescenta que os sensores colocados em cochos e bebedouros eletrônicos permitem identificar variações no consumo de alimento e água, causadas pela manifestação do estro (cio) em vacas leiteiras.

“Os estudos envolvendo avaliação das variações que ocorrem em decorrência do estro são necessários para o desenvolvimento de algoritmos, que farão os sensores funcionarem, identificando as variações comportamentais relacionadas ao estro que sirvam de base para acionar alertas para a tomada de decisão”, afirma o orientador dom mestrado. “A observação visual resulta em índices de detecção que podem variar de 50% a 90%, porém, o monitoramento constante da atividade reprodutiva do rebanho nem sempre pode ser feito devido à rotina das propriedades.”

1103, 2021

Cultivo de lambari gera renda e reduz impacto ambiental

Reduzir a captura predatória do camarão-branco para ser usado como isca-viva na pesca do robalo, além de opção de renda para pequenos produtores do litoral paulista, são alguns dos objetivos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que, através de estudo realizado pelo Instituto de Pesca (IP-APTA), utiliza materiais alternativos de baixo custo para a construção de tanques de recirculação voltados à criação de lambari na Mata Atlântica.

Segundo o pesquisador do IP, Marcelo Barbosa Henriques, que vêm buscando introduzir o lambari como alternativa de isca-viva ao crustáceo para a pesca esportiva no litoral sul paulista, justamente por tratar-se de um peixe que pode ser cultivado, além de dar um fôlego maior à população de camarões no ambiente, já que a espécie ainda é a mais utilizada como isca-viva na pesca esportiva do robalo, o cultivo de lambari também representa possibilidade de renda interessante para produtores da região.

De acordo com Henriques, uma das vantagens desse sistema é que, para isca-viva, o criador vende o peixe por unidade, não por quilo, o que favorece o estabelecimento dos pequenos aquicultores na atividade, principalmente no sistema alternativo de baixo custo. “Se o produtor fosse vender lambari por quilo, teria que trabalhar com viveiros grandes, escavados, onde são colocados centenas de milhares de lambaris. Vendendo por unidade, o pequeno produtor pode trabalhar com tanques de recirculação de 8 mil a 10 mil litros, com cerca de 4 mil peixes por tanque”, detalha.

Com o objetivo de tornar a atividade viável para produtores e comunidades de baixa renda, Henriques e sua equipe aperfeiçoaram métodos de criação de peixes já existentes. “No nosso sistema, especificamente, adaptamos uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa, originalmente para cultivo de tilápia, e aplicamos ao lambari”, conta o especialista.

Ele acrescenta ainda que, nesse primeiro projeto, eles chegaram à conclusão de que o lambari, cultivado nos chamados tanques de recirculação, é mais barato que o camarão, além de ser uma isca mais eficiente para pesca de robalo em rios, por se mostrar mais atrativo nesse tipo de ambiente. Essa pesquisa foi publicada em um dos mais importantes periódicos internacionais que tratam do assunto, o Fisheries Management and Ecology.

903, 2021

Produtor de biofertilizantes recebe Prêmio Hugo Werneck

Tratar dejetos bovinos para transformá-los em renda e sustentabilidade ambiental. Foi com essa ideia que um pequeno produtor de leite do norte mineiro, através da implantação de um projeto de produção de biofertilizantes, foi um dos ganhadores do Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza, considerado um dos mais importantes da ecologia no Brasil.

Natural de Bocaiúva, Dilson Geraldo da Silva, proprietário da Fazenda São Pedro, percebeu que, ao invés de poluir os solos e os cursos de água da região, os dejetos bovinos poderiam ser uma fonte de renda para seu negócio. Orientado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG), ele instalou na propriedade uma esterqueira, espécie de tanque para onde são destinadas as fezes e outros resíduos resultantes da lavagem da sala de ordenha. Esse material passa por um período de estabilização, de cerca de 90 dias, período necessário para os micro-organismos transformarem o composto em um poderoso biofertilizante, que pode ser usado na adubação de pastagens e lavouras.

Segundo o extensionista agropecuário da Emater, Iran Ferreira Leite Junior, o biofertilizante obtido a partir dos dejetos de esterqueira pode ser usado em qualquer cultura. “A única restrição é o uso em hortaliças. O recomendado é que, após a aplicação, seja obedecida uma carência de cerca de 30 dias antes da colheita, para evitar resíduos nos alimentos que vão para a casa dos consumidores”, destaca.

A implementação da esterqueira permitiu ao agricultor familiar evitar danos ambientais, economizar com a compra de fertilizantes químicos para pastagens e lavouras de milho, além de aumentar sua renda, já que passou a receber um valor extra de um grande laticínio da região que tem um programa de auxílio à produção sustentável de leite.

Atualmente, devido ao sucesso do projeto, a Fazenda São Pedro tornou-se uma unidade demonstrativa do uso de esterqueira para a produção de biofertilizante e já recebeu mais de 50 pessoas interessadas em adotar o sistema. Segundo Leite Junior, mesmo com investimentos próprios, o projeto vale a pena. “O pagamento extra de R$ 0,07 por litro de leite representa, em um ano, cerca de R$ 8 mil a mais na renda do produtor”, contabiliza. “Isso sem contar os ganhos ambientais e sociais de se ter uma propriedade ambientalmente equilibrada.”

403, 2021

Criação de abelhas nativas sem ferrão é regulamentada em São Paulo

A Resolução 11/2021, publicada pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sima), legaliza a criação de abelhas nativas silvestres sem ferrão no Estado de São Paulo ao caracterizar a atividade na categoria de fauna silvestre melipolinário. Além de permitir atividades de educação ambiental ou ensino (visitas de estudantes, por exemplo), serviços de polinização, pesquisa científica e conservação da espécie, o novo regulamento permite que os criadores possam fazer o manejo reprodutivo dos insetos para a formação de novas matrizes, além da comercialização de produtos, como mel, ou subprodutos, como o própolis.

De acordo com o subsecretário da Sima, Eduardo Trani, o cadastramento vai permitir que sejam obtidos dados específicos sobre a criação de abelhas sem ferrão, como as espécies e a origem das colônias, além de proporcionar segurança para quem exerce atividades, seja por hobby ou produção comercial. Pelas normas, o meliponicultor, independentemente do número de colmeias que tenha ou pretenda criar, deverá fazer um cadastro simplificado no Sistema Integrado de Gestão de Fauna Silvestre (GeFau/SIMA) com dados pessoais e informações das espécies que já possui ou queira trabalhar. “Para isso, o produto deverá consultar uma portaria com a lista das espécies de abelhas sem ferrão de ocorrência e distribuição natural no Estado, publicada no mês de fevereiro/2021.

O secretário lembra que as abelhas nativas vivem em grandes comunidades e são responsáveis pela polinização de frutas, vegetais e da flora. “Dessa forma, têm participação importante na manutenção das florestas. Além da prestação de serviços ambientais, pode ser fonte de renda, com a comercialização de seus produtos, como mel e pólen”, destaca.

303, 2021

Consumidores de lácteos tendem a preferir alimentos saudáveis e ambientalmente corretos

A predileção dos consumidores de produtos lácteos por alimentos mais saudáveis e sustentáveis tornou-se uma nova tendência e tem sido notada não só nas gôndolas dos supermercados, mas também na cadeia produtiva do setor, que precisa se adequar a esse novo cenário, cada vez mais evidente, para manter-se na atividade.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Kennya Siqueira, o fortalecimento do sistema imunológico e a perda de peso estão entre alguns dos fatores relacionados à escolha do consumidor. “A tendência em valorizar os lácteos com benefícios à saúde vem sendo observada nos últimos anos e, durante a pandemia, reforçou a preocupação do consumidor com o fortalecimento do sistema imunológico, além de oferecer mais benefícios nutricionais e funcionais por quilocaloria”, diz Kennya.

Um levantamento feito pelo Innova Consumer Survey, plataforma de tendências de mercado, aponta que seis de cada dez consumidores no mundo buscam alimentos e bebidas cuja finalidade é aumentar a imunidade. Isso tem levado as indústrias a desenvolverem produtos nutracêuticos, com compostos bioativos, que tragam benefícios à saúde, como vitaminas C e B6, além do ômega 3.

Segundo Kennya, atenta às necessidades dos consumidores, as empresas laticinistas têm inovado e oferecido cada vez mais opções de produtos que se adequam a essa nova realidade e essa tendência lança luz nos iogurtes, produto com alta densidade nutricional. “Os iogurtes, em especial, devem se beneficiar, visto que já são reconhecidos como alimentos que aumentam a imunidade do organismo”. A empresa de pesquisa de mercado Technavio estima que a taxa de crescimento no mercado anual de iogurtes supera 5%.

Outro ponto destacado pela pesquisadora é que a saúde intestinal sensibiliza os consumidores há mais tempo, tanto que a indústria de alimentos possui uma série de produtos direcionados à atuação na microbiota intestinal, que refletem em melhorias de problemas metabólicos, controle de peso, imunidade e bem-estar emocional. “Nesse sentido, os derivados lácteos apresentam vantagem pelo fato de alguns terem naturalmente atuação na microbiota intestinal, e outros por serem ótimos veículos para prebióticos, probióticos e simbióticos”, observa, acrescentando que, de acordo com dados da empresa de consultoria sobre mercado global, Global Marketing Insigths, os produtos lácteos destinados à promoção da saúde dos consumidores movimentarão, em 5 anos, cerca de U$ 21 bilhões.

A pesquisadora lembra que os impactos da pandemia sobre o setor fortaleceram outra tendência: a preocupação com a sustentabilidade ambiental. Segundo ela, estudos mostram que cerca de dois terços dos consumidores desejam impactar positivamente o meio ambiente, o que inclui o consumo de alimentos e bebidas. “Com o leite não é diferente, então, para este e para os próximos anos, é preciso que a cadeia produtiva de lácteos demonstre seu compromisso com a sustentabilidade em todo o ciclo produtivo”, ressalta. “Isso porque, num setor tão rotulado pela emissão de gases de efeito estufa e maus tratos com os animais, a chave para o sucesso estará na forma de comunicar os esforços de sustentabilidade para o consumidor final.”

203, 2021

Grão de milho seco por destilação é nova opção para alimentação animal

Uma nova alternativa para substituir os insumos tradicionais na alimentação animal vem ganhando espaço entre produtores e indústrias de ração. Trata-se do grão de milho seco por destilação ou DDG (Dried Distillers Grains), na nomenclatura original em inglês.

Proveniente do milho que foi destinado à fabricação de etanol, o DDG tem elevado valor proteico, sendo cada vez mais demandado para ser utilizado na alimentação animal em substituição e/ou complemento a outras matérias-primas, como o próprio milho ou o farelo de soja.

Segundo Thiago Mateus, fundador da Agro2Business, marketplace especializado na comercialização e monetização de subprodutos/coprodutos do agronegócio, em razão dos elevados preços dos insumos tradicionais, gradativamente, o DDG vem ganhando espaço entre criadores e indústrias de ração, cenário que também é estimulado pelo aumento de oferta.

“Além disso, a crescente digitalização no agronegócio, acelerada pela pandemia, também mostrou ao mercado que a comercialização convencional offline dos subprodutos/coprodutos do agronegócio estava defasada, sendo limitada, baseada em contatos locais, buscas por telefone e pesquisas aleatórias na internet”, destaca Mateus.

Segundo o executivo, por meio de funcionalidades de geolocalização, ranqueamento de usuários e compra protegida, com a plataforma, a empresa vem ampliando as oportunidades de negócios e de monetização ao expandir as conexões dos participantes da cadeia produtiva de subprodutos/coprodutos do agronegócio.

“O cadastro para vendedores e para compradores é gratuito, apenas quando uma operação é concretizada há um pequeno valor de corretagem, que é deduzido do vendedor”, informa Mateus, acrescentando que a meta da Agro2Business, até o fim do ano, é saltar de 1,2 mil para 3 mil usuários e de 800 para 5.000 anúncios.

2101, 2021

Especialista prevê ano positivo para pecuária nacional

Impulsionada pelos avanços tecnológicos, investimentos em pesquisas e alinhamento de protocolos sanitários, com o objetivo de adequar o produto brasileiro aos mercados internacionais, além dos esforços do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em acertar acordos de comercialização, a perspectiva é de um 2021 positivo para pecuária nacional.

A análise é do diretor comercial do Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), Sérgio Ribas Moreira. Segundo ele, os dados levantados demonstram a qualidade da carne brasileira e, consequentemente, a confiança dos mercados internacionais no produto. “Nos últimos 18 anos, o setor passou por um processo intenso de inovação. Tivemos um avanço tecnológico muito significativo”, destaca o especialista.

Um dos pilares para esse desenvolvimento, de acordo com Moreira, foi o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem animal (Sisbov), uma ferramenta fundamental para implantação da rastreabilidade animal e serviu de base para traçar um padrão de identificação dos animai. “A partir daí, a cadeia começou a ver como isso era importante. A identificação individual, a balança e o sistema informatizado representam o tripé para um início de uma boa gestão que a fazenda deve buscar”, destaca.

Apesar de acreditar em um cenário positivo para o setor em 2021, o especialista afirma que, para confirmar essa evolução, é prudente pulverizar o número de clientes externos e não ficar tão dependentes de China e de Hong Kong, que compraram aproximadamente 60% da exportação de proteína animal brasileira. “O governo, por intermédio Mapa, tem realizado um eficiente trabalho, negociando com México, Canadá, Coreia do Sul e Japão, que não compram do Brasil e são os que mais pagam pela tonelada de carne in natura. Com isso, a conta deve ser positiva para o produtor e frigorífico exportador”, arremata o diretor do SBC.

1901, 2021

Brasil bate recorde na exportação de suínos

Conforme previsto pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), tanto as exportações de carne suína quanto de carne de frango bateram recorde em 2020. No caso dos suínos, o resultado foi ainda melhor, já que os embarques do produto, pela primeira vez na história, ultrapassaram a casa de 1 milhão de toneladas.

Os números foram comemorados pelo presidente da entidade, Ricardo Santin, que destacou o bom momento do Brasil no mercado internacional do setor. “Seja pelo recorde de exportações de suínos como pela alta nos embarques de aves, as projeções setoriais estabelecidas pela ABPA e confirmadas nas vendas finais reforçam avança brasileiro no mercado internacional, mesmo em um ano desafiador em todos os sentidos. A perspectiva é que o ritmo positivo se mantenha em 2021, com a esperada retomada econômica internacional”, avalia.

Incluindo todos os produtos, entre in natura e processados, dados da entidade mostram que as vendas internacionais de carne suína totalizaram 1,021 milhão de toneladas em 12 meses, superando em 36,1% o volume registrado em 2019, quando foram exportadas 750,3 mil toneladas. A receita cambial das vendas chegou a US$ 2,270 bilhões, resultado 42,2% maior que o alcançado em 2019, com US$ 1,597 bilhão.

No caso da carne de frango, as vendas de 2020 alcançaram 4,230 milhões de toneladas, número 0,4% superior ao total embarcado em 2019, com 4,214 milhões de toneladas. A receita das exportações do ano chegou a US$ 6,123 bilhões, desempenho 12,5% menor em relação aos 12 meses de 2019, com 6,994 bilhões.

A entidade também divulgou os números referentes aos embarques de dezembro, mês em que as exportações de carne suína totalizaram 80,3 mil toneladas, superando em 5,6% às 76 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2019, o que gerou uma receita 4,1% maior que a de dezembro do ano passado (US$ 191,2 milhões ante US$ 183,6 milhões).

1801, 2021

Bioinsumos auxiliam no aumento da produtividade animal

Produzir carnes, ovos e leites com biológicos é objetivo que a empresa paulista Korin Agricultura e Meio Ambiente pretende estender os trabalhos de evolução, não só na produtividade, como também na melhoria da eficiência alimentar, bem-estar e saúde animal, por intermédio da utilização de aditivos acidificantes.

Segundo o agrônomo e Coordenador do Centro de Pesquisa Mokiti Okada (CPMO), Sergio Homma, os insumos biológicos também proporcionam melhor condicionamento microbiológico das unidades de produção, além de proteger os animais contra doenças. “Já utilizamos os bioinsumos em nossa linha de produção de aves orgânicas, sem o uso de antibióticos e grãos transgênicos e os resultados apresentados são muito satisfatórios”, informa o pesquisador, acrescentando que a linha de produtos atende, além da avicultura, ao mercado de suínos, lácteos e pecuária de corte.

Os produtos incluem soluções para proteção do sistema digestório das aves e controle de vermes, a partir da redução do pH da água de bebida e ação dos ácidos orgânicos a [aditivos naturais que restauram o equilíbrio microbiano no ambiente, proporcionando melhoria da saúde de aves, suínos e bovinos (corte e leite), por meio de um ambiente mais adequado e confortável, consequentemente com mais resistência a enfermidades e melhor desempenho zootécnico.

“Baseados nestes trabalhos do CPMO, que atua há três décadas em pesquisas de soluções naturais para o campo, fomos a primeira empresa no Brasil e no mundo a produzir frangos e ovos sem o uso de antibióticos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de origem animal na dieta das aves”, informa Luiz Demattê, CEO da Korin Agricultura e Meio Ambiente, listando ainda outros benefícios dos insumos, como melhora no metabolismo digestivo dos animais de produção e no desempenho zootécnico de aves, suínos e bovinos (corte e leite).

1501, 2021

Projeto APTA/SP visa incentivar o aumento do consumo de peixe no Brasil

Desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), em co-execução com o Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o projeto Pescado para a Saúde tem como objetivo transformar a produção e o consumo de pescado no Brasil, com foco na necessidade do consumidor.

Apesar do grande potencial para o desenvolvimento da atividade, o Brasil, que atualmente importa cerca de 30% do pescado que consome, aparece entre os últimos no ranking de consumo do produto no mundo. O projeto, que em cinco anos, vai contar com R$ 23,8 milhões vindos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), universidades e instituições governamentais do Brasil e do exterior, além de empresas privadas do Brasil, Estados Unidos, Holanda, Dinamarca e França.

Os pesquisadores buscam promover melhorias na cadeia do pescado por meio da análise de mercado, análise nutricional e de contaminantes e a contribuição atual para o suprimento de nutrientes, análise nutricional de duas espécies da aquicultura e de rações e aprimoramento do perfil nutricional das espécies por meio do uso de dietas dos peixes e de técnicas de processamento, podendo trazer maior acesso ao pescado pelo mercado consumidor.

Segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e líder do projeto, Daniel Lemos, a pesquisa aposta no alto valor nutricional do pescado como uma importante ferramenta contra a obesidade no País. “Cerca de 50% da população adulta brasileira está acima do peso e 15% é tida como obesa. Em São Paulo, 45% das crianças e adolescentes estão com sobrepeso ou obesidade infantil”, esclarece.

Ainda de acordo com o pesquisador, o projeto tem potencial para transformar a produção e o consumo de pescado no Estado e em todo País. “O produto é considerado fundamental e estratégico para a segurança alimentar e para uma alimentação saudável”, diz Lemos. “A ideia é seguir o que foi feito com o frango, que, no passado, era um alimento caro e hoje é acessível e muito consumido no Brasil.”

1712, 2020

Incentivar produção sustentável na aquicultura é objetivo do Mapa

Propor políticas públicas estratégias de conservação e uso sustentável da pesca e aquicultura é o objetivo da Ação Aquipesca, projeto coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que apoia o consumo de produtos pesqueiros e aquícolas sustentáveis.

De acordo com o Decreto nº 10.544, publicado no Diário Oficial da União pelo governo federal, o X Plano Setorial para os Recursos do Mar define diretrizes e prioridades de 2020 a 2023, orienta o desenvolvimento nacional e sustentável de atividades de exploração e aproveitamento de recursos vivos, minerais e energéticos da Amazônia Azul, que compreende o Mar Territorial, a Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma Continental.

Além do apoio às políticas de incentivo ao consumo de produtos pesqueiros e aquícolas produzidos de maneira sustentável, a Aquipesca reestrutura o Sistema do Registro Geral da Atividade Pesqueira, atualiza as informações da frota pesqueira, avalia planos de recuperação de espécies ameaçadas de extinção, apoia projetos de pesquisa científica das atividades aquícolas e pesqueiras, promove o recadastramento dos pescadores profissionais, a retomada da estatística pesqueira, o fortalecimento das políticas de cessão de espaços físicos em águas da União para fins de aquicultura marinha e combate à pesca ilegal.

1612, 2020

Brasil se consolida como maior exportador mundial de produtos agropecuários

Estudo da Organização Mundial do Comércio (OMC), que analisou a escalada do País no mercado internacional entre os anos de 1995 e 2019, aponta que o Brasil, devido sua constante evolução produtiva, ampliou sua liderança no ranking mundial de superávits agrícolas.

A análise mostra que, nos últimos 25 anos, o Brasil se consolidou como o maior exportador líquido de produtos agropecuários no mundo, puxado pela soja, comodity mais comercializada no mercado internacional, além do milho e das carnes, produtos que o País também ocupa lugar de destaque.

De acordo com o estudo, as exportações globais de produtos agrícolas, entre 1995 e 2019 mais que triplicaram. O salto foi de US$ 286 bilhões para US$ 1,051 trilhão. No período, enquanto os principais concorrentes do Brasil perderam percentuais de mercado, as participações brasileiras aumentaram. Exemplo disso é a América do Norte que, em 1995, dominava quase 30% das exportações agrícolas mundiais, e viu seu percentual recuar para 22% em 2019. Já os Estados Unidos, maior exportador mundial, com 22,2% do total em 1995, caiu para o segundo lugar, com participação de 13,8%.

Impulsionada pela colaboração dos 28 países do bloco, a União Europeia assumiu a liderança no ranking das exportações, com 16,1%. Já o Brasil, ocupou o terceiro lugar (7,8%). A participação das Américas do Sul e Central nas exportações agrícolas totais, puxada pela arrancada brasileira e o avanço de países como a Argentina, aumentou de 14,5% para 17,6% de 1995 a 2019.

Em relação aos “exportadores líquidos” (diferença entre exportações e importações) do setor, o Brasil também manteve a liderança, com embarques que superaram as importações em US$ 71,5 bilhões em 2019, seguido pela União Europeia, com US$ 35,2 bilhões. Vale destacar que grande parte desse saldo positivo brasileiro se deve às vendas para os chineses que em 1995 eram exportadores líquidos e se transformaram nos maiores importadores.

1412, 2020

Curso à distância sobre criação sustentável de peixes é novidade da Embrapa

Promover a criação sustentável de peixes redondos é o objetivo da Embrapa Pesca e Agricultura de Palmas, no Tocantins, que lançou, recentemente, o primeiro curso on-line, gratuito, para quem pretende aumentar seu conhecimento e investir no segmento.

A plataforma disponibiliza o material em diversos formatos, como textos, imagens, podcasts e animações em vídeo. Ao final de cada módulo, há uma avaliação referente ao conteúdo estudado.

Para conseguir o certificado, o participante precisa acertar ao menos 70% das questões apresentadas.

O curso aborda todo o processo produtivo sustentável de peixes redondos. São nove módulos enfocando várias temáticas que vão desde o que é necessário saber antes mesmo de começar da produção, passando por informações iniciais até questões fundamentais como alimentação, qualidade da água e comercialização.

Segundo a pesquisadora, Hellen Kato, que trabalha na transferência de tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura e está à frente da equipe responsável, esse primeiro curso faz parte de uma série sobre produção sustentável de peixes amazônicos. “O curso sobre produção sustentável de pirarucu já está em fase final de produção e deve sair nos próximos meses. Além disso, está em fase inicial um curso sobre cultivo de camarão marinho, mas fora desta série”, adianta a pesquisadora sobre outras novidades.

Resultado do projeto Peixe Mais Amazônia, um dos 19 da Embrapa no âmbito do Projeto Integrado da Amazônia, o curso é financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente. As inscrições podem ser feitas na plataforma de cursos online da Embrapa.

1012, 2020

Melhoramento de pastagens contribui para avanços na alimentação bovina

Cerca de 95% da carne bovina brasileira é produzida em regime de pastagens, o equivalente a 167 milhões de hectares do território nacional. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o melhoramento das pastagens é um dos principais responsáveis pelo avanço na alimentação do rebanho de bovinos grandes.

De acordo com levantamento da entidade, o aumento da capacidade de suporte e o desempenho animal no Centro-Oeste brasileiro ocorreu após a adoção de capins selecionados e desenvolvidos por meio de pesquisas científicas na região.

A Fazenda Escola da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), com cerca de 200 hectares e sob coordenação do professor Rayner Sversut Barbieri, conta com o setor de Pastagens e Plantas Forrageiras, para que alunos, professores e parceiros realizem projetos na área de produção animal a pasto.

O setor é composto por unidades de campo agrostológico (ramo da botânica que estuda as gramíneas e plantas forrageiras), onde os acadêmicos aprendem a identificar as espécies forrageiras que são cultivadas em pastagens no Brasil e em outros países de clima tropical, estudando seus nomes científicos e comuns, suas origens, suas características botânicas e agronômicas. Nas unidades de pastoreio de lotação rotacionada de capins, os alunos podem aprender a manejar cercas elétricas, pastejo, correção e adubação de solo, controle de plantas invasoras e insetos pragas e manejo de animais.

Além das aulas práticas regulares, o acadêmico pode ingressar no programa de monitoria voluntária e, através de concurso oficial da Fazu, ser aprovado no programa de monitoria remunerada. No programa de monitoria, os alunos ajudam na condução das atividades, na pesagem dos animais, protocolos de manejo sanitário dos animais, manejo do pastejo, correção e adubação do solo.

812, 2020

Expandir mercado é objetivo de ranicultores do oeste catarinense

Com o auxílio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na agroindústria artesanal do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), entidade ligada à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), a ranicultura é a nova aposta de produtores do oeste catarinense.

Principal fonte de renda da família Kleinubing, de Chapecó, há 12 anos, a ranicultura está em processo de certificação de inspeção municipal para implantar um entreposto de pescado para produção e processamento da carne e, consequentemente, ampliar mercado. A família possui dois açudes e um ranário com capacidade de produção de 6 mil rãs em uma área de 3,7 hectares.

Segundo o engenheiro agrônomo e proprietário do ranário, Carlos Eduardo Kleinubing, a produção começou por intermédio de seu pai, sr Darci, um apaixonado pela ranicultura. “Há 17 anos vendemos tilápias e há 12 investimos na ranicultura. Como as informações técnicas sobre a atividade são escassas, fomos estudando e experimentando aos poucos até consolidar a produção”, conta. “Entramos com o processo de legalização em 2017 e estamos aguardando a certificação para ampliar a estrutura e regularizarmos a comercialização”, conta ele que aposta na assistência técnica e gerencial do Senar para concretizar essas melhorias.

Carlos e a esposa Priscila comandam a atividade e, por enquanto, comercializa a produção diretamente aos consumidores e amantes da carne considerada nobre dentro e fora do País. A família vende 200 kg de rãs por mês, além de 400 kg de filé de tilápia e 100 kg de outros peixes como lambaris e cascudos (ambos adquiridos de pescadores locais e processados na propriedade), além da exótica carne de jacaré (proveniente de agroindústrias de São Paulo e do Pantanal).

O quilo de rã inteira é comercializado a R$ 45,00, a parte mais carnuda (coxas) R$ 75,00 e o dorso a R$ 22,00. O quilo do filé de tilápia é vendido por R$ 36,00, do lambari a R$ 22,00 e do cascudo entre R$ 28,00 e R$ 30,00. Já a carne de jacaré é vendida a R$ 120,00 ao kg. “O nosso diferencial é que a carne embalada não tem água, é 100% produto. Queremos manter essa qualidade a partir da formalização”, aponta o produtor.

O trabalho conta com o apoio da técnica de campo do programa, a engenheira de alimentos e especialista em segurança do trabalho Juliane Rossato Cigognini, que acompanhará a produção durante dois anos, com visitas mensais e assessoria direta. O objetivo, segundo ela, é desenvolver a produção, o gerenciamento das atividades e a gestão dos negócios.

Atualmente, Santa Catarina tem mais de 1.300 agroindústrias familiares, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri).

112, 2020

Tilápia representa 60% do total de produção de peixes no Brasil

A piscicultura brasileira continua em plena expansão e, no ano passado, atingiu a produção de 529,6 mil toneladas, aumento de 1,7% em relação ao ano anterior. Desse total, a tilápia foi a espécie que mais contribuiu para o crescimento dos números, sendo responsável por 61,1% do total produzido, somando 323,7 mil toneladas.

Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Pecuária Municipal (PPM2019). No quesito liderança por regiões, o Sul, com 32,9% do volume total do segmento, e um incremento de 4,8% em relação ao levantamento anterior, segue na frente, sendo o Paraná o maior produtor nacional. Já a região Sudeste, permanece estável, enquanto as regiões Norte e Nordeste registram queda de produção no período.

Em relação às demais espécies, depois da tilápia, a que mais se destacou foi o tambaqui, com 101,1 mil toneladas, o equivalente a 19,1% do total da piscicultura brasileira. Outras espécies que também contribuíram para o avanço da piscicultura foram tambacu e tambatinga, com 40,1 mil toneladas, seguidos da carpa, pacu, patinga e pintado. A produção de camarão criado em cativeiro foi de 54,3 mil toneladas, com alta de 18,8% sobre o ano anterior.

3011, 2020

Consumo per capita de ovo deve alcançar 250 unidades

A pandemia do coronavírus impactou fortemente o setor agropecuário, promovendo diversos desafios, desde a cadeia produtiva até o consumidor final e, com no segmento de proteína animal, não foi diferente, principalmente quando o assunto é produção e consumo de ovos.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o brasileiro nunca comeu tanto ovo quanto em 2020. De acordo com projeções da entidade, o consumo per capita nacional deve alcançar neste ano 250 unidades, número 8,5% comparado ao ano passado.

Na opinião do presidente da ABPA e do Instituto Ovos Brasil (IOB), Ricardo Santin, além da pandemia, outros fatores contribuíram para o aumento significativo de consumo da proteína no ovo. “A preocupação com a saudabilidade dos alimentos ganhou força, ao mesmo tempo em que a população tinha informações mais claras sobre as qualidades do ovo”, disse o executivo lembrando que, em 2010, o consumo brasileiro de ovos era de 148 unidades por pessoa.

