Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) no bioma Pantanal, MS. Foto: Sávio Freire Bruno, 2019.

Pelas árvores ou no solo, não é raro de se ver o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) se deslocando na natureza. Também conhecido como tamanduá-de-colete, em referência ao desenho escuro no seu pelo semelhante a um colete, o mamífero se espalha por todas as regiões e biomas do país, sendo um integrante característico da fauna brasileira. De forma fundamental, este animal possui grande importância no controle de populações de formigas e cupins, contribuindo para o equilíbrio ecossistêmico.

Considerado um mamífero de porte médio, seu corpo varia entre 47 e 77 cm, com uma cauda de 40 a 68 cm e o peso em torno de 7 kg. Possuem focinho alongado e tubular e são desprovidos de dentes. Sua língua longa e extensível é adaptada para alimentação, onde capturam formigas e cupins com auxílio de sua saliva pegajosa. Portam garras dianteiras grandes, que utilizam para abrir os cupinzeiros e formigueiros, podendo também usá-las para se defender. Seus membros anteriores são robustos e cada um apresenta quatro dedos com garras recurvadas, referenciadas em seu nome científico: Tamandua tetradactyla, ou seja, um tamanduá de quatro dedos. Já os membros posteriores possuem cinco dedos com garras menores. Sua cauda é preênsil (com capacidade de se agarrar a estruturas), onde a porção ventral e a extremidade são desprovidas de pelo e pigmentadas por manchas mais escuras. O tamanduá-mirim possui visão e audição pouco desenvolvidas, o que é compensado pelo seu olfato bem apurado.

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla: seu olfato bem apurado é imprescindível em suas atividades, tanto de dia quanto à noite. Exemplar do bioma Pantanal, MS. Foto: Sávio Freire Bruno, 2019.

Habitat

Estes animais podem habitar ambientes savânicos ou florestais, incluindo matas de galeria adjacentes a savanas e floresta tropical. Sua boa adaptação nestes diversos habitats faz com que a espécie seja encontrada em todos os biomas do país. Quando não estão ativos, descansam em ocos de árvores, tocas de tatus ou em outras cavidades naturais.

Distribuição Geográfica

O tamanduá-mirim ocorre apenas na América do Sul; a leste dos Andes, da Venezuela até o norte da Argentina e Uruguai. No Brasil, como apontado anteriormente, o tamanduá-mirim ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Campos Sulinos.

Hábitos

São animais solitários, mas podem ser vistos em casais por breves períodos durante a época de reprodução. Ocasionalmente, pode haver encontros agonísticos, tais como disputas territoriais ou relacionadas ao comportamento reprodutivo, embora careça de estudos para com a espécie. Quando ameaçados podem assumir a postura ereta, apoiando-se não só pelos membros posteriores, mas também pela cauda, enquanto mantém abertos os membros anteriores e expondo suas garras.

Topos de árvores e buracos são locais preferíveis para esta espécie descansar, e seu hábito predominantemente arborícola também confere proteção contra a predação por animais terrícolas. Apesar disso, podem deslocar-se, alimentar-se e descansar no solo, encontrando em áreas de vegetação mais densa um refúgio para se abrigar de potenciais ameaças. Estes animais possuem hábito predominantemente noturno, ocasionalmente, podem ser vistos ativos durante o dia.

Tamanduá-mirim em atividade no solo durante o dia. Exemplar do bioma Pantanal, MS. Foto: Sávio Freire Bruno, 2019.

Sua reprodução geralmente ocorre no outono, onde as fêmeas emitem uma vocalização característica ao crepúsculo, quando estão no cio. A gestação varia entre 130 e 190 dias e dá origem a apenas um filhote por vez, o qual detém grande cuidado parental, sendo carregado no dorso da mãe ou deixado em alguma toca quando ela vai se alimentar. A separação entre mãe e filhote ocorre, geralmente, após 1 ano de cuidados parentais, embora o filhote possa ser visto acompanhando a mãe por tempo superior.

Dieta

Sua dieta é composta principalmente por insetos sociais. Para obter seu alimento, faz buracos nos formigueiros e cupinzeiros utilizando suas garras, onde introduz sua língua, que além da saliva aderente também possui espículas voltadas para trás, nas quais os insetos se grudam. Pode visitar mais de 50 ninhos e ingerir milhares de insetos diariamente, tendo grande contribuição no controle populacional destes insetos. Há registros de consumo diário de cerca de 9000 formigas por Tamandua mexicana, espécie similar que não ocorre no Brasil. Ocasionalmente, o tamanduá-mirim pode atacar colméias para se alimentar do mel das abelhas.

Seus fortes membros, com poderosas garras, também são úteis para manter o corpo o mais afastado possível das ações de defesa dos insetos.

