Tradicional criatório do interior paulista, a Fazenda Bela Vista tinha como principal atividade a criação de gado, dentre elas, a raça Gir, oriunda da Índia e caracterizada por sua grande capacidade leiteira. Também fazem parte da história da fazenda diversos projetos de sucesso, como a Cabanha Angus Bela Vista e a Central Bela Vista, primeira central de prestação de serviços do Brasil.
Em 2011, após a venda da Central Bela Vista, o Gir da Sant´Anna foi levado para a Fazenda Bela Vista, localizada em Pardinho (SP), para dar início ao projeto de uma queijaria, que foi batizada com o nome Pardinho Artesanal.” “A partir da constatação das características especiais do leite da vaca Gir, observamos o potencial para a criação de um produto também especial e iniciamos o projeto da queijaria”, relata Bento Abreu Sodré de Carvalho Mineiro, diretor da Fazenda Sant´Anna.
A queijaria surgiu há seis anos, como consequência quase natural da qualidade da matéria-prima que Mineiro tinha em mãos. “Atualmente, metade da área da fazenda é destinada à preservação da mata nativa, já a outra, é reservada às pastagens responsáveis pela alimentação do gado Gir”, conta.
O projeto possui algumas características que o diferenciam e o colocam como referência no segmento. Uma delas é o fato de ser uma das primeiras fazendas do mundo a obter certificação ISO 14001, de gestão ambiental. “O ISO 14001, fundamental para garantir a qualidade dos serviços e produtos da empresa, já faz parte de nosso projeto desde os tempos da Central Bela Vista, em 2003”, informa o pecuarista.
Dentre os processos referentes à certificação, estão a medição, o controle e a redução dos impactos ambientais, soluções que, consequentemente, auxiliam em todo o processo produtivo da empresa. “Nossa mais recente conquista foi conseguir operar toda a fazenda (escritório, laticínio, ordenha, etc.) com energia elétrica produzida por meio de placas fotovoltaicas que captam a energia solar”, comemora o executivo.
A base do projeto é a utilização do leite de vacas criadas livremente, alimentando-se das pastagens na propriedade onde são elaborados os queijos. As condições ambientais únicas da região, aliadas à utilização das melhores práticas de bem-estar animal, permitem que os sabores sejam preservados. De acordo com Mineiro, “o leite especial, proveniente do Gir, é manipulado em sua forma pura, em blends que buscam evidenciar ao máximo suas propriedades proteicas singulares, bem como a sua originalidade”.
Os queijos da empresa são elaborados com leite cru, maturados em prateleiras de madeira e acompanhados, diariamente, durante todo o seu processo de evolução. Segundo o proprietário, os produtos unem o que há de melhor do ponto de vista técnico-laboratorial e asseguram a excelência à produção manual. “Produzimos quatro tipos de queijos, todos desenvolvidos pelo próprio laticínio”, diz o proprietário da Pardinho Artesanal.
Fazem parte do portfólio da queijaria o queijo Cuesta, feito 100% com leite de Gir e maturado por 8 meses em caves; o Cuestinha, feito com leite de Girsey e maturado por 2 meses nas caves; o CuestAzul, com mofo azul penicillium roqueforti, e três meses de maturação; e o Mandala, com massa cozida e prensada em peças de 10 quilos cada e com 12 meses de maturação nas caves. “Para essa produção, temos, hoje, em ordenha, 40 animais da raça Gir e 100 Girsey, cruzamento do Gir com o Jersey, proposto por nós para atender à demanda de um leite rico, baseado numa produção a pasto com extrema eficiência”, destaca Mineiro.