Levantamento feito pelo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou 1001 casos de raiva em animais no Brasil, no ano passado. No mesmo período, a cobertura vacinal em cães e gatos foi de apenas 25% em todo o País. Segundo a primeira diretora técnica médica-veterinária do Instituto Pasteur e membro da Comissão de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), Luciana Hardt Gomes, a principal medida para prevenção da doença é a vacinação anual dos animais.
Conforme a especialista, nos últimos anos a variante canina do vírus, que acomete os animais de agressividade, não tem sido isolada em animais, entretanto, está sendo cada vez mais comum o número de casos em cães e gatos por variante transmitida por morcegos, que faz com que os animais não apresentem os sintomas comuns da doença, mas sim uma paralisia. “Por isso, é preciso ressaltar ainda mais a guarda responsável”.
Já em relação aos humanos, Luciana explica que, por conta da pouca cobertura vacinal, quase 415 mil pessoas receberam atendimento profilático pós-exposição após terem sido agredidas por animais não vacinados contra a raiva. “Se uma pessoa for agredida por um animal contaminado, a primeira ação a ser tomada é lavar a ferida com água e sabão, além de seguir para o atendimento médico”, aconselha Luciana. Segundo ela, há apenas um caso no Brasil em que houve a cura da raiva humana, sendo igualmente rara no mundo todo. “O tratamento ainda é experimental”, arremata.