Porém, com o consumo crescendo de forma acelerada, há a preocupação xom os desafios relacionados aos custos de produção. “O ovo é um alimento que marca presença nas mesas das famílias brasileiras das diversas classes sociais, porém, como qualquer outro produto, está sujeito às altas de custos de produção”, afirma o presidente da entidade. “Esse é o quadro que enfrentamos hoje com o milho e a soja, em altas históricas. Em algumas praças, a alta comparativa com o ano anterior chega a 70%”, acrescenta.

Diante desse cenário que impacta não apenas o ovo, mas também a carne de frango e a carne suína, a ABPA solicitou ao Governo Federal, por meio da Câmara de Comercio Exterior (Camex), a suspensão temporária da Tarifa de Exportação Comum (TEC) para a importação de milho e de soja provenientes de nações externas ao Mercosul.

2611, 2020

Alta do leite anima setor, mas especialistas pedem cautela

Depois de um período com baixo crescimento, de julho a setembro de 2020, os preços do leite apresentaram alta expressiva, chegando a R$ 2,13/litro em setembro, valor 59% acima da média observada entre 2015 e 2019.

Esses dados foram divulgados na carta de conjuntura do Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa Gado de Leite, do mês de outubro. Especialistas acreditam que depois de um 2019 com baixo crescimento no setor, este ano, com taxas maiores, os preços estão voltando à média dos últimos cinco anos, de US$ 0,30/litro.

De acordo com o documento, o que contribui para esse cenário foi a pandemia, que impactou o setor leiteiro de forma diferente em cada região. Os preços ao produtor que historicamente ficaram ao redor de 10% acima dos patamares internacionais, entre junho de 2019 e junho de 2020 inverteram de posição e os volumes importados registraram queda de 36% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado.

O preço da mistura milho e farelo de soja (70%+30%), que nos últimos cinco anos ficou em R$ 0,91/kg (média), subiu 38% chegando a R$ 1,25/kg. Esta valorização foi puxada pelos aumentos de 52% no preço do milho e de 26% no do farelo de soja, em relação as médias históricas corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A alimentação animal mais cara elevou os custos enfrentados pelos produtores, no entanto, suas margens foram compensadas por uma valorização proporcionalmente maior dos preços recebidos pelo leite.

Porém, os especialistas acreditam que, a partir de novembro, pode acontecer uma reversão nos preços pagos aos produtores. O ponto de alerta é que esse segmento deve conviver por mais algum tempo com preços do milho e do farelo de soja bastante valorizados. Somente no decorrer de mês de outubro, esses dois produtos já registraram aumentos de 20% a 25% em relação ao fim de setembro e os valores negociados no mercado futuro indicam valorizações ainda maiores para os próximos meses.

2311, 2020

Vacinação de aves entra na era digital

A Produção Animal 4.0 já é uma realidade no Brasil e tem sido uma importante aliada para a lucratividade dos produtores, bem como para a garantia do bem-estar animal, aumento da produtividade, confiabilidade dos dados, entre outros benefícios, como o auxílio na tomada de decisões de forma rápida e assertiva.

Nesse sentido, novas tecnologias têm sido desenvolvidas para acompanhar e dar suporte a essa tendência. Um exemplo é o pHi-Tech, sistema de gerenciamento de vacinação de aves de ciclo longo. A ferramenta conta com três componentes: equipamento de injeção, aplicativo para celular e modo analítico para web.

“O sistema, totalmente ligado ao objetivo da avicultura de precisão, permite que tenhamos uma visão ampla de todo o processo de vacinação das aves, bem como uma aplicação precisa, promovendo correções em tempo real e gerenciando os dados do processo, com visibilidade de todas as informações da granja”, explica o zootecnista e especialista pHi-Tech da Phibro Saúde Animal, Eric Culhari.

O especialista lembra que a produção avícola passou por intensa transformação nos últimos anos, com modernização dos galpões, por meio da adoção de novas tecnologias de manejo ambiental e biosseguridade, entre outras. No entanto, ele afirma que o processo de vacinação injetável sofreu pouca interferência desse processo de modernização. “Estamos trabalhando para mudar essa realidade, por meio do sistema pHi-Tech. Com ele, a revolução digital chega às granjas com eficácia. Isso ajuda a ser mais assertivo na prevenção de doenças com alto potencial para impactar a produção de carne e de ovos”, observa Culhari.

1811, 2020

Nova tecnologia para manejo fitossanitário aéreo de pastagens para pecuária

Aumentar a produtividade, manter o volume e a importância econômica da pecuária brasileira foram os objetivos de uma tecnologia moderna para o manejo fitossanitário de pastagens, desenvolvida pela empresa indiana UPL, uma das cinco maiores empresas globais de soluções agrícolas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta, atualmente, com um rebanho de 215 milhões de bovinos.

O projeto conhecido como FlyUP é a evolução de projetos de mapeamento de cultivos. Com análises dinâmicas e precisas (validadas sempre por um pesquisador científico), o detalhamento dos problemas fitossanitários e o gerenciamento das informações em tempo real permitem a tomada de decisão mais rápida e assertiva, visando à racionalização e à solução dos problemas a partir do uso de defensivos agrícolas de forma sustentável.

Para colocar em prática essa inteligência artificial que auxilia na produtividade de pastagens no Brasil, três aeronaves foram equipadas com um dispositivo que captura imagens de alta precisão, a uma resolução de 0,3 mm/pixel, podendo percorrer até 5 mil hectares por dia, em velocidade de 200 km/h. Segundo a empresa, essas imagens são potentes ao ponto de, em apenas um sobrevoo, identificar problemas do topo das plantas até o nível do solo.

Segundo o engenheiro agrônomo e supervisor de marketing para cana e pastagem da UPL Brasil, Luciano Almeida, essa ação é um dos pilares do investimento de US$ 200 milhões que a empresa fará no Brasil nos próximos anos, visando contribuir para o aumento da produtividade no agronegócio nacional.

“O impacto das pragas e doenças nas pastagens é elevado, tendo em vista o alto investimento feito pelos agricultores no combate a esses problemas”, analisa o especialista, informando ainda que, apenas no primeiro semestre deste ano, 13,6 milhões de hectares de pastos foram tratados com defensivos agrícolas. “Com isso, US$ 60 milhões foram aplicados nessas soluções, evitando deficiências na alimentação dos rebanhos, algo que poderia elevar o preço da carne e do leite ao consumidor”, acrescenta.

1111, 2020

China reabre mercado para proteína animal brasileira

Os frigoríficos brasileiros, após embargo promovido meses atrás, já podem exportar para o mercado chinês, que reabilitou unidades para embarques de proteínas. Ainda de acordo com a informação do Valor Econômico, a previsão é que os envios da BRF Foods e Marfrig já voltem a ocorrer nos próximos dias.

A reabilitação das plantas frigoríficas dessas empresas aconteceu após inspeção realizada pela Administração Geral das Alfândegas do país asiático, no dia 23 outubro. Em nota, o CEO global da BRF, Lorival Luiz, destacou que a liberação para a retomada de exportações para o país asiático, mercado estratégico para a empresa, “reforça o compromisso da companhia com a qualidade de seus produtos e com a saúde e segurança dos seus colaboradores”.

O executivo acrescenta que a BRF conta com 15 unidades habilitadas para exportar seus produtos para os chineses (10 de aves, 4 de suínos e uma de miúdos de suínos) e que a retomada das exportações de carne de frango da planta em questão deve ocorrer ainda este mês.

Desde o dia 26 de junho, o Marfrig estava com as atividades suspensas do maior frigorífico da empresa, o complexo de Várzea Grande (MT).

1210, 2020

Publicação traz previsões para os próximos 20 anos da pecuária de corte nacional

Mais cabeças de gado sem ampliação das áreas de pastagem, a busca por forrageiras mais produtivas e a intensificação da recuperação de pastos degradados são algumas das previsões feitas por especialistas para o setor brasileiro de carne bovina para os próximos 20 anos.

Elaborado pelo Centro de Inteligência da Carne Bovina (Cicarne) da Embrapa Gado de Corte (MS), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o documento “O futuro da cadeia produtiva da carne bovina: uma visão para 2040”, traz dez megatendências antecipadas por cientistas deverão impactar a cadeia da carne nas próximas duas décadas. O objetivo é subsidiar a definição de agendas estratégicas para a formulação de políticas públicas e privadas, bem como a agenda programática de inovação para as instituições de pesquisa científica e tecnológica.

Dividido em oito capítulos, o relatório descreve os cenários para a cadeia em 2040 nas áreas de insumos (saúde-genética e nutrição), produção (manejo-gestão e estrutura), frigorífico, comercialização, consumo e regulamentação. “É como se tivéssemos feito oito trabalhos em um”, explica Fernando Dias, pesquisador em modelagem de sistemas produtivos da Embrapa.

Ele explica ainda que, para o estudo, foram entrevistados 153 especialistas, em duas rodadas, usando a técnica Delphi, identificando 745 drivers de futuro e 96 eventos possíveis de ocorrer até 2040. “Também foram traçados os cenários mais prováveis para cada um dos oito tópicos do trabalho: saúde e genética; nutrição e forrageiras; manejo e gestão; estrutura; frigorífico; consumo; comercialização; e regulamentação”, relata Dias.

O pesquisador destaca ainda outros pontos observados, como o delineamento das tendências para cada uma dessas áreas, a consolidação das tendências e megatendências e, por fim, a definição de temas a serem priorizados nas agendas de inovação de instituições de pesquisa até 2040. “Isso engloba tipologia de sistemas de produção e desenvolvimento de pacotes tecnológicos; transferência de tecnologia em plataformas digitais; controle biológico de parasitas; redução de gases de efeito estufa; bem-estar animal; rastreabilidade; cultivares forrageiras mais produtivas; manejo e recuperação de pastagens; sistemas integrados; pecuária 4.0; e biotecnologia”, arremata.

1210, 2020

Confina Brasil volta à estrada

Com o objetivo de visitar, avaliar e mapear cerca de um milhão de animais criados de forma intensiva nos cinco principais estados brasileiros confinadores, o que representa cerca de 20% do gado total confinado no País, o Confina Brasil, expedição promovida pela Scot Consultoria, pega a estrada novamente.

A comitiva que já passou durante o mês de março por quase todo o interior paulista, e ficou paralisada por conta da pandemia do coronavírus, realizará as últimas medições no Estado antes de partir para Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. A expedição voltou à estrada em 28 de setembro, seguindo todos protocolos de saúde e segurança, para o levantamento de dados a campo com o objetivo de concluir o mapeamento de 1 milhão de animais criados de forma intensiva nos cinco principais estados confinadores do País.

“Desde o início da pandemia, todos os envolvidos na iniciativa ficaram apreensivos com a suspensão das atividades de coleta a campo, porém, nesse período, o projeto não parou. De forma online, a equipe fomentou a geração de conteúdos informativos com foco no uso de tecnologias, realizando bate-papos, enquetes e entrevistas com profissionais do setor”, informa o diretor de Marketing da Scot, Marco Túlio Habib Silva.

Ele acrescenta que, durante esse período, foram apresentados dados preliminares do levantamento no Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, realizado no formato digital, uma prévia do que os profissionais tinham coletado até momento da pausa e como a pandemia poderia ter impactado o produtor. “Em julho, precisamos refazer uma parte do questionário dos 23 confinamentos que já tínhamos visitado, principalmente nas questões que poderiam ser impactadas, como intenção de confinamento, custo de alimentação, entre outras”, lembra Silva.

O projeto recomeçou oficialmente no dia 28 de setembro, respeitando todas as regras de distanciamento. Além disso, os profissionais que estão em campo seguem à risca as medidas de segurança e higienização, utilizando os materiais de prevenção necessários durante o percurso, além de testes para a Covid-19. A expedição segue até o dia 9 de outubro, finalizando o Estado de São Paulo e, a partir daí, seguirá rumo a Mato Grosso do Sul.

O segundo giro terá início em 13 de outubro passando por Goiás, Mato Grosso e termina em Minas Gerais no dia 13 de novembro. “Com muita cautela e segurança, vamos conseguir finalizar a coleta de dados de 2020, entregando aquilo que o projeto Confina Brasil se comprometeu a fazer”, ressalta Silva, lembrando que o projeto surgiu diante da necessidade de informações mais precisas sobre a pecuária intensiva no País e, por isso, a importância de avaliar os dados de confinamentos e semiconfinamentos relacionados a todos os processos de produção envolvidos na atividade como gestão, manejo, sanidade, nutrição, logística, produção de alimentos, sustentabilidade e automação.

810, 2020

Rastreabilidade da carne no Brasil: estudo mostra que país pode garantir produção livre de desmatamento

É possível saber a origem da carne produzida nos biomas Amazônia e Cerrado, graças a um estudo realizado pela Coalizão Brasil, movimento que engloba mais de 200 empresas, associações empresariais, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil, que avaliou a rastreabilidade na cadeia de carne bovina do Brasil.

Entre os aspectos avaliados estão o contexto da cadeia de valor da carne, uso do solo, desmatamento, valor da carne, sistemas de monitoramento, rastreabilidade, vigilância sanitária, produção sustentável e sistemas integrados. Na avaliação de Marcello Brito, da Coalizão Brasil, com consumidores mais exigentes e interessados em saber a origem dos produtos, a ideia é uma produção que respeite o meio ambiente. “Assim como o agronegócio brasileiro é altamente competitivo em produtividade, somos igualmente competitivos na capacidade de produzir sem desmatamento ilegal, e o que esse estudo mostra é que temos como provar isso”, ressalta.

A rastreabilidade vem ganhando mais espaço na cadeia produtiva da carne. Com um mercado externo aquecido, alguns fatores podem atribuir maior valor à produção e renda aos pecuaristas. O Brasil é o líder em exportações e deve superar 2 milhões de toneladas de carne este ano. A China é o principal comprador, com 57% das aquisições, mas outras oportunidades podem vir da União Europeia, mercado com maior valor agregado por tonelada. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), serão comercializadas 11 milhões de toneladas em 2020.

Os resultados do estudo apresentados durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o Brasil pode garantir uma produção livre de desmatamento, umas das principais preocupações atuais. Isso é possível com um acompanhamento criterioso e integração de informações entre a Guia de Transporte Animal (GTA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os respectivos mecanismos legais que permitam sua validação conjunta, e seguindo as exigências estabelecidas pelos acordos firmados no âmbito do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) e pelos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) entre o Ministério Público Federal (MPF) e os processadores de carne que operam na Amazônia Legal.

O estudo engloba recomendações para o fortalecimento do controle da qualidade ambiental da carne. Diversas ações já são adotadas pela indústria e pelos produtores nesse sentido como forma de agregar valor, acessar mercados consumidores exigentes e focar, ao mesmo tempo, na preservação. Além dos avanços na área tecnológica, o relatório constata o desenvolvimento de inovações capazes de garantir a disponibilidade das informações e dados necessários para permitir a melhoria do controle e da rastreabilidade da produção. O estudo também compara os sistemas de rastreabilidade pelo mundo e sugere que “o Brasil precisa de sistemas mais robustos de rastreamento para separar as maçãs podres dos produtores sérios”.

710, 2020

Tuberculina agora tem dois anos de validade

Produzida pelo Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a tuberculina para diagnóstico de tuberculose em bovinos teve o seu prazo de validade dobrado. A liberação para o aumento do prazo de validade, de um para dois anos, foi dada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo o médico-veterinário do IB, Ricardo Spacagna Jordão, a tuberculina bovina e a aviária são usadas para triagem e confirmação do diagnóstico de tuberculose em animais de produção. “Essa é uma boa notícia para os produtores rurais, que nos pediam esse aumento no prazo para poderem se programar melhor e conseguir armazenar os frascos”, explica o especialista.

Ele acrescenta ainda que, antes, a validade era de um ano, mas, na prática, era bem menor para o produtor, pois tinha todo o trâmite de aprovação das partidas no Mapa e a logística. “Com a nova validade, haverá menos desperdício de produto e os produtores também terão acesso a frascos mais modernos e de melhor qualidade”, argumenta Jordão.

O IB é a única instituição do Brasil, autorizada pelo Mapa, a produzir imunobiológicos, antígenos usados para diagnóstico de tuberculose e brucelose em bovinos. Sem esses produtos, o País não pode vender nem comprar animais no exterior. Além disso, a falta deles também prejudica o trânsito interestadual de animais e pode impactar diretamente na saúde da população.

610, 2020

Produtora mineira de leite de cabra e derivados consegue autorização para venda em todo território nacional

Criar cabras leiteiras e transformar a atividade em um negócio próspero e rentável. Foi com esse objetivo que a produtora Marli Alves, juntamente com sua família, substituiu a criação de vacas pela de cabras e construiu uma agroindústria familiar de pequeno porte voltada à produção de leite caprino e derivados.

Após 15 anos de muito trabalho, a Capril Santa Cecília, localizada na cidade mineira de Itaguara, começou a se destacar no mercado. Além de conquistar prêmios nacionais e internacionais com seus produtos, recentemente, também conseguiu o registro de habilitação sanitária concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), com a inclusão no Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi), que padroniza os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal no país.

“Com a inclusão no Sisbi, os produtos do capril podem, agora, ser comercializados em todo o território nacional”, comemora a produtora. É a primeira agroindústria familiar de pequeno porte de leite de cabra a conseguir esse feito em Minas Gerais. “Para a gente é muito importante, depois de tanta luta, é como conseguir uma premiação. Estamos rindo à toa”, afirma Marli Alves que, além da família, conta com o trabalho de três funcionários no capril.

A maioria do plantel do capril é formada de animais da raça leiteira saanen.  A ordenha é geralmente realizada duas vezes ao dia.  Na entressafra, a produção total na propriedade é de 45 litros/dia. Em épocas de pico, esta quantidade triplica. Segundo a empresária, a produção da agroindústria da propriedade é voltada principalmente para a produção de queijos finos. São cerca de 150 quilos por semana, com destaque para os queijos maturado, frescal, temperado, padrão e cremoso tipo boursin. Também são produzidos doces, manteiga, leite pasteurizado e iogurte.

“Os produtos já são comercializados em grandes redes de supermercados, em Belo Horizonte e região metropolitana, graças a um registro provisório concedido pelo IMA, que permitia as vendas no Estado mineiro. Além disso, a empresa realiza vendas on-line e, antes da pandemia, fazia muito sucesso pelas feiras em Minas Gerais”, conta a empresária, destacando que, com o registro definitivo e o aval para comercializar em todo o País, os planos são muitos. “Estávamos recebendo propostas de compradores de São Paulo, Natal e Florianópolis, só que não tinha como enviar. Agora iremos atrás dos interessados para fechar as negociações”, comemora Marli.

2209, 2020

Diminuir impactos da reforma tributária é objetivo da CNA

Durante a reunião da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), realizada no mês de agosto, o Núcleo Econômico da entidade apresentou os principais pontos das Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 45, da Câmara, e a PEC 110, do Senado, e também da proposta do Governo Federal, o PL 3887, que tratam da Reforma Tributária no Congresso Nacional.

Na ocasião, a CNA mostrou os impactos que as propostas de reforma tributária que estão sendo debatidas no Congresso Nacional e pelo governo federal podem causar para o setor, como o aumento dos custos dos insumos e o fim da desoneração da cesta básica. A entidade é favorável a uma reforma que simplifique o sistema atual, que resguarde a segurança jurídica e que não aumente a carga tributária da sociedade e nem do setor agropecuário. O tema tem sido tratado em todas as Comissões Nacionais da entidade para mobilizar Federações, sindicatos e produtores rurais e alertá-los sobre os prejuízos que o aumento de impostos trará pra a produção de alimentos no Brasil.

Segundo o presidente da Comissão, Iuri Machado, os insumos das duas cadeias, basicamente milho e farelo de soja, são os que mais pesam para o produtor, chegando a 80% do custo de produção. “Teremos uma oneração praticamente dupla, pois há a tributação dos grãos e a da própria atividade”, disse. Segundo ele, as margens históricas de aves e suínos são relativamente baixas, especialmente na suinocultura, pois há períodos de crise nos quais o produtor já opera com margens negativas. “Tudo que onera o faturamento e não o lucro acaba sendo de alto risco para uma atividade que, embora tenha um giro relativamente elevado, tem uma margem muito pequena, tanto em aves quanto em suínos”, destacou o executivo.

1909, 2020

Terceiro maior rebanho do mundo, mercado de equinos aquece economia brasileira

Em constante crescimento, o mercado de equinos movimenta cerca de R$ 16,5 bilhões por ano no Brasil, e continua atraindo investidores e apaixonados por animais de lida, de lazer de competições. Segundos o Estudo do Complexo do Agronegócio Cavalo, realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (Esalq/SP), atualmente, o rebanho brasileiro conta com cerca de 5,9 milhões de animais e gera, aproximadamente, três milhões de empregos no País.

Entre as raças que se destacam nesse segmento estão os cavalos Mangalarga Marchador, com um plantel de 620 mil animais voltados para trabalho, lazer ou esporte. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Mangalarga Marchador (ABCCMM), entidade que congrega 17.500 associados em 81 núcleos espalhados pelo Brasil e exterior, no último ano, foram promovidos 393 leilões da raça que geraram uma movimentação financeira de aproximadamente, R$ 127 milhões.

1409, 2020

Exportações na piscicultura crescem no primeiro semestre

Com base na realizada pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) em parceria com a Embrapa Pesca e Aquicultura, e com números são Comex Stat, portal de dados ligado ao Ministério da Economia, a segunda edição do informativo sobre comércio exterior da piscicultura comprova as oportunidades de crescimento da atividade, com incremento de 33% no índice de exportações brasileiras no primeiro semestre de 2020 em comparação ao mesmo período de 2019. Esse avanço representa um salto de U$ 4,1 milhões para U$ 5,5 milhões.

Segundo o presidente-executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros, esses números também constatam que a tilápia, responsável por 86% dessa movimentação, se consolida como a espécie mais exportada. Outro ponto destacado é o preço médio da categoria tilápias inteiras frescas ou refrigeradas, que chegou a U$ 6,76/kg, de abril a junho deste ano. “Diferente de outros produtos que viram seu valor diminuir na comparação com o primeiro trimestre”, pontua Medeiros, lembrando que os três maiores importadores dos produtos brasileiros são, respectivamente, Estados Unidos, Chile e China.

Segundo Medeiros, tem havido o crescimento de outros peixes nativos, como o curimbatá, por exemplo, que tem se despontado nos gráficos, tanto do primeiro quanto do segundo semestre de 2020. “Essa espécie não estava no nosso radar quando o assunto era exportação, mas observamos números significativos devido ao seu baixo custo. De acordo com números da Peixe BR, no primeiro semestre do ano passado, o curimbatá representava 2% das exportações, 4% a menos do que os 6% atuais. “A espécie assumiu o segundo lugar no ranking de exportação, com U$ 141.402 do total exportado, superando outras mais comentadas, como o tambaqui e pirarucu”, informa o presidente da entidade.

1109, 2020

Programa gratuito auxilia na seleção de touros

Voltado para criadores das raças de leite importado, o aplicativo Alta Bull Search, lançado recentemente pela empresa do mesmo nome, oferece várias funcionalidades para facilitar o dia a dia e garantir que o usuário realize seu plano genético e selecione reprodutores de acordo com o seu objetivo.

Gratuito e voltado para criadores das raças de leite importado, o programa conta com uma abordagem complexa – como recursos, características, raças e habilidades de ranqueamentos – para a busca de touros de qualquer empresa.

De acordo com o gerente de Leite Importado da Alta, Fábio Fogaça, com o aplicativo, o usuário poderá pesquisar e classificar os touros por nome ou código NAAB (que é NAAB), e encontrar avaliações detalhadas na base genética dos Estados Unidos para as raças Holandesa, Jersey e Pardo Suíço. “O APP permite explorar inúmeras opções para identificar e filtrar os animais, seja por um índice genético, características, sêmen convencional e sexado, touros genômicos e provados com filhas, ou por uma empresa”, explica.

Disponível para Android e IOS, a configuração dispõe de 9 opções de idiomas e notificações quando novos dados genéticos estiverem prontos para download. O aplicativo funciona também de maneira off-line, garantindo que o usuário tenha acesso sem conexão à Internet. “Com o APP, também é possível adicionar touros ativos às listas de favoritos, salvar seleções para referências futuras e exportar para Excel ou CSV um grupo de animais – para isso, é preciso salvar o arquivo no celular e enviá-lo por e-mail ou mensagem de texto”, acrescenta Fogaça.

408, 2020

Valorizar raça Nelore é objetivo da ACNB

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) lançou uma nova ação para valorizar a raça, a pecuária e o agronegócio brasileiro. Para isso, convidou artistas, personalidades do agro e de fora do agro, além de todos os apaixonados pela pecuária e pela carne bovina, para gravar depoimentos em prol da atividade.

De acordo com Nabih Amin El Auoar, presidente da entidade que representa e fomenta a raça Nelore no Brasil, a pecuária é um dos maiores negócios do agro brasileiro e presta um excelente trabalho em prol da economia brasileira, além da oferta de alimentos de qualidade para a população brasileira e mundial. “São motivos mais do que justos para justificar os depoimentos de pessoas reconhecidas e anônimas, afinal, um país que tem 214 milhões de bovinos, produz mais de 9,5 milhões de toneladas de carne por ano, além de exportar, em 2019,  mais de 1,85 milhão de toneladas de carne, número que aumentou 14% no 1º semestre deste ano, precisa ressaltar esse segmento”, destaca o presidente da ACNB.

Para participar da ação, qualquer pessoa pode gravar depoimentos em vídeos de até 1 minuto, com a câmera na horizontal e encaminhar para a Associação pelo e-mail imprensa@nelore.org.br ou marcar @neloreoficial nas redes sociais. De acordo com a entidade, algumas duplas sertanejas, entre outros artistas, já enviaram seus depoimentos e a expectativa é que essa ação motive outros artistas e anônimos a participarem. “Esperamos que mais pessoas se motivem e enviem seus depoimentos. A pecuária, o Nelore e o agronegócio brasileiro merecem”, reforça o pecuarista.

2907, 2020

Governo mineiro reconhece dez municípios como produtores de queijo artesanal

Tirar o queijo artesanal produzido da Serra da Mantiqueira da informalidade é o objetivo de duas portarias do Governo de Minas Gerais, editadas em junho de 2020, que reconheceram dez municípios localizados na Serra da Mantiqueira como regiões produtoras de queijo artesanal.

A iniciativa terá o apoio da Embrapa, que fará pesquisa para contribuir para o Regulamento Técnico de Identidade do queijo artesanal da região. “A expectativa dos produtores é que ele seja aprovado em agosto. Com o Regulamento, os queijeiros que cumprirem todas as normas poderão obter o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) ou o Selo Arte. Ambos permitem a venda do produto em todo o território nacional”, informa o técnico da Emater-MG, Júlio César Seabra.

Os estudos foram realizados nas cidades de Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Passa Quatro e Pouso Alto, e incluíram o levantamento de informações sobre o processo de produção do leite e da fabricação do queijo, caracterizando o “saber fazer” das comunidades, ou seja, como os produtores construíram as tradições que resultaram no modo próprio de fazer seu queijo artesanal.  Agora, toda a pesquisa, reunida em um documento, será essencial para a definição do Regulamento Técnico de Identidade.

“Traçamos o perfil do produtor da região e resgatamos os aspectos históricos e culturais da produção do queijo nos municípios”, explica a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, e coordenadora do projeto, Maria de Fátima Ávila Pires.

O Brasil produz um milhão de toneladas de queijo por ano, e um quinto desse total é feito artesanalmente, com leite cru, aquele que não passou por processo de pasteurização.

2907, 2020

Safra do melhor mel do mundo deve bater recorde em 2020

O Estado de Santa Catarina, premiado e reconhecido produtor do melhor mel do mundo, deve bater recorde de produção na safra 2019/2020. É o que demonstra a estimativa feita pela Epagri em parceria com a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc).

O levantamento, feito junto aos produtores do Estado, aponta que a produção de 5,8 mil toneladas, colhidas na safra 2018/2019, terá um incremento de cerca de 11%, e deve superar as 6,5 mil toneladas na safra atual. Segundo o chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, Rodrigo da Cunha, o tempo mais seco foi um dos principais fatores para o aumento da produtividade.

“Quando chove bastante, as abelhas não saem da colmeia, consumindo o mel estocado e há mais riscos de perda de qualidade do produto na colheita. O tempo mais seco permite que as abelhas saiam mais das colmeias e diminui a umidade do néctar, aumentando o rendimento no favo, e as abelhas gastam menos energia para desidratá-lo”, explica o especialista.

O técnico explica ainda que além da extensa área de mata nativa e a flora diversificada que ajudam a apicultura catarinense, além de uma série de fatores que, naturalmente, favorecem o cultivo de um mel diversificado e até mais puro, há  um trabalho de extensão rural qualificado e uma tradição de associativismo que fortalecem a produção. “Essa união de esforços está sempre buscando novas oportunidades para o produtor e para o mel catarinense. Estas características diferenciam o produto que já conquistou seis premiações em concursos internacionais como melhor mel do mundo”, informa.

2907, 2020

Girolando reúne especialistas em live em prol da parceria indústria/produtor

Para não ser impactado negativamente pela variação no custo de produção e no preço do leite, o produtor rural precisa buscar assistência técnica e investir mais em genética de qualidade. Esse e outros temas importantes relacionados à pecuária leiteira foram abordados pela live realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando que estreou no último dia 15 dia julho, através do perfil da entidade no Instagram.

Na edição de estreia, o gerente de Divisão de Captação e Fomento da Embaré, Yago Sartori da Silveira, e o técnico da Girolando, Juscelino Alves Ferreira, debateram assuntos relacionados ao programa de fomento e a parceria indústria/produtor.

“Em muitas regiões, a parceria com os laticínios tem ajudado o pecuarista a melhorar a produção de leite, garantindo maior rentabilidade. Então, como forma de auxiliar no desenvolvimento sustentável do segmento, decidimos trazer informações relevantes ao produtor, além de destacar os programas de fomento e como eles podem se beneficiar dessas ações’, observa o gerente da Embaré.

Dando sequência às lives, no dia 29 de julho, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando abordou o tema “A importância do cooperativismo de crédito para o agronegócio e o desenvolvimento regional”. O bate-papo contou com a participação da gerente de Negócios do SICOOB Credisete, Adriana Vieira, e do gerente de Projetos da Girolando, Bruno de Barros.

