Idade e problemas de saúde também podem provocar perda de massa nos animais
O inverno tem como uma das características mais marcantes, além das baixas temperaturas, a falta de chuvas, que leva à estiagem, fenômeno que provoca queda da qualidade das forrageiras, exigindo ajustes na alimentação base para evitar redução do escore corporal dos animais.
Diante desse cenário, é preciso que o criadores fiquem mais atentos às necessidades que os animais demandam durante a estação. “Os períodos mais secos do ano representam um problema, mas há outros fatores que podem reduzir a massa dos animais, entre eles problemas dentários e até mesmo idade avançada”, informa o médico veterinário da Vetnil, Ricardo Moraes.
Segundo ele, diversas situações podem levar à redução do escore corporal do animal em qualquer fase de vida, basta ocorrer um desbalanço entre os nutrientes fornecidos na dieta, a capacidade de absorção deles pelo intestino e a necessidade atual do animal. “Quando a ingestão e absorção de nutrientes não são suficientes para manter a taxa de metabolismo, esse desequilíbrio resulta no uso das reservas corporais para manutenção, culminando na perda de escore”, aponta.
O especialista destaca ainda que, no caso das éguas prenhes, é necessária atenção especial no terço final da gestação, garantindo que ela tenha uma reserva de gordura mínima. Isso porque, após o parto, a produção de leite para o potro gera um balanço energético negativo, ou seja, há uma demanda nutricional maior, desequilibrando a oferta de nutrientes e a exigência metabólica dos animais.
A recomendação, de acordo com Moraes, é ficar atento a sinais físicos que indicam perda do escore corporal como uma menor quantidade de tecido adiposo e diminuição da massa muscular, quando é possível perceber a proeminência dos ossos dos ombros e da cernelha, além das costelas e a base da cauda. “Essas características representam alertas de que o animal necessita de um maior aporte de nutrientes para auxiliar na recuperação da sua condição corporal”, pontua Moraes.
Equinos com baixo escore corporal não conseguem atingir todo o seu potencial zootécnico e, além disso, um cavalo debilitado pode ficar mais suscetível a quadros infecciosos, já que o seu sistema imunológico não responde da forma que deveria por conta da carência de determinados nutrientes.
Para ajudar a recompor os nutrientes e a massa muscular perdida, os criadores podem utilizar modificadores orgânicos como suporte na recuperação dos animais. “Produtos com nucleotídeos e glutamina em sua composição facilitam a obtenção de energia pelos enterócitos, o que impacta diretamente a saúde do intestino, órgão vital para a absorção dos nutrientes necessários para a recuperação do animal”, informa o veterinário.
Para auxiliar os criadores a resolver esse problema, o especialista recomenda a adoção de produtos com alta concentração de aminoácidos como glutamina e glicina, derivados de fontes nobres como o concentrado proteico do soro de leite e espirulina, com presença de nucleotídeos e por também conter vitaminas e minerais.
“Produtos com essa concentração favorecem o ganho de peso e de massa muscular, potencializando o metabolismo e melhorando o desempenho zootécnico dos equinos. O criador deve sempre prezar pelo bem-estar dos animais e, acima de tudo, ficar atento aos sinais visuais, pois algo pode estar acontecendo de errado com o cavalo”, finaliza Marques.