Tecnologia para recuperação de pastagens dispensa adubação nitrogenada
Guandu BRS Mandarim é sustentável, fornecendo 200 kg/ha de N à pastagem, e com custo acessível para o produtor
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) quer recuperar até 40 milhões de hectares de áreas de pastagens e, assim, aumentar a produção de alimentos para o mercado interno e externo. No país, segundo dados de 2022 do MapBiomas,, as pastagens ocupam cerca de 164 milhões de hectares e grande parte apresenta algum processo de degradação. Para mudar esse cenário é preciso investir em tecnologias.
Muitas soluções, simples de serem implementadas e com custo acessível, estão à disposição do pecuarista para melhorar a produtividade do pasto.
Uma das tecnologias já é comercializada há alguns anos. Sustentável, a leguminosa Guandu BRS Mandarim, desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), apresenta bons resultados para recuperar áreas degradadas quando consorciada com braquiária.
A planta possui alto potencial para adubação verde, melhorando a fertilidade do solo e a qualidade do pasto. Ainda, serve de alimento para os animais quando a pastagem é escassa. É um material de bom valor nutritivo, alto teor de proteína e com custo relativamente baixo. “O guandu BRS Mandarim é uma tecnologia sustentável para a recuperação de pastagens degradadas. Seu uso dispensa a adubação nitrogenada para recuperar o pasto, uma vez que o resíduo proveniente da sua roçada funciona como adubo verde, disponibilizando nitrogênio no sistema”, explica a engenheira agrônoma Lívia Mendes de Castro, da Embrapa Pecuária Sudeste. O material roçado tem a capacidade de agregar mais de 200 kg/ha de nitrogênio (N) na pastagem.
O cultivo da forrageira deve ser realizado na estação chuvosa. O manejo é simples. O produtor deve fazer uma roçada anual para manejar a leguminosa.
Em experimentos realizados na Embrapa Pecuária Sudeste, novilhas mantidas em pastagem consorciada com Guandu BRS Mandarim ganharam 450 gramas de peso vivo ao dia, enquanto bovinos em área degradada ganharam por volta de 250 gramas por dia. Os animais que permaneceram na integração com guandu não foram suplementados. No pasto degradado foi utilizada suplementação mineral proteinada, a um custo adicional e desempenho inferior. Além disso, ocorreu aumento da lotação animal no consórcio com guandu, onde foi possível manter até 3,5 novilhas por hectare. Na pastagem degradada, de 1,5 a duas novilhas por hectare.
A tecnologia contribui com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com a meta 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável. A solução colabora para a sustentabilidade dos sistemas de produção e com a melhoria da qualidade dos produtos, o que beneficia tanto os produtores quanto o sistema de produção pecuário.
Veja aqui onde podem ser encontradas as sementes.
Os desafios da introdução da Inteligência Artificial (IA) no segmento pecuário
Apesar de oferecer vantagem competitiva a produtores de gado, implementação ainda enfrenta alguns desafios
É inegável que a adoção da Inteligência Artificial (IA) têm impactado positivamente na atividade pecuária, trazendo diversas inovações e benefícios. Apesar de recente, a tendência é de crescimento é alta, impulsionada pelo aumento da demanda por produtos de origem animal de alta qualidade e sustentáveis.
Na visão do, CEO da MadeinWeb, Vinicius Gallafrio, atualmente, a adoção de IA no setor é mais comum em países desenvolvidos, onde há mais recursos disponíveis para investimentos em tecnologia.
“Porém, mesmo em países em desenvolvimento, os produtores de gado estão começando a entender o potencial da IA para melhorar a eficiência e a produtividade da atividade pecuária. Aos poucos, percebemos a tecnologia fazendo parte das dinâmicas da fazenda”, avalia o executivo.
Recursos oriundos da IA permitem que produtores possam monitorar a saúde e o comportamento do gado, incluindo a detecção de doenças, problemas de reprodução e estresse com o uso de sensores e câmeras, que coletam dados sobre o comportamento do animal, contribuindo, por exemplo, para oferecer uma alimentação mais precisa, com base em suas necessidades individuais.
De acordo com Gallafrio, de maneira geral, a IA pode analisar grandes quantidades de dados relacionados à produção de gado, como nutrição, reprodução, saúde e desempenho, que possibilitam identificar padrões e tendências que ajudam a otimizar a produção.
“Um exemplo disso diz respeito à melhoria da genética. Os produtores podem identificar os animais com as melhores características para a reprodução, por meio da análise de dados genéticos e do uso de algoritmos de aprendizado de máquina”, explica.
Novas tecnologias
O executivo cita há várias novidades e aportes tecnológicos que estão impactando a pecuária e trazendo benefícios significativos para o setor. Dentre elas está a Internet das coisas (IoT) que permite que os produtores de gado coletem dados em tempo real sobre a saúde e o comportamento dos animais, por meio de sensores inteligentes e dispositivos conectados, que promovem um monitoramento mais preciso e eficiente, facilitam a detecção de problemas e melhoram a tomada de decisão.
“Já a robótica tem um papel importante, pois permite a automação de tarefas repetitivas e perigosas, como a limpeza dos estábulos e o transporte de alimentos, reduzindo tempo e o custo da mão de obra, além de melhorar a segurança dos trabalhadores”, acrescenta Gallafrio.
Por fim, ele destaca o blockchain, tecnologia que permite a criação de registros digitais seguros e descentralizados, permite a rastreabilidade do produto final, garantindo a segurança alimentar e aumentando a confiança do consumidor.
Tendências
O especialista observa que, mesmo com benefícios evidentes, há grandes desafios a serem superados antes da adoção em larga escala, muito disso reflexo da falta de mão de obra especializada, altos custos de implementação e a complexidade de algumas tecnologias.
“Porém, a tendência é que a adoção de IA na pecuária continue a crescer nos próximos anos, à medida que a tecnologia se torne mais acessível e a conscientização sobre seus benefícios se espalhe. Os produtores de gado que adotam essas tecnologias podem ter uma vantagem competitiva no mercado, oferecendo produtos de alta qualidade e mais sustentáveis”, conclui o CEO.
Com informações da assessoria de comunicação MadeinWeb
Agropecuária sustentável contribui para redução do impacto ambiental
Dieta e boas práticas de manejo ajudam a diminuir emissão dos gases de efeito estufa
Os sistemas sustentáveis de produção agropecuária são uma tendência da agropecuária mundial. Nesse cenário, os produtores que não se adequarem às práticas de bem-estar animal e conservação do meio ambiente podem perder mercados nacionais e internacionais, afinal, os consumidores cada vez mais exigentes e conscientes.