2507, 2020

Referência em pesquisas científicas em produção animal e pastagens, IZ celebra 115 anos

A transferência de tecnologia às cadeias produtivas da carne, leite, aves e ovos com inovação e sustentabilidade foi o mote da live “Como o IZ chega à sua mesa”, do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizada em julho.

Fundado em 1905, o IZ comemorou 115 anos de atuação ininterrupta e é referência nacional e internacional em pesquisas científicas nas áreas de produção animal e pastagens. O objetivo da live foi abordar a presença do IZ no cotidiano da população por meio das três cadeias de produção trabalhadas no Instituto: carne, leite, aves e ovos.

O secretário da Agricultura Gustavo Junqueira, um dos participantes da live, destacou a trajetória de sucesso da instituição, sua contribuição para o desenvolvimento das atividades do setor, responsável pela integração dos elos de todas as cadeias produtivas.

Junqueira aproveitou a ocasião para destacar o Dia do Pecuarista, celebrado em 15 de julho, e enfatizou o papel fundamental do Grupo Pecuária Brasil (GPB) na disponibilização das informações digitalizadas de forma uniforme e exclusiva ao produtor, focadas em custos, manejo, e gestão, que garantem expressivo ganho de produtividade.

Já o diretor do IZ, Luiz Ayroza, mencionou a trajetória histórica da instituição sobre as diversas tecnologias e atividades geradas, que estão no dia a dia da população, seja no campo ou na cidade, por meio de acesso a novas formas de produção e alimentos saudáveis. “O reflexo desses trabalhos também está no mercado internacional, já que os resultados ultrapassam as fronteiras com a exportação de produtos e tecnologias agropecuárias”, disse.

Segundo ele, a tecnologia está cada dia mais complexa e ao mesmo tempo necessária, exigindo dos pesquisadores uma visão de trabalho multidisciplinar e sistêmico. “A palavra-chave é a integração, com a aproximação das coordenadorias da Secretaria para se ter maior conhecimento sobre as demandas do setor produtivo e as exigências do consumidor”, arrematou Ayroza.

1407, 2020

Brasil é pioneiro em terapia hiperbárica veterinária

Tratar lesões e doenças, além da preparação pré-cirúrgica dos animais, aumentando a chance de sobrevivência durante e após a operação, foram o ponto de partida de um centro de pesquisa no Rio Grande do Sul, sediado no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que desenvolveu, de forma pioneira, a primeira câmara hiperbárica para tratamento de animais.

Dessa forma, o Brasil sai na frente com o primeiro centro de pesquisa em terapia hiperbárica do mundo. “O tratamento da terapia hiperbárica trará benefícios tanto na visibilidade das pesquisas quanto na possibilidade de tratamento dos animais, além de todo o aprendizado pelos alunos”, informa Daniel Curvello de Mendonça Muller, professor do Departamento de Clínica de Pequenos Animais da UFSM.

Segundo ele, o método ainda é desconhecido da maioria dos profissionais e consiste em uma terapia auxiliar aos tratamentos convencionais, em que os pacientes são mantidos no interior de uma câmara hermeticamente fechada, com suprimento controlado de oxigênio puro a 100%.

“A utilização desse tipo de equipamento começou na Marinha, quando mergulhadores voltavam para a superfície, e formavam bolhas de ar dentro da corrente sanguínea. A alta pressão de oxigênio comprimia essas bolhas, e elas eram eliminadas”, explica Muller. Ele acrescenta que essa câmara permite tratar os pequenos animais com oxigênio em alta pressão, é super segura e possui várias válvulas sensores que permitem a realização desse tipo de tratamento, que será utilizado apenas com indicações médicas, após todo o processo de consultas, exames e análise de cada caso.

907, 2020

Vacina para peixes é desenvolvida pelo instituto de pesca

As doenças infecciosas são um grande desafio para criação e para os criadores de peixes e podem afetar diretamente a sustentabilidade do negócio, pelo fato de se espalharem rapidamente entre os animais e, com isso, elevar as taxas de mortalidade, os custos de produção pela utilização de medicamentos, além de impactarem negativamente a produção, reduzindo o potencial zootécnico dos animais sobreviventes.

Com o objetivo de mitigar esses problemas e beneficiar a aquicultura, criação de organismos aquáticos ou que em algum momento da vida possua fase aquática, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Centro de Pesquisa de Aquicultura do Instituto de Pesca (IP-APTA), está desenvolvendo pesquisas de vacinas para peixes.

A cadeia produtiva do pescado, no Brasil, se beneficiou muito com o emprego de sistemas de criação intensiva e de alta estocagem de peixes, o que permitiu maior produtividade, tornando os empreendimentos economicamente viáveis. Por outro lado, esses sistemas podem causar aumento nos surtos de doenças infecciosas pelo maior contato entre os animais.

Para Leonardo Tachibana, diretor do Centro de Pesquisa de Aquicultura, o uso de antibióticos para o tratamento de doenças bacterianas na aquicultura também traz uma série de preocupações em relação ao impacto dos resíduos no meio ambiente, e na segurança alimentar da população. “A sua utilização também tem sido muito questionada, devido à proliferação de bactérias resistentes, que podem representar um risco para a saúde de outras espécies animais, bem como a humana”, acrescenta.

Existem inúmeras infecções causadas por bactérias em organismos aquáticos, no entanto, atualmente, existe apenas uma vacina autorizada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso em peixes. Para aumentar a eficácia no combate às enfermidades, o Centro de Pesquisa de Aquicultura tem desenvolvido pesquisas científicas para viabilizar vacinas contra outras bactérias, além de estudos para a produção de uma vacina polivalente. Segundo Tachibana, em 2019, o instituto iniciou o desenvolvimento de uma vacina que consiste em deletar genes de patogenicidade da bactéria contra a bactéria F. noatunensis subsp. orientalis e, possivelmente, utilizar como uma vacina viva. “É um desafio bem ousado para aumentar as armas dos produtores contra esta doença de grande impacto na tilapicultura nacional”, informa o especialista, referindo-se às bactérias patogênicas da tilápia-do-nilo.

607, 2020

Tecnologia coloca Brasil na liderança na transferência de embriões de equinos

O desenvolvimento e melhoramento genético das raças equinas levaram o Brasil a tornar-se líder na transferência de embriões de equinos. “O constante crescimento da atividade no País exige novas tecnologias para o melhoramento genético, e a transferência de embriões, que tem contribuído para aumentar o total de nascimentos com sucesso, é uma delas”, afirma Baity Leal, médica veterinária e gerente da linha de produtos para equinos da Ceva Saúde Animal.

Segundo pesquisas, o Brasil é o maior produtor de embriões de equinos do mundo, com participação superior a 40% nesse mercado, o que coloca o País à frente de outras potências nessa prática, como Argentina e Estados Unidos, além de contar com um plantel de cerca de seis milhões de animais, e movimentar, com a equinocultura, mais de R$ 16 milhões por ano.

Para a especialista, essa técnica é importante para o contínuo melhoramento genético das raças equinas, porém, não é possível transferir o embrião para qualquer animal, ou seja, a égua receptora deve ter o organismo previamente preparado para a gestação. “A transferência de embriões começou a ser praticada no País em meados da década de 1980 e, atualmente, é utilizada por criadores de várias raças, como quarto-de-milha, mangalarga marchador e, mais recentemente, crioulo, entre outras”, informa.

De acordo com a médica veterinária, é essencial a sincronização da evolução das fêmeas envolvidas no período pré-transferência para garantir a eficácia desse processo. Segundo ela, o uso do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) é um recurso fundamental para o sucesso da técnica. (O hCG é consagrado na reprodução equina, além de ser mais efetivo em comparação à deslorelina e outros análogos ao hormônio liberador de gonadotropina, o GnRH). “Além disso, tem resultados excelentes na inseminação da égua doadora’, explica.

307, 2020

Análise aponta que pecuária de corte brasileira terá saldo positivo em 2020

Debater as “Perspectivas para o mercado da pecuária no Brasil”. Esse foi o tema do encontro online promovido pela Datagro e GPB (Grupo Pecuária Brasil), evento que que reuniu um time de especialistas do setor para analisar o panorama da carne bovina e o que o produtor pode esperar para os próximos meses.

Segundo eles, mesmo com um cenário economicamente incerto para alguns setores, o aumento das exportações e também a alta no preço da arroba são indicativos que, pelo menos para a pecuária de corte nacional, o saldo será positivo. “Num primeiro momento, devido à pandemia e seus reflexos na economia, causou certa preocupação, porém, com as exportações batendo recordes mês a mês, a manutenção da arroba do boi gordo, além da abertura de novos destinos para a carne bovina, que ajudou a dar suporte no preço, o segmento se manteve forte”, avaliou Eduardo Siqueira Ribeiro, da Socopa Corretora.

Ainda de acordo com o especialista, os números de abate de janeiro até agora mostram que a oferta de animais está menor, fator que aliado à exportação fortíssima tem dado sustentação no preço, o que contrariou toda expectativa negativa da pandemia. “Diante dessa constatação, as persperctivas para o segundo semestre são de otimismo dentro do setor agropecuário”, destacou.

Do ponto de vista do diretor-executivo do GPB e coordenador técnico do balizador GPB/DATAGRO, Luiz Roberto Zillo, mesmo num momento atípico, o agro continua fortemente exercendo seu papel de levar comida à mesa dos brasileiros e alimentar o mundo. “O agro é um dos motores de arranque para a retomada da economia. Acredito que as exportações de carne bovina vão continuar e não vejo no segundo semestre uma queda. No mínimo, teremos uma estabilidade do momento atual”, estimou.

Ele comentou ainda que não dá para saber quando esse cenário de pandemia vai passar e se a demanda irá diminur ou não, mas tudo leva a crer que tanto a pecuária quanto a agricultura estão bem e preparados para esse novo momento. “O setor está exportando e a nossa qualidade e produtividade são muito grandes”, salientou o Zillo.

Para o gerente corporativo de compra de gado da Marfrig Global Foods, Maurício Manduca, outro  especialista que participou do debate, entender o comportamento dos consumidores também foi fudamental para diminuir o impacto sobre o produto neste momento. “Hoje, temos mais animais jovens sendo produzidos em fazendas intensificadas. Antes, o mercado era abastecido com animais mais velhos, bois inteiros e PH alto. O mercado importador foi quem ajudou para que o produtor trouxesse melhores animais. O produtor precisa entender o que o consumidor gostaria de consumir, pois a indústria apenas processa o que o consumidor quer”, destacou.

307, 2020

Criador de Senepol recebe subsídio da associação para genotipar rebanho

Os criadores associados à ABCB Senepol e inscritos no Programa de Melhoramento Genético do Senepol (PMGS) têm motivos de sobra para comemorar. Isso porque, para dar continuidade ao trabalho de genotipagem dos animais, cujos dados integram as avaliações genéticas que compõem o Sumário Genômico, a entidade renovou seu convênio com a Neogen, empresa responsável por este serviço.

Nesse novo ciclo, a partir de setembro, a empresa entregará o resultado da leitura do dobro de marcadores moleculares. Isso porque o chip atual será substituído por uma nova versão, o que aumentará de 50 mil para 100 mil o número de sequências identificadas. A outra novidade é que a ABCB Senepol subsidiará parte dos custos desses exames.

De acordo com o presidente da entidade, Itamar Neto, nos novos termos acordados, o custo de cada teste será de R$ 95,00, dos quais R$ 10,00 serão subsidiados pela associação. “Entendemos que essa é uma forma de estimular esse processo tão importante para o progresso genético da raça. Contamos com a adesão dos criadores”, espera.

Para garantir a coleta das amostras de alta qualidade nos rebanhos Senepol, já que é a única raça taurina criada no Brasil que produz esse tipo de estudo e avaliação, os técnicos da associação podem orientar os procedimentos para retirar das amostras dos animais. Os dados genômicos integram o Arquivo Zootécnico Nacional do Senepol e são a base para a edição e a publicação dos Sumários Genômicos do PMGS.

Segundo o gerente comercial de corte da Neogen, Thiago Biscegli, a genômica é uma importante ferramenta auxiliar no processo de melhoramento do Senepol e pode apoiar um salto genético e econômico para a raça, pois consegue imprimir maior pressão de seleção ao rebanho, identificando animais jovens de grande potencial com precisão. ‘A genômica eleva a confiabilidade das avaliações e fornece uma base científica que ajusta e melhora os índices do programa de melhoramento”, explica o especialista.

2306, 2020

Tecnologia alimentar garante maior produtividade dos ovinos

Os avanços tecnológicos, tanto estruturais quanto científicos, assim como os seus benefícios, usados de maneira correta, têm sido fundamentais para garantir o desenvolvimento e a evolução da produção e da sustentabilidade de toda cadeia produtiva de ovinos. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Fernando Reis, a boa produtividade do rebanho ovino depende do uso de tecnologias adequadas às necessidades dos animais nas diferentes fases da vida. “No período de cria, quando os filhotes ainda são amamentados pela mãe, recomenda-se o uso do creep-feeding, um espaço restrito para alimentação desses animais. Cerca de 10 a 15 centímetro lineares por cordeiro já são suficientes. Higiene geral e água de qualidade disponível são fundamentais”, explica o especialista.

O pesquisador observa ainda que essas instalações são feitas de modo que somente os cordeiros possam ter acesso aos cochos, onde é servida a suplementação. “Os animais adquirem o hábito de ingerir alimentos sólidos muito cedo, logo nos primeiros dias de vida, observando as mães pastejarem, porém, o consumo deve se iniciar após o décimo dia e a quantidade varia de acordo com cada animal.”

Segundo Reis, além de melhorar o desempenho das crias, o creep-feeding auxilia no rápido retorno das matrizes à condição reprodutiva, antecipando sua próxima parição. “Isso ocorre porque os filhotes que recebem suplementação diminuem o ritmo das mamadas e as mães podem se recuperar mais cedo para a estação de monta”, explica.

Além das questões relacionadas à produtividade e sustentabilidade, Reis destaca que o método também apresenta uma relação custo/benefício muito interessante para o produtor. “As instalações podem ser adaptadas e construídas, tanto em ambientes internos quanto externos, com materiais muitas vezes existentes nas propriedades. A elaboração do suplemento também pode ser feita na propriedade, embora seja recomendado observar com critério a origem e as condições dos ingredientes usados”, recomenda o especialista acrescentando que, em média, o consumo de ração durante o período de creep-feeding é de 200 gramas/dia, considerando uma desmama dos cordeiros aos 60 dias de vida. “O ganho de peso pode chegar a 300 gramas/dia e o peso à desmama superar 20 quilos de peso vivo”, calcula.

1806, 2020

Estudos visam erradicar a febre aftosa no sul do país

Comprovar a inexistência de transmissão do vírus da febre aftosa na Região Sul do País e Estados do bloco I do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa é o objetivo dos estudos soro epidemiológico coordenados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Esses estudos fazem parte de uma das etapas do processo para pleitear à Organização Mundial da Saúde (OMS) o reconhecimento dessas regiões como zonas livres de aftosa sem vacinação. A equipe será formada por 120 veterinários dos serviços veterinários dos estados e lideram as equipes de campo que farão coleta de amostras de sangue e a inspeção clínica dos animais, além da aplicação de um questionário que deve ser respondido pelo produtor rural. A metodologia utilizada e os resultados obtidos irão compor o relatório que será enviado à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

A seleção das propriedades foi feita por amostragem e abrangerá 995 estabelecimentos rurais, com cerca de 50 mil bovinos. A conclusão dos estudos está prevista para o mês de julho. Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA), Geraldo Moraes, o resultado do trabalho será encaminhado ao Grupo ad hoc de febre aftosa do Comitê Científico da OIE, que avaliará o atendimento das condições necessárias para reconhecimento internacional das áreas como livres de aftosa sem vacinação. Caso o comitê recomende o pleito do Brasil, a proposta será enviada à Assembleia Geral da OIE, prevista para ocorrer em maio de 2021, quando os membros irão votar o reconhecimento.

1606, 2020

Países têm dificuldades com aumento na produção mundial de leite

Dados levantados pelo Observatório da Cadeia Láctea Argentina (Ocla) revelaram que a produção mundial de leite de vaca aumentou 3,3% no primeiro trimestre de 2020 se considerado o mesmo período do ano anterior. Para chegar a esses números, foram selecionados os principais países produtores, que representam cerca de 60% da produção mundial. Estados Unidos e União Europeia, com 2,9% e 2,6%, respectivamente, foram os que tiveram maior crescimento, impulsionados pela grande participação, tanto na produção quanto na comercialização de lácteos internacional.

Diante do cenário atual, ambos enfrentam o desafio em relação ao excesso de produção e à busca de alternativas para reduzir o impacto dos subsídios diretos aos produtores e indústrias e da ajuda direta para o armazenamento privado de produtos (em especial leite em pó desnatado e manteiga), além de incentivos para a redução voluntária de produção, o abastecimento de bancos de alimentos e medidas extremas como o descarte de leite.

Além dos problemas causados pelo Covid-19 e as incertezas sobre o mercado global de lácteos, outras variáveis afetam a demanda e o preço mundial dos lácteos, como, o petróleo e a relação euro/dólar, que caíram de forma acentuada nos últimos meses.

1206, 2020

Veterinários podem se habilitar via internet

Os médicos veterinários da iniciativa privada que pretendem atuar no Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), podem se habilitar pela internet.

O serviço online está disponível no Portal Gov.Br., desde o dia 19 de maio. Além da habilitação, será possível solicitar a atualização cadastral e a desabilitação. Porém, é obrigatório que o profissional esteja inscrito no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) dos estados que pretende atuar.

Segundo o chefe da Divisão de Sanidade dos Ruminantes, Ellen Laurindo, a participação e o engajamento dos médicos veterinários privados nas ações do PNCEBT é fundamental para o avanço do programa no País. “O médico veterinário habilitado atuará na realização de testes diagnósticos de brucelose e tuberculose, no encaminhamento de amostras para laboratórios credenciados e participação no processo de certificação de estabelecimentos de criação livres para essas doenças nas Unidades Federativas em que têm interesse”, explica.

1206, 2020

Terceira edição do livro doenças das aves já está disponível

Produzido sob coordenação da Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta), a terceira edição do Livro “Doenças da Aves”, atualizado e com novos capítulos, teve sua pré-venda disponibilizada pela entidade. A publicação trata da evolução da medicina relacionada às aves ocorrida nos últimos anos e envolveu cerca de 100 profissionais de renomadas instituições de ensino e também da iniciativa privada. A obra, que foi submetida a uma revisão geral e conta com a inclusão de novos capítulos, faz parte de um esforço conjunto, tanto da instituição quanto de outros editores.

Os interessados podem adquirir a obra por meio do site oficial da entidade e que o envio será feito a partir do dia 1 de julho, conforme a ordem dos pedidos. Para consultar o valor do frete, realizado via PAC, pode ser feito através do e-mail facta@facta.org.br.

906, 2020

Instituto Vital Brasil e UFRJ testam soro contra Covid-19 oriundo de sangue de cavalos

Fazer um experimento a partir do plasma de cavalos, para que o soro possa ser produzido em grande escala é o objetivo dos testes que serão realizados pelo Instituto Vital Brazil, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para auxiliar no tratamento contra a covid-19. De acordo com as entidades, o sangue equino produz agentes de defesa contra a toxina inoculada no corpo e, consequentemente, também produz os anticorpos que resultam no soro. O medicamento é o mesmo tipo usado contra raiva e contra picada de insetos peçonhentos.

Segundo o presidente do Instituto Vital Brazil, Adilson Stolet, já foi possível constatar que em muitas pesquisas realizadas pelo mundo, o tratamento a partir do plasma de pessoas curadas da Covid-19 teve efeito positivo no tratamento de infectados em estado grave. “A ideia é fazer um experimento agora a partir do plasma de cavalos, para que possa ser produzido em grande escala”, argumenta o executivo.

Os testes se iniciaram no dia 27 de maio, na UFRJ, isolando e inativando o coronavírus para que ele possa ser inoculado em cavalos do Instituto Vital Brazil. Caso os resultados sejam satisfatórios, o soro poderá ser testado em humanos em um período de quatro meses e, em seis meses, será possível produzir o soro em grande escala. O instituto tem capacidade para produzir até 100 mil tratamentos por ano.

1405, 2020

Produção de tilápia avança no interior paulista

Pesquisas realizadas em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, na Apta Regional do Leste Paulista, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, em Monte Alegre do Sul, SP, atestam que a piscicultura paulista avançou 4,9% e mantém curva de crescimento.

Os trabalhos avaliaram os efeitos da densidade de estocagem, frequência alimentar, diferentes linhagens de tilápia e percentual de proteína bruta na qualidade da água e no desempenho zootécnico.

De acordo com a publicação Manejos de tilápia em tanques-rede em represa rural do leste paulista: estudo de caso, disponibilizada pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) a produção de tilápia, em tanques-rede, em represas rurais da região leste do Estado de São Paulo, vem se firmando como uma atividade promissora para aumentar a renda dos produtores.

Para o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, a alimentação é essencial para o desenvolvimento sustentável dessa atividade. “Nossa cadeia produtiva é qualificada, tecnificada e preocupada com a saúde alimentar da sociedade”, destaca o executivo.

Na produção de tilápia em tanques-rede, as seguintes Boas Práticas de Manejo são recomendadas: o uso de tilápia proveniente de linhagens melhoradas geneticamente, estocagem entre 100 e 150 peixes/m3 (produtividade média de 70kg/m3 ), alimentada com ração comercial, contendo 32% de proteína bruta, fornecida duas vezes ao dia e durante sete dias da semana, obtendo-se, assim, melhor ganho de peso e biomassa final.

“A produção é feita em ambiente controlado e o cuidado com a sanidade é muito rígido, para garantir a segurança e oferecer alimentos saudáveis para os consumidores”, afirma o presidente da Peixe BR salientando o valor nutricional dos peixes de cultivo nacional, como a tilápia e tambaqui.

1205, 2020

Entidade promove ações em prol dos produtores de leite

Para incentivar a continuidade das atividades dos produtores de leite, mesmo em tempos de combate à Covid-19, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (Girolando) tem promovido uma série de ações em benefício do setor.

Uma dessa ações é possibilitar que os produtores continuem a utilizar o Serviço de Registro Genealógico em seus rebanhos. Para isso, a entidade lançou, no início de abril, a promoção “Criador em Dia”, que reduz o valor da multa por animal a um centavo de real referente ao atraso no envio das comunicações desse serviço.

A ideia da entidade é minimizar os impactos da pandemia na pecuária de leite. “Temos atuado de forma pontual, disponibilizando assistência técnica e recursos para garantir que os criadores de Girolando continuem produzindo a campo”, afirma o presidente da Girolando, Odilon Rezende.

Além desse benefício, válido para multas geradas a partir de 6 de abril de 2020, com duração de 90 dias, a entidade também divulgará informações técnicas através de lives pelo Instagram. “Pretendemos que nossos associados possam desenvolver suas atividades da melhor forma possível”, acrescenta Rezende.

805, 2020

Cem anos de contribuição à pecuária nacional

Uma das pioneiras na importação das raças zebuínas da Índia, a marca F comemora, em 2020, 100 anos de sua fundação.

Para o criador Tonico Carvalho, neto  do pecuarista mineiro Francisco José de Carvalho, patriarca da marca, a celebração dos 100 anos é também um momento de refletir sobre a importante contribuição da pecuária para a economia brasileira.

“É importante contar a história e destacar essas iniciativas para que as novas gerações conheçam e valorizem a pecuária nacional como uma importante fonte de alimentos de qualidade e de geração de empregos”, comenta o pecuarista, proprietário da Fazenda Brumado, em Barretos/SP.

O criador lembra que, além de ser o principal exportador de carne bovina, o Brasil também é o maior polo de genética zebuína do mundo. “Há 100 anos, quando a marca F foi registrada, as raças zebuínas não eram maioria no rebanho nacional. Atualmente, o zebu e seus respectivos cruzamentos respondem por mais de 80% de todo o gado brasileiro”, celebra.

505, 2020

Teste molecular identifica fraude em leite de vaca

O Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, desenvolveu um teste molecular para a identificação rápida e precisa de fraude de leite de vaca em amostras de leite de búfala, para certificar a pureza dos produtos.

A iniciativa é uma parceria do IZ com o laticínio Bom Destino, de Minas Gerais, e tem como objetivo identificar produtos adulterados, ou seja, que não contenham apenas o leite de búfalas, uma vez que as amostras de leite e derivados lácteos de diversos tipos de queijo, como a mozzarella de búfala, por exemplo, podem sofrer adulterações durante o processamento.

Segundo o pesquisador Anibal Eugênio Vercesi Filho, diretor do Laboratório de Genética do IZ, a metodologia avaliou diluições decrescentes seriadas do número de cópias de DNA de bovino em amostras de DNA de leite de búfalas, possibilitando detectar a sensibilidade exata do teste. “Assim, tanto amostras de DNA de búfalos quanto amostras de DNA de bovinos apresentaram quantidades de DNA exatas para, posteriormente, serem avaliadas para a identificação da fraude”, informa o pesquisador.

Ele acrescenta que, no Brasil, com a alta demanda pelos derivados de leite de búfalas e diante da ilegalidade de alguns produtores e laticínios, há produtos impuros que podem ser comercializados direta ou indiretamente, possuindo quantidades variáveis de leite de vaca durante a fabricação. “Com o crescimento da comercialização do queijo de búfalas, é preciso promover análises e certificações, para garantir a qualidade e pureza dos produtos”, acrescenta o diretor do IZ.

2804, 2020

Sombra de eucalipto aumenta produção de embriões em vacas

Estudo realizado por Pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) reforça a importância de oferecer aos animais condições confortáveis para o bom desempenho reprodutivo, além de contribuir para desenvolvimento sustentável da pecuária.

Durante o projeto “Conforto térmico, produtividade de leite e desempenho reprodutivo de vacas de raças zebuínas em sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Cerrado”, que teve duração de 33 meses, vacas Gir Leiteiro que tiveram acesso a áreas com sombra de eucalipto produziram quatro vezes mais embriões durante o período mais quente do ano, além de 22% a mais de leite.

Segundo a pesquisadora da Embrapa e líder do projeto, Isabel Ferreira, os resultados também estimulam o uso dos sistemas integrados com floresta, pois mantêm árvores nas pastagens. “Recomenda-se uso da ILPF com vacas zebuínas leiteiras, pois além de aumentar a produtividade de leite e a quantidade de embriões produzidos, também melhora a qualidade do produto e do pasto, o valor nutritivo da forragem e os parâmetros fisiológicos e comportamentais das vacas”, explica a especialista.

Ainda de acordo com os estudos conduzidos pela Embrapa Cerrados, a presença das árvores melhora a rentabilidade do produtor de leite, tanto por causa do aumento da quantidade do produto, quanto pela possibilidade de melhor remuneração dos sólidos totais pelos laticínios e pela venda da madeira para diferentes usos.

2204, 2020

Vaca brasileira quebra recorde de 39 anos e entra para o Guiness Book

Nascida em março de 2014, registrada pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a vaca Girolando Marília FIV Teatro de Naylo entrou, em 2020, para o Guiness World Book of Records após quebrar um recorde de produção de leite, em apenas um dia, que já durava 39 anos.

Durante o 34° Torneio Leiteiro de Areias/SP, homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a vaca brasileira produziu 127,570 kg/leite em três ordenhas e derrubou o recorde anterior, pertencente à vaca cubana Ubre Blanca, que em junho de 1981 produziu, em um só dia, 110,9 quilos/leite, em regime de três ordenhas.

“O primeiro torneio do qual ela participou, já obteve essa grande conquista, o que, para nós, é motivo de muito orgulho”, celebra Gustavo Souza, um dos proprietários da nova recordista. Marília nasceu no criatório Girolando NS, localizado nos municípios de Bananal e Areias/SP, que pertence aos pecuaristas André Souza e Gustavo Souza. No ano passado, durante o Leilão 70 anos Genética NS, ocorrido em setembro, Marília FIV Teatro de Naylo teve 50% de sua cota comercializada para a Fazenda São Luís, dos criadores Paulo Afonso e Hugo Arantes, de Volta Redonda/RJ.

1404, 2020

Produzir super touros é objetivo de prova de eficência promovida pelo IZ

O Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), órgão da Secretaria de  Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, fará a 1ª Prova de Eficiência e Performance Boi com Bula®, para avaliar reprodutores em características de importância econômica, simulando o sistema de produção de um boi de corte criado e recriado a pasto e confinado para terminação.

O trabalho será uma parceria do BrasilcomZ em conjunto com o Instituto de Zootecnia. A proposta é reforçar a importância de testes fenotípicos, buscando referências objetivas para a seleção de reprodutores por meio de tecnologias tradicionais e contemporâneas, além de propiciar um ambiente saudável de debate sobre os rumos da seleção na raça Nelore.

Ao final da Prova, os animais deverão ser registrados, em definitivo, pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e aprovados por exame andrológico, sendo desclassificados aqueles que não cumprirem com os requisitos.Ainda, será utilizado o Índice Boi com Bula®, que será parâmetro de classificação para o Leilão Boi com Bula 2020, a ser realizado durante a Expogenética 2020, em Uberaba/MG.

704, 2020

Embrapa inaugura sistema de produção de leite em “Compost Barn”

A Embrapa Gado de Leite inaugurou, no último mês, em Coronel Pacheco/MG, o novo sistema de produção de leite em “Compost Barn”, método cuja principal característica do estábulo é possuir uma ‘cama’ de material orgânico que realiza a compostagem das fezes e urina dos animais e proporciona maior conforto.

O nome escolhido para batizar o novo sistema foi “Vacas e Pessoas Felizes”, já que o método está diretamente ligado ao conforto e bem-estar do animal e a uma rotina de trabalho mais agradável para produtores e empregados.

Segundo o chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da unidade, Pedro Arcuri, além do foco na produção de conhecimento, o método favorece o trabalho dos profissionais envolvidos, facilita a tomada de decisão do produtor e promove o bem-estar animal. “Há muita tecnologia embarcada no sistema que a Embrapa está entregando. Câmeras e diversos sensores monitoram todo o ambiente, fornecendo informações sobre temperatura, atividade das vacas, iluminação etc. Nosso foco será a produção de conhecimento”, explica.

