A pandemia do coronavírus impactou fortemente o setor agropecuário, promovendo diversos desafios, desde a cadeia produtiva até o consumidor final e, com no segmento de proteína animal, não foi diferente, principalmente quando o assunto é produção e consumo de ovos.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o brasileiro nunca comeu tanto ovo quanto em 2020. De acordo com projeções da entidade, o consumo per capita nacional deve alcançar neste ano 250 unidades, número 8,5% comparado ao ano passado.

Na opinião do presidente da ABPA e do Instituto Ovos Brasil (IOB), Ricardo Santin, além da pandemia, outros fatores contribuíram para o aumento significativo de consumo da proteína no ovo. “A preocupação com a saudabilidade dos alimentos ganhou força, ao mesmo tempo em que a população tinha informações mais claras sobre as qualidades do ovo”, disse o executivo lembrando que, em 2010, o consumo brasileiro de ovos era de 148 unidades por pessoa.

Porém, com o consumo crescendo de forma acelerada, há a preocupação xom os desafios relacionados aos custos de produção. “O ovo é um alimento que marca presença nas mesas das famílias brasileiras das diversas classes sociais, porém, como qualquer outro produto, está sujeito às altas de custos de produção”, afirma o presidente da entidade. “Esse é o quadro que enfrentamos hoje com o milho e a soja, em altas históricas. Em algumas praças, a alta comparativa com o ano anterior chega a 70%”, acrescenta.

Diante desse cenário que impacta não apenas o ovo, mas também a carne de frango e a carne suína, a ABPA solicitou ao Governo Federal, por meio da Câmara de Comercio Exterior (Camex), a suspensão temporária da Tarifa de Exportação Comum (TEC) para a importação de milho e de soja provenientes de nações externas ao Mercosul.