Há quase meio século focada em resultados sustentáveis, empresa goiana de nutrição tem contribuído para a evolução do agronegócio nacional

Com a missão de fazer parte do dia a dia do pecuarista brasileiro, trazendo soluções que agregam produtividade e sustentabilidade às atividades dentro da porteira, a Agrocria, empresa especializada em nutrição para bovinocultura de corte, de leite, equinos e ovinos, tem contribuído para a evolução dos criatórios brasileiros há quase meio século

Criada em 1980 pelos médicos-veterinários Gilson Lemos e Ricardo Scartezini, a Agrocria Nutrição Animal e Semente, possui plantas nas cidades de Anápolis (GO) e Cuiabá (MT) e, em 2020, produziu 60 mil toneladas de suplementos minerais, proteicos e energéticos, além de sementes para pastagem. “Esse resultado coloca a Agrocria entre as 12 maiores empresas de nutrição de ruminantes do Brasil”, aponta o diretor de Operações da empresa e conselheiro na Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), Flávio Castro.

Em quatro décadas, a empresa passou por intensa transformação. Iniciou como varejista, em 1980, sendo, por muito tempo, a título de curiosidade, a maior vendedora de Cydectin, arames trefilados Belgo, Plenum e Padron do País. Depois, passou a trabalhar apenas com produtos de marca própria para a nutrição de ruminantes – lançados em 1985 – e sementes de pastagens, a partir de 2000.

“Encerrar a revenda foi uma decisão difícil na época, porque ela representava 50% do nosso faturamento, mas estávamos decididos em agregar valor aos nossos próprios produtos e também levar orientação técnica qualificada aos pecuaristas”, justifica o sócio-fundador da Agrocria, Gilson Lemos.

Evolução

O sócio da empresa conta que, com o passar dos anos, algumas mudanças precisaram ser pensadas e colocadas em prática, visando a evolução do negócio e, ao mesmo tempo, promover uma forma mais sustentável de crescimento. Começou a transformação em 2010, com a troca do sistema de gestão apoiado pela Sankya (software de gestão).

A empresa conta com renomadas consultorias/assessorias, as quais, desde 2010, têm dado um aporte significativo para o constante crescimento e desenvolvimento da Agrocria, segundo Lemos. “Essas empresas nos auxiliam na construção de um futuro que garanta a perenidade do negócio, bem como a preservação do patrimônio e a harmonia das relações”, destaca o executivo.

O fundador da Agrocria lembra ainda que, talvez, a mudança mais impactante tenha acontecido em 2017, quando juntamente com seu sócio, Ricardo Scartezini, decidiram reformular os processos na empresa. “Recorremos ao apoio da Fundação Dom Cabral, que imprimiu novo ritmo de gestão e traçou metas sólidas de crescimento sustentável para as duas fábricas”, destaca.

 

Mercado

De acordo com o sócio fundador da empresa, em quase meio século de existência, a empresa cresceu cerca de 10% ao ano nos últimos 5 anos, e, acima de 20%, em 2020. A estimativa é produzir 90 mil toneladas de suplementos e sementes forrageiras nos próximos dois anos. “O constante investimento em pesquisas para o desenvolvimento de novas tecnologias, tem nos colocado com uma das referências no mercado quando o assunto é nutrição animal e sementes para pastagens”, comemora, acrescentando que os investimentos foram responsáveis por um faturamento de R$ 130 milhões, aumento de 20% em comparação a 2019. Nos cinco anos anteriores, a empresa vinha registrando saltos consecutivos de 10% na receita, em média.

“Nosso portfólio é composto por 65 produtos na área de nutrição, alguns deles referência no mercado onde atuam, e devemos contar com mais lançamentos em breve. A meta é trabalhar com nossa capacidade máxima até 2023”, prevê o diretor de Operações, Flavio Geraldo de Castro. A planta localizada em Anápolis (GO), onde também são processadas as sementes de pastagem, tem capacidade produtiva de 60 mil toneladas por ano e a unidade baseada na capital mato-grossense, Cuiabá, chega a 30 mil toneladas/ano.