“Para uma produção de alimentos com menor impacto ambiental é necessário utilizar boas práticas produtivas na fazenda, que, entre outros aspectos, garantem bem-estar animal e manejo adequado dos resíduos”, destaca o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), Julio Palhares.
O especialista observa que o bem-estar dos animais tem impacto positivo na produtividade da atividade, na sanidade do rebanho, nos menores índices de mortalidade e morbidade, na redução de estresse, etc. “O uso de conhecimentos, métodos e tecnologias contribui para reduzir os efeitos ambientais negativos da atividade agropecuária e melhorar a eficiência dos nutrientes”, avalia.
Atenção aos dejetos
O manejo de dejetos na propriedade auxilia no equilíbrio entre o meio ambiente e a pecuária. “Os dejetos são fontes de água e nutrientes, recursos indispensáveis para as culturas vegetais. No entanto, se aplicados de forma incorreta, sem considerar a necessidade da cultura vegetal, a fertilidade do solo e a concentração de nutrientes no dejeto, eles podem causar impactos ambientais negativos no solo, águas e ar”, alerta Palhares.
O especialista acrescenta ainda que, dependendo da tecnologia de tratamento e da forma de disposição no solo, os dejetos emitem gases de efeito estufa (metano e óxido nitroso). “Uma dieta nutricional imprecisa, condições de estresse para os animais, manejo inadequado dos resíduos ou de seu uso como fertilizante resultam em maiores emissões de GEE pelos animais e pelo sistema de produção”, explica. “Essas ações vão contribuir para o aquecimento do planeta, afetando a saúde humana, animal e ambiental”, completa.
Na opinião do pesquisador, os desafios para que as boas práticas de produção sejam aplicadas no cotidiano das produções animais, em relação ao bem-estar animal e ao manejo dos resíduos, envolvem a interação dos conhecimentos do sistema de produção nas dimensões humana, animal e ambiental.
“Capacitações para identificar e aplicar as boas práticas nas rotinas produtivas também devem ser programadas pelos gestores das fazendas. Além disso, é importante s mudança do paradigma produtivo, pois a rentabilidade econômica não deve ser o único objetivo mas, sim, o equilíbrio do sistema de produção com o meio ambiente, com as pessoas e os animais”, conclui.
Com informações da Embrapa Pecuária Sudeste
Cuidar da digestão dos bovinos também faz parte da gestão do negócio
Saúde do rúmen é essencial para o bom desempenho dos bovinos
A digestão dos bovinos ocorre predominantemente no rúmen, por meio da fermentação por comunidades microbiológicas. Sendo assim, alimentar o gado de maneira forma assertiva e saudável é basicamente alimentar sua microbiota ruminal.
“O rúmen é um grande fermentador, com um volume de cerca de 180 litros de material, contendo aproximadamente 150 bilhões de microrganismos por colher de chá. Por isso, a saúde ruminal é extremamente importante para o bom desempenho dos animais”, explica a gerente global de P&D da ICC, Melina Bonato.
De acordo com a especialista, as perturbações ruminais podem resultar mo desempenho inadequado do animal, com impacto negativo sobre a rentabilidade da propriedade, por conta de menores taxas de conversão alimentar, já que cada ingrediente da dieta tem sua importância na manutenção corporal e desempenho dos bovinos.
“Entretanto, para que os alimentos cumpram seu papel, eles preciso ser satisfatoriamente consumidos e digeridos”, afirma e acrescenta que a ingestão adequada dos alimentos depende da quantidade total de nutrientes recebidos pelo animal para cumprir as funções de crescimento, saúde, produção e reprodução.
“Em resumo, a ingestão de alimentos é regulada e influenciada por mecanismos físicos, químicos, metabólicos, neuro-hormonais, ingestão de água e fatores ambientais”, explica.
Por fim, Melina destaca que, para alcançar as metas de produção, é fundamental garantir o balanço adequado entre os ingredientes da dieta, conforme a disponibilidade dos nutrientes contidos, e cuidar para que o produto resultante seja atrativo aos animais.
Com informações da assessoria de comunicação ICC Brazil
Tecnologia auxilia na abertura de novos mercados para a pecuária
Rastreabilidade de produtos pode contribuir para ampliar negócios com outros países
Os frigoríficos e produtores rurais têm buscado apoio em iniciativas inovadoras, a fim de atender às novas exigências dos mercados investidor, consumidor e varejista, ampliando a competitividade da pecuária nacional. Uma dessas ferramentas é o Visipec, desenvolvido pela National Wildlife Federation (NWF).
O aplicativo de rastreabilidade funciona de forma complementar aos sistemas de monitoramento utilizados pelos frigoríficos, contribuindo para o melhor entendimento de sua cadeia de fornecimento, por trazer maior visibilidade sobre as propriedades que fazem parte da cadeia de suprimento e suas condições socioambientais.
“A ferramenta liga fazendas que trabalham na recria/engorda com aquelas que se dedicam à cria, ampliando, desse modo, os níveis de rastreabilidade na cadeia de suprimentos”, explica o zootecnista Rodrigo Dias Lopes, especialista em Agronegócio e Pecuária Sustentável da NWF no Brasil.
Cerca de 90% das fazendas que usam o aplicativo cumprem as Boas Práticas do Grupo de Trabalho de Fornecedores Indiretos (GTFI), principal fórum de discussão sobre o monitoramento de fornecedores indiretos da cadeia de suprimento da carne bovina no Brasil. “O objetivo é manter as fazendas aptas a atender às novas demandas do mercado”, pontua Lopes.
Desse modo, segundo o especialista, quando a ferramenta identifica uma irregularidade, o frigorífico, com o apoio técnico da NWF, busca o produtor rural para coletar mais informações e refinar a análise da situação. Se for confirmada a irregularidade, ele é orientado no sentido de solucionar o problema.
Esse procedimento contribui para que os produtores e os frigoríficos garantam ao mercado consumidor e investidor o cumprimento de normas de produção sustentável e ofereçam seus produtos em diferentes mercados. “As informações compartilhadas dizem respeito apenas às propriedades e, por ser realizado de forma segura, permite que todos os envolvidos se sintam confortáveis”, garante Lopes.
