Instituto paulista realiza estudos com terapia de células-tronco em búfalas

Aumentar a qualidade e a quantidade de embriões de búfalas produzidas in vitro é o objetivo de estudo desenvolvido pelo Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Os resultados gerados por esse estudo, que desenvolve pesquisas com terapia com células-tronco em búfalas, poderão contribuir para a multiplicação de indivíduos com mérito genético e produtivo, com impacto na eficiência da indústria láctea e cárnea de bubalinos. Segundo o pesquisador do IZ, Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho, a produção in vitro de embriões (PIVE) é um método promissor para o melhoramento genético de rebanhos bubalinos.

Carvalho destaca que a terapia com Células-Tronco Mesenquimais (MSC) em ovários de búfalas pode proporcionar aumento na quantidade de folículos e melhora na qualidade dos oócitos, com impacto positivo na produção in vitro. “Porém, alguns entraves ainda impedem o desenvolvimento sustentável dessa tecnologia, dentre eles a existência de animais que apresentam reduzida população folicular, recuperação oocitária e produção embrionária”, alerta.

Ele acrescenta ainda que, a utilização de MSC alogênicas provenientes de outro indivíduo da mesma espécie na terapia celular tem aumentado consideravelmente, devido aos resultados promissores na recuperação da funcionalidade de diversos órgãos. “Assim, o projeto vem investigar a produção de óvulos e embriões de bubalinas submetidas ao transplante de MSC alogênicas nos ovários”, ressalta.

Evolução

Para o pesquisador, o crescimento do rebanho bubalino deve estar associado ao controle da produtividade. “Com o auxílio de biotecnologias da reprodução é possível multiplicar e distribuir animais que possuem elevado mérito genético, colaborando para que a atividade se torne atraente econômica e socialmente”, observa e destaca que, dentre as biotecnologias disponíveis, o Brasil é líder no mercado mundial da produção in vitro de embriões.

Segundo informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos dez anos, a taxa de crescimento do rebanho bubalino mundial foi de 5,3%, e a produção de leite aumentou 50,1%. Em 2019, foram registrados mais de 204 milhões de cabeças de búfalos no mundo e produção anual de aproximadamente 134 milhões de toneladas de leite.

 No Brasil, o crescimento do rebanho bubalino na última década foi de 27,0%, na última década, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021. Estima-se que o rebanho nacional atual é de 1.502.482 búfalos, distribuídos por todos os Estados do Brasil.

Fonte: Instituto de Zootecnia