Acuri informa também que a adoção do Compost Barn tem crescido entre os produtores nacionais. “São mais de dois mil em funcionamento, mas há poucos resultados de pesquisa sobre a tecnologia”, diz ele. O sistema Embrapa tem capacidade para receber 80 vacas das raças Holandesa e Girolando.  “A estrutura da Embrapa será fonte de pesquisas, gerando indicadores sobre a sua utilização em ambiente tropical, preenchendo uma importante lacuna.”

3103, 2020

Primeira fase do Coma Mais Peixe impacta 10 milhões de pessoas

Iniciativa da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), com apoio de empresas do setor produtivo, a campanha Coma Mais Peixe já impactou mais de 10 milhões de pessoas desde meados do ano passado, quando teve início.

Criada para impulsionar o consumo de peixes de cultivo no Brasil, a campanha tem como diferenciais a produção de pratos exclusivos elaborados por chefs renomados, panfletagem em pontos de alta concentração de pessoas, livreto de receitas, ações de degustação, participação em eventos e intensa presença em mídias sociais. “O foco da Coma Mais Peixe é a valorização das qualidades nutricionais dos peixes de cultivo, como tilápia e tambaqui”, informa o presidente executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros. O Brasil é o 4º maior produtor mundial de tilápia e o maior produtor de tambaqui, porém o consumo de peixes de cultivo ainda é pequeno: 3,5 kg/habitante/ano.

De acordo com o executivo, o potencial para o aumento da demanda é imenso, mas isso passa pela divulgação de informações de qualidade para a população. “A crescente repercussão da Coma Mais Peixe comprova o interesse dos consumidores em aprender mais sobre os peixes de cultivo e também compartilhar suas aventuras na cozinha nas mídias sociais da campanha”, analisa.

Ainda segundo Medeiros, a falta de conhecimento sobre os peixes de cultivo ainda é um obstáculo e é papel da entidade disponibilizar informações claras, mostrando que incluir o peixe na alimentação do dia a dia é simples. “Novas ações de campo, degustação e presença em eventos estão programadas para 2020, objetivando atrair novos consumidores e difundir as vantagens do peixe de cultivo, que é saudável, seguro e acessível à população”, explica.

2503, 2020

Federação dos produtores de leite dos EUA se diz pronta para o coronavírus

“Como organização que representa os produtores de leite dos Estados Unidos e as cooperativas, a Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF)  está pronta para ajudar seus membros a enfrentar os desafios do coronavírus”. Esse foi a parte inicial do discurso do CEO da entidade, Jim Mulhern, em relação à propagação contínua da Covid-19 e ao potencial impacto do coronavírus nos mercados doméstico e internacional.

De acordo com o executivo, a entidade dedicará os seus recursos para ajudar os produtores e as cooperativas do setor lácteo a responderem quaisquer desafios que possam enfrentar. “Isso inclui possíveis danos aos mercados doméstico e mundial, até interrupções na cadeia de suprimentos na fazenda, na planta de processamento ou no transporte de leite, as ramificações potenciais para o setor de lácteos são amplas”, disse o executivo.

Outra informação importante destacada pelo CEO é que o fornecimento de lácteos dos EUA é seguro e os produtos são de alta qualidade. “O Food and Drug Administration (FDA) confirmou que o tratamento térmico mata outros coronavírus, portanto, a pasteurização também deve inativar esse vírus. Além disso, não há evidências de que essa cepa esteja presente no gado doméstico, como o bovino”, explicou.

1202, 2020

Desenvolver aquicultura é objetivo da CNA

Discutir medidas de desenvolvimento do setor. Foi com esse objetivo que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, (CNA), participou de reunião da Câmara Setorial da Produção e Indústria do Pescado do Ministério da Agricultura, em Brasília, em janeiro.

A entidade foi representada pela assessora técnica da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Ana Lenat. Uma das propostas para auxiliar no desenvolvimento desse setor foi a criação de um grupo de trabalho, com a participação da Peixe BR, Associação Brasileira de Reciclagem Animal e Associação Brasileira de Criadores de Camarão, para debater ações para o crescimento da aquicultura e da piscicultura.

A suspensão das exportações para a União Europeia, que há dois anos fechou o mercado europeu ao pescado brasileiro, acarretando perdas de pelo menos US$ 50 milhões, e uma análise de risco de importação do camarão importado do Equador foram outros assuntos abordados durante o encontro.

1002, 2020

Mapa publica norma para produção artesanal de derivados de leite

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, em dezembro de 2019, as normas para produção artesanal de queijos, embutidos, mel e derivados de leite.  Trata-se da IN 73, que estabelece o regulamento técnico de boas práticas agropecuárias destinadas aos produtores rurais fornecedores de leite para fabricação artesanal de alimentos de origem animal.

De acordo com o Mapa, em nota, a concessão do Selo Arte permitirá a venda interestadual de produtos alimentícios artesanais, como queijos, embutidos, derivados de mel e de pescados.

Ainda segundo a entidade, uma das exigências é que a propriedade fornecedora de leite seja certificada como livre de brucelose e tuberculose. Além disso, o regulamento prevê os requisitos higiênico-sanitários mínimos necessários às propriedades rurais fornecedoras de leite para produção de alimentos artesanais e que caberá aos Estados e ao Distrito Federal a avaliação do cumprimento do regulamento de boas práticas.

602, 2020

Projeto ajuda a fortalecer cadeia produtiva da caprinocultura no sul do País

Orientar para crescer e auxiliar no acesso aos mercados via cooperação entre produtores e pequenas indústrias são alguns dos objetivos do “Projeto Caprinocultura”, iniciativa do Sebrae/SC que, por intermédio do Sebratec, disponibiliza serviços tecnológicos com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do setor na cidade de Irani, no interior catarinense.

Com a iniciativa, o reconhecimento econômico da atividade é concretizado pelo enfoque na produção em larga escala dos empresários rurais e não apenas a criação para subsistência, medida que, segundo Enio Albérto Parmeggiani gerente regional Oeste do Sebrae/SC e um dos idealizadores do projeto,  atrai investidores para o setor. ”É importante ressaltar que a caprinocultura de corte brasileira tem apresentado progressivo desenvolvimento e a ampliação do consumo está associada nas melhorias nas condições de abate, da procedência certificada e na comercialização de cortes adequados para a venda”, diz.

Através da iniciativa da entidade, 10 produtores de Irani e de municípios próximos formalizaram uma associação, que realizou a primeira venda coletiva de 42 animais, no fim do mês de novembro de 2019. No município há um plantel de aproximadamente 1.000 fêmeas e o setor está em franca expansão, com a adesão de novos produtores ao projeto.

Segundo a secretária de agricultura e meio ambiente de Irani, Sidiane Salete Dalla Costa, a meta é transformar a região em uma referência estadual na produção de caprinos. “O apoio do Sebrae/SC foi fundamental para a organização dos produtores e na busca de parceiros para a comercialização, além de proporcionar a oportunidade de acessar mercados, de tecnificar esse segmento e torná-lo fonte de renda em uma atividade considerada secundária”, afirma.

602, 2020

Governo paulista busca parceiros para desenvolver cadeia produtiva do leite

Implementar e desenvolver soluções inovadoras de produtos e processos para criação de bezerros leiteros jovens machos e fêmeas, com foco no crescimento sustentável na cadeia produtiva do setor.

É com esse objetivo que o Instituto de Zootecnia (IZ/APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, abre edital visando celebrar parcerias de Cooperação Técnico Científica com a iniciativa privada.

As pesquisas serão realizadas na Unidade de Referência em Inovação Tecnológica e Pesquisa de Bezerros Leiteiros do IZ, localizada em Ribeirão Preto/SP. A unidade será utilizada para o desenvolvimento de projetos em novos produtos e tecnologias nas áreas de nutrição, alimentação, sanidade, imunologia, manejo, bem-estar animal, e de zootecnia de precisão com bezerros (as) em aleitamento e após o desmame, nos diferentes sistemas de criação.

O programa contará com a supervisão de uma equipe de pesquisadores do IZ, técnicos das empresas parceiras, pesquisadores de outras instituições e universidades públicas ou privadas. O projeto prevê ainda a difusão e posterior adoção de novas tecnologias e técnicas desenvolvidas pela unidade ou pelas empresas parceiras, através de dias de campo, palestras, eventos técnicos para agentes extensionistas e produtores, site, entrevistas para imprensa via Centro de Comunicação e Transferência do Conhecimento do IZ, e em eventos programados dentro e fora do Estado.

302, 2020

Receita cambial das carnes cresce 12,5%, diz Mapa

Um levantamento do Mapa constatou que, em 2019, as exportações de carnes, puxadas principalmente pelo setor de bovinos, aumentaram de 44,5% para 45,8%, resultando no incremento de 12,5% na receita do setor, em relação a 2018.

Ainda de acordo com o levantamento, dos US$ 16,5 bilhões registrados no total, 97% foram oriundos das exportações de carne bovina, suína e de frango. O segmento de aves manteve a segunda posição no ranking, mesmo com queda de sua participação, de 43,6% em 2018, para 41,7% em 2019.

Porém, se considerados apenas os produtos in natura, a carne de frango se manteve como a primeira no ranking em receita cambial de carnes, por diferença mínima, sendo responsável por cerca de 40% do total.

3001, 2020

Site europeu promove soro de leite

Promover uma boa comunicação e entendimento sobre o soro de leite e tópicos relacionados a possíveis clientes e consumidores, além de defender essa proteína em debates nas mídias sociais. Esse é o objetivo do site wheyforliving.com, da Associação Europeia de Processadores de Soro de Leite, que também quer garantir que as discussões sobre o assunto, bem como sobre outras proteínas, sejam baseadas em fatos e conhecimento científico, ao invés de mitos ou boatos.

Desenvolvida pela Arla Foods e assumida pela EWPA em dezembro de 2019, a plataforma de comunicação online B2C compartilha, com os consumidores europeus e público em geral, conhecimento e informações científicas sobre as vantagens e benefícios para a saúde gerados pelo consumo da proteína desse produto.

Atrualmente,  a proteína de soro de leite é reconhecida como uma proteína que contém todos os aminoácidos essenciais necessários ao organismo diariamente, além de contribuir para o crescimento e manutenção dos ossso e músculos.

2701, 2020

IZ recebe prêmio internacional por pesquisa em bem-estar animal

Pesquisa no setor de bem-estar animal na cadeia de produção, do Instituto de Zootecnia (IZ/APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi reconhecida e premiada durante o Forensic Med Vet Conference, evento internacional realizado em São Paulo, no fim de 2019,que reuniu profissionais de vários países.

Segundo o pesquisador do IZ, Jackson Barros do Amaral, que também fez parte da equipe durante o evento, o reconhecimento deste trabalho, bem como a premiação, são indicadores da importância do conhecimento ao novo paradigma de bem-estar que está sendo imposto na cadeia de produção, assim como a legislação que a regulamenta. “Buscamos mostrar ao produtor a importância de se adequar às legislações vigentes e às mudanças de paradigmas na cadeia de produção de carne e leite”, destacou o pesquisador.

O trabalho “Parâmetros Clínicos para Elaboração de Laudo Pericial nas Podopatias em Bovinos Leiteiros” (Clinical parameters for the elaboration of an expert report on podopathies in dairy cattle), apresentado por Elaine Jaqueline Hans, acadêmica em Medicina Veterinária da Unifaj, de Jaguariúna/SP, foi premiado como segundo melhor trabalho com padrão científico na modalidade pôster.

2701, 2020

Exportação suína bate recorde em 2019

Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) revelou que o crescente interesse dos chineses pela carne suína brasileira resultou em recorde a exportação desses produtos e 2019.

De acordo a entidade, foram embarcadas, no ano passado, 750,3 mil toneladas, 16,2% acima do registrado em 2018, que atingiram 646 mil toneladas. Já em receita, o aumento foi de 31,9% em relação a 2018, passando de US$ 1,2 bilhão para US$ 1,597 bilhão.

Segundo a ABPA, um dos motivos que impulsionaram o crescimento desses números, foi a ocorrência de Peste Suína Africana (PSA) em território asiático. Em decorrência, a China assumiu a primeira posição nas importações, com 248,80 mil toneladas, 61% acima do total embarcado em 2018.

Para o diretor-executivo da ABPA, Ricardo Santin, a crise sanitária na Ásia reconfigurou o comércio internacional de proteína animal.  “A China, a maior afetada, ampliou a capacidade de importação de carne suína brasileira com a habilitação de novas plantas em novembro de 2019, explicou. “Isso deve favorecer o aumento das vendas brasileiras em 2020, tendo em visita que os indicadores de instituições como o Rabobank demonstram que este quadro deve continuar estável ao longo do ano.”

2312, 2019

Ampliar produção leite A2 é a aposta da Secretaria de Agricultura de São Paulo

O Instituto de Zootecnia, instituição de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria, trabalha com um programa de melhoramento genético para formar um rebanho de vacas somente com o gene A2 (vacas A2A2) em qualquer raça, ampliando a oferta deste leite em todo o Estado.

De acordo com o pesquisador do IZ, Anibal Eugênio Vercesi Filho, que conduz as pesquisas do leite A2, uma das proteínas encontradas no leite, a betacaseína pode ser codificada por 13 diferentes alelos, sendo mais comuns nos bovinos os alelos A1 e A2. Durante o processo de digestão no ser humano, o alelo A1 forma uma substância chamada beta casomorfina-7, um opióide que é um fator de risco para algumas doenças humanas como o diabetes tipo 1, a arterioesclerose (acúmulo de gorduras nas paredes das artérias) e a inflamação das mucosas gástrica e intestinal. “Quando se toma o leite A2, não há o risco de se ter esse problema, pois a sua digestão não forma essa substância”, explica Vercesi. Importante destacar que apesar de terem sintomas parecidos, a intolerância à betacaseína A1 não tem a ver com a intolerância à lactose.

O pesquisador conta que a betacaseína A2 pode aparecer em qualquer raça, mas predomina nas raças zebuínas como no Gir leiteiro, Sindi e Guzerá. “Usamos touros A2A2 e genotipamos as vacas, realizando a programação de acasalamento. A ideia é que todas as vacas, independentemente da raça, sejam produtoras de leite A2, com alta produtividade, vida produtiva longa e resistência à mastite”, afirma Vercesi.

Por meio do Plano Mais Leite Mais Renda, criado para coordenar a cadeia pro dutiva do leite e aumentar a produtividade e a qualidade da produção para dois bilhões de litros por ano em dez anos, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento busca incentivar o desenvolvimento de projetos regionais da bovinocultura de leite, como a produção do leite A2.

Produtores nos municípios de Franca, Ourinhos, Novo Horizonte,  Araçatuba, Botucatu, Caconde e São João da Boa Vista já se articulam, por meio do Plano Mais Leite Mais Renda, para viabilizar a produção deste leite.

“É um projeto que agrega muito valor à atividade leiteira, uma alternativa para a população que precisa deste leite e também para o produtor, que pode oferecer um produto diferenciado ao mercado, com valor agregado, principalmente na oferta de produtos lácteos processados, como queijos e iogurtes”, afirma o médico veterinário, Carlos Pagani Neto, assistente técnico de Bovinocultura da Coordenadoria de De senvolvimento Rural Sustentável e um dos autores do Plano Mais Leite Mais Renda.

De acordo com o especialista, o processo não demanda um investimento tão alto ao produtor a partir do teste genotipagem do animal, em laboratórios especializados, e a certificação do leite por empresas certificadoras. Em São Paulo, a marca de leite Letti a2, produzida na Fazenda Agrindus, em Descalvado, foi a primeira a receber a certificação para a produção de leite com vacas A2A2.

2312, 2019

Sistema de inteligência visa inovar aquicultura nacional

Utilizar os dados organizados nacionalmente para impulsionar ainda mais os números da produção aquícola do País, que se encontra em franco crescimento. Esse é o novo projeto da Embrapa que tem mapeado, por imagens de satélite, vários viveiros de peixes e outros animais aquáticos em diversas regiões do território brasileiro.

As informações ficarão disponíveis em uma plataforma online, que abrigará vasta quantidade de dados georreferenciados sobre a atividade aquícola, e comporão um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) da Aquicultura Brasileira.

O analista Marcelo Fonseca, da Embrapa Territorial (SP), informa que as informações coletadas ficarão disponíveis em uma plataforma online, que abrigará vasta quantidade de dados georreferenciados sobre a atividade aquícola, e comporão um Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) da Aquicultura Brasileira.

Segundo ele, a plataforma em construção apresentará para a aquicultura os cinco quadros definidos na metodologia da Embrapa para sistemas de inteligência territorial estratégica: natural, agrário, agrícola, infraestrutura e socioeconômico. “Temos um conjunto significativo de dados secundários relacionados à produção agrícola, questões socioeconômicas e emprego para analisar a aquicultura nos aspectos citados, integrando-os de forma coerente”, acrescenta o especialista.

1712, 2019

Artefatos de couro de peixe visam aumento de renda de pequenos produtores

Ensinar como produzir artefatos de couro de peixe em casa com uso de tecnologias e reagentes menos poluentes, que possibilitam maior efetividade no processo, além de estar em sintonia com o mercado atual, para aumentar renda e diminuir os impactos ambientais da atividade.

Esse é o objetivo do curso de curtimento industrial e manufatura artesanal desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste. “Os participantes vão terminar o curso sabendo transmitir a tecnologia de manufaturados com couro de tambaqui de forma industrial aos produtores e técnicos da cadeia produtiva de pescados”, informa o pesquisador da entidade, Manuel Jacintho.

O curso está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois demonstra o curtimento com uso de tanino sintético, sem aplicação de cromo no processo. “O cromo é um metal utilizado em forma de solução para curtir o couro pela maioria dos curtumes no mundo, mas tem problemas ambientais por ser tóxico”, informa o pesquisador.

Jacintho acrescenta ainda que, durante o curso, os participantes também terão capacidade de indicar a infraestrutura necessária para a implantação de uma unidade industrial de confecção de manufaturados com couro de tambaqui, assim como informações sobre a legislação vigente de descarte de resíduos sólidos.

O curso é dirigido a pessoas interessadas no curtimento da pele de peixe e na confecção de manufaturados, principalmente o tambaqui e as aulas acontecem em Sorriso (MT), de 25 a 28 de novembro, no frigorífico Delicious Fish e as inscrições podem ser feitas, gratuitamente, até o dia 22.

1212, 2019

Raças de corte puxam vendas de sêmen e setor cresce 17,5% em 9 meses

Com quase oito milhões de doses comercializadas entre janeiro e outubro de 2019, as raças de corte foram as principais responsáveis pelo crescimento de 17,5% das vendas de sêmen bovino no país. Os dados de desempenho do mercado de genética foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA).

No total, considerando também as raças de leite, foram comercializadas cerca de 13 milhões de doses de sêmen. Para Nelson Ziehlsdorff, presidente da central de inseminação Semex Brasil,em razão da forte demanda pela carne brasileira no exterior, os pecuaristas estão investindo mais em genética de qualidade para produzirem animais dentro das exigências dos compradores internacionais e, assim, receberem bonificação por isso.

“É  bem provável que esse aquecimento nas vendas de sêmen se mantenha nesse último trimestre do ano, em decorrência do bom momento do mercado da carne, tanto interno quanto externo”, aposta o executivo, acrescentando que, com a expectativa de abertura de mais mercados para a carne brasileira, o segmento de genética deve fechar 2019 com índices bem superiores aos de 2018.

O executivo também credita esse momento a outro fator que ele considera fundamental para essa evolução. “Os produtores rurais estão mostrando, mais uma vez, o caminho para o crescimento: confiança, trabalho, inovação, foco nos resultados – valores que também cultivamos todos os dias com nossa equipe”, finaliza Ziehlsdorff.

2911, 2019

IZ promove treinamento para avaliar impactos ambientais nos sistemas de produção agropecuária

O Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo promoveu, no último mês, um treinamento para pesquisadores e alunos da entidade com aparelhos que auxiliam na medição da umidade e a emissão do CO2 do solo em projetos que irão avaliar impactos ambientais nas pesquisas de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária do IZ. O Minitrase, que mede a umidade do solo, e Li-Cor 8100, que mede a emissão de CO2 do solo, foram adquiridos pelo projeto do Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa (PDIP-FAPESP).

A coordenadora da atividade e pesquisadora do IZ, Flávia Fernanda Simili, destacou que todo treinamento visou capacitar alunos e pesquisadores que poderão montar os equipamentos, realizar análises no campo e processamento dos dados. “O uso desses sistemas proporciona benefícios como as melhorias físicas, químicas e biológicas do solo, a intensificação da produtividade vegetal e animal, a mitigação de gases de efeito estufa, a racionalização do uso de defensivos e fertilizantes, além de possíveis vantagens econômicas, pautadas na diversificação de renda e no menor risco de flutuações de mercado”, acrescenta Flávia.

Outra característica importante do treinamento é que, com a demanda crescente por alimentos e a necessidade de racionalização dos recursos, os sistemas integrados são alvo de pesquisas, por serem alternativas eficientes e sustentáveis para a produção vegetal e animal.

As pesquisas do IZ estão fundamentadas em três áreas estratégicas, dentre elas está a de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, que visa avaliar e identificar os sistemas integrados de produção em suas diferentes formas, com implantação e condução de arranjos produtivos para explorar sinergismos e propriedades emergentes nos compartimentos solo, plantas, animais e ambiente, demonstrando viabilidade técnica e econômica, bem como benefícios ecológicos e ambientais.

2911, 2019

Índice de criação de bezerras leiteiras tem programa pioneiro

Trazer informações e mostrar referências importantes com base na coleta e análise de dados de mais de oitenta fazendas de gado de leite para descobrir e analisar os principais gargalos da atividade no Brasil. Esse é o objetivo do primeiro Índice de Bezerras que será lançado pelo programa Alta Cria, realizado todos os anos pela Alta Genetics.

De acordo com o coordenador do Programa Alta Cria, Rafael Azevedo, o projeto Alta CRIA, há três anos, realiza a coleta e interpretação dos dados. “Isso é importante porque outros produtores poderão usar a mesma base de cálculos para avaliar como está a situação dentro de suas propriedades e, a partir disso, aperfeiçoar os processos”, destaca.

O índice será apresentado com exclusividade durante o Simpósio Internacional Alta CRIA. Na ocasião, que acontece entre os dias 28 e 29 de novembro, em Uberaba, MG, palestrantes do Brasil, Argentina, México, Canadá e Estados Unidos, apresentarão diferentes sistemas de criação no mundo, além de abordar outros temas importantes no manejo das bezerras.

2911, 2019

ABCG inova e elege presidente por votação online

Em caráter pioneiro entre as entidades pecuárias do país, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG) elegeu, no último mês, por votação online, Odilon de Rezende Barbosa Filho como presidente da instituição para a próxima gestão.

A posse do novo presidente, juntamente com seu novo corpo diretivo, será no dia 14 de fevereiro de 2020, em Uberaba, e comandará a entidade no biênio  2020/2022. A adoção desse novo sistema permitiu que os associados pudessem escolher o novo presidente, pelo aplicativo Girolando e pelo site Eleições Girolando, sem precisar ir à entidade.

Para o pecuarista e presidente da Associação dos Criadores de Girolando Sem Fronteiras, Paulo Junqueira, foi um passo importante para tornar a participação dos associados mais efetiva em um momento tão decisivo para a Girolando, como a eleição. “A diretoria atual conseguiu realizar várias inovações para seleção da raça, dentre elas o genoma, mesmo em um momento econômico e político difícil para o país”, destacou o executivo.

Segundo o presidente eleito, o foco da nova gestão será na parte técnica, investindo na ampliação e modernização do programa de melhoramento e na seleção genômica. “Além disso, queremos desenvolver projetos voltados para os pequenos e médios produtores, no intuito de levar a eles mais tecnologia e genética melhoradora para seus rebanhos”, destaca Barbosa Filho, acrescentando quecomandar a maior entidade de pecuária leiteira do país é um grande desafio, porém animador.

211, 2019

CBQL promove capacitação de profissionais no sul do país

O Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBLQ), com patrocínio da CNA, do Senar e apoio da Faesc/SC promoveu, no mês de agosto, o VIII Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, evento que abordou vários temas referentes à cadeia produtiva do setor.

Um dos objetivos do evento, que contou com a participação de diversos especialistas, além de 55 técnicos que atuam na Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em bovinocultura de leite, é qualificar os profissionais que colaboram para o desenvolvimento das propriedades rurais.

Na ocasião, o supervisor técnico ATeG em Santa Catarina, Fernando da Silveira, apresentou os resultados do programa com ações de melhoria na qualidade do leite; no aumento da produção e da produtividade; no melhoramento de pastagens e da alimentação do rebanho; na melhoria na genética, reprodução e sanidade do rebanho e na melhoria do gerenciamento da propriedade com indicadores financeiros e técnicos.

Segundo Silveira, o objetivo do ATeG é implantar um modelo de operação e gestão das propriedades rurais que envolva todos os processos da cadeia produtiva e possibilite a realização de ações efetivas nas áreas econômica, social e ambiental. “Além disso, o programa ainda dá auxílio nos processos de gestão de negócios para proporcionar a sua evolução socioeconômica da família e da comunidade”, acrescenta.

211, 2019

Defender o Agro é mote de ação da ABMRA

Esclarecer e corrigir as informações equivocadas apresentadas no programa Papo de Segunda, do canal a cabo GNT, sobre o agronegócio brasileiro e também sobre os produtores rurais, que tiveram sua imagem denegrida por expressões e termos usados pelos apresentadores. Isso é o que pretende a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (AMBRA) através de uma ação de direito de resposta.

Para isso, a entidade contratou escritório jurídico Coelho & Morello Advogados Associados, que tem unidade especializada em comunicação e audiovisual, para conduzir as negociações com a GNT e todo o processo por vias jurídicas, caso seja necessário. Segundo o vice-presidente executivo da ABMRA, Ricardo Nicodemos, a medida foi adotada em respeito ao produtor rural, aos pesquisadores, às empresas em toda a extensão do setor e à população. “É preciso passar as informações corretas para mostrar que o campo trabalha de sol a sol, de forma séria e honesta, para colocar alimentos na mesa de todos, inclusive na mesa desses apresentadores”, disse Nicodemos.

Há 40 anos tendo como um dos seus principais propósitos o fomento das boas práticas do marketing e da comunicação no Agro, a ABMRA tomou a iniciativa de pleitear por todos os meios legais o direito de ter espaço para esclarecer e corrigir as informações equivocadas apresentadas no programa. “Não se pode permitir que informações inventadas sejam colocadas como verdades. Não se pode denegrir a imagem de ninguém em um programa de TV nem tampouco de todo um setor econômico”, arrematou o executivo.

2510, 2019

Setor pesqueiro têm acesso a crédito facilitado

Reduzir dúvidas e destravar operações de financiamento para o setor pesqueiro. Foi com esse objetivo que Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medida que retira a necessidade de pescadores e aquicultores apresentarem o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) para acessarem crédito.

O RGP é um documento exigido para controle de embarcações utilizadas em pesca extrativa, mas não é necessário nos casos de investimentos. A decisão tomada pelo Conselho no fim de agosto tem o intuito de facilitar a movimentação e os investimentos no setor, além de ajustar as normas de financiamentos para a pesca e a aquicultura.

O Conselho também ajustou as normas aplicadas nas operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com o objetivo de garantir melhor aproveitamento dos recursos disponíveis para investimentos em maquinários relacionados às finalidades ou empreendimentos que têm taxas mais favorecidas.

1810, 2019

IBGE indica redução no abate de aves, no primeiro semestre de 2019

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou no início de setembro, dados que registram uma queda considerável no abate de frangos, no volume de carne produzida e também no peso médio dos frangos abatidos em relação ao mesmo período no ano passado.

Por sua vez, o número de cabeças abatidas permaneceu estável, cerca de 0,21% a mais do que no mesmo período do ano anterior, dados que surpreendem negativamente, pois a greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio e junho do ano passado, prejudicaram os abates no primeiro semestre de 2018.

Outro dado levantado pela instituição mostra que o volume produzido no primeiro semestre de 2019 foi 1,5% menor do que o produzido no mesmo período em 2018, e ficou na casa dos 6,7 milhões de toneladas.

Esses números representam, especificamente, ao que foi abatido em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal e não levam em conta a criação abatida sem qualquer tipo de inspeção, mas incluem também os descartes de reprodutoras e poedeiras.

1110, 2019

Equador será destino de bovinos vivos brasileiros

Após conversações iniciadas em 2014, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebeu, no início de setembro deste ano, o comunicado de aceitação do Certificado Zoosanitário Internacional das autoridades equatorianas para abertura do mercado do país para importação de bovinos vivos oriundos do Brasil.

No último ano, a exportação de animais vivos, além de diversificar a pauta exportadora do Brasil, torna-se uma alternativa para todos aqueles que trabalham com esse segmento no País. Em números, foram 535 milhões de dólares em bovinos vivos e 6,5 bilhões de dólares de carne bovina exportados para todos os continentes em 2018.

Um fato que corrobora positivamente para esse cenário é o avanço tecnológico no sistema de produção, qualidade e do alto padrão genético dos animais brasileiros, resultado de esforço em conjunto de toda cadeia produtiva e que tem promovido reconhecimento da confiança internacional na defesa agropecuária do País.

410, 2019

Embrapa Gado de Leite, promove evento de tecnologia para produção leiteira sustentável

Fomentar o surgimento de um ecossistema, reunindo empresas, universidades, pesquisa agropecuária e o setor produtivo, capaz não apenas de apresentar soluções, mas de empreender, transformando as soluções em novas startups para a cadeia produtiva do leite. É com essas premissas que a Embrapa Gado de Leite promove, entre os dias 28 de outubro e de novembro, o Vacathon, evento que faz parte do Caravana 4.0 e do Ideas for milk.

Cerca de 100 estudantes e professores de instituições de ensino visitadas pela Caravana 4.0 ficarão acampados em Juiz de Fora (MG), sede da Embrapa Gado de Leite, recebendo mentoria de especialistas renomados em vários aspectos da atividade leiteira, além de visitar o Campo Experimental da instituição e a fábrica do Instituto de Laticínios Cândido Tostes/Epamig.

De acordo com o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, vários participantes chegam à maratona sem nunca ter tido contato com uma fazenda e saem aptos a empreender no Agtech, dando continuidade aos projetos iniciados no Vacathon. “Participar do Vacathon é ponta pé inicial para jovens que buscam crescer no mercado da tecnologia. Os estudantes têm a rara oportunidade de conhecer mais sobre como funciona a cadeia produtiva do leite por meio do contato com profissionais que serão fontes de conhecimento no desenvolvimento de soluções digitais para o setor”, acrescenta.