O especialista destaca que existem desafios para ampliar a rastreabilidade na pecuária brasileira, com um grande rebanho formado por mais de 200 milhões de cabeças, a extensão territorial do país, e a complexidade do sistema produtivo. “Além disso, o Brasil não conta com um sistema público de rastreabilidade individual dos animais adotado em larga escala, e atualmente os produtores não têm nenhum incentivo que estimule a aplicação desse tipo de sistema”, acrescenta.
“A pecuária nacional segue acompanhando as demandas do mercado internacional e, muitas vezes, consegue se antecipar, traçando novos caminhos. Certamente, a rastreabilidade será uma grande aliada para contar melhor a história da produção pecuária brasileira”, finaliza Lopes.
Com informações da Assessoria de Imprensa
Aquisição de Microscópio de Imunofluorescência de última geração: um trunfo da Pesagro-Rio
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO) conta com o único laboratório do Estado autorizado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para realizar os exames da Raiva em herbívoros. O referido exame é realizado através do uso de microscópio de imunofluorescência de última geração. O diagnóstico é imprescindível para o controle dos focos da doença em rebanhos.
Equipado com uma lâmpada que emite luz ultravioleta, como as de LED, xenônio ou mercúrio, um microscópio imunofluorescência gera uma luminosidade que incide no espelho dicróico, refletindo-a sobre a amostra e estimulando a fluorescência das células coradas com fluorocromo.

Segundo a médica-veterinária e chefe CEPGM, Leda Maria Silva Kimura, a aquisição do microscópio é de fundamental importância para o desenvolvimento e sanidade da pecuária do Estado. Foto: Arquivo Pessoal
Além disso, esses microscópios possibilitam a observação e a captação das imagens referentes às concentrações de íons, processos e distribuição de moléculas intra e intercelulares, entre outros, possibilitando assim, um diagnóstico mais assertivo.
Segundo a médica-veterinária e chefe do Centro do Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro (CEPGM) da instituição, além de atual presidente da Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (AMVERJ) Leda Maria Silva Kimura, o aparelho é de fundamental importância para o desenvolvimento e sanidade da pecuária do Estado.
A especialista tem militado principalmente na área da virologia, desenvolvendo pesquisas e diagnósticos de Raiva animal, envolvendo a supervisão dos biotérios de criação e experimentação.“Através de projetos de pesquisa e desenvolvimento, o nosso Centro tem como missão, pesquisar, diagnosticar e controlar as principais demandas sanitárias dos rebanhos de interesse econômico do estado do Rio de Janeiro”, destaca.
Ela acrescenta que por meio de exames histopatológicos, bacteriológicos, virológicos, testes sorológicos, e biotecnologia, são realizadas pesquisas e prestação de serviços a médicos veterinários e produtores de diferentes municípios do Estado, além de projetos como o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), entre outros.
“Este e outros programas visam a otimização da produção pecuária dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro, contribuindo consequentemente para maior produtividade dos rebanhos com garantia de oferta de alimentos seguros aos consumidores”, enfatiza a especialista.
Gráfico
Analisando dados de 10 anos da CEPGM da PESAGRO –RIO, observou-se que 70 dos 92 dos municípios do Estado do Rio de Janeiro enviaram amostras de bovinos para o Centro de Pesquisa. Foram detectados focos em 54 municípios, sendo positivas 47% das amostras com síndrome neurológica, enviadas para análise.
“É importante frisar a importância do diagnóstico laboratorial na detecção da circulação do vírus da Raiva, pois isso possibilita que os órgãos oficiais possam tomar as medidas de controle e profilaxia referentes à esta importante e fatal zoonose”, conclui Leda
Com informações da Assessoria de comunicação CRMV/RJ
Rastreabilidade animal: Embrapa e startup se unem para desenvolver nova tecnologia
Sistema de identificação barato e acessível permitirá ao produtor rural planejar, monitorar e gerenciar as atividades da propriedade
A Embrapa Pecuária Sudeste e a startup Taggen Industrie and Services, especializada em IoT e RFID, vão desenvolver uma tecnologia de baixo custo e maior versatilidade, fatores limitantes para que os pecuaristas adotem as soluções já disponíveis no mercado. A parceria prevê entregar ao mercado o novo produto, por etapas, em até dois anos.
A inovação é baseada, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma de monitoramento em cloud.
“A proposta é realizar adequações para empregá-la no ambiente rural (outdoor) para monitoramento dos animais em tempo real. O desafio é tornar o sistema viável para uso na pecuária”, explica o pesquisador da Embrapa, Alberto Bernardi. “Os benefícios vão desde o inventário do rebanho até a rastreabilidade dos animais, passando por monitoramento do comportamento, bem-estar e segurança patrimonial”, acrescenta.
A solução já é utilizada em agrotech, ambientes prediais (indoor), logística, indústria, automotivo e hospitalar. O alvo são pecuaristas que tenham interesse na identificação, localização, rastreabilidade, certificação e gerenciamento da movimentação de animais.
Segundo o CEO da Taggen, Werter Padilha, a ideia é que os dispositivos sejam distribuídos por lojas agropecuárias e que tenham o conceito de “plug and play”, tal qual um cliente compra um chip de uma operadora de telefone, em uma loja física, habilite-o e já passa a utilizá-lo imediatamente.
Começo do projeto
A pesquisa será realizada na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Para o começo do projeto, 60 animais serão avaliados, sendo 20 vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).
Em fevereiro, foi realizado o mapeamento das áreas, assim como das condições para o monitoramento dos animais. A previsão é de que no mês de abril as primeiras avaliações sejam realizadas.
Com informações da Embrapa Pecuária Sudeste
Foto de capa: Gisele Rosso/Embrapa
Soluções eletrolíticas contribuem para melhoria do status metabólico das vacas
Mais importante fase do ciclo produtivo, período de transição exige ações coordenadas para atender demanda nutricional dos animais
Considerado fundamental para o ciclo produtivo, o período de transição de vacas leiteiras é a fase mais importante e crítica, pois compreende as três semanas antes e após o parto, momento em que ocorrem diversas mudanças no metabolismo, além do aumento da demanda por nutrientes para a produção de colostro e leite.
Nessa fase, as vacas passam por adaptações homeoréticas, incluindo a mobilização de reservas corporais, que preparam os animais para a lactogênese. Por isso, estratégias nutricionais devem ser implementadas com objetivo de auxiliar as desordens metabólicas, já que perdem líquidos e eletrólitos no momento do parto.
“Reestabelecer o equilíbrio nutricional é fundamental para o sucesso do ciclo produtivo”, explica o médico veterinário e coordenador Técnico de Bovinos de Leite da M. Cassab Nutrição e Saúde Animal, Rafael Barletta.
