Doença parasitária transmitida por carrapatos, a babesiose bovina é considerada uma das mais impactantes em todo o mundo, sobretudo economicamente, constituindo um dos principais fatores limitantes para o melhoramento da produtividade da bovinocultura, principalmente em áreas tropicais e subtropicais. O dano mais significativo é atribuído ao protozoário Babesia bovis, devido à sua maior patogenicidade. 

Diante desse cenário e relevância para o segmento da pecuária, o Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu uma nova metodologia para a determinação da prevalência da babesiose bovina nos rebanhos.  

O estudo teve como objetivo  desenvolver um método de PCR (PCR, reação em cadeia da polimerase, do inglês polymerase chain reaction), em tempo real, seguido de análise HRM (High Resolution Melting) para a detecção simultânea de B. bovis e B. bigemina, permitindo uma análise semi-quantitativa dos níveis de Babesia spp. por meio de uma reação em único tubo.  

“A análise de HRM permitiu diferenciar B. bovis e B. bigemina e detectar diferenças percentuais classificadas de acordo com o número de cópias DNA de cada Babesia spp”, explica o geneticista do IZ, Rodrigo Giglioti, acrescentando que a semi-quantificação mostrou sensibilidade para detectar e diferenciar 10% para cada espécie de Babesia. 

Os resultados sugerem o uso desse método para estimar a prevalência de infecções por B. bovis ou B. bigemina. “É uma alternativa aos métodos de quantificação absoluta por PCR, em tempo real, uma vez que não requer estimativas precisas do número de cópias de DNA (nível de infecção) baseados na construção de curvas de calibração”, afirma Giglioti  

Conforme explica o especialista, a detecção simultânea das duas espécies de Babesia pode ser utilizada para caracterizar os níveis de infecção em populações de bovinos de diferentes regiões geográficas, permitindo um melhor controle dessas doenças. “É possível saber qual é a espécie de Babesia prevalente do rebanho a ser analisado, pois uma espécie é mais patogênica que outra”, acrescenta.

Este trabalho foi publicado na revista Ticks and Tick-borne Diseases, com a supervisão principal do geneticista Giglioti. O estudo está vinculado ao auxílio regular Fapesp. 

Análise laboratorial

De acordo com o geneticista, o produtor que tiver interesse pode fazer a análise no Laboratório de Referência em Biotecnologia da Produção Animal, que presta esse tipo de serviço. 

“Para isso, ele deverá enviar amostras de sangue de alguns animais de seu rebanho, em temperatura de geladeira, contudo, o sangue deve ser colhido em tubo, contendo anticoagulante”, informa. 

Fonte: Com informações do IZ