2709, 2019

Programa de Melhoramento Genético IZ, lança dois Sumários de Touros e Matrizes Guzerá e Touros Caracu

O Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que completa 39 anos do Programa de Melhoramento Genético IZ, lançou, no fim de agosto, dois Sumários de Touros e Matrizes Guzerá e Touros Caracu.

Com o objetivo de auxiliar os criadores no processo de seleção e uso racional de material genético melhorado, e na escolha de acasalamentos para maximizar o ganho genético, a entidade promoveu, no dia 12 de setembro, no Centro Avançado de Pesquisa de Bovinos de Corte, em Sertãozinho, SP, o tradicional Leilão Anual de Reprodutores e Matrizes.

Reconhecido em todo Brasil, os rebanhos IZ são praticamente fechados à introdução de material genético externo, e é clara a capacidade dos touros e matrizes em “colocar velocidade de crescimento e músculo” nos bezerros.

Os animais disponibilizados são resultantes de um trabalho de seleção sistemático e criterioso para ganho de peso. Segundo a diretora do Centro de Pesquisa do IZ, Joslaine Cyrillo, utilizar touros com genética superior para características de importância econômica confere maior produtividade aos rebanhos e agrega melhoria nos índices zootécnicos. “Os touros da raça Guzerá e Caracu incluídos nos sumários foram usados no programa por no máximo três anos, sendo acasalados com aproximadamente 20 fêmeas ao ano, gerando em média 24 filhos por touro”, informa.

2609, 2019

Embrapa disponibiliza ferramentas de planejamento alimentar em pastagens no Semiárido

Otimizar custos de produção e reduzir o impacto da atividade pecuária sobre as pastagens, contribuindo para a sustentabilidade da criação de caprinos, ovinos e bovinos. Estes são os principais objetivos do planejamento alimentar para produtores rurais que vivem na região do semiárido brasileiro que sofrem com a transição do período de chuva para o seco no fim de agosto.

Segundo a zootecnista Ana Clara Cavalcante, pesquisadora da área de Forragicultura e Pastagens da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), muitos produtores só começam a se preocupar nesse período seco, uma época em que não dá mais para fazer silagem, para plantar ou colher. Aí ficam em dependência muito grande da compra de forragem de outras regiões que, nessa época, tem preço mais elevado.

“No fim do ano, o produtor já deve se preparar para o ano seguinte. Se ele se preparar com antecedência, vai economizar na gestão de sua propriedade”, observa a pesquisadora.

Desenvolvidas em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), pelo projeto Forrageiras para o Semiárido, as ferramentas de orçamento forrageiro disponibilizadas pela Embrapa, como o aplicativo para celulares ou tablets, ajudam a contabilizar a quantidade de forragem disponível, a estimativa de consumo do rebanho e calcular, mês a mês, se há sobra ou déficit de forragem nas propriedades.

“Além disso, com uso do aplicativo Orçamento Forrageiro, é possível caracterizar as fontes de alimentação disponíveis na propriedade rural e obter diagnósticos para saber se esses recursos forrageiros serão suficientes para os animais ao longo do ano”, afirma Ana Clara, acrescentando que a ferramenta permite que o usuário identifique, no comparativo com fotos que estão no aplicativo, a condição de oferta de forragem (alta, média ou baixa) das pastagens de sua propriedade.

2208, 2019

Touros Senepol são avaliados pela Embrapa

Realizada entre março e junho de 2019, a 1ª Prova de Avaliação de Eficiência Alimentar de Touros Senepol teve seus resultados divulgados pela Embrapa Arroz e Feijão, entidade responsável pela avaliação.

Chancelada pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), a prova teve como objetivo identificar fenótipos promissores em eficiência alimentar através da mensuração do consumo e ganho de peso, além de características morfológicas e de ultrassonografia de carcaça. Os resultados obtidos, além de gerarem DEP interina para eficiência alimentar, integrarão o banco de dados do Programa de Melhoramento Genético do Senepol (PMGS).

Características como Consumo de matéria seca; Consumo Alimentar Residual (CAR); Ganho de peso Residual; Peso Vivo; Ganho de peso; Ultrassonografia de carcaça (AOL, Acabamento e Marmoreio); Perímetro escrotal e volume testicular (início e final do teste); Biotipo animal, fizeram parte da avaliação da Embrapa.

De acordo com o técnico da ABCB Senepol, Cleber Loiola, responsável pela avaliação morfológica dos animais e do registro genealógico daqueles que ainda não tinham RGD, os criadores precisam continuar participando das próximas edições para que essa iniciativa prospere .“A Embrapa está muito empenhada em desenvolver provas e pesquisas com a raça Senepol e é muito importante darmos continuidade à essa iniciativa”, avalia.

1708, 2019

Mapa quer atender demanda européia por pescados

O Workshop Internacional de Capacitação das Indústrias de Aquicultura e Pesca para o Mercado Europeu, promovido pela Secretaria de Aquicultura e Pesca, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), serviu para atualizar conhecimentos e práticas do parque industrial brasileiro.

O evento, realizado de 15 a 19 de julho, em Itajaí (SC), foi uma ação conjunta entre o ministério, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sinpi). A ação teve como objetivo levar conhecimento aos produtores para que atendam a critérios e normas dos importadores europeus.

Os temas, abordados por especialistas internacionais da FAO, debateram sanidade e inocuidade dos produtos pesqueiros destinados ao mercado europeu. Um dos destaques da pauta foi a implementação de programas de pré-requisitos (PRPs), incluindo rastreabilidade do sistema de análise de perigo e pontos críticos de controle (HACCP) e de projetos adequados das áreas de produção, de infraestrutura de estabelecimento de processamento e de barcos congeladores.

1308, 2019

Cenário instável marca início do Rally da Pecuária

Organizada pela Athenagro, em parceria com a Agroconsult, a expedição técnica Rally da Pecuária, iniciada em primeiro de julho, que  percorrerá cerca de 50 mil quilômetros nas principais regiões da pecuária de corte do país,  vai a campo em cenário de alta nos preços e tendência de concentração na produção. Segundo Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, as projeções de custos das rações de engorda ainda são favoráveis aos pecuaristas, apesar de uma certa apreensão por conta da safra norte-americana. Conforme estimativas preliminares, os custos da dieta de confinamento em 2019 ficarão em torno de 0,5% abaixo dos registrados em 2018”, explica.

Outro ponto destacado pelo especialista é que, com os preços do gado em alta, a relação de troca favorecerá os pecuaristas. Porém, nem todos serão beneficiados. “Os resultados dos produtores de média tecnologia no Brasil aumentarão na faixa de R$10 a R$20 por hectare, enquanto os de alta produtividade obterão resultados cerca de R$600 a R$700 a mais por hectare. Os preços mais altos favorecem os produtores com mais animais para vender”, destaca o especialista.

Além disso, segundo Nogueira, atualmente, apenas 7% dos produtores têm condições de competir com boa lucratividade no ambiente pecuário. Segundo de ele, os dados, projetados a partir do cruzamento entre as estatísticas oficiais e as pesquisas de campo da expedição são preocupantes. “Infelizmente, a maior parte dos pecuaristas brasileiros está em crise, com poucas condições de permanecer no mercado. A maioria em situação irreversível. Apenas outros 15% do total teriam condições de operar com competitividade, caso políticas públicas eficazes fossem implementadas”, lamenta.

Porém, de acordo com as expectativas, esse cenário deve favorecer os frigoríficos fiscalizados e com melhor posicionamento nas exportações e no mercado de carne desossada, pois o ambiente de margens em queda tende a concentrar os mercados. O Brasil deverá exportar entre 2,45 e 2,55 milhões de toneladas de equivalente carcaça de carne bovina, o que representa crescimento de 12% a 14% sobre 2018, segundo estimativa da Athenagro.

808, 2019

Bolsistas do Jovem Pesquisador FAPESP têm fomento de 2 milhões para projetos inovadores

Incentivar o desenvolvimento de projetos inovadores de pesquisa em nutrição e genômica animal. É com esse propósito que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), recebeu os primeiros aprovados da bolsa Jovem Pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vinculado ao Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa (PDIP), em Nutrição Aplicada a Produção de Bovinos de Corte com pesquisas em sistemas “in vitro” e Genômica Animal na área estratégica Produção Sustentável da Carne.

Os trabalhos, que contam com um fomento superior a R$ 2 milhões, serão desenvolvidos no Centro Avançado de Pesquisa de Bovinos de Corte, unidade IZ em Sertãozinho/SP. Um dos jovens pesquisadores aprovados, Eduardo Marostegan de Paula, desenvolverá a nova linha de pesquisa da instituição com o tema “Efeito do aumento dos níveis de proteína não degradada no rúmen em dietas para bovinos de corte – Implantação de sistemas “in vitro” (fermentadores de fluxo contínuo e de produção de gases) para estudos de ruminantes”.

Um dos objetivos do projeto é implantar o sistema de fermentação contínua no Laboratório de Fermentação Ruminal e Nutrição de Bovinos de corte. O pesquisador graduado em Zootecnia e mestre em Produção Animal pela Universidade Estadual de Maringá, doutor em Animal and Rangeland Sciences pela University of Nevada, e pós-doutorado no Departament de Animal Sciences da University of Florida, Gainesville, EUA, aprovou um auxílio à pesquisa junto a FAPESP de R$ 1.310.610,80, para desenvolver pesquisas na área de Nutrição de Ruminantes.

O segundo projeto aprovado é da pesquisadora Nedenia Bonvino Stafuzza, graduada em Ciências Biológicas e mestre em Genética pela Unesp/IBILCE, doutora em Genética e Melhoramento Animal pela Unesp/FCAV, e realizou pós-doutorados em Genômica Animal pela UNESP/IBILCE e UNESP/FCAV, University of Georgia e no Instituto de Zootecnia, que desenvolverá estudos de Genômica Animal na Produção Sustentável da Carne, no Laboratório de Genômica Animal do Centro de Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia.

O projeto, aprovado pela Fapesp, terá um auxílio de R$ 991.574,21 e U$104.307,04 para desenvolver estudos relacionados à identificação de biomarcadores para eficiência alimentar, termotolerância e resistência a carrapatos em bovinos da raça Caracu.

A finalidade do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes é estimular a criação de oportunidade de trabalho, em condições competitivas internacionalmente, para jovem pesquisador ou grupo de jovens pesquisadores com experiência internacional demonstrada em pesquisa após a conclusão do doutorado. A Bolsa Jovem Pesquisador, no valor de R$ 8.152,20 mensais e isenta de imposto de renda, é financiada pela Fapesp e tem a duração de 24 meses.

408, 2019

ASBIA e ABCG retomam parceria

A Megaleite 2019 marcou o retorno da principal entidade representativa da raça de leite responsável pela maior comercialização de sêmen bovinos no Brasil, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), ao quadro de associados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia).

Segundo o vice-presidente da ABCG, Odilon Resende Barbosa Filho, uma das principais razões para esse retorno é a necessidade de unir forças para defesa e desenvolvimento do setor. “Há uma grande demanda pela genética da raça não só no Brasil como no exterior e, com o apoio da Asbia, que fornece a cada trimestre aos associados informações estratégicas de mercado, podemos traçar ações específicas para a expansão do Girolando em cada uma das regiões pesquisadas”, destaca o executivo.

Para o presidente da Asbia, Sergio Saud, é importante que as entidades e empresas que atuam direta ou indiretamente com melhoramento genético, com inseminação artificial e com a pecuária mais tecnificada estejam próximas da Asbia, para que haja maior representatividade junto aos governos e aos órgãos do setor. “A ABCG conta com mais de 3 mil criadores associados, poossui forte atuação no mercado externo e tem feito um importante trabalho de melhoramento genético da raça”, avalia Saud. Atualmente, o Girolando é a raça leiteira nacional que mais comercializa sêmen bovino no País, com 526.755 doses vendidas em 2017, segundo o Index da Asbia.

2907, 2019

Concurso de queijos de cabra e ovelhas é destaque em evento mineiro

Destinado aos produtores dos estados do Sudeste, onde a Associação dos Produtores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Accomig/Caprileite) realiza o controle leiteiro oficial do Capragene®, Programa de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros da Embrapa, aconteceu o 1º Concurso de Queijo de Leite de Cabra e Ovelha da Região Sudeste.

O evento fez parte do 17º Cabra Fest – A Festa da Cabra Leiteira, realizada de  5 a 7 de julho, em Coronel Pacheco, na Zona da Mata Mineira. Participaram oito laticínios de Minas Gerais e de São Paulo com 32 produtos divididos em seis categorias: Queijo fresco tipo Frescal; Queijo fresco tipo Feta; Massa lática não temperada; Massa lática temperada; Maturação até 30 dias; Maturação acima de 30 dias, além de uma menção honrosa para a categoria “Inovação”. A comissão julgadora foi formada por técnicos, especialistas do setor, chefs, jornalistas e referências da gastronomia.

Um dos idealizadores do Cabra Fest, Caetano Geraldo de Souza, que também é proprietário da Leiteria Cabriola, a mais premiada do concurso, com cinco medalhas, sendo duas de ouro, uma de prata e duas de bronze, disse que o evento é fundamental para promover a caprinocultura e divulgar o leite de cabra. Caprinocultor, Souza produz leite desde 1990, e iniciou a produção de queijo em 2015. Seus produtos podem ser encontrados em supermercados, empórios e restaurantes de alta gastronomia de Minas, Rio e São Paulo. “Buscamos excelência nos processos para produzirmos queijo de qualidade e vencer a resistência do consumidor aos queijos de cabra”, diz.

O festival foi promovido pela Caprileite/Accomig em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Prefeitura Municipal de Coronel Pacheco e Associação dos Criadores de Cabras Leiteiras da Zona da Mata Mineira (Caprima) e contou com o apoio da Embrapa Gado de Leite.

1907, 2019

Programa beneficia cadeia produtiva do leite

O Conexão Leite, programa lançado pela CRV Lagoa, para integrar órgãos públicos e privados, com o objetivo de levar aos produtores e indústrias de lácteos um sistema sustentável de produção, além de desenvolver o setor, em dois anos, teve um crescimento de 370%. Atualmente, a iniciativa beneficia 520 produtores envolvidos nos projetos e espalhados pelo País.

Além da assessoria em diversos setores dessa cadeia produtiva, o projeto oferece treinamentos, eventos técnico-sociais e produtos nas áreas de melhoramento genético e boas práticas na produção de leite. De acordo com o coordenador técnico Leite Corporativo da CRV Lagoa, Leonardo Maia, o sucesso do Conexão Leite é resultado da expertise e da credibilidade da empresa. “O programa é referência, respaldado por produtos e serviços reconhecidos, que permitem atender as necessidades dos produtores e da indústria”, destaca.

O projeto trabalha em parceria com o Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que oferece incentivo aos produtores, além de beneficiar os laticínios no recolhimento do PIS/COFINS, estimulando o setor lácteo a apoiar ações de assistência técnica rural. A meta do Mapa é investir R$ 387 milhões até 2019, promovendo a ascensão social de 80 mil produtores e melhorando a competitividade do segmento. A iniciativa já beneficiou cerca de 7 mil produtores nos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo, totalizando cerca de R$ 10 milhões em desonerações.

1806, 2019

Protocolo incentiva produção com sustentabilidade

Desenvolvido pela Embrapa, o Protocolo de Boas Práticas Agropecuárias Bovinos de Corte (BPA), vem norteando os pecuaristas do País a implantar sistemas produtivos mais eficientes. Atenta às necessidades do segmento, a Associação Sul-Mato-Grossense dos Produtores de Novilho Precoce (ASPNP) adotou o Protocolo Novilho Precoce (PNP), em parceria com o WWF-Brasil, que tem os mesmos objetivos das BPAs: Orientar os produtores associados quanto às exigências do mercado nacional e internacional de carnes.

“Esses protocolos são importantes ferramentas de gerenciamento que possibilitam a identificação, pelo produtor, dos pontos que necessitam de melhorias, as quais poderão resultar em aumento da produtividade e da rentabilidade desses sistemas produtivos, além de garantir a sustentabilidade dos mesmos”, explica o superintendente da Novilho Precoce, Klauss Machareth.

Desde 2012 a entidade desenvolve ações de sustentabilidade mediante a adoção de protocolos que garantam a produção de alimentos seguros, provenientes de sistemas de produção ambientalmente corretos, socialmente justos, economicamente viáveis e que priorizam o bem-estar dos animais. O protocolo conta com a participação de 50 fazendas, distribuídas em 25 municípios do Estado, somando mais de 141 mil hectares e 123mil cabeças de gado.

1406, 2019

ABIEC divulga carne brasileira na China

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) participou da Sial China, de 14 a 16 de maio, com o objetivo de reforçar a qualidade e segurança da carne e ampliar a participação no mercado chinês. A ação foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A participação do Brasil no evento ocorreu em um momento de boas expectativas para expansão comercial das vendas para China, diante da possibilidade de habilitação de novas plantas brasileiras para exportar carnes para aquele país. A peste suína africana também é um dos motivadores para o crescimento estimado das vendas para o País.

A China tem se firmado como um dos principais destinos da carne bovina brasileira e, atualmente, é o segundo principal mercado para o Brasil em volume, com 19,6% do total, e o primeiro em faturamento, com 22,6%. No primeiro quadrimestre desse ano, as exportações para o mercado chinês representaram 17,8% dos embarques com 95,7 mil toneladas e receita de US$ 442,4 milhões.

1006, 2019

25o Seminário da ANCP debate temas relevantes

Ferramentas genômicas, eficiência alimentar e os 20 anos de avaliação genética da raça Guzerá estiveram em pauta no tradicional 25º Seminário de Criadores e Pesquisadores da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), realizado em Ribeirão Preto (SP), no dia 10 de maio. O evento reuniu cerca de 300 pessoas, entre criadores, pesquisadores, técnicos, empresas, programas de melhoramento genético, associações das raças de bovinos, pecuaristas e universitários.

A abertura foi feita pelo professor Raysildo Lôbo e o pecuarista Carlos Viacava, respectivamente presidente e vice-presidente da ANCP. O seminário contou com dois painéis: Pesquisas e Inovações Tecnológicas e Genômica, Startups e “Os temas debatidos foram muitos importantes, com destaque para a genômica, que criou grande interesse em todos, com muitas perguntas. Estamos avançando com esse assunto, que é importante para a pecuária brasileira”, afirmou Viacava.

Além do amento do Sumário de Touros das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã de maio de 2019, o encontro homenageou algumas pessoas que se destacaram no último ano. Dentro da programação, foram realizadas algumas homenagens. A primeira delas foi para a consultora técnica da Entidade, Adriana Lima, que recebeu o prêmio Consultor Destaque ANCP. “Estou muito feliz, pois esse prêmio representa todos os consultores, que levam ao campo as novas tecnologias e ferramentas e trazem as necessidades dos produtores. Fico feliz também por representar as mulheres no agronegócio”, disse.

A família Tonetto também foi homenageada por duas décadas de dedicação e empenho em prol do melhoramento genético da raça Guzerá, Para Tarcisius Tonetto, a parceria firmada com a ANCP há 20 anos foi crucial para o desenvolvimento da raça, com um programa que serve de norte para muitos selecionadores.

Por sua vez, Tiago Carrara recebeu o prêmio Amigo da ANCP e Argeu Silveira também foi homenageado pela dedicação e comprometimento em prol do melhoramento genético no Brasil.

506, 2019

Circuito itinerante tem foco em reprodução animal e genética de corte

Com o objetivo de levar informação de qualidade sobre reprodução e genética em gado de corte para pecuaristas, a GlobalGen vet science, empresa do segmento de inseminação artificial (IA) no Brasil, idealizou o “Nosso Encontro”, uma série de workshops Globalsynch e Excelência Genex.

Três edições dos workshops estão previstas em Redenção (PA), em maio, Ribeirão Preto (SP), em junho, e Goiânia (GO), no mês de agosto. A programação dos eventos conta com as participações do professor Roberto Sartori da Esalq/USP e do médico-veterinário Carlos Consentini, que se apresentarão em momentos distintos, trazendo informações relevantes sobre eficiência reprodutiva por meio do tema “Reprodução com Precisão”, ambos pela GlobalGen.

Em formato de circuito itinerante, o evento contou com três edições, entre março e abril, com foco em rebanhos leiteiros, e percorreu as cidades de Goiânia (GO), Castro (PR) e Santa Rosa (RS).

3005, 2019

EMBRAPA lança método para aumento da produtividade bovina

Em parceria com a Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC),a Embrapa lançou, recentemente, um método inédito que calcula o ganho econômico de rebanhos com melhor genética e permite prever valor das futuras crias. Trata-se do IBC (Índice Bioeconômico de Carcaças), que apresenta uma nova perspectiva para o melhoramento genético de bovinos no Brasil, uma vez que seleciona os animais e já informa o quanto esse incremento pode render economicamente para o produtor quando for feita a venda do animal para o frigorífico.

“Essa técnica indica, através de um cálculo inédito, quanto o pecuarista obterá de ganho extra pelos filhos de reprodutores com melhor genética”, explica Fernando Flores Cardoso, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul. Ele acrescenta ainda que, dessa forma, fica mais fácil enquadrar os rebanhos bovinos em programas de carne premium.

De acordo com o gerente de sustentabilidade da Marfrig Global Foods, Leonel Almeida, o IBC permite avaliar o desempenho dos reprodutores quanto à capacidade de produzir descendentes com alta probabilidade de enquadramento em programas de carne premium e, por consequência, permitir uma melhor remuneração desse produto.

Disponível nos Sumários de Touros 2018/2019 da ANC, o novo indexador não representa custo adicional aos criadores, mas traz ganhos consideráveis aos rebanhos. Para o presidente da ANC, Ignacio Tellechea, Esses indexadores são o futuro da pecuária nacional. “A adoção desse novo método representa uma mudança no conceito de melhoramento genético, com viés mais voltado para os ganhos econômicos dentro e fora da porteira”, destaca Tellechea.

2605, 2019

Brasil sedia 1º Torneio Internacional de Pesca Esportiva

Estimular a prática da pesca consciente, o convívio com a natureza, a reprodução e repovoamento das espécies nos rios, inibindo e restringindo a pesca predatória são os objetivos do 1º Torneio Internacional de Pesca Esportiva – GAWFR. O evento social, cultural e ecológico ocorrerá de 20 a 27 de junho, em Luiz Alves (GO) e reunirá pescadores do Brasil, Japão, China, entre outras nações, para uma disputa baseada na pesca de seis espécies – aruana, dorada, pirarara e tucunaré, além do pirarucu e piraíba, considerados os maiores peixes de água doce do mundo.

Com cerca de três mil espécies diferentes de peixes, a bacia amazônica é uma das áreas mais atrativas do planeta para os amantes da pesca. Para Chihiro Yamamoto, um dos organizadores do torneio, a diversidade ecológica da região é de grande valor para o mundo, e é preciso reforçar sua importância, além de trabalhar para protegê-la. “Um dos nossos objetivos é ressaltar que é possível conciliar as necessidades das pessoas com a preservação ambiental”, destaca e acrescenta que o evento também pretende estabelecer uma nova perspectiva para pesca, como um entretenimento esportivo, setor que precisa de um maior desenvolvimento no Brasil.

2105, 2019

Curso visa melhorar a produção de cordeiros

Incentivar a produção ovina, apresentar novas alternativas aos produtores com tecnologias desenvolvidas e orientar como agregar valor à produção com os derivados processados artesanalmente. Estes foram os objetivos do “VII Curso Teórico-prático sobre Carcaça de Ovinos, Cortes e Produtos Processados”, promovido pelo Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

De acordo com o pesquisador do IZ, Ricardo Lopes Dias da Costa, além de transferir novas tecnologias para mais produtores, técnicos e estudantes da área, o curso também ensinou, por meio de aula prática, como preparar os produtos processados de carne de ovinos. “Foi uma oportunidade para eles aprenderem como melhorar a qualidade de carcaça com técnicas apropriadas para terminação e abate dos animais”, destacou o pesquisador do IZ.

Além de instruir o produtor no aproveitamento da carcaça de cordeiros e na agregação de valor do produto processado, com as boas práticas na fabricação de embutidos e defumados, o curso também visou o aumento dos cuidados com a sanidade dos animais. “O fator verminose também deve ser observado para diminuir o número de animais sensíveis aos parasitas e manter um rebanho resistente com melhor custo benefício”, destacou Costa, acrescentando que a eficiência dos reprodutores é extremamente relevante para excelência na produção do rebanho.

Segundo o IBGE, o rebanho ovino no Estado de São Paulo alcança 377 mil cabeças, sete estabelecimentos frigoríficos habilitados pelo Serviço de Inspeção de São Paulo (Sisp) e 14 entrepostos aptos para produção de cortes.

304, 2019

Raça Brahman completa 25 anos de seleção no Brasil

Reconhecida, no início do ano, como uma das raças de corte mais utilizadas em cruzamentos industriais, além de figurar entre as que mais exportam sêmen de bovinos no País, em 2019, a raça Brahman comemora, em 2019, 25anos de seleção no Brasil.  O potencial de desenvolvimento da raça em solo brasileiro foi reconhecido durante o XIX Congresso Mundial da Raça Brahman, evento que reuniu criadores e pesquisadores de várias partes do mundo em Bucaramanga, na Colômbia.

Na ocasião, o Brasil foi representado pelo criatório UberBrahman, sediado na Fazenda Morro Alto II, em Uberlândia, MG e fundado há cerca de 20 anos pelos pecuaristas Aldo Valente e Carlos Balbino. O criatório é um importante fornecedor de sêmen e embriões para rebanhos no Brasil e em diversos países. O rebanho é avaliado pelo Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da Aosociação Brasileira de Criadores de Sebu (ABCZ) e realiza Provas de Desempenho e Avaliações Zootécnicas como ferramentas de seleção.

“Nosso foco está na produção de animais provados, com excelente desempenho nas características de maior impacto econômico, principalmente em ambientes de clima tropical”, afirma Filipe Valente, filho de Aldo. Segundo ele, desde o início, a seleção é direcionada por provas zootécnicas e pesquisas realizadas através de cooperações técnicas, que a fazenda mantém com universidades e instituições, no Brasil e no exterior.

104, 2019

Dejetos de sistema produtivo beneficiam pecuária leiteira

Utilizar biodigestores para transformar os dejetos provenientes dos sistemas de produção animal em biogás é uma prática antiga, mas a pesquisa científica tem tornado essa prática cada vez mais eficiente. Com essa evolução, a geração de energia elétrica e a produção de biofertilizantes a partir dos dejetos da atividade pecuária já é uma realidade na bovinocultura de leite no Brasil.

Porém, segundo o pesquisador Marcelo Henrique Otenio, responsável pelos estudos sobre biodigestores Embrapa Gado de Leite (MG), apesar da adoção da tecnologia ainda ser baixa entre os produtores de leite, uso do biogás está em franca expansão no setor e apresenta retornos financeiros positivos.

Quarto maior importador de fertilizantes do mundo, o Brasil importa cerca de 75% do total dos insumos aplicados nas lavouras. Além disso, os adubos químicos são insumos caros e poluentes. “Com a utilização da matéria orgânica oriunda do biodigestor, o produtor agrega valor ao negócio, além de dar uma destinação a outro material potencialmente poluente: os dejetos bovinos”, explica o pesquisador.

Segundo ele, na cultura da cana, o biofertilizante substitui 100% do adubo nitrogenado e, na lavoura de milho, 60%. “A Embrapa Gado de Leite também está fazendo testes com a fertirrigação do capim-elefante BRS Capiaçu. Esse biofertilizante também é importante na recuperação de áreas degradadas, pois atua como um condicionante do solo, recuperando sua matéria orgânica”, informa.

2903, 2019

Boi gordo mais barato em 2019 anima confinadores

Os preços do boi gordo em patamares inferiores aos verificados no ano passado tendem a estimular pecuaristas a aumentar o número de animais que devem ser terminados em sistema de confinamento em 2019. Essa é a expectativa dos colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. De acordo com levantamento realizado pelo órgão, os valores de importantes insumos da alimentação, como farelo de soja e milho, também estão inferiores aos observados no ano passado, em termos reais, favorecendo o confinador.

A entidade levantou também que, o preço médio do boi magro está em R$ 2.011,08/cabeça na parcial de março, 1,47% inferior ao valor registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais – valores deflacionados pelo IGP-DI de janeiro de 2019, se consideradas quatro praças paulistas (Araçatuba, Bauru/Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto).

Ainda de acordo com o Cepea, no geral, o animal tem sido negociado entre R$ 1.893,92 e R$ 2.263,27 em março mês, dependendo da região. Considerando o primeiro trimestre deste ano, a média do boi magro está em R$ 1.955,73, ante R$ 2.023,42 no mesmo período de 2018, ou seja, queda de 3,34%, em termos reais.

2703, 2019

Melhorar pecuária leiteira da agricultura familiar é objetivo de projeto

Contribuir para o aumento da produção leiteira dos agricultores familiares de Alagoas, além de proporcionar condições de subsistência e continuar investindo para melhorar as condições de produção para os pequenos produtores de leite do Estado. Esses são alguns dos objetivos do projeto da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA). “Estamos investindo em melhoramento genético, técnicas do manejo da pecuária leiteira e buscando espaços para que esse produtor tenha como comercializar. Isso é uma forma de melhorar a vida social do produtor”, destaca o presidente da entidade, Aldemar Monteiro.

No Estado,  há mais de 2 mil pequenos produtores de leite. Nas propriedades onde a cooperativa realizou uma pesquisa de acompanhamento de produção, os pequenos produtores chegam a ter, em média, 20 animais, entre bezerros, bezerras e vacas e apenas cinco em produção. “A estimativa é de que a agricultura familiar alagoana chegue a produzir cerca de 150 mil litros de leite por dia”, informa Monteiro.

O presidente da entidade destaca ainda que esses números ainda são baixos para a agricultura familiar. Segundo ele, a média de produção por animal chega a 22 litros de leite na pecuária brasileira. No Nordeste, cai para 14 litros. Quando se fala em agricultura familiar, esse número é ainda menor: chega a 9 litros por animal ao dia. “Por isso, projetos como esse são muito importantes para a evolução dos criadores dessas regiões menos favorecidas”, explica o presidente da cooperativa.