Segundo ele, a ocorrência de doenças como a hipocalcemia e cetose estão relacionadas com o periparto. “Esse cenário exige que o produtor adote medidas imediatas para repor os minerais e nutrientes perdidos durante o parto, além de implementar estratégias nutricionais para cada uma das fases do período de transição”, observa o especialista..
Com isso, de acordo com Barletta, repor o equilíbrio eletrolítico e estimular o consumo de matéria seca são os objetivos específicos do programa nutricional dessa fase, além de ajudar a prevenir doenças, melhorar o sistema imunológico e impulsionar a produção de leite.
Prevenção
Para tentar amenizar esses problemas, é comum os produtores adotarem o uso de soluções minerais/eletrolíticas, como os chamados drench, produtos que auxiliam, com rapidez, o aumento dos níveis de glicose e cálcio no sangue, além de repor minerais importantes perdidos durante o parto.
“O produto é solúvel em água e altamente palatável para o animal. Por conta disso, o consumo é voluntário, dispensando o uso de sondas que geram desconforto e estresse aos animais, dificultando ainda mais o manejo”, destaca Barletta.
O especialista acrescenta que os drenchs estimulam o consumo de matéria seca, o que reflete na diminuição na incidência de doenças relacionadas ao metabolismo energético com respostas positivas na produção de leite.
Por fim, ele lembra que é importante que o produtor tenha em mente o quão crítico é o período de transição para as vacas e também a importância de oferecer mais que eletrólitos. “É preciso proporcionar uma fonte de energia e cálcio, bem como auxiliar na redução do estresse e dor relacionados ao parto, garantindo uma recuperação mais rápida no pós-parto”, finaliza Barletta.
Com informações da assessoria de comunicação M. Cassab
Foto de capa: Carlos Mauricio Soares de Andrade – Embrapa
Carne cultivada: Embrapa encabeça estudo pioneiro sobre o produto
Com conclusão prevista para 2023, pesquisa sobre produção de tecido animal em laboratório tem sido tendência no mundo
Estudo pioneiro no Brasil, conduzido pela Embrapa Suínos e Aves (SC), visa desenvolver carne de frango cultivada em condições controladas de laboratório. O produto inédito, similar ao sassami, na forma de protótipos de filés de peito de frango desossados, deve estar pronto para análises nutricionais e sensoriais até o fim de 2023.
Considerada como proteína alternativa, a tecnologia recria tecidos animais em laboratório a partir de células de animais, fornecendo carnes análogas às naturais, uma inovação que atende às atuais tendências de consumo e agregação de valor.
A pesquisa é uma das alternativas tecnológicas em vista, já que o aumento no consumo de proteínas ao longo dos anos, além dos novos hábitos alimentares e preocupação com a sustentabilidade, têm despertado na comunidade científica a necessidade de ampliar a tecnologia necessária para produzir alimentos e atender à crescente demanda mundial.
Processo
Para produzir a carne cultivada, são extraídas as células de um animal e cultivadas (crescidas), primeiramente em um meio nutritivo, em escala laboratorial, depois em grandes biorreatores. O resultado se traduz na extensão da capacidade de produzir proteína, diversificando as fontes de produção.
O produto final pode ser utilizado na produção de alimentos não estruturados, como hambúrgueres, embutidos e almôndegas, ou seguros, como filés e bifes. “É um assunto discutido há algum tempo, mas o ganho de escala está se dando agora porque a tecnologia está ficando mais viável, e, por isso, os investimentos no desenvolvimento dessas alternativas começam a acompanhar esse movimento e estão cada vez maiores”, explica a pesquisadora e líder do projeto, Vivian Feddern.
Ela afirma que a vantagem de investir desde já nesse mercado em franca ascensão é evidente. “Além da vanguarda tecnológica, podemos oferecer tecnologia e/ou proteínas alternativas a empresas do Brasil e de países importadores de produtos pecuários”, destaca.
A opção de estudo da Embrapa pela carne de frango levou em consideração o fato de ser uma das proteínas mais versáteis, consumidas em todo o território nacional, além de um dos alimentos mais completos nutricionalmente, importantes para dietas saudáveis.
Plano
No Brasil, ainda não há legislação sobre o tema, porém o Plano Nacional de Proteínas Alternativas (PNPA) está em processo de criação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Nesse plano estão contemplados alimentos e seus ingredientes de base proteica originados de plantas, insetos, fungos, algas e outras fontes alternativas obtidas por meio de produção, processos fermentativos, cultura de métodos e processos inovadores. Segundo Vivian, a legislação ainda deve ser um passo mais à frente.
Ela acrescenta que algumas empresas, como BRF, JBS e Cellva Ingredients, já tentaram a investir em pesquisas para produzir carne cultivada e ingredientes, como a gordura suína cultivada.
“A maioria está focada em produtos não estruturados, como é o caso de hambúrgueres, diferente de um peito de frango que precisa de estrutura”, relata. “Como o processo é mais complexo, ainda temos um caminho pela frente”, analisa.
Com informações da Ascom Embrapa Suínos e Aves
Foto de capa: Lucas Scherer/Embrapa
“Ômicas”: saiba como elas podem contribuir para uma produção animal sustentável
Análises proteômicas e metaloproteômicas promovem inovação na atividade pecuária
Atingir o potencial genético de produção de um bovino fornecendo nutrientes que favoreçam a expressão de proteínas relacionadas com características de qualidade de carne. Essa é a proposta do estudo que visa promover a interação mineral/proteínas na produção animal sustentável.
Novos métodos de pesquisa estão sendo explorados, e as chamadas “ômicas” vão ganhando cada vez mais destaque em estudos que avaliam desde interações genéticas até o comportamento de proteínas, espécies metálicas e metabólitos no organismo animal.
Com a crescente corrida por avanços em ciência e tecnologia, o cenário aponta para uma etapa de desenvolvimento exponencial dentro da produção animal em busca de sustentabilidade em todos os pilares do sistema. Sendo assim, entender que cada nutriente fornecido aos animais pode melhorar o desempenho produtivo e também garantir um produto mais saudável aos consumidores é de fundamental importância.
De acordo com o zootecnista, doutor em Nutrição e Produção Animal e analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix, Wellington Araújo, as técnicas proteômicas e metaloproteômicas têm despontado nesse cenário para contribuir com a evolução do segmento.
