Por Luiz Octavio Pires Leal – da Academia Brasileira de Medicina Veterinária
Carne artificial é aquela produzida pela indústria de alimentos. E ela pode ser de mais do que um tipo: as de origem vegetal, produzidas a partir de leguminosas (feijão, lentilha, grão-de bico), sementes e nozes. Algumas delas não contêm os aminoácidos fundamentais para a nutrição da espécie humana, problema resolvido com uma combinação de diversas delas.
E também estão em desenvolvimento as fabricadas em laboratório.
Vantagens
1. Produção mais rápida do que as carnes dos animais de abate, como as dos bovinos, bubalinos, suínos, ovinos, caprinos, frangos e as de animais selvagens, ou o cruzamento destes com os domésticos. Um bom exemplo é uma carne muito saborosa resultante do cruzamento do javali com o o porco doméstico.
2. Menor quantidade de gordura saturada, prejudicial à saúde do coração.
3. Riqueza em fibras.
4. Riqueza em antioxidantes.
5. Sustentabilidade – menos impacto sobre o ambiente.
Desvantagem
Por resultarem de um processo industrial complexo, as carnes vegetais, encontradas nos supermercados, nas lojas de produtos naturais e on line, ainda custam mais caro do que as de origem animal.
O problema das carnes – tanto as de origem vegetal quanto as de origem animal – é que, em que pesem sua importância para a nutrição da espécie humana – elas são caras, o que significa que grande parte da população do Planeta – inclusive a do Brasil – não tem acesso a elas. O resultado são milhões de pessoas subnutridas com as conhecidas deficiências físicas e mentais.
Carne de laboratório
Pode até parecer ficção científica, mas é uma realidade em pleno desenvolvimento, que também é chamada de “carne cultivada.”
Ela é produzida pelo cultivo de células retiradas de animais, em laboratórios de tecnologia avançada.
A vantagem, no futuro, será a substituição da criação e produção, demorada, dos animais de criação, com impactos negativos na natureza, como, por exemplo, de bovinos e de bubalinos.
As alternativas
As alternativas mais baratas e rápidas são de duas naturezas: (1) produção de farinha de insetos, criados industrialmente, em condições ideais de higiene, usada em misturas de alimentos tradicionais, como, por exemplo, os chocolates. E (2) produção de alimentos fermentados, como os empregados na produção de queijos e de bebidas alcoólicas.
Nestes processos, as indústrias conseguem produzir alimentos com sabor e consistência da carne bovina.