Decisão é vista como uma evolução e impacta de forma direta no segmento
Apesar de aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a utilização da cannabis para o tratamento dos animais deve ser estritamente terapêutico, visando a melhoria do animal. E para que exista segurança durante esse processo, as receitas especiais com a prescrição serão retidas diretamente nas farmácias.
Em resumo, o decreto aponta que fica permitida a prescrição da substância por profissionais médicos veterinários, legalmente habilitados pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, com a finalidade medicinal, para uso exclusivamente veterinário, de medicamentos e produtos de Cannabis com Autorização Sanitária, devidamente regularizados para comercialização em território nacional, mediante retenção de receituário de controle especial.
De acordo com o fundador e presidente da Santa Cannabis, Pedro Sabaciauskis, a decisão da Anvisa representa uma evolução e um reconhecimento das autoridades, que está acontecendo devido a um trabalho de pressão da categoria veterinária, que sempre argumentou que era um tratamento e que precisava ser reconhecido como tal.
“Os animais possuem mais receptores que os seres humanos, então esse tratamento dá muito resultado. Além disso, a decisão traz a possibilidade de facilitar as pesquisas, permitindo que os veterinários de todo o país possam se debruçar sobre o tema para entenderem como aproveitar melhor ainda os canabinoides existentes na planta para o reino animal”, afirma.
A decisão foi tomada pela Anvisa depois de resultados apresentados por um grupo de trabalho do Conselho Federal de Medicina Veterinária, em parceria com as universidades federais, o que representa um grande marco na regulamentação da cannabis medicinal no Brasil. A nova regulamentação aumenta as opções terapêuticas para diversas doenças, como as neurológicas, oncológicas e ortopédicas.
Panorama
Na avaliação da técnica farmacêutica da Santa Cannabis, Gabriela Kreffta, esse avanço oferece respaldo jurídico à medicina veterinária, permitindo que profissionais prescrevam com maior segurança e atendam à crescente demanda de tutores por tratamentos eficazes e seguros para seus animais, o que pode ser bastante eficaz para ajudar no aumento da qualidade e também do tempo de vida.
A especialista ressalta que antes dessa autorização, a prescrição de produtos de cannabis já era praticada no país, e a regulamentação não apenas aumenta a segurança jurídica para os veterinários, mas também amplia as opções de tratamentos integrativos.
“Esse marco, associado ao apoio da comunidade científica, abre novas possibilidades para o mercado de cannabis no Brasil, reforçando que a cannabis deixou de ser apenas uma alternativa para consolidar-se como uma parte essencial da medicina integrativa no país”, conclui Gabriela.