Alimento de alto valor nutricional, o mel ainda luta para ser visto pelos consumidores como um produto que traz benefícios à saúde. Uma das razões que explica este cenário é que, aliado ao baixo consumo do mercado nacional, que percebe o produto como remédio, ao invés de alimento, há duas questões que ameaçam a saúde do consumidor e prejudicam a cadeia produtiva: a falsificação e a adulteração do mel e a venda direta do produto sem passar por um serviço de inspeção e sem rotulagem adequada.

Pesquisas desenvolvidas desde 2005 pela Universidade de Taubaté demonstraram que o índice de inconformidade dos padrões de qualidade do mel vendido em estabelecimentos situados em rodovias do Estado de São Paulo chega a 70%, incluindo adulteração, falsificação de rótulos e selos de inspeção.

Para reverter esse quadro, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, juntamente com o setor produtivo, por meio da Câmara Setorial de Produtos Apícolas, lançou, em junho de 2021, uma campanha sobre a qualidade do mel, com ações nas redes sociais, podcasts e a realização de lives apresentadas por especialistas do setor. O primeiro podcast, com o tema “Mel: o doce ouro líquido que vem da natureza”, já está disponível neste link:

https://open.spotify.com/episode/4PuPS7yXaDO9CAUbkB7qUk?si=Rz5EnaM7RFeN_JZOeqj3HA.

A campanha também pretende melhorar a visibilidade do produto. Para se ter uma ideia, apesar de o País ser o 9º maior produtor de mel do mundo, o consumo per capita do produto pelos brasileiros ainda é muito baixo. Está na faixa de 60 g por ano, ante, aproximadamente, 960 kg consumidos por ano habitante na Alemanha. De acordo com a Secretaria, a campanha pretende ampliar a conscientização e o nível de conhecimento do mercado consumidor e dos lojistas sobre a importância das abelhas, as características do mel e a apresentação correta que o produto deve ter nas gôndolas das lojas e supermercados, assim como destacar os canais para a denúncia de produtos falsificados.