Administrar os recursos pesqueiros e aquícolas, bem como a produção de alimentos de origem aquática, dos mares, lagos e rios, e o cuidado no beneficiamento até o produto final ao consumidor. Essa é a missão do engenheiro de pesca, profissão criada em 1983 na cidade de Recife (PE), e um dos principais pilares do setor de produção de pescados no Brasil.

“Trabalhar com engenharia de pesca é ter a oportunidade de escolher lidar desde a construção de embarcações e aparelhos de pesca, até arranjos de uma embarcação, construção de parques aquícolas, preservação e sustentabilidade dos ambientes aquáticos”, explica a pesquisadora do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, dra. Paula Maria Gênova de Castro Campanha.

“As atribuições do engenheiro de pesca também incluem ações em toda a cadeia produtiva, como fábrica de rações, logística de distribuição, políticas públicas, secretarias municipais e universidades, estando inserido em todo o contexto dos organismos aquáticos, seja na extração ou no cultivo”, acrescenta.

Segundo Paula Maria, não tem como trabalhar com a pesca sem se preocupar com o pescador, meio ambiente, espécies da fauna associadas ao alvo da captura, sustentabilidade dos recursos naturais, qualidade do animal que chega à mesa do consumidor e regiões que sofrem com parte da demanda de esgotos.

“O mercado de trabalho é o próprio profissional, com diferentes frentes em que ele pode atuar, como supervisão e coordenação técnica, estudo de planejamento e viabilidade econômica, assistência técnica, elaboração de projetos e direção de obras”, destaca a pesquisadora, ao lembrar que profissão está ligada ao sistema do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Confea – Crea).

Ela lembra que o Dia do Engenheiro de Pesca, comemorado em 14 de dezembro, chama atenção de todos para que haja um olhar mais atento aos profissionais, pois é ele quem vai produzir através do extrativismo, preocupado com o estoque pesqueiro, para que este seja explorado dentro da sustentabilidade, visando à manutenção natural do meio aquático, e que seja garantida a produção de proteína por anos, gerando emprego, renda e alimento ao pescador, à sua família e à sociedade como um todo.

Segundo Paula Maria, a pesca artesanal ou de pequena escala é uma atividade que emprega predominantemente o trabalho manual autônomo na captura, transformação, distribuição e comercialização de recursos pesqueiros marinhos ou de águas continentais, praticado geralmente por pescadores(as), grupos familiares e/ou organizações localizadas em comunidades litorâneas ou ribeirinhas, desde embarcações com pouca autonomia, com artes e técnicas de pesca de mínima tecnificação. “A pesca artesanalc produz mais da metade do pescado nacional, portanto, é grande demais para ser ignorada”, alerta.

Com informações da Feed & Food