Espécie lidera produção nacional de peixes em cultivo
Dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) apontam um crescimento de 2,3% na produção nacional de peixes em cultivo em relação a 2021, com produção de 860,4 mil toneladas. A tilápia representa 64% deste total, com 550 mil toneladas.
Tais números colocam a espécie em destaque nesse setor no mercado nacional. Para manter o cenário e continuar evoluindo em produtividade, além dos investimentos na atividade, também são necessários alguns cuidados, tanto de parte dos produtores quanto do setor.
Na avaliação da bióloga e engenheira ambiental Monique Zorzim, a alimentação balanceada contribui para o aumento da produção de tilápias. “Diferentemente de outras espécies, nas quais as fases de criação são divididas em períodos, na tilapicultura o que é levado em conta é o peso. Ou seja, quanto mais qualitativa for a dieta, mais rápido elas alcançam o peso ideal para venda”, explica.
Segundo Monique, a qualidade da água, e o seu nível de oxigênio são outros pontos que precisam de atenção. “Além disso, o PH precisa ser neutro, para de não elevar o teor de amônia, o que pode ser fatal. O criador também deve manter a temperatura da água, conforme estabelecido para cada fase produtiva”, ensina. “Também é preciso monitorar a salinidade e a transparência da água, que deve alcançar de 25 a 35 centímetros de profundidade.”
Outra dica para aumentar a produtividade é Investir em um bom sistema de aeração, pois ele garantirá oxigênio disponível para os peixes durante o cultivo, sendo ideal que o produtor faça o monitoramento dos tanques várias vezes ao dia, para saber o melhor momento de colocá-los para funcionar.
“Um tanque bem oxigenado garantirá melhores índices produtivos, menor acúmulo de detritos e proliferação de doenças”, informa.
Monique diz ainda que é importante respeitar a quantidade de peixes por metro cúbico de água, para que o esgotamento do oxigênio não seja mais rápido que a “reposição” dele. “Vale ressaltar que a superlotação também pode provocar estresse nos peixes, prejudicando o sistema imunológico e comprometendo a criação”, completa.
A qualidade da ração utilizada para alimentar as tilápias é outro fator considerado fundamental. “A do tipo extrusada é a mais indicada, já que é produzida sob alta temperatura, pressão e umidade, permitindo maior aproveitamento dos nutrientes pelos animais”, sugere.
Outra orientação da bióloga é manter o alimento na superfície da água, evitando desperdícios que elevam o custo da produção além de gerar acúmulo de resíduos no tanque. “Uma ração de qualidade deve seguir padrões de fabricação, ser palatável, ter ingredientes de qualidade, balanço nutricional e tamanho correto indicado para cada fase do cultivo”, ensina.
Por fim, para manter a atividade de forma produtiva e sustentável, ela faz um alerta: “Preocupe-se com custos, pois seu negócio depende disso. Utilizando produtos corretos, você poderá reduzir custos com trocas de água, consumo de energia, desperdício de ração e ainda, com a limpeza manual do lodo de fundo”, arremata Monique.