“A técnica proteômica, que consiste em um estudo de biologia molecular que avalia a presença de proteínas em organismos vivos, vem sendo empregada para promover melhor compreensão dos mecanismos ligados ao metabolismo animal”, informa o zootecnista.
Ele explica que proteínas são consideradas os “produtos finais” dos genes, e as diferenças em suas quantidades e expressões podem refletir em diversos aspectos da fisiologia animal. “Após adquirir esse conhecimento, a ciência estuda, atualmente, o desenvolvimento de marcadores que possibilitem identificar determinadas características nos animais por meio da expressão de suas proteínas”, complementa.
O especialista informa ainda que, diferente do genoma, o proteoma não é estático, podendo ser alterado com o desenvolvimento do organismo ou ser influenciado pelo ambiente externo.
“Quando relacionadas aos minerais, as proteínas são avaliadas utilizando-se a metaloproteômica, que estuda essas importantes interações, visto que, para realizarem suas funções, grande parte das proteínas/enzimas requerem um íon metálico, o qual desempenha papel funcional em numerosos processos bioquímicos e celulares”, pontua Araújo.
Ainda de acordo com o zootecnista, esses estudos indicam que o fornecimento de diferentes dietas para os animais pode levar a diversos resultados de desempenho, ou ainda, modificar a qualidade do produto final como o leite e a carne.
“Atualmente, a pesquisa se preocupa em explorar o impacto da inclusão de subprodutos nas dietas para que o produtor possa reduzir seus custos sem interferir na qualidade do produto que irá oferecer ao mercado, sempre buscando a melhor estratégia que reúna: desempenho animal, responsabilidade ambiental, produtividade, rentabilidade e segurança alimentar do consumidor”, destaca.
Na opinião do especialista, com resultados satisfatórios em pesquisas dessa natureza, será possível identificar características no produto final enquanto ele ainda está em produção. “Por exemplo: já imaginou poder identificar se a carne de determinado bovino tem tendência a ser macia enquanto ele ainda é um bezerro, ou a possibilidade de modular determinada característica de carne direcionando uma dieta especifica? Isso pode se tornar realidade identificando a presença de determinadas proteínas” projeta Araújo.
A proteômica, bastante explorada nos estudos sobre qualidade da carne, ajuda a entender a influência da dieta sobre o que está sendo produzido, possibilitando traçar diferentes dietas alimentares para chegar ao objetivo desejado. “A integração de todas essas informações será a chave para o desenvolvimento de uma nutrição animal planejada e com níveis cada vez mais elevados de precisão, baseada em dados de produção, fatores ambientais, sanidade, imunidade, sustentabilidade, genética, qualidade do produto final e segurança alimentar de toda a cadeia produtiva, de forma integrada”, arremata o zootecnista.
Com informações da Assessoria de imprensa Premix
Foto de capa: Divulgação Premix/Wellington Araújo
Carcaças de caprinos e ovinos podem virar adubo orgânico
Na composteira, restos de animais e resíduos decompostos geram fertilizante natural que pode ser usado nas lavouras
Uma técnica de decomposição natural pode transformar carcaças de caprinos e de ovinos mortos em adubo orgânico, para uso nas propriedades rurais. Trata-se de um processo biológico, por meio do qual restos de animais mortos e de partos são misturados a resíduos vegetais em uma composteira, gerando o fertilizante natural que pode ser usado nas lavouras ou vendido, gerando novas possibilidades de renda aos agricultores.
Segundo o médico-veterinário Marcílio Frota, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), entre as vantagens da compostagem estão os benefícios ambientais. Ele explica que, em uma agricultura tradicional, as carcaças de caprinos e ovinos costumam ser enterradas ou mesmo abandonadas, em processos que podem ser prejudiciais.
“Enterrar traz riscos de contaminação do lençol freático, enquanto deixar o animal se decompor gera odores desagradáveis que podem servir de atrativo para insetos e animais carniceiros, que se proliferam e podem veicular doenças aos rebanhos e aos humanos”, explica.
“Já a compostagem, traz benefícios, sobretudo por transformar um material, que teria grande potencial de poluir e contaminar o ambiente, em um produto limpo, com alto valor agregado, que é o adubo orgânico”, completa.
De acordo com Frota, o produto gerado tem nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio, o que garante bom potencial de uso para finalidades diversas, como a produção de grãos, produção de mudas, recuperação de solos em áreas degradadas, reflorestamento ou jardinagem.
“A adubação com esse produto é capaz de aumentar consideravelmente o teor de matéria orgânica, melhorando propriedades no solo como a retenção de água. Além disso, possui a capacidade de elevar o PH, corrigindo, em alguns casos, a acidez encontrada rotineiramente em solos brasileiros”, explica. “Assim, é possível reduzir a aplicação de fertilizantes minerais no solo, diminuir custos de produção e promover a ciclagem de nutrientes em propriedades rurais.”
Alternativa
Além de ser uma alternativa ambientalmente adequada, o produto traz outras vantagens, como redução de custos na propriedade. “A grande vantagem do composto em relação aos fertilizantes minerais é o custo. Seu potencial de uso como fertilizante orgânico minimiza a aquisição de insumos e promove a autossuficiência e a sustentabilidade para a propriedade rural, como tecnologia acessível de inclusão social e produtiva ao agricultor familiar”, observa.
Outra alternativa para os produtores rurais que usam a compostagem é a possibilidade de venda do adubo. O valor médio da tonelada do produto é de R$ 250,00, com variação de acordo com a região do país.
O processo
A compostagem ocorre por um processo natural de fermentação que ocorre na presença de ar e umidade a alta temperatura, proporcionando a decomposição de resíduos animais e vegetais, a partir da ação de fungos e bactérias. A técnica é acessível tanto para produtores rurais (inclusive de agricultura familiar), como para agroindústrias (frigoríficos e abatedouros).
O local onde se realiza a compostagem é chamado de composteira, um galpão rústico, com piso cimentado, protegido contra água de chuva e fechado na lateral com paredes de dimensão recomendada de 1,6m de altura, feitas de tijolo ou madeira. Sua localização deve ter fácil acesso, longe do limite de propriedades e próxima ao aprisco ou abatedouro, para facilitar o transporte de carcaças ou restos de abate diariamente, sempre ao final do dia de trabalho.
“Para que o processo ocorra de forma correta, o produtor deve atentar para a montagem correta das pilhas e cama, a preparação das carcaças e a umidificação das mesmas. Também é preciso ter um material rico em carbono para realizar a montagem da cama e compor as pilhas, tais como sobra de capim triturado, cama formada de sobra de cocho e esterco ou resíduos vegetais, como palhadas, podas de árvores ou silagem mofada”, detalha Frota.
