O melhoramento genético do rebanho zebuíno brasileiro gerou ganhos de produtividade e tem atraído criadores da Índia, país de origem do gado Zebu. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), enquanto uma vaca da raça Gir (zebuína) leiteira produz, no máximo, 6 quilos de leite ao dia na Índia, o rebanho Gir leiteiro do Brasil, ela chega a 15 quilos diários. Já uma fêmea Gir de elite produz cerca de 70 quilos diários de leite. Maior produtora de leite do mundo, a Índia está investindo na melhoria genética de seu rebanho. Desde 2016, o Brasil exporta sêmen bovino para produtores indianos e, recentemente, autorizou a importação de embriões bovinos “in vivo” (gerados no ventre da mãe).
De olho nessa genética melhorada, além de bovinos para reprodução, a Índia vai comprar ovos de aves livres de Patógenos Específicos (Specific Pathogen Free, SPF, na sigla em inglês). Poucos países no mundo produzem esse tipo de ovo, em virtude do nível de tecnologia e do controle sanitário dos estabelecimentos avícolas autorizados a realizar essa atividade. O Brasil produz cerca de cinco milhões de ovos SPF, por ano, o que representa 8% da produção mundial. Cada unidade de ovo SPF tem preço médio de R$ 5,50. “A Índia tem uma demanda anual de ovos SPF estimada em 1,8 milhão de unidades, o que poderá torná-lo o maior cliente do Brasil para esse produto”, informa o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Odilson Silva.