Ana Eliza de Carvalho Ártico Melon

Graduada em medicina veterinária pelo Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) em 2016, Ana Ártico trabalhou durante dois anos como técnica de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial Mais Leite no SENAR (MS) em propriedades leiteiras.

Dando sequência à sua atuação em ações em prol da pecuária de leite, em 2018, a jovem pecuarista participou do comitê diretivo da ABCZ MULHER e, atualmente, preside o comitê da ABCZ JOVEM, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, além de atuar com diretora técnica da Associação de Mulheres do Agro de Cristalina (GO).

Como é sua rotina de trabalho?

Bem, trabalho como veterinária da Fazenda Terras da Ártico, propriedade que pertence à minha família, localizada no município de Aparecida do Taboado (MS), onde realizo um trabalho de sucessão familiar com meus pais, atuando nas seguintes frentes do negócio: serviços de gestão e planejamento, melhoramento genético dos animais da raça tabapuã e acasalamentos dirigidos.

Além disso também presto serviços, de forma autônoma, na área de reprodução animal: andrologia, IATF, diagnóstico de gestação por ultrassonografia, acasalamentos dirigidos e melhoramento genético do zebu.

Qual o seu trabalho à frente da ABCZ Jovem e quais as ações desenvolvidas pela entidade em prol da raça zebuína?

Nosso foco dentro da ABCZ Jovem é a continuidade da gestão familiar no agronegócio brasileiro, principalmente para pecuaristas de zebu. Trabalhamos com o desenvolvimento de conhecimento, levando informações de conteúdo para público jovem, ressaltando a importância do zebu no processo sucessório.

Temos como objetivo mobilizar as novas gerações para atuarem na constante atualização do setor, para que nossa pecuária seja cada vez mais sustentável, competitiva e inclusiva.

Também temos como missão, divulgar para os jovens as principais ferramentas tecnológicas da ABCZ: PMGZ (Programa de Melhoramento de Genética Zebuína), PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens), Produz, que é um software de gestão pecuária, além do Pro-genética, feiras de touros melhoradores, que promovem a melhoria do rebanho bovino e renda aos pequenos produtores

Como você avalia o momento atual da pecuária nacional?  Como, em sua visão, a pandemia impactou nesse setor? E o que você acha que pode ser feito para que a atividade continue a crescer de forma sustentável e produtiva?

A pecuária está aquecida e com um marco histórico nos preços de mercado. A pecuária e o agronegócio não param e não foi diferente durante a pandemia.

Continuamos a trabalhar para garantir a segurança alimentar da população e seguramos as pontas da balança comercial. O abate de fêmeas esteve muito alto nos últimos dois anos, o que nos leva a ter uma menor oferta de bovinos no mercado, deixando a reposição bem aquecida.

O futuro da nossa pecuária está aliado à tecnologia, melhoramento genético, nutrição, sanidade e bem estar animal. Precisamos produzir com eficiência e entender das estratégias de mercado.

A cada dia, podemos perceber que a participação das mulheres no campo está mais ativa, presente e promovendo muitas melhorias no segmento. A que você credita esse novo momento?

As mulheres sempre estiveram presentes no meio rural, participando quase sempre com o trabalho braçal. Nas últimas décadas, o trabalho feminino avançou para as atividades técnica e gerencial dentro do agronegócio e das propriedades rurais.

As redes sociais deram voz a essas mulheres, dando a oportunidade de começarem a compor os grupos de direção das associações, sindicatos, sociedades rurais e, até mesmo, no Ministério da Agricultura.

Mensagem final

Sucessão familiar é entender os processos. Trabalhar com coragem, fazer com paixão e trabalhar com as pessoas que a gente ama, não tem preço.