“O principal fundamento do agroturismo é desenvolver e envolver a população residente de forma saudável e rentável.” (PARRA e SILVA, 2009)

O pós-guerra foi marcado por uma série de transformações, entre elas a expansão da urbanização em ritmo acelerado, principalmente em decorrência de um esforço de redesenho das sociedades destruídas pelas duas Grandes Guerras Mundiais.

Modernização

A partir da década de 50, a modernização/tecnificação se estendeu mais intensamente aos espaços rurais, e se caracterizou pelo uso intensivo de capital na agricultura sob a forma de pacote tecnológico (moto-mecanização, uso de insumos químicos, utilização de sementes geneticamente melhoradas, integração às indústrias e especialização da produção.

No entanto, nos anos 80 e 90, foi observado o fenômeno do êxodo rural, onde as transformações tecnológicas diminuíram o uso de mão de obra no campo, e promoveram o fluxo migratório do campo para a cidade, em especial de mulheres e jovens, tornando o campo masculinizado e envelhecido.

Deve-se perceber que a migração para zonas urbanas acarreta problemas para as cidades, por meio da alteração na composição da população e mudanças nas características sociais e econômicas, como o aumento dos índices de desemprego, criminalidade e o surgimento de favelas.

Nesse contexto, a partir do surgimento da concepção de desenvolvimento rural, confere-se um novo olhar às funções socioeconômicas no campo, gerando novos mercados e a valorização de produtos locais que tenham preocupação com a saúde e com o meio ambiente.

Atividades rurais não-agrícolas

A noção de multifuncionalidade do espaço rural abre caminho para atividades rurais não agrícolas como turismo, pequenas indústrias, comércio e serviços, onde a pluriatividade do pequeno agricultor é manifestada pela participação dos membros de sua família em atividades não agrícolas sem prejuízo das atividades agrícolas.

A atividade turística é uma das mais importantes no setor econômico e da geração de emprego e renda, assim como na criação de novos negócios e no aumento da produção de bens e serviços, uma vez que traz com ela desenvolvimento às localidades e possíveis melhorias na infraestrutura, com benefícios aos turistas e à comunidade local.

Em uma primeira concepção, o agroturismo é entendido como uma atividade turística onde o agricultor recebe os visitantes e lhes mostra o seu jeito de viver, uma troca entre pessoas do meio rural e urbano.

Venda de produtos

Também envolve, frequentemente, a venda de produtos, em geral, orgânicos e produzidos em pequenas indústrias nas próprias propriedades agrícolas. Deve-se ressaltar que o principal produto desta atividade é o agricultor, seu modo de vida, cultura e tradições.

Preservação do meio ambiente

Ainda é preciso destacar que o agroturismo favorece a preservação ambiental, onde suas atividades excitam o manejo adequado dos recursos naturais, a recuperação e conservação do ambiente, a promoção da educação ambiental, o resgate de tradições e culturas regionais, a revitalização das propriedades rurais e o resgate da autoestima do homem do campo.

Geração de renda

No que tange à geração de renda, a atividade turística em um ambiente rural tem o intuito de desenvolver outras formas rentáveis para complementar a atividade agrícola, conservando seus patrimônios naturais e culturais.

De acordo com Versiani (1999), cada vez mais tem-se evidenciado que a agricultura não pode ser a única base econômica para o desenvolvimento do meio rural a longo prazo. O turismo realizado em áreas rurais tende a ser uma nova opção a ser explorada, pois mantém agricultores em seu ambiente de forma rentável e saudável, possibilita uma preservação em ambientes naturais e culturais, gera novos empregos e desenvolve uma localidade, é uma opção que deve ser explorada.