Recentemente, pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro publicaram na Scientia Agricola, periódico científico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), uma avaliação do valor nutricional da casca da cana-de-açúcar na alimentação de ruminantes.
Conforme afirmam os autores, vários estudos sobre a cinética de digestão das fibras da cana-de-açúcar foram publicados, mas nenhum avaliou a influência da casca da cana-de-açúcar na digestão da cana-de-açúcar fresca por ruminantes.
Diante disso, o estudo atual teve como objetivo avaliar os efeitos dos componentes da cana-de-açúcar (casca e medula) na composição química, digestibilidade in vitro, energia metabolizável e qualidade da cana-de-açúcar.
Segundo os pesquisadores, o delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas com cinco genótipos de cana-de-açúcar [parcela] (RB068027, RB058046, RB987917, RB867515 e RB855536) e três componentes da cana-de-açúcar [subparcela] (casca, medula e cana inteira), e cada tratamento foi composto por quatro repetições.
Os resultados mostram que a casca apresentou maiores frações fibrosas, compreendendo 87,33% da fração indigestível da fibra em detergente neutro (FDN). Também apresentou ~71,20% a mais lignina que o tecido medular. A digestibilidade in vitro da FDN da casca foi 18,38% menor que a da cana inteira.
Além disso, o genótipo RB068027 apresentou a menor qualidade da cana-de-açúcar. Apesar de maior teor de FDNpd na casca, seu elevado teor de lignina influencia na qualidade das frações fibrosas finais da cana-de-açúcar, impactando negativamente o valor nutricional. Os genótipos não diferem nutricionalmente, mas RB855536 apresentam maior rendimento de biomassa e energia.
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