Debater as “Perspectivas para o mercado da pecuária no Brasil”. Esse foi o tema do encontro online promovido pela Datagro e GPB (Grupo Pecuária Brasil), evento que que reuniu um time de especialistas do setor para analisar o panorama da carne bovina e o que o produtor pode esperar para os próximos meses.

Segundo eles, mesmo com um cenário economicamente incerto para alguns setores, o aumento das exportações e também a alta no preço da arroba são indicativos que, pelo menos para a pecuária de corte nacional, o saldo será positivo. “Num primeiro momento, devido à pandemia e seus reflexos na economia, causou certa preocupação, porém, com as exportações batendo recordes mês a mês, a manutenção da arroba do boi gordo, além da abertura de novos destinos para a carne bovina, que ajudou a dar suporte no preço, o segmento se manteve forte”, avaliou Eduardo Siqueira Ribeiro, da Socopa Corretora.

Ainda de acordo com o especialista, os números de abate de janeiro até agora mostram que a oferta de animais está menor, fator que aliado à exportação fortíssima tem dado sustentação no preço, o que contrariou toda expectativa negativa da pandemia. “Diante dessa constatação, as persperctivas para o segundo semestre são de otimismo dentro do setor agropecuário”, destacou.

Do ponto de vista do diretor-executivo do GPB e coordenador técnico do balizador GPB/DATAGRO, Luiz Roberto Zillo, mesmo num momento atípico, o agro continua fortemente exercendo seu papel de levar comida à mesa dos brasileiros e alimentar o mundo. “O agro é um dos motores de arranque para a retomada da economia. Acredito que as exportações de carne bovina vão continuar e não vejo no segundo semestre uma queda. No mínimo, teremos uma estabilidade do momento atual”, estimou.

Ele comentou ainda que não dá para saber quando esse cenário de pandemia vai passar e se a demanda irá diminur ou não, mas tudo leva a crer que tanto a pecuária quanto a agricultura estão bem e preparados para esse novo momento. “O setor está exportando e a nossa qualidade e produtividade são muito grandes”, salientou o Zillo.

Para o gerente corporativo de compra de gado da Marfrig Global Foods, Maurício Manduca, outro  especialista que participou do debate, entender o comportamento dos consumidores também foi fudamental para diminuir o impacto sobre o produto neste momento. “Hoje, temos mais animais jovens sendo produzidos em fazendas intensificadas. Antes, o mercado era abastecido com animais mais velhos, bois inteiros e PH alto. O mercado importador foi quem ajudou para que o produtor trouxesse melhores animais. O produtor precisa entender o que o consumidor gostaria de consumir, pois a indústria apenas processa o que o consumidor quer”, destacou.