O livro Pecuária Familiar no Rio Grande do Sul: história, diversidade social e dinâmicas de desenvolvimento, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, no início de novembro, traz a compilação de diversos materiais científicos gerados por diferentes instituições sobre o tema, desde o ano 2000 até os dias atuais.

A publicação contou com a colaboração de dois pesquisadores da Embrapa: Marcos Borba, da Embrapa Pecuária Sul, e Rafael Gastal Porto, da Embrapa Roraima. “A pecuária familiar sempre foi presente e tem motivado interesse mais recentemente. A experiência do Alto Camaquã está ali contemplada pela importância que acabou assumindo, devido aos muitos trabalhos que foram realizados, principalmente na dimensão social”, informa Borba.

De acordo com o coautor, a ideia de se fazer o livro surgiu há pouco mais de cinco anos, com o objetivo de traçar uma perspectiva histórica sobre a pecuária familiar no Estado gaúcho. “Desde o princípio, percebemos que existia pecuária familiar no Rio Grande do Sul. Então, aquela ideia de que o Estado foi povoado unicamente com base no latifúndio não se cunha como totalmente real”, explica.

“Ao mesmo tempo que produz, a pecuária familiar exerce um papel fundamental na conservação”, observa Borba e acrescenta que, atualmente, os maiores contingentes de campo que ainda sobrevivem estão sob uso e controle da pecuária familiar, que tem características distintas, seja do ponto de vista social, seja produtivo. “Destaco ainda o fato de ela possuir um vínculo muito mais forte da produção pecuária sobre campo nativo. Estas são características históricas, mas que hoje começam a as- sumir um papel de oportunidades num mundo contemporâneo.”