2503, 2019

Embrapa e parceiros desenvolvem aplicativo de gestão financeira para pecuaristas

O Controlpec, aplicativo desenvolvido em parceria pela Embrapa Gado de Corte (MS) e as empresas High Tech e Perseu Tecnologia, tem como principal objetivo auxiliar os pecuaristas no registro de movimentações financeiras da atividade pecuária, de corte ou de leite, de forma ágil, fácil e simplificada. Entre as vantagens da ferramenta, que é gratuita, ela possibilita ao usuário sistematizar a coleta e a inserção de dados em tempo real. Os registros podem ser em desktops, notebooks e em dispositivos móveis (tablets e smartphones) de qualquer modelo, marca ou sistema operacional.

A ferramenta veio para suprir alguns gargalos na gestão do setor. “Um dos problemas é a dificuldade em estabelecer e manter uma sistemática de coleta, processamento, análise e interpretação de dados financeiros para a tomada de decisão, assim como a ausência de ferramentas gerenciais de fácil manuseio”, explica a pesquisadora da Embrapa Mariana de Aragão Pereira, acrescentando que a proposta do Controlpec é justamente cobrir essa demanda.

De acordo com Camilo Carromeu, analista de tecnologia da informação (TI) da Embrapa, o primeiro acesso necessita de uma conexão de internet, mas, a partir daí, o aplicativo funciona off-line. “As informações são gravadas no celular ou computador, mas somente são sincronizadas na nuvem se ela estiver registrada. O registro é obrigatório”, informa.

2203, 2019

Alta lidera sumário da ANCP

A Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP) divulgou, na primeira quinzena de março, o sumário da entidade que traz a mais recente avaliação genética de bovinos. Dentre os 15 primeiros animais avaliados, 10 fazem parte do plantel da Alta Genetics.

Para o gerente de mercado da empresa, Tiago Carrara, esses resultados são muito importantes, pois a ANCP utilizou uma nova metodologia de pesquisa, o single step, que agrega mais eficiência aos dados a partir do uso da genômica. “Ter touros líderes nesse momento indica que nossas escolhas do passado foram assertivas e que estamos no caminho certo”, avalia.

O grande destaque do ranking da ACNP ficou por conta do crioulo da Fazenda Serra Verde, Criador RSAN, que conquistou o primeiro lugar na avaliação da entidade. “Criador, fiilho de REM Armador em matriz Backup, vem para somar na bateria de nelore com força para características de habilidade materna, peso, perímetro escrotal e área de olho de lombo”, destaca Rafael Oliveira, Gerente de Produto Zebu da Alta.

2003, 2019

Genética beneficia evolução do Mangalarga Marchador

Assim como acontece em outras espécies animais, os criadores do Mangalarga Marchador, maior raça de equinos no Brasil, também têm recorrido às técnicas de reprodução artificial em busca do melhoramento genético de seus plantéis. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Daniel Borja, o incentivo às pesquisas é uma das formas mais eficazes para o crescimento das novas técnicas de reprodução. “Acredito que as novas tecnologias (de reprodução) contribuirão ainda mais para a evolução do nosso cavalo”, avalia.

Dentre as técnicas utilizadas estão a inseminação artificial, a transferência de embriões, além da chamada “barriga de aluguel”, porém os criatórios também  já estão recorrendo a outras tecnologias modernas disponíveis no mercado, como a fertilização in vitro e os clones. Atualmente, cinco animais foram clonados, além do nascimento, em breve, de outros animais oriundos do mesmo sistema de reprodução.

O diretor-técnico da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Henrique de Mello Machado, acrescenta que, nos últimos 10 anos, houve no País aumento de 70% no uso da inseminação artificial e de transferências de embriões na raça. “A tradicional monta natural ainda é a mais usada. Contudo, segue em ritmo decrescente na reprodução de equinos no Brasil”, arremata.

1803, 2019

Exportação de carne bovina cresce

As importações feitas por novos mercados como Turquia e Filipinas e o retorno do fluxo de comércio tradicional com clientes como a Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes garantiram o crescimento das exportações de carne bovina brasileira.De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), mesmo com a China reduzindo suas importações em mais de 10 mil toneladas, no primeiro bimestre de 2019, além do Egito, Irã e Estados Unidos, que também diminuíram suas aquisições, os embarques totais de carne bovina (in natura e processada) estão mantendo seu ritmo de crescimento.

No total do bimestre, as exportações somaram 262.790 toneladas contra 244.637 toneladas no mesmo período de 2018 (+7%), enquanto a receita caiu de US$ 1 bilhão, no ano passado, para US$ (975,7 (-3%) em 2019.

Os países que puxaram esses números para cima foram, respectivamente, a Rússia, com crescimento de 678% (de 469 toneladas para 8.342 toneladas neste ano), a Turquia, que passou de 355 toneladas em 2018 para 5.750 em 2019, crescimento de 516%; Emirados Árabes, de 3.492 toneladas em 2018 para 10.799 toneladas em 2019, aumento de 210%;e Filipinas, com incremento de 141% (de 2.154 toneladas no ano passado para 5.191 toneladas em 2019). A Itália e o Reino Unido também elevaram suas aquisições de carne in natura brasileira (28,4% e 21,4%, respectivamente).

2301, 2019

Cenário é favorável para o Cavalo Crioulo

As dificuldades provocadas pelas incertezas econômicas enfrentadas em 2018 não refletiram no crescimento do Cavalo Crioulo e, em 2019, o desenvolvimento do setor tende a ser ainda mais positivo.  Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Francisco Fleck.

De acordo com o executivo, esse cenário deve se confirmar, pois já vêm sendo percebidos bons números em alguns segmentos, como eventos e leilões, e, principalmente em relação ao interesse observado no Centro e Norte do Brasil, as chamadas regiões de fomento da raça.

“O ano deve registrar um leve crescimento na comercialização, pois a raça não perdeu mercado”, argumenta Fleck. E, contrapartida, ele acrescenta que os valores não são os mesmos, como ocorre em diversos setores, porém, os criadores têm se adaptado na forma de fazer comercialização com menores custos.

“O importante é que a raça manteve a liquidez e a quantidade de eventos é crescente, assim como o número de animais participando desses eventos”, comemora Fleck. Ele também destaca o novo projeto de crescimento da associação que trabalha na qualificação dos eventos realizados pela entidade.

2301, 2019

Brasil continua líder na exportação de carne de frango

Em 2018, as exportações brasileiras de carne de frango renderam US$ 6,5 bilhões, queda de 9,2% em relação a US$ 7,2 bilhões apurados em 2017, acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Já os embarques da proteína, caíram para 4,1 milhões de toneladas, uma redução de 5,1% se comparado o mesmo período.

Mesmo assim, o Brasil liderou as exportações mundiais de carne de frango em 2018. Segundo o presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, o cenário negativo, causado pela Operação Trapaça e reforçado pela greve dos caminhoneiros e restrições comerciais da União Europeia, começou a ser revertido no segundo semestre do ano passado.

De acordo com o Turra e, segundo levantamento da instituição, para este ano, a estimativa é que as exportações de carne de frango deverão crescer até 3%. “Há uma expectativa de que o bom fluxo obtido no segundo semestre do ano passado se mantenha em 2019”, justifica o executivo da ABPA.

1601, 2019

Pecuária leiteira tem novo programa genômico

Uma nova tecnologia foi lançada para identificar os maiores destaques dos rebanhos leiteiros, com o objetivo de garantir maior retorno econômico à pecuária. Trata-se da estratégia genômica Elevate, desenvolvida pela Semex, que é uma das maiores centrais de inseminação artificial bovina do mundo.

Segundo o médico veterinário e diretor de mercados da Semex Brasil, Claudio Aragon, o programa tem como meta facilitar o uso da genômica da porteira para dentro. “A nova tecnologia, além de identificar genomicamente as fêmeas de maior imunidade, trará os valores genômicos de outras 100 características, todas ligadas à produção, saúde e tipo dos animais”, explica e acrescenta que com o uso do aplicativo, o produtor evita gastar dinheiro fazendo testes em fêmeas de baixo potencial genético.

Para o diretor presidente da Semex Brasil, Nelson Ziehlsdorff, o Elevate simplifica o teste genômico, facilita o entendimento dos resultados e permite a identificação de fêmeas de imunidade elevada dentro do rebanho. “Os produtores demonstraram o interesse em conhecer mais a fundo como a genômica pode acelerar o melhoramento genético bovino e auxiliar a tornar a pecuária leiteira cada vez mais eficiente e sustentável”, destaca o executivo.

1601, 2019

Brasil tem primeira franquia de genética

A Senepol Nova Vida, em parceria com a SMTZO, holding de franquias multissetoriais, lançou, em mês dezembro de 2018, em Quadra/SP, a primeira franquia de genética do País, a Senepol Brasil Franquias.

A iniciativa tem como foco reprodutores bovinos da raça Senepol. A holding de franquias multissetoriais SMZTO espera movimentar R$ 1,5 bilhão com nove marcas (diversos segmentos) e mais de 1.100 unidades franqueadas. A meta é ambiciosa: produzir e comercializar anualmente 20.000 touros Senepol em sistema de franchising. No primeiro ano de operações foram negociados 500 reprodutores, número que deve saltar para 5.000 touros em cinco anos.

Segundo José Carlos Semenzato, dono da holding de franquias multissetoriais SMZTO, o mercado de franquias é maduro no Brasil, crescendo cerca de 8% ao ano. “Produzir a quantidade desejada é um grande desafio, mas chegaremos lá no médio/longo prazo, com a adesão de novos franqueados e a capacidade do Senepol em elevar o rendimento do produtor em até 30%”, diz ele. “Quando observamos a Fábrica de Touros Senepol, estimamos um crescimento bem maior, pela carência de genética que há na pecuária de corte”, acrescenta.

1001, 2019

Criação de Tilápia em tanques-rede é aprovada em TO

Após negociações iniciadas em 2016, o Estado de Tocantins, finalmente, conseguiu a concessão e aprovação para a criação de tilápias em tanques-rede. Além de clima favorável e logística privilegiada, a região possui grande potencial para produção em seus reservatórios.

A aprovação do projeto contou com laudos técnicos para comprovar que a atividade não causaria impacto significativo, nem ao meio ambiente e nem aos peixes nativos. “A prioridade sempre foi oferecer garantia segurança jurídica aos empresários que desejam investir em Tocantins”, explica o conselheiro do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) e gerente de Pesca da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária do Estado, Thiago Tardivo.

Segundo ele, os piscicultores têm incentivos fiscais e podem expandir os seus negócios, fortalecendo a atividade e elevando o nível de competitividade da região. “Além do potencial de produção nos reservatórios do Estado, ainda contamos com a Ferrovia Norte-Sul para escoar a produção”, acrescenta.

Para o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, tanto o Conselho quanto o governo de Tocantins agiram para atender aos anseios e necessidades dos piscicultores, além de contribuir para o aumento da produção de tilápia no Estado, com sustentabilidade. “Para se ter uma ideia, somente os lagos da hidrelétrica do Rio Tocantins têm outorga da Agência Nacional de Águas (ANA) para a produção de 200 mil toneladas da espécie, o que significa injeção na produção primária de mais de R$ 1 bilhão por ano”, ilustra.

1001, 2019

ABCG lança selo comemorativo em homenagem aos seus 40 anos

Atuando há quatro décadas na promoção da raça Girolando, responsável por cerca de 80% do leite produzido no Brasil, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando completou 40 anos de fundação no dia 20 de dezembro do ano

“O Girolando foi a primeira raça leiteira do País a adotar a seleção genômica e tem despertado grande interesse do mercado internacional, especialmente de  países da América Latina e África, por ser altamente produtiva, rústica e sustentável”, destacou Rodrigues. “Por conta disso, ao longo desses 40 anos, a raça teve grandes avanços genéticos, possibilitando aos produtores rurais uma melhor rentabilidade do negócio.”

Para comprovar essa evolução, o presidente da entidade informa que, em 2018, a produção ultrapassou 7.500 quilos de leite, um acréscimo de 108,39% comparado ao ano de 2000, quando a produção anual era de 3.599 quilos.

Fundada em 1978 por um grupo de pecuaristas da região de Uberaba/MG, a ABCG conta, atualmente, com cerca de 4 mil associados em todo o País. É responsável pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG) e comanda o projeto de internacionalização da raça, o Brazilian Girolando.

Os serviços prestados pela entidade renderam um reconhecimento da Câmara Municipal de Uberaba/MG que, através dos vereadores Agnaldo Silva e Luiz Humberto Dutra, entregaram uma homenagem ao presidente da ABCG, Luiz Carlos Rodrigues. Além disso, para lembrar a data, a associação lançou um selo comemorativo dos 40 anos.

1911, 2018

Pesquisa ajuda produtor a economizar na suplementação do rebanho

Uma pesquisa realizada pela Embrapa Gado de Corte (MS), nos últimos dois períodos de chuvas, mostrou que o uso de granulados na dieta do rebanho ajuda a diminuir  as perdas na suplementação mineral dos bovinos quando comparada com a alimentação em pó. Segundo o nutricionista da entidade, Rodrigo da Costa Gomes, as perdas com o vento e a chuva durante a época das águas é bem significativa, já que a maioria dos cochos no País são descobertos. “Essas perdas provocam um desbalanço de elementos da dieta, pois o suplemento é formado por uma mistura de vários elementos minerais como cálcio, fósforo, sódio, enxofre, manganês, zinco, cobre, selênio e outros”, afirma. “A suplementação tem um custo ao produtor. Se essa tecnologia reduzir perdas, o produtor ganha”, explica e acrescenta que, com o uso do suplemento aglomerado, o produtor perde cerca de 16% menos alimento nos cochos do que se usasse a suplementação em pó.

Ainda de acordo com os estudos, os ganhos de peso foram semelhantes entre os animais que receberam o suplemento em pó ou aglomerado. Dessa forma, o benefício da versão granulada resulta no menor uso de suplemento mineral, o que pode gerar economia. O custo da suplementação é de aproximadamente R$ 27,00 por animal, considerando um período de seis meses com consumo diário de 80 gramas por dia. “Sendo assim, uso de suplemento aglomerado é capaz de gerar economia de até R$ 4,86 por cabeça por ano”, arremata o nutricionista.

1911, 2018

Cresce o mercado de genética bovina

Balanço do mercado de genética bovina, divulgado no último mês de setembro, pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), informa que foram comercializadas 5.106.718 de doses de sêmen no primeiro semestre de 2018, quantidade 9% maior se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidas 4.685.507 doses.

As raças de corte tiveram a maior elevação, com aumento de 14,2%, com 2.937.480 doses. Já as raças leiteiras, atingiram 2.169.238 de doses comercializadas, o que representa um aumento de 2,7%. De acordo com o relatório, foram exportadas 55.964 doses de sêmen das raças de corte, 36,8% abaixo do registrado no primeiro semestre do ano passado, quando foram exportadas 88.545 doses. Nas raças leiteiras, o crescimento foi de 13,6% em relação ao primeiro semestre de 2017, com 81.443 doses, ante 74.326.

1911, 2018

Evolução da aquicultura brasileira é objetivo de evento em São Paulo

No início de outubro, a Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), juntamente com a Innovation Norway promoveu, na capital paulista, o 2º Encontro Noruega-Brasil de Aquicultura, evento que reuniu os principais players de indústria aquícola da Noruega e as mais importantes empresas de piscicultura do Brasil com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os dois países e gerar negócios. “Nossa ideia é fazer acordos com a Noruega, país que tem a tecnologia mais desenvolvida do mundo desse setor, para a melhoria da competitividade da aquicultura no Brasil”, explica Francisco Medeiros, presidente executivo da entidade. Segundo Medeiros, em contraponto, o Brasil tem um grande potencial de crescimento na atividade, o que desperta o interesse das indústrias norueguesas.

Dados da entidade mostram que, em 2017, o Brasil produziu 691.700 toneladas de peixe cultivado, resultado que superou em 8% o do ano anterior. “Acreditamos que, mesmo com essa evolução, esse número ainda está muito aquém do potencial do País, sendo assim, esse encontro nos ajudará a investir em modernas tecnologias e soluções inovadoras que certamente contribuirão para a profissionalização e o crescimento da atividade no Brasil, inclusive alavancando a produtividade”, destaca o presidente da PEIXE BR.

1911, 2018

Empresa lança blog para compartilhar informações no setor de produção animal

A Nutron, marca da Cargill Nutrição Animal, lançou, recentemente, um blog para ajudar no compartilhamento das novidades e informações do segmento de produção animal.

De acordo com o gerente de Marketing & PMO da Cargill Nutrição Animal, Leonardo Gondim, a ideia do blog é estreitar ainda mais o relacionamento com o produtor e contribuir com o segmento por meio de conteúdo relevante. “Essa interação é primordial para a evolução e o desenvolvimento do mercado e, para que isso aconteça de forma eficiente, contamos com uma equipe altamente capacitada e queremos compartilhar todo esse conhecimento e experiência com o público”.

1911, 2018

Criação de bezerras leiteiras tem programa inovador

A pecuária leiteira tem, na criação das bezerras de leite, uma de suas fases mais importantes, pelo fato de ser nesse período que acontece toda reposição genética, o que garante animais mais saudáveis e produtivos no futuro do rebanho. Diante dessa necessidade, a Alta Genetics do Brasil investiu em um programa inédito para o setor. Trata-se do projeto Alta CRIA, que coleta e gerencia os principais dados zootécnicos na fase de cria na pecuária de leite. “Saber gerenciar os números e conhecer os principais índices zootécnicos é de suma importância para alcançar os objetivos, traçar metas e estratégias que irão definir o sucesso da criação das bezerras leiteiras, bem como auxiliar na tomada de decisões de manejos e nos rumos da ciência nacional”, explica o conselheiro da empresa e coordenador do programa Rafael Azevedo.

Segundo ele, o projeto nasceu da necessidade de se levantar um panorama de como estava a criação de bezerras leiteiras no país, em diferentes sistemas de produção. “Os dados são coletados periodicamente em mais de 50 fazendas distribuídas em todo o país”, explica e acrescenta que, com o levantamento, é possível definir estratégias, realizar benchmarkings, comparar resultados, além de ser um banco de dados valioso para o desenvolvimento de pesquisas no setor. “A partir desses  dados, podemos traçar parâmetros de produção e orientar o criador da melhor forma possível”, conclui.

1911, 2018

FAO aponta queda de 1,4% no índice de preços dos alimentos

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgou, no início de outubro, que o índice de preço dos alimentos atingiu 163,5 pontos, número 1,4% menor do que o registrado no mesmo período no ano de 2017. De acordo com a entidade, os produtos lácteos, juntamente com os óleos vegetais e carne foram os principais responsáveis pela retração desse índice. Em contrapartida, os cereais, puxados pela cotação do milho nos Estados Unidos, e do açúcar, por conta das expectativas negativas de produção na Índia e na Indonésia, devido eventos relacionados ao clima, registraram em outubro, alta de 1,3% e 8,7%, respectivamente. Ainda segundo a entidade internacional, por ser o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, as últimas indicações apontam para um crescente uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol no Brasil.

1709, 2018

Proposta do MAPA pode alavancar exportações de carne para o Egito

Uma missão encabeçada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esteve reunida com o ministro da Agricultura do Egito, Din Abu Steet, no começo de setembro, para propor a certificação eletrônica para a exportação de carnes para o país.A proposta de um piloto de certificação foi bem aceita pelo governo egípcio, que pretende criar um grupo de trabalho para desenvolver o tema por entender que tal medida contribui para fortalecer a cooperação e o comércio entre os dois países.Além disso, segundo Steet, essa proposta de certificação eletrônica vai permitir desburocratizar os processos de exportação, além de ressaltar a importância do Brasil como um dos parceiros mais importantes, especialmente para o fornecimento de carnes, aves e milho.

A iniciativa de implantar a certificação eletrônica para a exportação de carnes é projeto desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec) e Universidade de São Paulo (USP),  e conta com o apoio do Mapa,da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) e da Apex-Brasil.

1709, 2018

Instituto Biológico bate recorde de produção

Única instituição a produzir a Tuberculina PPB Bovina no Brasil, o Instituto Biológico (IB), localizado na capital paulista, bateu recorde de produção no início de setembro. Foram produzidos mais de 6.900 frascos do insumo para diagnóstico da tuberculose, material suficiente para testar mais de 345 mil animais. Segundo o médico-veterinário do IB, Ricardo Spacagna Jordão, a tuberculose provoca perdas anuais estimadas em US$ 3 bilhões em todo o mundo. “O IB desempenha um papel estratégico para o comércio internacional de proteína animal do País. Os recordes sucessivos de produção foram possíveis graças aos esforços da equipe do laboratório e ao comprometimento da diretoria-geral do Instituto Biológico”, comemora.

Jordão informa ainda que o objetivo é triplicar esse volume, por meio da utilização de tecnologias pioneiras, para atender o mercado. “Recebemos um aporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e com esse dinheiro será comprado um biorreator capaz de produzir 300 litros dos antígenos. Hoje, nosso equipamento tem capacidade de produzir 10 litros por vez”, diz.

1709, 2018

Exportação de animais vivos tem nova regulamentação

No início de setembro, foi publicada no Diário Oficial, a Instrução Normativa 46, que define os novos parâmetros objetivos de densidade de animais no transporte e no Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) – locais privados com habilitação para isolamento dos animais antes do transporte para o exterior –, além da criação de um Registro Nacional de EPE. A Instrução Normativa atualiza procedimentos técnicos, sanitários e operacionais da exportação de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos vivos para abate (imediato ou engorda) ou para reprodução entrará em vigor em meados de novembro.

De acordo com o documento, todo EPE terá acompanhamento de veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com treinamento específico em problemas sanitários, legislação e bem-estar animal. Atualmente, o Brasil tem 42 estabelecimentos em atividade credenciados pelo Mapa. Ainda de acordo com a IN 46, a habilitação para funcionamento deverá ser renovada de cinco em cinco anos.

1709, 2018

Grupo ETCO e JBS lançam manual de boas práticas de manejo

Com o objetivo apresentar recomendações de boas práticas de manejo, com potencial para minimizar o risco de falhas de adaptação dos bovinos ao confinamento e evitar situações que resultam em sofrimento, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Grupo Etco), da Unesp de Jaboticabal (SP), lançou o Manual “Boas Práticas de Manejo – Confinamento”. O lançamento do manual ocorreu durante a última edição da Interconf, realizada em Goiânia (GO), nos dias 11 e 12 de setembro.“O bem-estar animal é um tema de grande importância para a companhia, até porque os consumidores e a sociedade têm cobrado da cadeia de produção uma postura mais responsável em relação aos animais”, explica o diretor de Relacionamento com o Pecuarista da JBS, Fábio Dias.

As recomendações do manual são baseadas em pesquisas e experiências práticas em confinamentos comerciais brasileiros nos últimos 10 anos. Elas mostram estratégias de manejo que favorecem o processo de adaptação dos bovinos ao ambiente de confinamento e melhoram as condições do ambiente, com reflexos positivos na saúde e no desempenho dos animais, resultando em maior eficiência produtiva e melhores condições de vida para todos os envolvidos: humanos e animais.

1709, 2018

ILPF reduz procura de água pelo rebanho

Redução de até 19% no consumo de água com a adoção de um sistema de produção baseado na integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Esse é o resultado de um estudo desenvolvido na Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), sobre o comportamento de bovinos. Segundo a pesquisa, animais criados em sistemas integrados com árvores frequentam menos os bebedouros em comparação com aqueles criados em sistemas convencionais, a pleno sol. O estudo constatou que, no período da tarde, 87% dos animais que estavam expostos ao sol foram ao bebedouro. Na área sombreada, esse índice caiu para 63% no mesmo período. A diferença foi maior nos meses de janeiro a março, quando as temperaturas, em geral, são mais elevadas.

“Na área de ILPF, onde estão as árvores, buscamos também observar se os animais procuravam mais os espaços sombreados ou com sol. Medimos o tempo em minutos em que eles permaneceram no sol e na sombra. Constatamos que eles preferem a sombra, independentemente do turno”, informa Alessandro Giro, médico veterinário da Universidade Federal do Pará (UFPA), que desenvolveu a pesquisa sobre o conforto térmico dos bovinos criados em ILPF.

1709, 2018

Lucro do pecuarista é foco do índice iABCZ

Longevidade reprodutiva. Essa é a definição feita por geneticistas da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e da Embrapa sobre o novo iABCZ, uma inovação com foco na produtividade do rebanho brasileiro, apresentada na edição integrada do Sumário de Touros 2018 PMGZ/Geneplus.A Stayability, característica agregada à fórmula, é a responsável pela identificação da longevidade da vaca e a capacidade dela produzir um bezerro a cada ano da forma mais eficiente possível. “Se pensarmos que a reprodução é o fator mais importante no sistema produtivo, do ponto de vista econômico, a contribuição de uma característica para identificação de animais que melhorem a produção comercial e agreguem valor ao sistema produtivos é fundamental”, explica o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul e consultor do PMGZ, Fernando Cardoso.

“Todos os índices econômicos preveem a inclusão da Stayability, porque características reprodutivas são muito importantes para colocar dinheiro no bolso”, afirma o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Luiz Otávio Campos Silva. Ele lembra ainda que, além dessa característica agregada ao novo iABCZ, o Sumário de Touros 2018 PMGZ/Geneplus 2018 também inovou com a apresentação de dados genômicos da raça Nelore, o que representou uma grande revolução com uma avaliação mais precisa dos animais.

1709, 2018

Aumentar consumo é objetivo de campanha da PeixeBR

Com o objetivo de levar mais informações sobre os peixes de cultivo do Brasil e contribuir para o aumento do consumo, a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBr) e seus mais de 100 associados lançaram uma campanha nacional como parte da ação “Semana do Peixe”, encerrada em setembro.Segundo o presidente executivo da PeixeBr, Francisco Medeiros, o brasileiro consome cerca de 9,5 kg de peixes por ano. “Esse número ainda é baixo, pois a recomendação da FAO é de 12 quilos por habitante/ano, porém, a média mundial é superior a 20 por habitante/ano.”

Para Medeiros, além de impulsionar o consumo no Brasil, é preciso valorizar os peixes de cultivo, como tilápia, tambaqui, pacu, entre outras espécies que mostram o potencial brasileiro de produção de peixes. “Trata-se de um alimento rico e extremamente saudável. Mesmo ainda em formação, a cadeia da piscicultura brasileira já é bastante representativa”, afirma. E acrescenta que, atualmente, esse setor gera 1 milhão de empregos diretos no País. Em 2017, a produção nacional de peixes de consumo foi de 691.700 toneladas.“Na última década, houve crescimento médio de 10% ao ano e temos potencial para crescer em ritmo ainda superior”, destaca o presidente da PeixeBr.

1709, 2018

Gado leiteiro do Brasil é a aposta de produtores do Panamá

Atraídos pela boa produtividade apresentada em regiões de clima quente, produtores panamenhos têm apostado no Girolando e no melhoramento genético da raça para incrementar a produção leiteira do país.De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, já existem termos de cooperação técnica na área de melhoramento genético com outros países da América Latina.Segundo o coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Marcello Cembranelli, durante o XXIII Congresso Nacional Leiteiro, realizado em agosto, em David, no Panamá,houve um interesse muito grande dos participantes em relação ao programa de melhoramento genético do Girolando e ao sistema de seleção do Brasil. “O Panamá é um mercado com grande potencial e tem importado bastante sêmen de touros Girolando”, afirma Cembranelli.

O Girolando é a raça brasileira que mais vende sêmen no Brasil e já conta com um rebanho de animais registrados de quase 1,7 milhão.Dados da Embrapa Gado de Leite indicam que houve um aumento considerável na produção de leite das vacas Girolando nos últimos anos. Enquanto em 2000, a produção era 3.599 quilos em até 305 dias no ano (considerando as três primeiras lactações), em 2016, essa produção passou a ser de 5.445 quilos no mesmo período, representando um incremento de 51,29%, na produção de leite.

1907, 2018

Silagem nutritiva é a alternativa para o aumento da produtividade

“A produção de silagem de alta qualidade é uma excelente estratégia para armazenamento de alimentos nas fazendas. Por meio das tecnologias disponíveis é possível obter um alimento conservado, de alta qualidade e concentração de energia, garantindo mais leite e carne por hectare. “A afirmação foi do coordenador regional de Negócios da Sementes Biomatrix, Antonio Benedetti Junior, durante seminário promovido nos dias 20 e 21 de junho, promovido pela empresa, em Ribeirão Preto, SP. O evento contou com especialistas em gado de corte e de leite, que debateram sobre qualidade nutricional, tratamento das enfermidades metabólicas, gerenciamento da pecuária de leite, mercado de leite, carne e milho no Brasil, tratamento industrial de sementes e silagem. “Produzir silagem é uma prática largamente utilizada no Brasil, aceita em todas as espécies animais (bovinos de corte e leite, ovinos e equinos), mas que necessita de total atenção aos detalhes, pois, na maioria das propriedades ocorrem perdas durante o processo de ensilagem”, destacou Benedetti Junior.

1907, 2018

Programa sustentável de bezerros para pequenos produtores do MT

Uma parceria entre o Grupo Carrefour, Fundação Carrefour e a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH) lançou, em julho, um programa para a produção sustentável de bezerros em Mato Grosso. A iniciativa de inclusão socioeconômica receberá 3 milhões de euros e beneficiará mais de 450 pequenos produtores situados nos vales mato-grossenses do Araguaia e do Juruena. Instituição internacional responsável pelo investimento social do Grupo Carrefour, a Fundação Carrefour vai investir 1,9 milhão de euros até 2020, com o objetivo de apoiar pequenos agricultores para construir um modelo socioeconômico viável. A IDH também integra o programa, com um co-investimento de 1,6 milhão de euros. “Um dos principais benefícios da iniciativa ‘Produção Sustentável de Bezerros’ é intensificar a produção das fazendas ao mesmo tempo em que os recursos florestais são preservados, promovendo uma produção sustentável e economicamente viável”, explica Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade do Grupo Carrefour.

