Apesar de oferecer vantagem competitiva a produtores de gado, implementação ainda enfrenta alguns desafios
É inegável que a adoção da Inteligência Artificial (IA) têm impactado positivamente na atividade pecuária, trazendo diversas inovações e benefícios. Apesar de recente, a tendência é de crescimento é alta, impulsionada pelo aumento da demanda por produtos de origem animal de alta qualidade e sustentáveis.
Na visão do, CEO da MadeinWeb, Vinicius Gallafrio, atualmente, a adoção de IA no setor é mais comum em países desenvolvidos, onde há mais recursos disponíveis para investimentos em tecnologia.
“Porém, mesmo em países em desenvolvimento, os produtores de gado estão começando a entender o potencial da IA para melhorar a eficiência e a produtividade da atividade pecuária. Aos poucos, percebemos a tecnologia fazendo parte das dinâmicas da fazenda”, avalia o executivo.
Recursos oriundos da IA permitem que produtores possam monitorar a saúde e o comportamento do gado, incluindo a detecção de doenças, problemas de reprodução e estresse com o uso de sensores e câmeras, que coletam dados sobre o comportamento do animal, contribuindo, por exemplo, para oferecer uma alimentação mais precisa, com base em suas necessidades individuais.
De acordo com Gallafrio, de maneira geral, a IA pode analisar grandes quantidades de dados relacionados à produção de gado, como nutrição, reprodução, saúde e desempenho, que possibilitam identificar padrões e tendências que ajudam a otimizar a produção.
“Um exemplo disso diz respeito à melhoria da genética. Os produtores podem identificar os animais com as melhores características para a reprodução, por meio da análise de dados genéticos e do uso de algoritmos de aprendizado de máquina”, explica.
Novas tecnologias
O executivo cita há várias novidades e aportes tecnológicos que estão impactando a pecuária e trazendo benefícios significativos para o setor. Dentre elas está a Internet das coisas (IoT) que permite que os produtores de gado coletem dados em tempo real sobre a saúde e o comportamento dos animais, por meio de sensores inteligentes e dispositivos conectados, que promovem um monitoramento mais preciso e eficiente, facilitam a detecção de problemas e melhoram a tomada de decisão.
“Já a robótica tem um papel importante, pois permite a automação de tarefas repetitivas e perigosas, como a limpeza dos estábulos e o transporte de alimentos, reduzindo tempo e o custo da mão de obra, além de melhorar a segurança dos trabalhadores”, acrescenta Gallafrio.
Por fim, ele destaca o blockchain, tecnologia que permite a criação de registros digitais seguros e descentralizados, permite a rastreabilidade do produto final, garantindo a segurança alimentar e aumentando a confiança do consumidor.
Tendências
O especialista observa que, mesmo com benefícios evidentes, há grandes desafios a serem superados antes da adoção em larga escala, muito disso reflexo da falta de mão de obra especializada, altos custos de implementação e a complexidade de algumas tecnologias.
“Porém, a tendência é que a adoção de IA na pecuária continue a crescer nos próximos anos, à medida que a tecnologia se torne mais acessível e a conscientização sobre seus benefícios se espalhe. Os produtores de gado que adotam essas tecnologias podem ter uma vantagem competitiva no mercado, oferecendo produtos de alta qualidade e mais sustentáveis”, conclui o CEO.