Outro ponto destacado é o pioneirismo no desenvolvimento de técnicas que agregam produtividade e sustentabilidade para auxiliar na lida do campo. “A Agrocria foi pioneira no confinamento de bovinos com dieta à base de milho grão inteiro (Engordin Grão Inteiro – EGI)”, informa Castro. “Também fomos precursores no uso de aditivos melhoradores na nutrição de ruminantes (Fator Máxima Conversão).”

Outra tecnologia desenvolvida de forma pioneira pela empresa foi o Fator NExT, um estimulante do desempenho animal. Com o objetivo de orientar os clientes, a empresa também lançou os Protocolos de Engorda e de Reprodução. “Essas duas ferramentas de gestão são utilizadas para definir o programa nutricional a ser seguido, da desmama até o abate dos animais, visando obter o melhor retorno financeiro”, acrescenta o profissional.

Ainda na questão do pioneirismo, Lemos se diz orgulhoso pelo fato de a empresa ter lançado as sementes para pastagens “polimerizadas”, tratadas e diluídas, ou não, com cristais de cálcio, com atestado de garantia e boletim de análise, o que permite o plantio de um produto de qualidade comprovada. “O sucesso desses quase 50 anos de mercado nos credencia a falar com confiança nos resultados dos quase 100 produtos de nutrição e de sementes forrageiras tropicais que fazem parte de nosso portfólio atual”, destaca o especialista, acrescentado que a empresa trabalha com uma completa linha de suplementos minerais, núcleos, proteinados e rações, que atendem às necessidades do rebanho na época da seca das águas.

Pesquisa

Durante seu processo de evolução, a empresa sempre esteve atenta às novas tendências e necessidade de mercado. As pesquisas realizadas pelo corpo técnico da Agrocria são feitas em parceria com cinco Universidades Federais (TO, MT, MS, GO, Jataí). Esta iniciativa possibilitou à empresa, desenvolver produtos com eficiência comprovada a campo para o confinamento de bovinos.

“Lançamos uma linha de produtos na qual se destaca a dieta do grão inteiro EGI, tecnologia da qual somos precursores. Após 4 anos de parceria de releitura dessa dieta juntamente com a UFGO, promovemos a tropicalização da mesma, e a adaptamos à nossa realidade, e, hoje, é líder no mercado nacional e responsável pela terminação de cerca de 2 milhões de cabeças”, detalha o outro sócio e fundador da empresa, Ricardo Scartezini.

A empresa tem investido em pesquisas para inovar e aprimorar os seus produtos voltados para a nutrição animal e sementes para pastagem. “Para isso, conta com uma equipe técnica própria, composta por profissionais de elevado nível científico, incluindo vários doutores e mestres em Nutrição de Ruminantes. “As pesquisas são desenvolvidas em parceria com renomados Institutos Educacionais, com o intuito de gerar segurança nos resultados obtidos com os produtos da empresa”, informa.

O executivo acrescenta que, para serem lançados no mercado, todos produtos da são rigorosamente testados em centros de pesquisas avançados. “O nosso controle de qualidade atende ao cumprimento da Instrução Normativa Nº 4, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que regulamenta as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal”.

Outro fator destacado pelo fundador da empresa e que, segundo ele, garante qualidade aos produtos da empresa, é a atenção na escolha da matéria-prima. “Nossos fornecedores passam por um rigoroso processo de seleção e todos os materiais utilizados durante a produção são de origem controlada e certificada. Nossa meta é ser referência em qualidade de produtos e boas práticas de fabricação no Centro-Oeste brasileiro”, informa.

Sustentabilidade

Uma das principais características da empresa, segundo Scartezini, é a preocupação com a sustentabilidade e a mitigação de danos causados ao meio ambiente. “Trabalhamos na otimização da redução do gás metano, uma vez que o uso de aditivos reduz a produção dos mesmos, e também contribuímos para a melhoria da eficiência produtiva das fazendas, colaborando para que o gado seja abatido mais cedo e aumente a sua produtividade”, diz ele. “Também estamos inseridos em sistemas produtivos mais sustentáveis e que otimizam a produção, a exemplo da integração lavoura pecuária (ILP).”