Estresse térmico e doenças da estação podem resultar em prejuízo ao produtor

A queda de produtividade e os custos elevados com o controle de enfermidades durante o verão são alguns fatores que podem aumentar o cuidado com o rebanho. As altas temperaturas geram grande desconforto para os animais e podem causar prejuízos significativos para os pecuaristas de um modo geral.

“No período, há uma incidência maior de carrapatos no rebanho, devido ao seu ciclo biológico. O parasita pode estar contaminado com agentes que causam doenças graves e que vão onerar ainda mais o pecuarista”, explica o médico veterinário e supervisor de vendas da VetBR, Mateus Freitas de Souza, acrescentando que os raios solares mais fortes e as tempestades comuns durante o verão afetam de forma significativa o bem-estar animal.

Outro ponto de atenção citado pelo especialista é o estresse térmico que ocorre em razão do aumento da temperatura, principalmente em regiões com alta umidade, por dificultar a perda de calor. “Vale destacar também a úlcera da lactação, mais prevalente nessa época, em consequência do aumento do seu vetor no campo”, alerta o especialista.

Demais cuidados

O especialista informa que as altas temperaturas junto com períodos de estiagem fazem com que os carrapatos subam da pastagem para o animal. “Estudos mostram que uma única fêmea pode sugar 0,5 ml de sangue por dia do gado. Dessa forma, 200 fêmeas podem fazer uma vaca perder até 2 litros de sangue apenas durante um mês”, destaca.

Ele afirma que esses agentes ainda trazem consequências piores do que o parasitismo, pois os vetores transmitem duas importantes hemoparasitoses, a Babesia e a Anaplasma, que formam o complexo Tristeza Parasitária Bovina. A anaplasmose, por exemplo, pode ser transmitida por outros vetores ou fômites, como agulhas ou material cirúrgico compartilhado.

“A consequência dessas enfermidades é uma anemia profunda, por conta da ação hemolítica dos agentes que causam lise das hemácias e fazem com que o sangue perdido pela ação dos vetores, principalmente os carrapatos, seja insignificante perto do dano provocado pelos agentes do complexo”, avalia Souza.

Tratamento

Entre os principais cuidados preventivos para diminuir a incidência de carrapatos estão o controle estratégico, como o uso de carrapaticidas, no momento correto, a rotação de pastagem, além de quarentena para os animais introduzidos recentemente no rebanho.

Após confirmado o diagnóstico, o veterinário afirma que existem dois tipos de tratamento para combater os agentes que estão causando a doença. No caso da anaplasmose, é possível tratar com antibióticos, já a babesia, o tratamento é realizado com Diaceturato de Diminazene.

“Porém, as medicações não tratam sintomas como a anemia. Muitas vezes há necessidade de uma transfusão de sangue para que o animal responda de forma significativa ao tratamento. O procedimento não exige tecnologia e pode ser realizado no campo pelo veterinário”, diz.

Outro destaque importante para o verão é o estresse térmico, que está relacionado a alterações no organismo do animal para compensar mudanças nas condições ambientais, como excesso de frio ou calor.

“Nesse sentido, investimentos em um ambiente que faça com que o animal esteja dentro da sua zona de conforto térmico e que não precisem de esforços termorregulatórios, como o aumento de frequência respiratória ou taxa de sudação, por exemplo, fazem com que o rebanho expresse o máximo de sua potencialidade”, finaliza o veterinário.

Com informações da assessoria de comunicação VetBR
Foto de capa: Crédito Embrapa