Atenção ao manejo das forrageiras também influencia na produtividade do rebanho.

O sistema produtivo da carne bovina brasileira é feito predominantemente a pasto. Este fator faz com que a produção nacional apresente algumas vantagens, como o menor custo de produção, maior flexibilidade nos protocolos nutricionais, o que torna o Brasil mais competitivo em relação a outros países.

Porém, esse sistema também apresenta alguns desafios para o produtor, como, por exemplo, a dependência da sazonalidade na produção de forragem e o correto manuseio da forrageira, respeitando a altura de pastejo para evitar o subconsumo ou superconsumo, que pode resultar em perda ou degradação da pastagem.

Conforme explica a zootecnista, doutora em Ciência Animal e consultora técnica da Premix, Josilaine Lima, de modo geral, as forrageiras necessitam de três fatores para o seu ótimo crescimento: luz, temperatura e umidade. “De acordo com as diferentes estações do ano, verificamos maior ou menor produção de forragem”, observa.

Ela acrescenta que, durante o período de águas, há menor crescimento forrageiro e maior valor nutricional da planta. Já com a mudança das estações de águas para a seca, os pastos apresentam crescimento mais lento, baixo teor proteico, aumento da fração dos carboidratos estruturais (fibra) e redução na digestibilidade, fatores que limitam o crescimento animal durante o período.

“Os carboidratos estruturais das forrageiras atuam como uma energia potencialmente digestível para o animal. Porém, para que essa energia seja disponibilizada e aproveitada, é necessário que as condições ruminais estejam otimizadas, sendo importante então corrigir a deficiência proteica dos pastos e garantir o seu maior aproveitamento”, esclarece.

Estratégias

Ela menciona algumas estratégias nutricionais disponíveis para serem exploradas durante a seca, como a linha de ureados e proteinados, com consumo mais baixo, até 1 g/kg de peso corporal do animal, ou a utilização de suplementos com consumos maiores, como um proteico energético, em torno de 3-5 g/kg de peso corporal.

Segundo a zootecnista, em fazendas de cria, as vacas já maduras podem ser suplementadas com a linha de ureados, que tem por objetivo promover a manutenção do animal e o crescimento fetal por meio do maior aproveitamento da forragem seca.

“Já os animais jovens e em crescimento, podem ser recriados utilizando a linha de proteinados, com fornecimento de proteína verdadeira associada aos compostos nitrogenados não proteicos (ureia)”, orienta. “Essa suplementação tem por objetivo fornecer aminoácidos para os microrganismos ruminais e promover um ganho mais eficiente do animal”, completa..

Para os produtores que almejam ganhos ainda maiores com uma produção mais intensiva, ela indica que pode ser utilizada a linha de proteico energético, suplementos que, além de suprirem a deficiência proteica dos pastos, também fornecem energia para o animal.

Opções

Além dos diferentes tipos de suplementos disponíveis para o produtor, a especialista afirma que também é possível incrementar o desempenho do animal com a utilização de aditivos com função de modulação ruminal. “Esses aditivos modulma a microbiota ruminal e intestinal e podem ser indicados como substituto de antibióticos e ionóforos, promotores de crescimento e melhoradores de desempenho.”

Para ela, na suplementação de bovinos a pasto, é importante lembrar ao produtor que, de modo geral, os suplementos com consumos de até 5-6 g/kg de peso corporal têm com objetivo estimular o crescimento microbiano dentro do rúmen e aumentar a digestibilidade e o consumo de pasto pelo animal.

“Para o produtor obter bons resultados, é importante realizar um planejamento forrageiro e corrigir a taxa de lotação da fazenda no fim do período de águas, para que tenha pastagem remanescente para ser utilizada na estiagem ou produzido um volumoso de qualidade”, arremata a zootecnista.

Com informações da assessoria de comunicação Premix