Tamanduá-mirim: sua garra proeminente e o focinho alongado facilitam a busca e exploração do ambiente em busca de insetos, principalmente. Exemplar da Floresta Atlântica, proveniente do entorno do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Maricá, RJ. Foto: Sávio Freire Bruno, 2014.

Os tamanduás-mirins podem ser vistos alimentando-se no chão ou nas árvores, acessando cupinzeiros arbóreos não disponíveis ao tamanduá-bandeira. Ao contrário do tamanduá-bandeira, que apresenta cauda com pelagem densa, sua cauda livre de pêlos e preênsil o auxilia na alimentação, defesa e locomoção quando está nas árvores.

Saúde

Como um mamífero vertebrado e como boa parte dos seres vivos, os tamanduás-mirins são susceptíveis a microrganismos patogênicos, como Leptospira e Brucella, condição potencializada pelo cativeiro e que podem ser zoonóticos. De forma geral o contato com agentes patogênicos se dá através de animais domésticos, sinantrópicos ou os próprios humanos, devido principalmente à proximidade com áreas urbanas.

Nos centros de conservação e zoológicos, estes animais chegam de diferentes localidades e biomas, nos mais diversos habitats, o que pode contribuir para a coexistência de diferentes patógenos no mesmo ambiente. Em vida livre, estudos de monitoramento da saúde dessas populações são imprescindíveis para garantir a sobrevivência e bem estar da espécie.

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) no bioma Pantanal, MS. Foto: Sávio Freire Bruno, 2019.

Ameaças

Embora não conste na lista oficial de animais ameaçados de extinção no Brasil, o tamanduá-mirim já desapareceu em diversas regiões. Além de ser vitimada nas rodovias, a caça, o ataque de cães domésticos e, principalmente a destruição de habitats, assim como os incêndios florestais estão entre as principais ameaças à espécie.

Um estudo realizado no Rio Grande do Sul demonstrou que, de um total de 59 tamanduás-mirins encontrados sem vida, 49% dos óbitos estavam relacionados ao atropelamento em rodovias e 24% à caça ilegal, o restante, a causas diversas, ou seja, no estudo, cerca da metade da população de tamanduás-mirins veio a óbito por atropelamento de fauna e quase ¼ da população, por crime relacionado à fauna.

Conservação

A espécie possui ampla distribuição e é bem representada em áreas naturais protegidas. Tanto a IUCN quanto o ICMBio classificaram o tamanduá-mirim na categoria Menos Preocupante (LC). Entretanto, existem evidências nos níveis de ameaça fora do Brasil. Foi relatada extinção local no Chaco e leste paraguaio, causada por pressão de caça e outras atividades humanas. No Uruguai, a espécie é afetada por perda de habitat devido ao aumento nas plantações de eucalipto.

No Brasil, a espécie habita diversos parques nacionais e áreas de conservação espalhados por todas as regiões e não consta na lista oficial de animais ameaçados de extinção. Porém, segundo estudos, a caça, atropelamentos, ataques de cães domésticos, e principalmente a destruição de habitats naturais são fatores que podem contribuir para o declínio de suas populações. No estado do Rio Grande do Sul a espécie já é classificada como Vulnerável (VU). Entretanto, a literatura disponível não faz menção, com a necessária ênfase, ao preocupante e acelerado impacto negativo sobre a espécie e as listas de espécies ameaçadas ainda não contemplam o tamanduá-mirim, embora que, as principais ameaças abordadas anteriormente, incitem uma real preocupação com relação às suas populações e respectivos habitats.

No Brasil, especialmente, a conservação do tamanduá-mirim depende de ações mitigatórias das principais ameaças à espécie, como a perda e fragmentação de habitat, a ausente ou precária estratégia de prevenção de acidentes em rodovias nacionais, os incêndios florestais, a pouca e tão ameaçada estrutura de gestão das unidades de conservação, assim como a necessidade de estabelecer novas áreas protegidas. Para tanto, se faz necessária uma verdadeira estratégia de conservação da biodiversidade brasileira, incluindo ações em conjunto que incluem a sensibilização e conscientização ambiental em programas de educação ambiental transdisciplinares, conservação e recuperação de habitats naturais dos biomas nacionais, incluindo novas unidades de conservação e melhorias na estrutura e no quantitativo das equipes das unidades existentes com pessoal especializado e concursado, assim como, investimentos na capacitação de equipes de gestão e fiscalização ambiental de forma geral. Essas estratégias também incluem políticas de combate a incêndios florestais efetivas, de cuidados com a fauna, como centros de triagem e reabilitação de animais silvestres, assim como, eficientes estratégias de reintrodução. A conservação de habitats naturais e a diversidade biológica como um todo é imprescindível para a saúde ecossistêmica, para a saúde planetária e, portanto, relacionada à conservação da biodiversidade como um todo, incluindo este importante representante da fauna neotropical, o tamanduá-mirim.

 

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Summary: Wild Animals – Southern Tamandua.