1907, 2018

Seguros pecuários e de animais têm novas regras

No fim de junho, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), publicou as novas regras para o seguro pecuário e de animais no Diário Oficial da União. O seguro pecuário, de acordo com a Circular 571/18, definido como modalidade de seguro rural, cobre os danos diretos ou indiretos ao animal destinado ao consumo e/ou produção, englobando as fases de cria, recria e engorda, bem como aos animais de trabalho destinados a sela, trabalho por tração e transporte no manejo da fazenda. Os animais destinados à atividade reprodutiva cuja finalidade seja o incremento e/ou melhoria de plantéis estão também enquadrados na modalidade de seguro pecuário.

O seguro de animais não enquadrado como seguro rural é voltado aos animais classificados como de elite, domésticos (adaptados ao convívio familiar e destinados, exclusivamente, à companhia de pessoas, à atividade de cão-guia ou à guarda residencial) ou para segurança (destinados a serviços de segurança e fiscalização por pessoas jurídicas de direito público ou privado destinadas a tal fim). Segundo a norma, animais de elite são aqueles destinados ao lazer ou à participação em torneios/provas esportivas, bem como os utilizados, exclusivamente, em atividade reprodutiva que não seja para o incremento e/ou melhoria de plantéis.

1907, 2018

Zebu brasileiro atrai criadores da Índia

O melhoramento genético do rebanho zebuíno brasileiro gerou ganhos de produtividade e tem atraído criadores da Índia, país de origem do gado Zebu. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), enquanto uma vaca da raça Gir (zebuína) leiteira produz, no máximo, 6 quilos de leite ao dia na Índia, o rebanho Gir leiteiro do Brasil, ela chega a 15 quilos diários. Já uma fêmea Gir de elite produz cerca de 70 quilos diários de leite. Maior produtora de leite do mundo, a Índia está investindo na melhoria genética de seu rebanho. Desde 2016, o Brasil exporta sêmen bovino para produtores indianos e, recentemente, autorizou a importação de embriões bovinos “in vivo” (gerados no ventre da mãe).

De olho nessa genética melhorada, além de bovinos para reprodução, a Índia vai comprar ovos de aves livres de Patógenos Específicos (Specific Pathogen Free, SPF, na sigla em inglês). Poucos países no mundo produzem esse tipo de ovo, em virtude do nível de tecnologia e do controle sanitário dos estabelecimentos avícolas autorizados a realizar essa atividade. O Brasil produz cerca de cinco milhões de ovos SPF, por ano, o que representa 8% da produção mundial. Cada unidade de ovo SPF tem preço médio de R$ 5,50. “A Índia tem uma demanda anual de ovos SPF estimada em 1,8 milhão de unidades, o que poderá torná-lo o maior cliente do Brasil para esse produto”, informa o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Odilson Silva.

1907, 2018

Comissão Executiva do GTPS tem nova composição

O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) elegeu, em julho, uma nova comissão executiva para o próximo triênio. Além disso, também foram empossados o novo conselho fiscal e um terço do conselho diretor. Pecuarista e membro do Conselho Administrativo do Grupo Roncador, Caio Penido é o novo presidente do grupo. “O nosso plano de ações para os próximos três anos será trabalhar a união do grupo para propor soluções que atendam os interesses de toda a sociedade”, avalia Penido. De acordo com o novo presidente, é preciso dar continuidade as comissões da entidade, discutir a importância da disseminação de indicadores de uma pecuária sustentável, além do alinhamento sobre o uso do solo e a disseminação dos conhecimentos relevantes ao setor. “Precisamos propor soluções e a comissão eleita sabe do tamanho de sua responsabilidade. Por isso, precisa da união e empenho de todos os envolvidos para avançarmos nas melhorias continuas e promoção da cadeia como um todo”, destaca.

1907, 2018

MAPA dará mais atenção à piscicultura

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está dando uma atenção especial à piscicultura no Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019, em vigor entre 1º de julho de 2018 e 30 de junho de 2019. Nesse período, a atividade terá política específica para o custeio agrícola e pecuário. Para a piscicultura explorada sob regime de integração, o limite é de R$ 200 mil para agroindústrias e de R$ 500 mil para cooperativas. “Essa é uma conquista da piscicultura brasileira, uma atividade jovem, porém em expansão e com muito potencial de crescimento”, afirma o presidente-executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros.  “Essa conquista é resultado do intenso trabalho de aproximação com o Mapa. ”Para os produtores com renda de até R$ 1,5 milhão, os juros anuais serão de 6% no âmbito do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Para os demais programas, os produtores com receita de até R$ 3 milhões pagarão juros de 7% ao ano.

1907, 2018

Girolando tem aplicativo para compra e venda

Durante a Megaleite, realizada de 20 a 23 de junho, em Belo Horizonte, MG, foi lançado o aplicativo Girolando. A ferramenta facilita a compra e a venda de touros e fêmeas registrados dessa raça, com informações da genealogia, fotos e link de vídeo. “O objetivo é que produtores rurais de várias regiões do País tenham acesso a animais geneticamente superiores para melhorar a qualidade de seus rebanhos e, consequentemente, a rentabilidade do negócio”, explica o presidente associação da raça, Luiz Carlos Rodrigues. O desenvolvimento do aplicativo, disponível para os sistemas IOS e Android, também permite inclusão dos anúncios pelo sistema WEB, portal de serviços de uso exclusivo dos associados da entidade.

1907, 2018

Perdas com descarte de touros preocupa pecuaristas do MT

A dificuldade em descartar touros em função da desvalorização da carne no mercado e nas indústrias vem preocupando pecuaristas do Estado do Mato Grosso. “Nos últimos anos, estamos com dificuldade em descartar os animais mais velhos e que têm a carne mais desvalorizada no mercado, comparada aos animais mais jovens. Não conseguimos abater esses animais isoladamente, pois precisamos misturar as vacas para descarte”, afirma o pecuarista Carlos Dias.

De acordo com Dias, de 10% a 15% dos touros são descartados anualmente por diversas características, exames neurológicos e defeitos físicos. “Como a pressão de seleção é muito grande, a oferta de animais bons é alta e nos obrigam a descartar os piores touros do rebanho”, lamenta. Na região, não é fácil encontrar matadouros que paguem os mesmos valores para o boi. “Estou embarcando uma quantidade expressiva de vacas a R$ 125,00/@, a prazo, com isso, é possível colocar os touros nesses mesmos patamares. Porém, as indústrias estão forçando R$ 10,00 abaixo do preço da vaca”, diz ele. Essas carnes desvalorizadas são destinadas a pontos de alto consumo e escolas públicas, para serem usadas na merenda.

1705, 2018

Zebu comemora 80 anos do registro genealógico

A 84ª edição da ExpoZebu, realizada de 28 de abril a 6 de maio, em Uberaba (MG), marcou os 80 anos do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas no País e os 15 anos do Brazilian Cattle, projeto que é feito em parceria com a associação e a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações.

Segundo o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, presidente da ABCZ, desde em 1938, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), autorizou a entidade a realizar o Registro, cerca de 20 milhões de animais foram registrados. Ainda durante o evento, como parte das comemorações, foram feitas homenagens e valorização da marca, o ‘caranguejo’, para a evolução da pecuária brasileira.

1705, 2018

CNA e ABPA criam comitê de gestão anticrise

A crise do mercado das carnes e proteína animal brasileiro reuniu duas das principais entidades do agronegócio nacional. Para acompanhar e propor soluções para os problemas criados no mercado internacional às carnes de aves e suínos do País, um Comitê de Gestão de Crise foi constituído pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA).

A pauta prioritária tratará de temas relativos à imagem dos produtos cárneos brasileiros no exterior; flexibilização dos financiamentos pelos bancos oficiais e privados; o suprimento de milho e comunicação social.

1705, 2018

Ferramenta de seleção genômica

Com objetivo de selecionar animais geneticamente superiores, foi anunciado, em maio, o primeiro produto brasileiro de avaliação genômica para rebanhos leiteiros. O serviço, que leva o nome de Clarifide Girolando nasceu de uma parceria público-privada que envolveu a Embrapa, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e as empresas CRV Lagoa e Zoetis. O serviço é voltado exclusivamente para o Girolando, resultado do cruzamento entre Gir Leiteiro X Holandês.

“Foram seis anos de pesquisa em genômica, genética molecular e bioinformática reunindo avançados conhecimentos de genoma e sistemas computacionais para avaliar as informações provenientes de um chip com centenas de milhares de dados relacionados ao DNA bovino”, informou Marcos Vinícius Barbosa, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.

A solução, já está disponível no mercado, pode ser encontrada na Zoetis, no caso da avaliação genômica de machos e a CRV Lagoa, para a avaliação de fêmeas.

1705, 2018

Embargo à carne brasileira

Suspensas há quase um ano devido aos nódulos nos bovinos brasileiros causados pela aplicação da vacina contra a febre aftosa, a retomada das exportações de carne bovina in natura para aos Estados Unidos deve acontecer no próximo semestre, segundo previsão de Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Uma missão de técnicos irá para os Estados Unidos com toda documentação exigida pela entidade americana para apresentar os resultados e resolver os problemas do setor.

Já em relação ao embargo das importações da carne de frango pela União Européia (UE), o ministro explica que algumas empresas foram retiradas desse mercado, mas não o Brasil. Segundo ele a posição da Europa não é por uma questão de saúde humana, nem animal, mas sim pela grande atuação que do Brasil na EU.

Em relação à presença de salmonela nas carnes de aves, Maggi declarou que os embargos representam interesses da comunidade européia em favorecer os produtores locais. As mudanças legais e a retirada de influências político partidárias em assuntos do ministério relacionados à fiscalização sanitária podem restabelecer o comércio com a União Européia.

1705, 2018

Nelore natural chega à bolívia

Um acordo assinado entre a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e a Asocebu (Asociación Boliviana de Criadores de Cebú), durante a Expozebu, realizado em abril, em Uberaba (MG), vai levar o Programa Nelore Natural à Bolívia. O programa, realizado em parceria da ACNB com a Marfrig Global Foods, comprova, na prática, a alta qualidade da carne do Nelore brasileiro.

“É muito importante investir em um programa de carne de qualidade para contribuir com o crescimento da atividade na Bolívia e o Nelore Natural é o exemplo perfeito, devido à contribuição à raça Nelore no Brasil. Temos muita confiança de que fará o mesmo sucesso em nosso país, que tem condições climáticas equivalentes às do Brasil”, destacou o presidente da Asocebu, Mario Ignacio Anglarill Serrate.

1705, 2018

Homenagem ao presidente do girolando

Em cerimônia presidida pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel no último mês de abril, durante solenidade realizada no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (MG), o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, recebeu a Medalha da Inconfidência, maior comenda concedida pelo Estado de Minas Gerais. A homenagem reconhece a atuação de Rodrigues em defesa do setor leiteiro (como a desoneração do setor, fim da importação de leite em pó do Uruguai e do Funrural), a implantação de programas de melhoria genética dos rebanhos leiteiros, expansão da raça pelo país, que representa 80% da produção de leite nacional, e a exportação de material genético de Girolando para outros países.

Criada em 1952, durante o governo de Juscelino Kubitschek, a Medalha da Inconfidência tem como objetivo homenagear aqueles que se distinguiram pela notoriedade de seu saber, cultura e relevantes serviços à coletividade, contribuindo de maneira excepcional para a projeção e valorização de Minas.

1705, 2018

Cresce captação dos laticínios brasileiros

Em 2017, os 14 maiores laticínios do Brasil receberam 8,6 bilhões de litros, o equivalente a 23,5 milhões de litros diários, números que representam um crescimento de 5,6% comparado ao volume do ano anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a captação de leite formal superou em 4,4% a de 2016 e alcançou 24,1 bilhões de litros, frente 23,1 bilhões de litros na temporada anterior.

Já segundo o ranking divulgado pela Leite Brasil, no mês de abril, a capacidade instalada de processamento dessas empresas foi de 13,8 bilhões de litros ao ano. Isso significa que elas utilizaram 62,1% da sua capacidade ante 60% no ano anterior, porém, apesar desse aumento, nos últimos sete anos as empresas participantes do ranking tiveram um nível de utilização baixo, na faixa de 63%.

O ranking mostra que a Nestlé, primeira da lista, aumentou a sua captação em 0,3%, para 1,6 bilhão de litros, seguida do Laticínio Bela Vista (Piracanjuba), que teve um crescimento de 20,9% na captação, cerca de 1,3 bilhão de litros, e da marca Unium, composta pelas cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal, com uma evolução de 17,6% na captação, um total de 1,1 bilhão de litros.

1705, 2018

Palma forrageira ajuda na alimentação do rebanho

Os longos períodos de estiagem no norte de Minas Gerais são um problema para os pecuaristas. Além de reduzir o volume de água e das pastagens disponíveis ao rebanho bovino, causa perda de peso dos animais e diminuição na produção leiteira. Como alternativa para evitar perdas no período de seca, a palma forrageira, que é resistente a essa sazonalidade, está sendo utilizada na alimentação complementar do gado por pecuaristas de São João do Paraíso, no norte mineiro.

Segundo a Emater-MG, cerca de 100 pecuaristas do município utilizam a planta na alimentação do rebanho. De acordo com o agrônomo da entidade, Osvaldo Eleutério de Sousa, além de ser mais uma opção de alimento para os rebanhos, a palma colabora para que a pecuária seja desenvolvida dentro de um sistema sustentável. Na região, os agricultores familiares estão utilizando a palma também como uma alternativa de alimentação para as pequenas criações de suínos e galinhas caipiras.

1705, 2018

Projeto beneficiará mais de mil propriedades rurais

Iniciativa desenvolvida pelo Sebrae/SC, Aurora Alimentos, além de outras quatro empresas e oito cooperativas agropecuárias, o “Encadeamento Produtivo Aurora Alimentos – Sebrae/SC: suínos, aves e leite”, programa de estímulo ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas ligadas ao agronegócio do sul do Brasil iniciou uma nova fase no primeiro trimestre de 2018.

Segundo coordenadores do programa, em 2017 foram 54 e em 2018 já são 423 que solicitaram certificação, as quais, no decorrer do programa, serão avaliadas de acordo com os critérios exigidos por uma equipe técnica profissional. A intenção é ampliar o número de Propriedades Rurais Sustentáveis certificadas para mais de mil, nos próximos dois anos.

O coordenador do Programa Propriedade Rural Sustentável Aurora (PRSA), Sandro Treméa, explica que, além das melhorias, as famílias que se destacam têm a oportunidade de receber uma bonificação financeira. “Somente em 2017, a Aurora entregou, como forma de incentivo, bonificações que totalizaram R$ 143 mil entre os produtores com propriedades certificadas”, informa.

2203, 2018

Projeto valoriza o queijo artesanal na Mantiqueira

Projeto desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Emater vai contribuir para a caracterização do queijo artesanal produzido no município mineiro de Carvalhos, na Serra da Mantiqueira.  “A ideia é estudar as características do solo e da água da região (aspectos físicos, químicos e microbiológicos), além da alimentação das vacas e as análises do leite e do queijo”, informa a pesquisadora da Embrapa, Maria de Fátima Ávila Pires. A novidade dessa pesquisa é a análise sensorial dos queijos, a partir de amostras do produto em vários períodos de maturação. “A Embrapa está qualificando provadores para avaliar elementos como aspecto geral, consistência, odor, aroma e sabor. A partir daí, serão definidas as características do produto, estabelecendo um padrão para o queijo artesanal de Carvalhos”, acrescenta Maria de Fátima.

2203, 2018

Mudança nas regras para exportação de aves para UE

Uma decisão tomada depois de visita técnica da União Europeia, tem reduzido o volume de exportação de aves em alguns Estados brasileiros. Desde o fim de janeiro, todos os caminhões que transportam aves destinadas à exportação para países do bloco europeu, precisam ser inspecionados por um auditor fiscal federal agropecuário (Affa) quando chegam ao abatedouro. Segundo o diretor de política profissional do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, Antonio Andrade, essa fiscalização era delegada a um agente ou auxiliar de inspeção. “A partir do fim de janeiro, apenas auditores fiscais federais agropecuários podem fazer esse trabalho”, explica. De acordo com Andrade, as inspeções têm sido mais rigorosas, desde a Operação Carne Fraca. “Por isso, temos aumentado nossos esforços para atender a todas as demandas e as exigências dos mais diversos países.”

2203, 2018

Parceria vai viabilizar coleta de sêmen de Senepol

Incentivar a produção de embriões de bovinos da raça Senepol e a coleta de sêmen de touros de produtores associados à entidade. Essas são as propostas da parceria realizada entre a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) e a Central Uberaba. Segundo o presidente da ABCB Senepol, Pedro Crosara Gustin, o objetivo é democratizar o acesso a esse tipo de serviço, viabilizando seu uso para pequenos, médios e grandes criatórios. “Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) mostram que o Senepol está entre as dez raças de corte que mais produzem sêmen no País, e uma parceria como essa tende a valorizar ainda mais essa raça”, avalia Gustin. Na parceira, que começou em fevereiro deste ano e terá dois anos de duração, as instalações da Central Uberaba poderão ser utilizadas pelos associados e pela entidade para a realização de Dias de Campo, além de outros eventos técnicos da raça.

2203, 2018

“Mais leite, mais renda” vai beneficiar produtores paulistas

Criado com o objetivo de coordenar a cadeia produtiva do leite, aumentando a produtividade e a qualidade da produção para 2 bilhões de litros por ano nos próximos dez anos, o Plano MAIS LEITE, MAIS RENDA, foi lançado no início de março, na cidade de Lins, no interior paulista.

O objetivo é atender um rebanho de cerca de um milhão de cabeças, que já é voltado exclusivamente à pecuária de leite, e de 4,5 milhões de gado misto, destinado à produção de leite e ao abate, principalmente em pequenas propriedades de produtores familiares. Segundo o vereador e presidente da Câmara de Lins, Rogério Barros, esse programa vai fortalecer a pecuária leiteira na região, além de gerar emprego e renda para a população. “Já fomos a segunda maior bacia leiteira do Estado e com o Mais Leite, Mais Renda, retomaremos nossa produção e lugar de destaque na pecuária leiteira paulista”, observa.

2103, 2018

Brasil é o 4º maior produtor mundial de tilápia

Com crescimento anual muito superior às outras proteínas de origem animal, a piscicultura brasileira cresceu 8% em 2017, atingindo 691,7 mil toneladas ante 640,5 mil toneladas no ano anterior.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), Francisco Medeiros, a tilápia é a mais importante espécie de peixes cultivados do País.”A tilápia foi uma espécie que se adaptou muito bem às nossas condições e tem correspondido ao desafio de produzir em diferentes regiões do Brasil, é o nelore das águas”, argumenta e acrescenta que hoje o País é o quarto maior produtor de tilápias do mundo, atrás apenas de China, Indonésia e Egito.

Segundo Medeiros, isso deve-se, inicialmente, ao espírito empreendedor do produtor aquícola nacional, e à disponibilidade de recursos hídricos e de grãos no Brasil, que garantem condições para que o País assuma o protagonismo da piscicultura mundial nos próximos anos. “Atualmente, o valor na produção primária do setor é estimado em R$ 5,4 bilhões”, arremata.

2103, 2018

ACNB tem novo presidente

Avançar em representatividade e contribuir para que o Nelore tenha a relevância que merece na pecuária nacional e chegando à mesa dos brasileiros. Foi com esse discurso que o pecuarista e médico cardiologista, Nabih Amin El Aouar, assumiu a presidência da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), gestão 2018/2020, juntamente com sua nova diretoria. Segundo Aouar, a  ordem é integrar e unir, com o intuito de contaminar os neloristas, além de despertar a paixão pela raça, suas características e qualidades. “Vamos nos concentrar em sua contribuição em todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina – da genética ao alimento no prato”.

2103, 2018

Produção de leite mineira é cinco vezes maior que a média nacional

Produtores participantes do Programa Balde Cheio, em Minas Gerais, produziram, em 2016, cinco vezes mais leite do que a média nacional. Esse é o resultado de um levantamento feito pela Embrapa Pecuária Sudeste com pecuaristas do Estado. Segundo os dados levantados, a produção diária de leite de uma propriedade assistida pelo programa foi de 391 litros, enquanto a média nacional foi de 72 litros por dia. Presente em 11 estados no País, o programa existe há 18 anos e capacita técnicos de extensão rural em produção intensiva de leite, boas práticas de manejo e conhecimentos de gestão financeira a produtores de leite. “Melhorar a renda destes pecuaristas é um dos maiores objetivos do Balde Cheio”, comenta o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo. Ele acrescenta que, em 2016, os produtores aplicaram cerca de 30% da margem bruta de lucro em melhorias para aumento da produtividade.

2103, 2018

Novidade na superintendência da ABCBRH

A médica veterinária e membro do Conselho Científico Agro Sustentável, Roberta Züge, é a nova Superintendente Técnico Administrativo da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (ABCBRH). Roberta vai conduzir a sistematização de processos, criando manuais e procedimentos que poderão permitir a rastreabilidade das ações e a repetição. Segundo ela, para o Brasil tornar-se um player importante no mercado internacional de lácteos, é necessário utilizar genética melhoradora nos rebanhos. “As associações de raça leiteira são fundamentais neste papel, especialmente a holandesa, que possui genética de alta produção. Difundir estes conceitos, norteando boas escolhas e capilarizar o melhoramento genético é uma das minhas atribuições”, diz ela.

1101, 2018

Novo presidente da asbram é eleito

A Associação Brasileira de Indústrias de Suplementos Mineiras (Asbram) escolheu seu novo presidente da entidade. Trata-se de Ademar Leal, presidente da Campo Rações de Minerais, com sede em Acreúna, GO, que tomará posse brevemente. Segundo o executivo, a Asbram representa um setor que move não só a tecnologia, mas também promove a extensão rural da pecuária de corte. “Nas últimas duas décadas, além de gerar valor ao associado, a produção de suplementos para a pecuária brasileira, contribuindo para a nutrição do setor, foram os grandes desafios enfrentados pela entidade, mas sempre superados com muita união de todos os envolvidos”, observou Leal, parabenizando as gestões anteriores e a nova diretoria que assumirá a entidade.

Com 20 anos de história focados na modernização do setor, a entidade tem um papel importante na rentabilidade dos pecuaristas, produzindo nutrição segura e eficiente, estimulando pesquisas científicas que contribuíram para os índices atuais de produtividade.

1101, 2018

Debate sobre evolução na pecuária leiteira

Apresentado no final de 2017, o programa Alta Cria, inédito no Brasil, promovido pela Alta Genetics, fez levantamento de dados zootécnicos para traçar perfil de criação de bezerras leiteiras. Nessa primeira edição foram coletados dados em 36 fazendas em diversas regiões do País, que resultaram em um importante panorama da criação brasileira de bezerras leiteiras.

Os resultados do programa foram apresentados durante encontro com pesquisadores de setor, técnicos, colaboradores e produtores rurais na sede da Alta, em Uberaba (MG). O debate, que marcou o primeiro encontro no programa Alta Cria, teve como pauta os principais desafios e avanços da criação de bezerras leiteiras no Brasil e visa realizar levantamento de dados zootécnicos em fazendas leiteiras de todo o País, com objetivo de traçar um perfil sobre a criação nacional de bezerras.

O programa Alta Cria surgiu com objetivo de conhecer e gerenciar os principais dados zootécnicos na fase de cria. Segundo o diretor da Alta Brasil, Heverardo Carvalho, a missão da empresa não é só comercializar sêmen, mas também ajudar os clientes a obter o melhor resultado em suas produções. “É para isso que o programa Alta Cria foi criado, para ser uma importante ferramenta na tomada de decisão de manejo e nos rumos da ciência nacional”, destaca.

1101, 2018

Asbia prevê crescimento do mercado genético

Retomada do crescimento do mercado de material genético bovino e o aumento do número de associados. Essas são as expectativas da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e também do presidente da entidade, Sérgio Saud, para o ano de 2018. De acordo com o relatório semestral Index ASBIA 2017, houve um crescimento nas vendas internas (+7,6%) e nas exportações de sêmen (+60,4%) no primeiro semestre do ano. Além disso, a entidade, que angariou mais duas novas empresas associadas no ano passado, terminou 2017 com um total de 27 sócios.

“O fortalecimento do quadro de associados da entidade acontece em um momento importante, pois a expectativa é de melhora do mercado de genética em 2018”, avalia Saud. Segundo ele, a tendência é que o mercado de genética de corte mantenha o crescimento com a retomada dos investimentos em cruzamento industrial, com utilização de sêmen de Angus e de outras raças taurinas, além do uso da técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). O presidente da Asbia também prevê uma melhora no mercado de genética leiteira. “A expectativa é que o ritmo de recuperação observado no primeiro semestre de 2017 seja mantido.”

1101, 2018

Embrapa desenvolve aplicativo para gerenciar fazendas de leite

Com o objetivo de auxiliar na mobilidade e otimizar a coleta de informações nas propriedades de pecuária leiteira, o Gisleite, aplicativo de gestão informatizada de sistemas de produção de leite é o novo lançamento para dispositivos móveis desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite. Estruturado de acordo com as atividades do processo produtivo, desde o cadastro, manejo do rebanho, clientes, fornecedores, além de custo e receitas, o produtor pode inserir todas essas informações, e as demais, como mão de obra, compra e venda de animais, alimentação do rebanho, etc., por meio de celular ou tablete, e compartilhar esses dados em uma plataforma disponível na internet.

Para que o usuário possa utilizar o aplicativo, que opera no sistema Android, é preciso se cadastrar no Gisleite Web. “O app é um coletor de dados que pode ser operado off-line, o que é comum no meio rural. Assim que o sinal da internet é restabelecido, o aplicativo recebe os dados coletados e os armazena no sistema”, informa o analista de tecnologia da informação da Embrapa Victor Lima.

1101, 2018

Programa mineiro quer melhorar a sanidade de seus produtos

O Certifica Minas (Programa Estadual de Certificação de Produtos Agropecuários e Agroindustriais), que tem como objetivo assegurar que os produtos agropecuários e agroindustriais possuam qualidade e sustentabilidade em seus sistemas de produção, ganhando maior atratividade para os mercados nacional e internacional, foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e seguirá para sanção do governador Fernando Pimentel.

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) será o certificador e a instituição responsável pela definição dos procedimentos de utilização. Além disso, o órgão deverá realizar auditorias de conformidade nas propriedades produtoras e empreendimentos agroindustriais, validar e publicar normas de certificação, decidir acerca da concessão da certificação e emitir autorizações para o uso do Certifica Minas.

A proposição estabelece, ainda, sanções em caso de descumprimento das normas estabelecidas no programa: advertência escrita, suspensão e cancelamento da certificação. O texto aprovado traz os requisitos para a adesão ao programa e institui ainda a Certificação e o Selo de Conformidade Certifica Minas, que poderão ser utilizados nos produtos certificados e materiais de divulgação.

1101, 2018

Ano difícil para a pecuária 

Indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/Usp, revelaram que 2017 foi, como era de se esperar, um ano muito complicado para a pecuária brasileira.

Os problemas sócio econômicos somados aos escândalos referentes à Carne Fraca e JBS, fizeram com que as médias anuais do setor registrassem queda se comparadas ao ano anterior.

Porém, mesmo diante desse panorama, e aproveitando o cenário de oferta instável no mundo, as exportações brasileiras de carne bovina acumularam números positivos. Segundo dados da Secex, de janeiro a dezembro de 2017, os embarques somam 1,21 milhão de toneladas, sendo este o segundo melhor ano da história, perdendo apenas para 2014, quando 1,217 milhão de toneladas foram embarcadas.

Segundo pesquisadores do Cepea, essa resposta no último quadrimestre de 2017 mostrou a capacidade de reorganização e de resposta da cadeia aos problemas enfrentados, o que pode indicar o desenvolvimento do setor.

1101, 2018

Mapa vai investir mais em bem-estar animal

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Coordenação de Boa Práticas e Bem-Estar Animal (BEA), vai contratar novos profissionais para o setor, além de criar parcerias específicas destinadas à área do bem-estar animal. O objetivo, que contará com o apoio do Instituto Americano de Cooperação para a Agricultura (IICA), é que esses profissionais elaborem estudos relacionados à legislação do setor no Brasil e outros países que desenvolvem atividade agropecuária.

A princípio, esse programa se estenderá por um período um ano, com a ideia de dar continuidade ao projeto de bem-estar na suinocultura, desenvolvendo material didático específico, promovendo capacitações e sensibilizações junto a cadeia produtiva e varejistas.

1101, 2018

Sistema produz vai oferecer mais tecnologia a pecuaristas bolivianos

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Asociación Boliviana de Criadores de Cebú (Asocebu) firmaram uma parceria que auxiliará os bolivianos no desenvolvimento do melhoramento genético dos rebanhos do país. Para dar início à implementação do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ Internacional), a ABCZ vendeu para a entidade boliviana 60 softwares do Sistema Produz, um programa de gerenciamento pecuário que ajuda na organização, além de permitir ao criador gerenciar manejos individuais, genéticos, reprodutivos, nutricionais e sanitários do seu plantel. Em dezembro do ano passado, técnicos da Asocebu participaram de uma semana de uma capacitação na ABCZ e tiveram um treinamento sobre temas como Registro Genealógico, Pró-Genética, Sistema Produz, Introdução ao Melhoramento Genético, Colheita de Fenótipos e Prática de Provas Zootécnicas.

1310, 2017

Parceria garante atendimento veterinário a animais Senepol em MG

A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), através de uma parceria com o Centro Universitário do Triângulo (Unitri) e a PrimeVet Brasil, vai garantir atendimento clínico e cirúrgico aos animais dessa raça. A ideia, inicialmente, é oferecer esse tipo de serviço aos associados da entidade que estejam localizados em um raio de até 200 quilômetros de Uberlândia (MG), uma das regiões com maior concentração de rebanhos da raça Senepol.

Além disso, a parceria vai garantir atendimento de qualidade a um preço acessível para os pecuaristas, que arcará apenas com os custos de deslocamento da equipe técnica e da medicação, beneficiando, principalmente, os pequenos produtores.

Segundo o coordenador do projeto, Silvio André Pereira, professor da Unitri, que contará com a participação dos acadêmicos do curso de medicina veterinária da instituição, objetivo é proporcionar aos alunos um maior contato com situações do dia-a-dia no atendimento clínico e cirúrgico em bovinos Senepol, de modo a colocar em prática o conteúdo aprendido nas aulas teóricas.

1310, 2017

Brasil aumenta em 60,4% comercialização de sêmen no primeiro semestre

As vendas internas e as exportações de sêmen encerraram o primeiro semestre deste ano com resultado positivo nas. No período, a comercialização para o exterior cresceu 60,4%m segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Os números fazem parte do balanço semestral do setor, o Index Asbia 2017, divulgado em setembro pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), que também registrou aumento de 7,6% no mercado doméstico.

