Um projeto pioneiro, para monitorar a redução de gases de efeito (GEE) na pecuária brasileira tem contribuído para a diminuição da emissão de gases, como também para a recuperação de pastagens degradadas. Trata-se do projeto Carbono Araguaia, uma parceria da Liga do Araguaia com a DOW Brasil, iniciado em 2016 e concluído em março de 2021, que apresentou resultados positivos, demonstrando que a pecuária que se pratica no Brasil pode ser uma importante ferramenta para mitigar as emissões de GEE provenientes da atividade, quando adotadas práticas de intensificação sustentável e integração.

Dados da entidade apontam que houve redução de emissões de GEE nos 80 mil hectares monitorados, recuperação de 28 mil hectares de pastagens degradadas, além do crescimento 64% na taxa de ocupação e queda na idade de abate de 28 meses para 22/24 meses. O projeto é uma iniciativa dos pecuaristas e conta com a adesão de 24 fazendas situadas no Vale do Araguaia, em Mato Grosso, responsáveis por uma área de 79.905 hectares de pastagens.

O projeto Carbono Araguaia é uma evidência de que o Brasil tem um modelo tropical de pecuária a pasto que incorpora o benefício da mitigação de GEE por meio da adoção de práticas sustentáveis testadas pela iniciativa e que podem ser replicadas para reduzir os impactos ambientais por meio da recuperação de pastagens degradadas, como também garantir maior lucratividade com a intensificação feita de forma sustentável. A partir deste mês de abril, o projeto seguirá de forma independente, com o objetivo de formatar um modelo de comercialização dos créditos de carbono.