Na presença de umidade e temperatura adequada, as carcaças de caprinos e ovinos adultos se decompõem entre aproximadamente 120 dias e 150 dias. Para restos de parto, animais natimortos, vísceras, retalhos de carne e sangue, a decomposição ocorre em cerca de 30 dias.
Regulamentação
O biocomposto produzido pela compostagem é classificado como fertilizante orgânico de classe A, por utilizar matéria-prima de origem animal, sem componentes potencialmente tóxicos e de uso seguro na agricultura, de acordo com a Instrução Normativa Nº 25 de 23 de julho de 2009, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos
Foto de capa: Eduardo Oliveira/Embrapa Caprinos e Ovinos – Composteira usada para decomposição das carcaças e produção do adubo orgânico.
Nutrição é fundamental na estação de monta
Período exige cuidados com a parte nutricional do rebanho
A estação de monta é o período mais importante para as fazendas de cria, pois é a época em que as vacas ficam gestantes e os bezerros são desmamados. Diante disso, o escore corporal é fundamental para o sucesso da atividade, pois a suplementação alimentar do rebanho pode favorecer os resultados de reprodução e desmame.
“A parte nutricional é um pilar decisivo para se obter o máximo índice de prenhez e o maior peso dos bezerros, uma vez que com um bom escore de condição corporal as vacas terão maior probabilidade de ficarem prenhas”, destaca o engenheiro agrônomo e gerente de marketing de performance e terminação da Zoetis, Marcos de Bem.
Ele explica que um rebanho com escore corporal médio 3 (escala de 1 a 5) tem maior probabilidade de emprenhar do que um rebanho com escore médio de 2 ou 2,5, conforme mostram os dados de 10 fêmeas analisadas pelo Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho Zoetis (Gerar) ao longo de 10 anos.
“O bom planejamento sanitário do rebanho associado a uma suplementação adequada são fortes aliados para aprimorar os índices reprodutivos em uma estação de monta”, aponta e acrescenta que, com a tecnologia atual, o produtor pode usar diversos suplementos para o rebanho de fêmeas em reprodução sem perder a eficiência nem limitar o consumo por cabeça.
Nesse sentido, ele indica, por exemplo, a utilização de ionóforo à base de lasalocida, que auxilia, e muito, a manutenção e a evolução do escore, facilitando, assim, o aumento da prenhez. “Essa inclusão não restringe o consumo de alimento, mas melhora a digestibilidade da dieta e a absorção dos nutrientes, produzindo mais energia, que é disponibilizada para o aumento de escore e prenhez, além de bezerros mais pesados”, arremata de Bem.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Zoetis
Foto de capa: arquivo A Lavoura
Sistemas de aquicultura apresentam diferentes níveis de sustentabilidade
Para mitigar os impactos ambientais dos monocultivos, os países ocidentais têm resgatado um conceito antigo
Na aquicultura do Brasil ainda predomina o monocultivo, sistema de produção caracterizado pela criação de uma única espécie em determinado local. Para promover a mitigação dos impactos ambientais relacionados aos monocultivos aquícolas intensivamente arraçoados, alguns empreendimentos de países ocidentais têm resgatado um conceito antigo, empregado por países orientais, como a China, Índia, Vietnam, Bangladesh, dentre outros.
Esses são conhecidos, atualmente, pela sigla em inglês IMTA (Integrated Multiprophic Aquaculture) que pode ser traduzido como “Aquicultura Multitrófica Integrada”. No policultivo utiliza-se a mesma densidade de tilápias que no monocultivo, mas com baixas densidades de camarões. Com isso, na operação de um sistema integrado de tilápias/camarões, há um pequeno aumento dos custos de produção, relativo à aquisição de pós-larvas de camarão em relação à criação de tilápias em monocultivo; mas, em contrapartida, obtém-se um expressivo lucro extra com a venda dos camarões.
Segundo o pesquisador científico e Diretor do Núcleo Regional de Pesquisa de Pirassununga, do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Marcello Villar Boock, os sistemas de aquicultura multitrófica e de monocultivo possuem naturalmente diferentes níveis de sustentabilidade, que são divididos em três dimensões: econômica, ambiental e social. “Dentre elas, as que mais ganharam projeção nos últimos anos foram a econômica e a ambiental, pois são as mais almejadas pelos aquicultores”, informa o pesquisador do Instituto de Pesca.
Conforme explica, a econômica é calculada por indicadores como análises de fluxo de caixa, valor presente líquido, taxa interna de retorno e período de retorno do capital investido. Comparando um monocultivo de tilápias e um policultivo de tilápias e camarões de água doce como exemplo de sistema integrado, sendo ambos conduzidos em tanques escavados.
Integração de espécies
A ideia básica desses sistemas é que, por meio de duas ou mais espécies que, de preferência tenham diferentes hábitos alimentares e ocupem diferentes extratos da coluna d’água, haja um melhor aproveitamento dos nutrientes (ração, nitrogênio e fósforo, por exemplo) e da água na qual esses organismos são criados. Com isso, tem-se difundido a ideia de que sistemas multitróficos integrados são mais “sustentáveis” do que os monocultivos convencionais.
Segundo produtores do norte do Paraná, onde esse sistema de cultivo é bastante empregado, esse lucro extra geralmente é suficiente para pagar a maior parte da ração consumida pelas tilápias, que, por sua vez, corresponde ao maior custo na produção dos peixes. Consequentemente, há uma redução do custo de produção da tilápia, aumentando a margem de lucro do produtor, que passa a ganhar mais pelo quilo de peixe produzido.
Tecnologias do IP
Pesquisadores do Instituto de Pesca têm desenvolvido diversas tecnologias que visam alcançar a tão almejada sustentabilidade na aquicultura, assim como ferramentas que podem auxiliar nas tomadas de decisões e na gestão de empreendimentos aquícolas, tendo em vista o viés da sustentabilidade. Todas essas informações são abertas ao público e levadas a produtores rurais, potenciais investidores, estudantes e técnicos, por meio de cursos, publicações e assessorias técnicas oferecidas constantemente pela instituição e disponíveis no site www.pesca.sp.gov.br.
