“Deus acertou em cheio quando limitou nossa inteligência, mas cochilou feio quando não limitou nossa ignorância.” (Nietzsche – 1844/1900)
É próprio da natureza humana desconfiar e repelir idéias e conceitos revolucionários ou simplesmente novos que não consegue compreender. E temer ou adorar, como faziam os povos primitivos e ainda fazem certas tribos indígenas.
Da bioengenharia, ciência recente, nasceu a biogenética e dela os organismos (animais e vegetais) geneticamente modificados, ou, simplesmente OGM, com diversos objetivos, como: melhorar a produtividade, a resistência às agressões do meio, prazo maior de validade,entre outros.
Mas, interferir tão profundamente, na natureza, gerou e ainda gera medo, desconfiança, insegurança. Que consequências para a saúde humana, por exemplo, poderão advir da ingestão de leite produzido por uma vaca geneticamente modificada? E da carne? E dos ovos? E dos peixes? E dos animais, em geral, alimentados com produtos vegetais geneticamente modificados?
É emblemática a declaração de Patrick Moore (1947): – Os benefícios reais da modificação genética são extremamente maiores e mais significativos do que os riscos apenas hipotéticos levantados por aqueles que se opõem à biotecnologia.
Patrick Moore é um dos fundadores do Greenpeace, foi presidente do Greenpeace Canadá durante quase dez anos e diretor do Greenpeace Internacional durante sete anos. Para ele “A modificação genética reduz a liberação de químicos no meio ambiente, reduz o impacto dos produtos químicos sobre as espécies animais não-alvo e também diminui a quantidade de terra necessária para o cultivo de plantas que servirão como alimento”.
Segundo a FAO (Organização de Agricultura e Alimentos da ONU). “A biotecnologia oferece oportunidades para se aumentar a disponibilidade e variedade de alimentos, aumentando a produtividade e ao mesmo tempo reduzindo variações sazonais nos suprimentos de alimentos. Através da introdução de lavouras resistentes a insetos e tolerantes a estresses, a biotecnologia poderia reduzir o risco de perdas de safras sob condições biológicas e climáticas difíceis. Mais ainda: a biotecnologia poderia ajudar na redução dos danos ambientais causados por produtos químicos agrícolas tóxicos.” (Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO, 1004)
Sem risco
Há quem afirme – sem nenhuma base científica – que os produtos vegetais e animais resultantes de modificações genéticas promovidas pelos cientistas através das técnicas de bioengenharia, representam um risco tanto para os homens e animais, quanto para o meio ambiente.
Isso é uma falácia uma vez que todos os eventos oriundos da biotecnologia são rigorosamente estudados e analisados pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) composta por 38 membros representativos de todos os segmentos da sociedade.
Análises passionais
Análises passionais de dados mal interpretados podem causar problemas sérios de segurança alimentar.
No ano passado, no Pavilhão Humanidade 2012, no encontro Segurança Alimentar e Sustentabilidade no Agronegócio, o Dr. Fernando Sampaio, Diretor Executivo da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), fez uma colocação das mais inteligentes sobre as questões dos agrotóxicos, transgênicos, orgânicos e congêneres: – Nunca vi um pobre vegetariano. Pobre come comida, quem come conceito é rico.
Essa declaração do palestrante nos fez recordar o que afirmou a professora Jennifer Thomson, Diretora do Departamento de Microbiologia da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul) em evento sobre biotecnologia: – Pobre precisa de biotecnologia – o recente debate sobre alimentos biotecnológicos é um luxo que somente as pessoas muito bem alimentadas das nações industrializadas podem ter.
“A divulgação de supostos perigos que plantas e animais transgênicos causariam é extremamente prejudicial.”
Divulgação prejudicial
A divulgação de supostos perigos que plantas e animais transgênicos causariam é extremamente prejudicial ao progresso da agricultura e da pecuária e conseqüentemente, ao combate à fome nacional e mundial que já é grande e só tenderá a aumentar e constituir-se no grande flagelo do século XXI.
A visibilidade e a divulgação dadas a pessoas que não sabem a diferença entre ficção e ciência e se utilizam de informações falsas travestidas como verdades, podem causar malefícios de grande monta.
Vale repetir a frase do grande filósofo alemão do século XIX, Friederich Wilhelm Nietzsche para quem há homens que já nascem póstumos: – Deus acertou em cheio quando limitou nossa inteligência, mas cochilou feio quando não limitou nossa ignorância.