Produtores precisam estar atentos aos prazos do calendário sanitário

Líder mundial na produção de proteína animal, resultado de décadas de investimento em tecnologias que proporcionaram o aumento da quantidade e a qualidade da produção nacional, o Brasil tem, na sanidade do rebanho, um dos pilares essenciais da pecuária.

Porém, importantes mudanças no calendário sanitário das doenças de vacinação obrigatória, como febre aftosa, raiva e brucelose demandam mais atenção por parte dos pecuaristas.

“Neste ano, a etapa de vacinação de maio foi destinada aos animais de até 24 meses, e a etapa atual, que vai de 1º a 30 de novembro, abrange bovinos e bubalinos de todas as idades”, informa o médico veterinário e gerente da Ceva Saúde Animal, Marcos Malacco.

Segundo ele, de maneira geral, o pecuarista brasileiro tem o hábito de realizar a revacinação do gado contra outras doenças, como a raiva e as clostridioses, nas mesmas épocas da vacinação contra a aftosa, quando ocorre a vacinação em todo o rebanho, de acordo com a normatização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Nas épocas das vacinações contra a febre aftosa, também é comum a realização do controle das principais verminoses que afetam os bovinos”, relata.

Diante desse cenário, ele alerta que, com a mudança estabelecida em 2022, as fazendas que se aproveitavam da vacinação global contra a febre aftosa em maio, para a realização dos demais reforços sanitários, podem não ter realizado este manejo, deixando os animais vulneráveis a essas doenças.

Saúde Animal

O especialista destaca que os cuidados com a sanidade do rebanho ajudam a promover mais saúde e bem-estar aos animais, o que favorece o gado a expressar todo o seu potencial produtivo e traz impactos positivos para o produtor rural e para a sociedade como um todo, por conta da segurança alimentar com maior garantia de disponibilidade e distribuição de alimentos de origem animal.

De acordo com Malacco, quase sempre as infestações parasitárias, principalmente as verminoses, não apresentam sinais evidentes ou claros de sua ocorrência, sendo denominada manifestação subclínica.

“Este é um grande problema, especialmente nos animais em recria, uma vez que o principal impacto da verminose subclínica é a queda do apetite (anorexia) que passa despercebida e interfere negativamente na ingestão de alimentos e, por consequência, no ganho de peso vivo e desenvolvimento corporal”, explica.

Malacco observa ainda que a realização do controle estratégico com o uso de produtos efetivos é fundamental para proporcionar condições adequadas ao desenvolvimento e reduzir ao máximo o impacto negativo das parasitoses sobre a produtividade.

Outros cuidados

O médico veterinário lembra também que a raiva e as clostridioses são potencialmente fatais para o gado e, por isso, a revacinação contra ambas deve estar sempre no radar do pecuarista:

“São doenças de progressão muito rápida e podem acometer todo o rebanho. A raiva é de origem viral, com os morcegos hematófagos (“vampiros”) sendo os principais transmissores para os bovinos, enquanto as clostridioses geralmente ocorrem por falhas no manejo e alterações na dieta dos animais, como a brotação das pastagens”, alerta.

De acordo com o especialista, em ambos os casos, a vacinação é a forma mais simples e eficiente de prevenir os prejuízos que essas doenças podem desencadear ao produtor. “A busca pela pecuária mais competitiva e lucrativa engloba a excelência na sanidade animal, necessária para o melhor desempenho do rebanho”, arremata.

Com informações da assessoria de imprensa da Ceva Saúde Animal
Foto de capa: Leonidas Santana/Freepik