O agronegócio brasileiro é um dos maiores do mundo e o maior da América Latina, competindo com os Estados Unidos, a União Européia e a China na liderança global de produção de alimentos. Previsões otimistas de economistas e analistas mundiais apontam a possibilidade de o Brasil ocupar essa liderança nos próximos dez anos.

O país possui 22 % das terras agricultáveis do mundo, correspondendo a uma área de 851 milhões de km2 de terras úteis, sendo 381 de km2  de terras férteis, dos quais 101 milhões, ainda inexplorados, podem ser utilizados em cultivares  agrícolas e pastagens. Além disso, o Brasil conta com elevada plataforma tecnológica digital, recursos humanos e mecanização agrícola, o que faz do agronegócio brasileiro uma atividade moderna, eficiente e competitiva no mercado internacional.

Atualmente o Brasil utiliza em torno de 64 milhões de hectares de terra para a agricultura, com uma produção de grãos de 190 milhões de toneladas anuais. Com o aproveitamento das terras ociosas e desocupadas, em uma década, o país pode chegar a 300 milhões de toneladas de grãos, e em duas, atingir a faixa de um bilhão de toneladas.

O acréscimo de 15.5 milhões de hectares, de expansão da produção brasileira,  projetado pelo Ministério da Agricultura para 2018/2019, refere-se a 18 produtos: milho, soja, trigo, laranja, suco de laranja, carne de frango, carne bovina, carne suína, açúcar, etanol, algodão, farelo de soja, óleo de soja, leite in natura, feijão, arroz, batata inglesa e mandioca.

Mapa da Ocupação das terras no Brasil

Fonte: IBGE/CONAB, (2008)

O Brasil tem relações comerciais com mais de 200  países de todos os continentes, sendo mais expressivo o comércio internacional com a China, EEUU, Argentina, Holanda e Alemanha, seus principais parceiros.

A pauta de exportações compreende 198 produtos manufaturados, semimanufaturados e básicos, todos seguindo os padrões técnicos internacionais de qualidade, certificação e exportação.
Estatísticas do Ministério da Agricultura (Projeções do Agronegócio, Brasil, 2016 – 2026)   apontam para um cenário progressivo, em virtude de novos produtos a serem incluídos na pauta, e o aumento da demanda por alimentos, face ao crescimento da população mundial.

Em 2017, o agronegócio participou com 23.5% no PIB nacional de R$ 1.639 trilhão , o maior índice histórico já registrado no Brasil.

 Grade da Produção de Produtos de Origem Vegetal

Grade de Produção de Produtos de Origem Animal

Extrativismo

No Brasil, o extrativismo praticado pelos índios, até a descoberta do país, e depois pelos colonizadores e exploradores portugueses, atingiu fortemente os grandes biomas brasileiros (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga), solos e rios correspondentes, em virtude da exploração dos recursos naturais bióticos e abióticos renováveis, produzindo grandes impactos ambientais na exploração de metais e pedras preciosas, madeira, caça e pesca, retirando do meio ambiente riquezas minerais, vegetais e animais, e provocando desequilíbrio ambiental e prejuízos ecológicos danosos incalculáveis.

Muitos recursos naturais, explorados em todo o território nacional, são ainda comercializados sob a forma de matéria-prima, com pouco valor agregado.

Tendo em vista a exploração desenfreada da riqueza nacional dos biomas brasileiros e a falta de uma lei que pudesse organizar e fiscalizar o setor e coibir abusos , foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- IBAMA (Lei Federal de 1989) com a finalidade de “fiscalizar e promover o uso sustentável da biodiversidade”.

A criação da Revolução Verde,planejada por Willam Gown (EEUU, 1966), visava à produção de alimentos em grande escala, com inovações tecnológicas tais como agricultura mecanizada, modificações de sementes, fertilização do solo e utilização de agrotóxicos. No Brasil, essa transformação agrícola só foi implementada no período de 1960-1970, com a integração dos conhecimentos e tecnologias gerados nas universidades, centros de pesquisa, agências governamentais e grandes empresas rurais, modificando a agricultura tradicional e o agronegócio brasileiro, e aliviando e arrefecendo a pressão do extrativismo animal e vegetal.  Mesmo assim, o extrativismo brasileiro, apesar de mitigado economicamente na sua origem, ainda contribui expressivamente com a diversificação da balança comercial brasileira e com a comercialização interna e externa de seus produtos, tendo alcançado em 2016 o montante de R$ 4.4bilhões, entre madeiras, ceras, oleaginosas, fibras e outros produtos.

Principais produtos de origem vegetal obtidos do extrativismo

Extrativismo Animal

Não há dados estatísticos confiáveis sobre o extrativismo animal. Sabe-se, no entanto, que a fauna silvestre e a pesca passaram a ser protegidas da predação e do comércio clandestino dos animais vivos e seus produtos artesanais e beneficiados, por determinação legal.  Ressalte-se ainda que, com a criação da EMBRAPA, em 1973, para desenvolver a pesquisa agronômica e pecuária no país, muitos animais da fauna silvestre passaram a ser criados em cativeiro, diminuindo a caça.

Amazônia azul

O desenvolvimento da ciência e a evolução tecnológica vêm possibilitando desvendar os mistérios dos oceanos e descobrir a diversidade biológica, o potencial biotecnológico e energético e os recursos minerais no fundo dos mares. A inclusão da Amazônia Azul, correspondente ao Mar Territorial-MT (12 milhas), à Zona Exclusiva Econômica – ZEE (200 milhas), à Plataforma Continental (350 milhas), ao território nacional e às águas jurisdicionais brasileiras(Lei  8.617/93 CNUDM III),  equivale a uma área de 3.6 milhões de km² e pode ser ampliada para 4.4 milhões de km² (maior do que a Amazônia Verde). Ela abrirá uma nova fronteira oceânica e econômica para o Brasil e permitirá o desenvolvimento da ciência e tecnologia marítimas, o desenvolvimento da pesca em alto mar e a exploração das riquezas biológicas e minerais oceânicas, ainda não descobertas.

Mapa da Amazônia Azul e suas áreas correspondentes

Fonte: MD – Marinha do Brasil