“Nosso objetivo com essas informações não é estimular as reflexões sobre o atual modelo predominante na aquicultura do hemisfério ocidental, tendo em vista a alternativa de sistemas que conciliem as três dimensões da sustentabilidade”, argumenta Boock. “Em um país megadiverso como o Brasil, as possibilidades de integração entre as diversas espécies aquáticas disponíveis e diferentes ecossistemas são imensas e ainda muito pouco exploradas”, arremata.
Com informações da assessoria de imprensa da CNA
Foto de capa: CNA
Universidade de São Paulo (USP) desenvolve mortadela com ômega 3 e menos sódio
Pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu uma mortadela com ômega 3 e menos sódio. O estudo teve por fim deixar o alimento mais saudável, com menos sal e conservantes.
Segundo a engenheira de alimentos e pesquisadora do estudo, Manuela Alves Pires, “as mortadelas consumidas atualmente contêm outros ingredientes com sal, gordura e sal de cura.
Segundo ela, “é importante ressaltar que o excesso de sódio está associado a doenças cardiovasculares, assim como a gordura suína”.
A pesquisadora contou que passou os últimos quatro anos tentando desenvolver uma mortadela menos nociva a saúde.
“Finalmente, conseguimos reduzir o nível de sódio da mortadela convencional em 40%, substituindo a gordura animal por óleo de echium (planta nativa do norte da África)” e acrescenta:
“O óleo de echium é mais rico em ômega 3 do que outros que estamos acostumados, como o óleo de soja, que só tem uma fonte de ômega 3 na composição. O echium tem duas fontes na sua composição”.
Foto/Fonte: USP
Reprodução de lambaris em laboratório amplia oportunidades para testes toxicológicos
Estudo de Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) obteve sucesso com a reprodução assistida em laboratório com luz natural, sem o uso de indução hormonal, do lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae)
A conquista é considerada um avanço para testes toxicológicos que utilizam embriões de peixes para estabelecer os limites de substâncias químicas na água, por exemplo. “Atualmente, testes toxicológicos com diferentes compostos são frequentemente realizados com embriões e adultos de zebrafish”, comenta a pesquisadora da Embrapa Vera Castro.
Segundo ela, além de ajudar a determinar as concentrações máximas permissíveis nos corpos de água, esses estudos permitem comparar a toxicidade de diferentes compostos e estudar os fatores que alteram o efeito nocivo desses produtos.
“O uso dos embriões do zebrafish nas pesquisas possui vantagens como, por exemplo, o seu rápido desenvolvimento, a grande quantidade de embriões produzida (média de 50 ovos/casal) de pequeno tamanho, que possibilita o uso de unidades experimentais com menor custo e redução de resíduos no laboratório”, explica. “Essas vantagens serão ampliadas com o uso dos embriões do lambari”, completa Vera.
Segundo o também pesquisador da Embrapa, Claudio Jonsson, os embriões são usados porque, geralmente, os estágios iniciais de vida são os mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de poluentes comparados aos peixes adultos. “Os ensaios de toxicidade com embriões e larvas permitem a obtenção de dados mais adequados para a avaliação de risco ambiental”, acrescenta.
De acordo com Jonsson, existe uma carência de procedimentos de avaliação da toxicidade crônica com larvas de espécies que habitam o seu território de origem, chamadas autóctones, como é o caso desse lambari, relacionados ao registro de agroquímicos no Brasil.
“O Manual de Testes para a Avaliação de Ecotoxicidade de Agentes Químicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) recomenda a utilização de peixes pertencentes à família Characidae na avaliação de toxicidade para esse registro. E o lambari pertence a esta família, sendo uma vantagem em relação ao uso do zebrafish”, arremata o pesquisador.
Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa
Foto de capa: Embrapa
UNESP desenvolve sistema de gerenciamento de ovinos
Com o lançamento do sistema, espécie de diário onde se pode anotar a vida do rebanho, ficou mais fácil controlar a criação. O software foi desenvolvido por professores do curso de Medicina Veterinária núcleo de Araçatuba da Unesp.
De acordo com o professor Cecílio Viega Soares Filho, o projeto foi executado graças a uma parceria entre vários departamentos do núcleo, profissionais da área de informática e pecuária.
O sistema comporta informações sobre controle de pesagens, abates, mortes naturais, partos, doenças e manejo, além de registro e acompanhamentos zootécnicos e veterinários.
“O software responde à necessidade do ovinocultor”, diz Soares Filho.
Foto/Fonte: UNESP
Pesquisa comprova que 7 entre 10 consumidores de peixes preferem a tilápia
O peixe é a proteína animal mais saudável do mercado. Esta é a opinião de 83% das 4.200 pessoas que compram alimentos, entrevistadas na pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, com apoio da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR).
O levantamento inédito – realizado entre abril e maio de 2022 com pessoas das classes A, B e C, sendo 64% mulheres e 36% homens, e 93% com mais de 26 anos de idade – também mostrou que 93,21% da amostra consome peixe regularmente, sendo a tilápia a espécie preferida por 76,93% desse universo.
As qualidades mais destacadas da tilápia pelos entrevistados são:
– Saborosa e saudável
– Muitas proteínas
– Fácil digestão
– Ajuda a manter o peso
– Não tem gordura
– Tem ômega 3
– Possui muitas vitaminas
– Tem poucas espinhas
Foto/Fonte: Texto Comun
Equinos atletas: cuidados terapêuticos ajudam a combater patologias ósseas
Bifosfonatos são alternativas ao tratamento, mas não para todos os animais e nem para todos os problemas ósseos
Utilizados para tratamento de injúrias do sistema esquelético, os Bifosfonatos (BF) são fármacos que têm como principal efeito a inibição da ação dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção e modulação óssea.
Associado a isso e por apresentarem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas muito eficientes, os BF caracterizam-se por serem os escolhidos para o tratamento de patologias ósseas degenerativas, como Osteoartrite (OA) e Síndrome do Navicular (ou Síndrome Podotroclear) nos equinos atletas.
Em geral, eles são divididos em dois agentes utilizados na medicina equina, o Tiludronato e o Clondronato, com o primeiro tendo um maior número de estudos científicos publicados, que embasam e respaldam a sua utilização.
“Os bifosfonatos são fármacos que trazem benefícios ao equino atleta de alta performance e com eficácia comprovada. Mas é importante saber que eles não servem para todos os problemas ósseos do animal”, alerta a médica veterinária e gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Pollyana Braga. “Por inibir a ação das células responsáveis pela modulação óssea, problemas como as canelites e fraturas não devem ser tratados com esses fármacos”, orienta.
