Tirar o queijo artesanal produzido da Serra da Mantiqueira da informalidade é o objetivo de duas portarias do Governo de Minas Gerais, editadas em junho de 2020, que reconheceram dez municípios localizados na Serra da Mantiqueira como regiões produtoras de queijo artesanal.
A iniciativa terá o apoio da Embrapa, que fará pesquisa para contribuir para o Regulamento Técnico de Identidade do queijo artesanal da região. “A expectativa dos produtores é que ele seja aprovado em agosto. Com o Regulamento, os queijeiros que cumprirem todas as normas poderão obter o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) ou o Selo Arte. Ambos permitem a venda do produto em todo o território nacional”, informa o técnico da Emater-MG, Júlio César Seabra.
Os estudos foram realizados nas cidades de Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Bocaina de Minas, Carvalhos, Itamonte, Itanhandu, Liberdade, Passa Quatro e Pouso Alto, e incluíram o levantamento de informações sobre o processo de produção do leite e da fabricação do queijo, caracterizando o “saber fazer” das comunidades, ou seja, como os produtores construíram as tradições que resultaram no modo próprio de fazer seu queijo artesanal. Agora, toda a pesquisa, reunida em um documento, será essencial para a definição do Regulamento Técnico de Identidade.
“Traçamos o perfil do produtor da região e resgatamos os aspectos históricos e culturais da produção do queijo nos municípios”, explica a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, e coordenadora do projeto, Maria de Fátima Ávila Pires.
O Brasil produz um milhão de toneladas de queijo por ano, e um quinto desse total é feito artesanalmente, com leite cru, aquele que não passou por processo de pasteurização.