As raças de corte que mais contribuíram para esse incremento na comercialização de sêmen foram Angus, Nelore, Nelore CEIP, Red Angus, Brangus, Nelore Mocho, Braford, Hereford Mocho e Senepol. Nas raças de leite, os destaques foram para Holandês, Jersey, Gir Leiteiro, Girolando 3/4, Girolando 5/8, Guzerá Leiteiro, Pardo-Suíço Leiteiro, Holandês Vermelho, Braunvieh e Sindi Leiteiro.

Foto: Material genético bovino congelado a 190 graus celcius abaixo de zero em nitrogênio líquido. Unidade de Coleta de Sêmen da EBDA. Mateus Pereira/AGECOM

1310, 2017

Raiva causa morte de 1001 animais e dois humanos em 2016

Levantamento feito pelo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou 1001 casos de raiva em animais no Brasil, no ano passado. No mesmo período, a cobertura vacinal em cães e gatos foi de apenas 25% em todo o País. Segundo a primeira diretora técnica médica-veterinária do Instituto Pasteur e membro da Comissão de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), Luciana Hardt Gomes, a principal medida para prevenção da doença é a vacinação anual dos animais.

Conforme a especialista, nos últimos anos a variante canina do vírus, que acomete os animais de agressividade, não tem sido isolada em animais, entretanto, está sendo cada vez mais comum o número de casos em cães e gatos por variante transmitida por morcegos, que faz com que os animais não apresentem os sintomas comuns da doença, mas sim uma paralisia. “Por isso, é preciso ressaltar ainda mais a guarda responsável”.

Já em relação aos humanos, Luciana explica que, por conta da pouca cobertura vacinal, quase 415 mil pessoas receberam atendimento profilático pós-exposição após terem sido agredidas por animais não vacinados contra a raiva. “Se uma pessoa for agredida por um animal contaminado, a primeira ação a ser tomada é lavar a ferida com água e sabão, além de seguir para o atendimento médico”, aconselha Luciana. Segundo ela, há apenas um caso no Brasil em que houve a cura da raiva humana, sendo igualmente rara no mundo todo. “O tratamento ainda é experimental”, arremata.

1310, 2017

Projeto “Carne de Zebu” é lançado em Mato Grosso do Sul

O projeto Carne de Zebu, idealizado pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), foi lançado em setembro, durante o Figueirão + Rural/Campo Forte, na cidade de Figueirão (MS).

Com o objetivo de apresentar a eficiência da utilização de touros Puros de Origem (PO) de raças zebuínas na produção, os animais terão controle zootécnico até o abate, com suporte da equipe técnica da ABCZ.

Eles serão pesados ao desmame e ao sobreano, sendo que nesta última fase será medido o perímetro escrotal de todos os animais, avaliação visual e ultrassonografia de carcaça. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuário de Mato Grosso do Sul (Famasul), Maurício Saito, o projeto é resultado do perfil empreendedor dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul.

Nos últimos 20 anos, de acordo com Saito, o Estado teve um crescimento superior a 32% de entrega de carne bovina e, no mesmo período, um crescimento de rebanho inferior a 1,8%. “Isso demonstra o aumento de produtividade através da adoção de novas tecnologias por parte dos produtores rurais”, avaliou.

1310, 2017

Exportação de frango atinge 387 mil toneladas em setembro

Os embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 387,5 mil toneladas em setembro, ante os 386,9 mil registrados no mesmo período no ano passado crescimento de 0,2%. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a receita, no acumulado do ano, é positiva, com US$ 5,526 bilhões nos nove primeiros meses de 2017, resultado 5,5% superior aos US$ 5,238 bilhões registrados em 2016. Para o presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, o que contribuiu para esses números foram as vendas para a África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Catar e México.

1310, 2017

Sumário de Touros Senepol PMGS/Embrapa tem nova edição

A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) lançou, no começo de outubro, nova edição do Sumário de Touros Senepol-PMGS/Geneplus, em parceria com a Embrapa Gado de Corte. O documento foi desenvolvido a partir de uma base de dados com informações de progênies nascidas no período de 1980 a 2016 que, depois de submetidas às devidas análises de consistência, totalizaram 98.320 animais com registros válidos, relacionados às diversas características avaliadas. Foram avaliados 1.138 touros da raça Senepol.

Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Gilberto Menezes, houve um aumento significativo em toda a base de dados utilizada para gerar o Sumário de Touros 2017. “Tivemos um incremento do número de registros válidos das características avaliadas em cerca de 50% em 2017, se comparado à versão do ano passado”, diz. Trata-se de uma ótima notícia para os criadores da raça, visto que significa maior qualidade nas informações disponíveis para a condução de seus trabalhos de seleção”, explica.

1310, 2017

Parceira cria “Protocolo de Carne Sustentável”

Uma parceria entre a Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO) e o WWF-Brasil, que quer garantir origem e rastreabilidade de animais em toda cadeia produtiva da região pantaneira e a padronização de seus processos, uniram-se para anunciar o “Protocolo de Carne Sustentável”. O procedimento é o primeiro no Brasil a incluir conservação ambiental em selo de raças bovinas. Segundo o diretor da ABPO, Eduardo Afonso de Cruzeto, a sistematização do modelo tradicional do pantaneiro, grande responsável pela preservação da maior área úmida do planeta, é o grande trunfo desse protocolo.

“O modelo tradicional do pantaneiro, que ocupa a região há mais de 200 anos com pecuária, permitiu que 82% do Pantanal fosse preservado”, avalia Cruzeto, acrescentando que a adaptação feita da atividade ao ciclo de águas, de cheia e vazante, características do bioma, garantiram a sustentabilidade do processo.

O procedimento é o primeiro no país a inserir a conservação ambiental em certificação de raças bovinas. Além da preocupação com o bem-estar animal durante todo o processo, os bois têm identificação individual, com informações com o ano em que nasceu, raça, fazenda, tipo de nutrição e intervenções.  O “Protocolo de carne sustentável” é auditado pelo Instituto Biodinâmico (IBD) e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura, sob a responsabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

1310, 2017

Produtores paulistas de queijo se unem para criar selo de qualidade

Criar um selo de qualidade que identifique as queijarias de alto padrão. Esse é um dos objetivos que dez pequenos produtores de queijo do Estado de São Paulo pretendem atingir com a criação do Caminho do Queijo Artesanal Paulista. O lançamento do projeto aconteceu em setembro com a ideia de valorizar a o queijo paulista, impulsionar a produção local, além de mostrar que a São Paulo também fabrica queijos de alta qualidade.

O mapa do Caminho do Queijo Artesanal Paulista deve ter a incorporação de mais queijarias ao grupo, desde que sua produção siga os preceitos expressos do manifesto, isto é, que seja feita em pequena escala, com a predominância dos processos manuais e utilização exclusiva de leite produzido na própria queijaria ou arredores.

O Caminho do Queijo Artesanal Paulista conta com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado e conta com dez das mais premiadas e reconhecidas queijarias artesanais de São Paulo. São elas: Capril do Bosque (Joanópolis), Estância Silvania (Caçapava), Fazenda Atalaia (Amparo), Fazenda Dona Carolina (Porangaba), Fazenda Santa Helena (Jacupiranga), Fazenda Santa Luzia (Itapetininga), Laticínio Artesanal Montezuma (São João da Boa Vista), Leiteria Santa Paula (São José do Rio Pardo), Pardinho Artesanal (Pardinho) e Queijaria Rima (Porto Feliz).

1310, 2017

Reprodutores da Linhagem IZ tem novo sumário

“Linhagem IZ, uma linhagem de peso”. É com essa chancela que o Sumário de Touros e Matrizes Nelore IZ/2017, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, foi lançado durante a última edição da Expogenética, realizada em Uberaba, MG.

A novidade da Avaliação Genética de 2017, no Sumário de Touros e Matrizes do IZ, é a incorporação de informações genômicas aos dados de pedigree dos animais avaliados. A genômica fornece acurácia adicional à predição da diferença esperada na progênie (DEP) dos animais e melhora a eficiência do processo de seleção. Além disso, o pecuarista terá em detalhes as novas informações sobre as Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs) – metodologia que avalia os touros pelo desempenho produtivo de sua descendência – para características relacionadas ao desenvolvimento ponderal.

No novo sumário também serão disponibilizadas as diferenças esperadas na progênie para características de carcaça, obtidas pela técnica da ultrassonografia, e para a característica dias ao parto, que indica a fertilidade das matrizes.

Segundo Joslaine Noely dos Santos Gonçalves Cyrillo, pesquisadora do IZ e diretora do Centro de Pesquisa em Bovinos de Corte, os rebanhos da entidade são praticamente fechados à introdução de material genético de fora, e pela evidente capacidade dos touros e matrizes em colocar velocidade de crescimento e músculo’ nos bezerros, esses animais já são conhecidos como Linhagem IZ, uma linhagem de peso. “Os animais são resultantes do trabalho de seleção sistemático e criterioso para ganho em peso realizado desde 1978, e reconhecido em todo o Brasil”, arremata a pesquisadora.

1310, 2017

Sindan tem novo vice-presidente

O médico veterinário Fausto Terra, diretor da Ourofino Saúde Animal, é o novo vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). Membro do Conselho Consultivo da entidade, Terra avalia que um dos principais objetivos será monitorar e fiscalizar de maneira mais rígida a qualidade na produção de vacinas e de outros produtos veterinários.

“Nessa nova função pretendo lutar pela exigência e pelo monitoramento junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sobre a qualidade dos produtos desenvolvidos pelas empresas do setor no Brasil”, avalia o novo vice-presidente da entidade, que cumprirá um mandato de três anos.

708, 2017

Consultoria capacita pessoal para o controle de alimentos

Os médicos-veterinários Carlos Magioli e Ronaldo Gil Pereira, com experiência em Inspeção de Produtos de Origem Animal, lançaram oficialmente, no dia 11/04, durante cerimônia solene, na sede da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a Consultoria Para Alimentos Seguros (Conseg).

De acordo com os sócios, a empresa representa uma nova alternativa para atender à crescente demanda nacional em capacitação e consultoria para o segmento de controle de alimentos e bebidas.

“O objetivo da empresa é capacitar pessoal e com isso criar oportunidades de trabalho no setor público e no privado, visando à produção, conservação, transporte e distribuição de alimentos de origem animal, para atender a um mercado cada vez mais exigente”, explica Pereira.

Durante o lançamento, os médicos-veterinários realizaram duas palestras sobre cenário atual, desafios e perspectivas para a constituição de um sistema de controle dos alimentos integrado no Brasil e as modernas técnicas e ferramentas de qualidade empregadas nas diversas fases da cadeia produtiva para o alcance desse objetivo.

708, 2017

Nutrição fetal de bezerros é tema de projeto da APTA

Garantir uma pecuária lucrativa e eficiente. Esse é o objetivo da pesquisa desenvolvida pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que pretende mostrar a importância da programação fetal do rebanho de cria para trazer níveis reprodutivos cada vez melhores.

Segundo Gustavo Resende Siqueira, pesquisador da APTA, o projeto, que ainda está em fase inicial, tem como objetivo avaliar o crescimento e desenvolvimento muscular dos bezerros com a nutrição fetal adequada. “A maior parte do desenvolvimento do feto no útero da vaca ocorre no último terço da gestação, quando há maior exigência por nutrientes”, explica. “É importante garantir uma boa nutrição para as fêmeas nesse momento”.

De acordo com o pesquisador, o próximo passo do projeto é avaliar se a suplementação proteica vai garantir animais com características que potencializam a engorda.

708, 2017

Marcelo Vieira é o novo presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB)

Indicado por seu antecessor, Gustavo Diniz Junqueira, Marcelo Vieira, produtor e administrador de empresas agrícolas de Minas Gerais, assumiu, em março, a presidência da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

Vieira, que na gestão anterior ocupava o cargo de vice-presidente, possui experiência de mais de 40 anos em atividades relacionadas ao agronegócio, atuando principalmente na pecuária, plantação de cana-de-açúcar e cultivo de café.

Foi o principal executivo da Adecoagro no Brasil, empresa de alimentos e energia renovável com atuação na América Latina, com produção de grãos e leite na Argentina e etanol, açúcar, energia de biomassa, grãos e algodão no Brasil.

“A atuação da SRB é baseada na constante discussão com governo, entidades e organizações sobre a regulação do setor. O Brasil tem uma regulação muito abrangente na área trabalhista, na área rural, na área ambiental, e tudo isso deve estar em discussão para evitar entraves burocráticos que agreguem custos desnecessários à produção”, destacou Vieira como alguns de seus principais objetivos para sua gestão.

A nova diretoria da SRB para o próximo triênio (2017/2020), tem como vice-presidentes Pedro de Camargo Neto, Jayme da Silva Telles e Francisco de Godoy Bueno. Completam o conselho diretivo da entidade, Adrien, Bento Mineiro, Joaquim Pereira Leite, Guilherme Nastari, Teresa Cristina Vendramini e Frederico D’Avila.

708, 2017

Vendas externas de sêmen crescem 33%

Em 2016, as exportações de sêmen bovino cresceram 33,1%, totalizando 296.371 (corte e leite), segundo relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). Os embarques de sêmen de corte totalizaram quase 135.000 doses, representando um crescimento de 30% sobre 2015. Paraguai, Bolívia e Argentina foram os países que mais importaram.

Já as exportações de sêmen das raças leiteiras brasileiras aumentaram 36%, chegando a 162.000 doses, com destaque para Colômbia, Costa Rica e Equador, como os países que mais importaram. Índia, Sri Lanka e Moçambique também começam a despontar como mercados para a genética brasileira.

Conforme dados da Asbia, no ano passado foram comercializadas 11.723.738 doses de sêmen (mercado interno e externo), ante 12.606.703 doses, o que representa uma queda de 7% em relação a 2015.

708, 2017

“Fazendas digitais” aumentam produtividade e diminuem custos

Segundo dados da Bain & Company, a digitalização das propriedades rurais facilita a tomada de decisão, do plantio à comercialização, aumentando em 10% os ganhos de produtividade, além de reduzir de insumos na comparação com os registros anteriores à implantação desse sistema.

Baseada neste diagnóstico que a AgrusData, agtech especializada na implantação de sistemas inteligentes de Internet das Coisas (Iot) para o agronegócio, trabalha com o conceito de que fazendas digitais custam menos e valem mais. De acordo com cálculos da empresa, com a digitalização, o ganho de patrimônio pode chegar a 3% após 36 meses.

Segundo Herlon Oliveira, CEO da empresa, o processo de digitalização de uma fazenda envolve a instalação de sensores para coleta de dados no solo, maquinários e silos, por exemplo. “Estas informações são transferidas instantaneamente para um banco de dados em nuvem, onde serão processadas e transformadas por um software em recomendações específicas e precisas, que serão encaminhadas em tempo real para o agricultor ou gestor da fazenda”, explica.

Como exemplo, Oliveira destaca que uma única tela apresentará de modo claro e objetivo as informações mais relevantes e exatas sobre clima, solo, plantas, capacidade de armazenagem para a melhor tomada de decisão. “Com isso, o agricultor saberá o quanto de insumo tem que aplicar, em qual talhão e horário; ou ainda se é o momento de acelerar ou parar a colheita; ligar ou interromper um sistema de irrigação; bem como se o silo está cheio e é preciso reorganizar o uxo de caminhões para retirada da safra”, afirma.

O CEO da empresa acrescenta que, além dos benefícios de redução de custos e ganhos de produtividade, devido ao aumento de e ciência operacional, a fazenda digital passa a valer mais justamente por proporcionar controle e organização total das etapas de produção e do ambiente de uma maneira geral.

“A digitalização da propriedade contribui para a adequação fundiária e ambiental do imóvel, bem como facilita a gestão da atividade, o que na prática se con gura na valorização do negócio. É uma espécie de certificação”, arremata o executivo.

708, 2017

Setor agro é boa opção para quem procura emprego

Em cenário de recessão econômica e alta taxa de desemprego, o agronegócio surge como oportunidade para recolocação de profissionais que já trabalham no setor e também para quem vem de outros mercados.

Segundo a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), o saldo comercial dos produtos oriundos do agronegócio garantiram, no ano passado, mais de 70 bilhões de dólares, além de crescimento de 3%. Mesmo diante desse cenário de crise, os números do agro são positivos e as oportunidades de trabalho no setor crescem a cada dia”, afirma Roberto Jerger Fialkovits, professor do MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio do Instituto Superior de Administração e Economia/Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV).

Segundo Fialkovits, o mais importante, para quem deseja buscar oportunidades no agronegócio, é desenvolver uma boa visão sistêmica de processos do agronegócio, e entender qual a sua efetiva contribuição. “Porém, é necessário se capacitar antes, seja em cursos de curta duração ou em MBA ou especialização”, salienta Fialkovitz.

“O agronegócio é um segmento bastante complexo, pois há muitas rami cações de mercados, produtos e serviços, e isso requer análise detalhada por parte do profissional, ou seja, uma visão sistêmica de processos”, enfatiza.

708, 2017

Brasil apresenta aumento de 80% na produção de tilápias

Nos últimos 10 anos, a produção de tilápia, peixe mais cultivado no Brasil, cresceu 80%, graças à intensificação e à modernização do processo produtivo tanto em tanques-rede em reservatórios, como nos viveiros escavados.

Outros fatores que também contribuíram para alavancar a produção de tilápia no País foram clima favorável, rusticidade da espécie aceitando diferentes sistemas de produção; alta demanda dos produtos; além do bom resultado em cultivos intensivos.

Após liderar o mercado de filés de peixe, a espécie agora entra em nicho antes exclusivo de peixes nativos: o consumo de peixes inteiros. As informações fazem parte do projeto “Impactos socioeconômicos da tilapicultura no Brasil”, executado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) e parceiros.

Segundo a médica-veterinária Renata Melon Barroso, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), coordenadora do projeto, a grande aceitação no mercado nacional faz da tilapicultura um excelente negócio para as regiões em que seu cultivo é permitido. “A atividade tem outro ponto forte, pode ser lucrativa tanto para grandes como pequenos produtores”, diz.

Os dados foram obtidos em sete grandes polos brasileiros de produção da espécie: Orós e Castanhão, no Ceará; Submédio e Baixo São Francisco, na divisa dos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas; Ilha Solteira, na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, regiões Norte e Oeste do Paraná e Baixo Vale do Itajaí, em Santa Catarina.

708, 2017

IB erradica peste suína no Tocantins

O Instituto Biológico (IB-APTA) e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Tocantins (Adapec) desenvolveram um trabalho conjunto que resultou na erradicação da peste suína clássica (PSC) no Tocantins.

O reconhecimento, dado pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), permite que o Tocantins possa explorar novos mercados para a exportação além de aumentar a produtividade de suínos no Estado.

Para a pesquisadora do IB, Josete Garcia Bersano, em termos de saúde animal, a erradicação da peste suína clássica em Tocantins foi uma grande conquista que possibilitou o aumento da produção de carne no Estado, já que a doença

é uma enfermidade limitante. “Além disso, com a aprovação pela OIE, vislumbra-se a abertura de novos mercados para exportação a países que não importam carne de locais com incidência da doença”, prevê.

Tocantins possui um rebanho de suínos estimado de 270 mil animais, distribuídos em 164 granjas comerciais cadastradas pela Adapec. Porém, a maior parte da produção é de subsistência. Os municípios que concentram maior número de animais são Araguantins, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Dois Irmãos e Monte do Carmo.

1006, 2017

Alberto Figueiredo assume Secretaria de Agricultura em Resende (RJ)

O engenheiro-agrônomo Alberto Figueiredo, membro da Academia Brasileira de Agricultura e ex-secretário de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, que entre outras realizações, conseguiu eliminar a Febre Aftosa da região, está tomando posse como Secretário de Agricultura do município uminense de Resende onde é um produtor de leite bem-sucedido.

Diretor da SNA-Sociedade Nacional de Agricultura, além de dedicar a vida – mantendo a tradição do pai – à causa da produção rural e do agronegócio, assuntos em que se mantém sempre atualizado, Figueiredo tem muita experiência em administração pública, ótimos contatos e bons amigos. É sucesso garantido.

O prefeito Diogo Balieiro está de parabéns pela escolha, e Resende também.

1006, 2017

Com pouca demanda, arroba do boi continua em baixa

A retração na demanda de carne, registrada em diversas regiões do País, tem segurado a alta nos preços da arroba do boi gordo. Exemplo disso é que parte das indústrias paulistas, em especial as de pequeno porte, estão pulando dias de abate e com altos índices de ociosidade. Em razão desse cenário, as programações de abate estão artificialmente mais alongadas em relação a períodos anteriores.

Mesmo indústrias de grande porte, que possuem parcerias e contratos de boi a termo, apresentam escalas de abate mais espaçadas. Essa folga permite aos frigoríficos testarem o mercado e ofertarem preços abaixo da referência.

Com esse cenário atual, dificilmente haverá grandes valorizações para a arroba do boi gordo nos próximos meses, mesmo com oferta limitada de boiadas, pois a margem de comercialização das indústrias continua em patamares acima da média histórica.

1006, 2017

Melhoramento genético na pecuária leiteira

Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Gado de Leite indicam que é possível dobrar a velocidade da seleção dos rebanhos leiteiros, com custos menores, utilizando as informações geradas a partir do DNA dos animais.

Esse avanço resulta do sequenciamento genético bovino, anunciado pela revista Science em 2009, com diversos desdobramentos para as pesquisas realizadas no Brasil. O sequenciamento, do qual participaram pesquisadores brasileiros, teve o objetivo de identi car diferenças entre os genomas das raças de origem europeia (Bos taurus taurus) e as raças zebuínas de origem indiana (Bos taurus indicus).

“Identificamos mais de cinco milhões de SNPs especficos para as raças zebuínas”, informa o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius da Silva. De acordo com ele, SNP é um tipo de marcador molecular, cuja sigla traduzida para o português significa “polimorfismo de um único nucleotídeo”.

Interesse econômico

As pesquisas coordenadas por Silva identificaram características de interesse econômico para a pecuária de leite, como: tolerância a parasitas e ao estresse térmico; produção de sólidos (proteína, gordura e lactose); persistência da lactação etc. Depois, desenvolveram equações de predição que permitem identificar os efeitos dos SNPs dos indivíduos e selecioná-los de acordo com os interesses econômicos.

A Embrapa Gado de Leite e as associações de criadores de gado estão acertando detalhes para que essa tecnologia esteja, em breve, ao alcance dos produtores. A expectativa é que os testes de progênie dos programas de melhoramento em gado leiteiro passem a usar o valor genômico de touros e vacas.

“A seleção genômica vai racionalizar o processo de melhoramento genético, tornando-o menos arriscado ao produtor”, diz Silva. Ele acrescenta que a seleção genômica irá democratizar as oportunidades do melhoramento genético, na medida em que reduz os custos do processo. O mesmo trabalho que levaria sete anos pode ser feito em apenas dois com maior grau de certeza.

1006, 2017

Prêmio Qualidade do Leite divulga seus vencedores

Após avaliar 2.160 produtores de leite das mais diversas regiões leiteiras do país, a DSM, detentora da marca Tortuga, premiou os vencedores do programa “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, durante cerimônia realizada no início de novembro, na capital paulista.

Por meio do programa, a empresa estimula iniciativas de pecuaristas que pautam as suas atividades na alta qualidade e reconhece a aplicação de tecnologias que melhoram o desempenho do rebanho e a rentabilidade da produção leiteira.

Com um total de 157 mil animais avaliados e após as etapas regionais realizadas em sete Estados (Sergipe, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás), os primeiros colocados da categoria “Qualidade do Leite” foram Inelson Enir Fiorezi (Holandês), Antonio Claudimerio dos Reis (Girolando) e Aurélio Dalaio Neto (Jersey). Na categoria “Quantidade mais Qualidade do Leite”, os primeiros lugares foram para Willian Vriesman Sobrinho (Holandês), Williams e Cia Pecuária (Girolando) e Francisco Bastos de Miranda (Jersey).

1006, 2017

Asbia tem novo presidente

O médico-veterinário e diretor executivo da CRI Genética, Sergio Saud, é o novo presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). “O nosso desa o será ampliar o uso da inseminação artificial tanto na pecuária de corte quanto na leiteira”, observou Saud durante a cerimônia de posse, realizada em outubro, na sede da associação, em Uberaba (MG).

Segundo ele, nos últimos anos, graças ao uso da tecnologia e ao surgimento de novos produtos farmacêuticos para inseminação em Tempo Fixo (IATF), o número de fêmeas em idade reprodutiva inseminadas no Brasil tem condições de saltar de 12% para 16% nos próximos 5 anos.

De acordo com o novo presidente da Asbia, é preciso intensi car ainda mais a técnica no país, pois existem algumas ilhas de tecnologia, ou seja, algumas regiões do Brasil concentram pro- dutores altamente tecni cados, que já produzem leite de excelente qualidade, devido à inseminação. “É um mercado excelente com muito potencial para crescer cada vez mais”, avalia Saud.

Fazem parte da nova diretoria, que vai comandar a entidade até 2019, o diretor operacio- nal, Márcio Nery, o diretor técnico Luís Adriano Teixeira e o novo diretor de marketing, Bruno Grubisich. Além de trabalhar para a ampliação do mercado de IA, o grupo dará continuidade aos processos já existentes na entidade, tais como o laboratório de análise de sêmen Asbia/ BIO, localizado em Uberaba, e que entrará em total funcionamento no próximo ano.

1006, 2017

Índice inédito para a comercialização de sêmen

A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)- Esalq/USP rmaram uma parceria para criar o “Índice de Preço Médio de Venda de Sêmen”, cujas informações nortearão a gestão dos negócios no mercado de inseminação artificial de todas as raças com material genético comercializado no mercado nacional.

Esse índice complementará o Index Asbia, documento que reúne dados sobre a produção e comercialização de sêmen bovino e que, a partir do próximo ano, passará a conter também os preços médios de venda. “Atualmente, não há informação do mercado de inseminação em relação à valoração do sêmen, que permita uma análise estratégica por parte das empresas e associações de raça e produtores de genética em relação ao valor médio das doses de sêmen comercializadas em cada raça, daí a criação do índice”, justificou o ex-presidente da Asbia, Carlos Vivacqua.

De acordo com o executivo, em nenhum país do mundo, existe essa informação setorial, que é estratégica para gestão do negócio da cadeia como um todo. As informações relativas ao preço do sêmen serão de uso exclusivo, interno e gerencial dos associados da ASBIA e serão utilizadas por eles para nortear a gestão dos negócios.

O “Índice de Preço Médio de Venda de Sêmen” será elaborado pelo Cepea com base em informações enviadas pelas empresas do setor, a partir de um software do centro de pesquisa. A expectativa é de que, em fevereiro de 2017, os associados da Asbia recebam o Index já contendo esses dados.

1006, 2017

Pecuária familiar é tema de livro no RS

O livro Pecuária Familiar no Rio Grande do Sul: história, diversidade social e dinâmicas de desenvolvimento, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, no início de novembro, traz a compilação de diversos materiais científicos gerados por diferentes instituições sobre o tema, desde o ano 2000 até os dias atuais.

A publicação contou com a colaboração de dois pesquisadores da Embrapa: Marcos Borba, da Embrapa Pecuária Sul, e Rafael Gastal Porto, da Embrapa Roraima. “A pecuária familiar sempre foi presente e tem motivado interesse mais recentemente. A experiência do Alto Camaquã está ali contemplada pela importância que acabou assumindo, devido aos muitos trabalhos que foram realizados, principalmente na dimensão social”, informa Borba.

De acordo com o coautor, a ideia de se fazer o livro surgiu há pouco mais de cinco anos, com o objetivo de traçar uma perspectiva histórica sobre a pecuária familiar no Estado gaúcho. “Desde o princípio, percebemos que existia pecuária familiar no Rio Grande do Sul. Então, aquela ideia de que o Estado foi povoado unicamente com base no latifúndio não se cunha como totalmente real”, explica.

“Ao mesmo tempo que produz, a pecuária familiar exerce um papel fundamental na conservação”, observa Borba e acrescenta que, atualmente, os maiores contingentes de campo que ainda sobrevivem estão sob uso e controle da pecuária familiar, que tem características distintas, seja do ponto de vista social, seja produtivo. “Destaco ainda o fato de ela possuir um vínculo muito mais forte da produção pecuária sobre campo nativo. Estas são características históricas, mas que hoje começam a as- sumir um papel de oportunidades num mundo contemporâneo.”

1006, 2017

Desempenho da IATF em risco

O que poderia ser uma coincidência tem se tornado uma ameaça à fertilidade dos plantéis. Com a volta das chuvas e a melhora gradativa das pastagens, muitos produtores se apressam em colocar suas fêmeas em estação de monta, porém, o início do manejo, coincide com a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, obrigatória para todas as categorias em quase todos os Estados durante o mês de novembro.

Em Miranda, no Mato Grosso do Sul, um estudo conduzido por oito pesquisadores, revelou que os animais vacinados no 30o dia após a inseminação artificial em tempo xo (IATF) tiveram perda gestacional 4,2 vezes superiores quando comparados ao grupo vacinado 20 dias antes de passar pela inseminação. Ou seja, a vacinação feita após o manejo reduziu a fertilidade das fêmeas em 16,5%.

Segundo o vice-presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Sebastião Guedes, esse risco precisa ser informado com antecedência. “É obrigação dos fornecedores avisarem os criadores sobre os perigos que a vacina contra a aftosa pode provocar quando aplicada após a IATF. Acredito que deveria ser de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exigir dos fabricantes de vacinas que invistam na comunicação do problema e, deste modo, orientem os produtores sobre o que fazer para reduzir essas perdas”, avalia Guedes.

A partir de 2017, a Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso) vai inverter o calendário de vacinação contra a febre aftosa no Estado. Em maio, a vacina será aplicada em todo o rebanho (de mamando a caducando), enquanto em novembro serão vacinados apenas os animais de zero a 24 meses. “Outros Estados deveriam seguir o exemplo da Famato e pleitear, junto ao Mapa, alterações em seus calendários de vacinação. Certamente, reduziriam os problemas de perda gestacional decorrente da vacina contra aftosa”, diz Guedes.

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