No entanto, segundo ela, é preciso atenção em relação à faixa etária dos animais que podem se beneficiar do uso dos desse produto: “Bifosfonato é medicamento de cavalo adulto. Os equinos com menos de 4 anos ainda estão em fase de crescimento e desenvolvimento de estruturas ósseas importantes, por isso, não é aconselhável a utilização antes dessa idade. Tratar esses animais muito jovens com bifosfonatos pode causar um impacto negativo no desenvolvimento completo desses atletas”, avisa.
Comumente associado ao uso de outros anti-inflamatórios no tratamento conservador de problemas osteoarticulares dos equinos, a forma de administração dos BF mais indicada é a intravenosa, mas muitos estudos também mostram a possibilidade de utilizar o fármaco de forma local através de perfusões regionais, com menos efeitos adversos, como cólica leve, inapetência e letargia.
“A performance do animal atleta está diretamente associada a um tratamento de excelência, segurança e tecnologia, tríade que possibilita que o cavalo expresse seu melhor, com mais saúde, e entregando resultados de grandes campeões”, arremata a especialista.
Com informações da Assessoria de Comunicação
Foto de capa: Ceva Saúde Animal
Novidade: Uberaba, em Minas Gerais, vira principal polo de produção de sêmen bovino do Brasil
Famosa no mercado pecuário internacional como um centro de seleção de raças de gado zebu (originário da Índia) e palco de exposições importantes, como a Expozebu (a maior feira de bovinos zebuínos do mundo), Uberaba, no Triângulo Mineiro, tornou-se o maior polo de produção de sêmen bovino do país.
A região, que já contava com a presença da Alta Genetcs e da ABS, também foi escolhida pela Genex Brasil como sede de sua central própria de coleta de sêmen, inaugurada em julho de 2022.
Juntas, as três empresas respondem por cerca de 65% do total de doses de sêmen comercializadas no Brasil.
“Optamos por Uberaba porque é o berço do zebu, reúne importantes associações de raças bovinas, grandes criatórios e conta com um forte calendário de exposições”, explica o diretor executivo da Genex Brasil, Sérgio Saud.
O aumento da participação da empresa nas vendas de sêmen de zebu também influiu na decisão da multinacional americana. Quando chegou ao Brasil em 2005, o foco de atuação da empresa eram as raças taurinas (de origem europeia), principalmente a Angus.
“Na última década, diz Saud, “houve uma mudança de posicionamento para atender à forte demanda pela genética, especialmente da raça Nelore. Hoje, o segmento zebu corresponde a 30% das vendas da empresa”.
Foto/Fonte: Genex Brasil
IATF: desafios e benefícios da estratégia
Evento destaca pontos positivos e negativos dessa alternativa que exige atenção e cuidados específicos
Melhorar os índices zootécnicos, otimizar o manejo e reduzir custos operacionais estão entre as principais vantagens oferecidas pela Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Além desses benefícios, essa biotecnologia tem sido explorada como alternativa complementar à indução de ciclicidade em novilhas.
Porém, essa estratégia de produzir mais “bezerros do cedo” esbarra em questões hormonais, imaturidade sexual e escore corporal baixo, fazendo dela um grande desafio na pecuária. Além disso, a seleção para precocidade sexual é fator determinante ao encurtamento da idade reprodutiva.
Para discutir sobre o tema, a segunda edição do GlobalSynch Group reuniu, no fim de agosto, diversos especialistas do setor. Segundo o professor do departamento de Zootecnia da Esalq/USP, Roberto Sartori, ao falar sobre a fisiologia e os princípios básicos da puberdade em bovinos, tudo o que se aprendeu até agora com novilhas de dois anos não se aplica às pré-púberes.
“O que caracteriza o início da puberdade é a primeira ovulação natural, sendo necessário mais dois ou três ciclos para que as novilhas estejam maduras o suficiente para receberem uma gestação, com menor risco de perda do bezerro”, explica o pesquisador e acrescenta que é possível estimular a puberdade, desde que as novilhas tenham boa genética, nutrição e estejam próximas dessa fase. “Caso contrário, induziremos apenas a ovulação”, completa.
Em outras palavras, segundo ele, são menores as chances ao desafiar novilhas pré-púberes apostando apenas na nutrição, pois elas respondem aos protocolos hormonais, emprenham em muitos casos, mas os riscos de perda embrionária são mais elevados e, nesse caso, é preciso avaliar a relação custo-benefício ao trabalhar com novilhas não selecionadas para precocidade sexual.
“A conta pode não fechar, já que elas exigem um manejo nutricional diferenciado por mais tempo para que possíveis ganhos com bezerros nascidos não se diluam futuramente”, alerta Sartori.

Foto: ASBIA (inseminação artificial)
Outros desafios
Em relação à perda gestacional, alguns experimentos têm sido realizados com o objetivo de buscar respostas mais objetivas, principalmente em novilhas zebuínas. Este foi o tema abordado pela doutoranda na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unviersidade de São Paulo (FMVZ-USP), Bruna Catussi, que apresentou números importantes ao estudar 5.400 novilhas de uma fazenda com décadas de seleção para probabilidade de prenhez aos 14 meses.
Ela identificou que novilhas a partir dos 293 quilos, ECC de 3,25 e idade de 14,7 meses, assim como aquelas que expressaram cio ao fim do protocolo hormonal, atingiram melhor fertilidade com menores chances de perdas.
Na visão de Carlos Consentini, da GlobalGen vet Science, as conclusões foram semelhantes em relação à contribuição da genética, à presença do estro e à condição corporal para manutenção gestacional. “Além disso, vimos que os hormônios utilizados nos protocolos de IATF aumentam a fertilidade e não exercem efeito negativo na gestação”, observou.
Impactos
Outro ponto debatido pelos especialistas foi o manejo e seus impactos durante o processo. De acordo com o consultor técnico da GlibalGen vet Science, Rafael Cassillato, além das perdas decorrentes de refluxos medicamentosos, traumas, contusões e abcessos, condutas agressivas da lida também geram perdas em fertilidade. “Experimentos de campo demonstraram que as fêmeas mais tranquilas são 7% mais eficientes quando comparadas àquelas mais estressadas”, relatou Cassillato.
Ele destacou, também, a importância do bem-estar animal e mencionou que os clientes da empresa terão acesso a aulas práticas e teóricas sobre o tema, já na próxima estação de monta. “A ideia é demonstrar que todas as manobras com o gado interferem no desempenho dos protocolos e, mais do que isso, que a certificação em bem-estar animal já é uma exigência mundial”, pontuou.