Mercado externo e a moeda estrangeira também afetam o preço do produto no país

Apesar de a gripe aviária, que impacta diretamente na escassez de ovos nos Estados Unidos e na Europa, não afetar o Brasil, o preço dos insumos deve permanecer alto. Exemplo disso é o Japão, onde esses produtos tiveram alta de 75%, por conta do surto dessa doença.

Além disso, a produção de ovos no país tem diminuído nos últimos anos, e uma das explicações para a retração é creditada à safra de milho de 2020/2021 que, afetada pela seca, foi 16% menor do que no período anterior. Com isso, o valor do cereal no mercado está elevado. No Pará, por exemplo, aumento de até 18% no valor do insumo.

Exportações

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de ovos (produtos in natura e processados) totalizaram 9,474 mil toneladas no acumulado de 2022, volume 16,5% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi 11,346 mil toneladas.

Em receita, as vendas de 2022 alcançaram US$ 22,419 milhões, resultado 24,2% superior ao registrado no mesmo período de 2021, com US$ 18,054 milhões. É o melhor resultado registrado desde 2015

Os embarques para os Emirados Árabes, principal destino de exportação dos produtos brasileiros, totalizaram 4,453 mil toneladas, ante 6,915 mil toneladas no ano anterior, retração de 35,6%.

Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria para o comércio exterior, o Brasil pode não conseguir suprir a demanda internacional e, em consequência, a valorização do produto no mercado externo pode afetar ainda mais o preço no país.

“Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deva sofrer escassez, os brasileiros enfrentarão o preço elevado do produto por conta da diminuição da produção e, ao mesmo tempo, o valor do mercado externo”, afirma o executivo.

Impactos

Na opinião de Pizzamiglio, a variação cambial também tem um impacto significativo no preço dos ovos no Brasil, na economia como um todo, incluindo os encargos logísticos.

“Vivemos em uma economia globalizada e, quando o dólar está alto, isso também tem impacto no transporte, por causa do preço dos combustíveis, e esse valor elevado é repassado para o preço final dos produtos”, explica o executivo.

Pizzamiglio acrescenta que a produção limitada, por causa da seca, interfere na ampliação das vendas para o mercado externo. “Diante deste cenário, acredito que a prioridade será o abastecimento do mercado nacional e, como temos uma produção reduzida, mesmo que possamos pensar na exportação, a questão se torna complexa devido à falta de oferta”, finaliza.

Fonte: Assessoria de comunicação Efficienza
Foto de capa: Divulgação/Efficienza