O urutau, também conhecido popularmente como mãe-da-lua, é uma ave de hábitos noturnos, famosa por sua vocalização melancólica. O nome urutau origina-se do tupi e significa “ave fantasma”. Por suas características peculiares, esta ave está relacionada a algumas lendas, dentre elas, associa-se seu canto à figura do Curupira.

Geograficamente, ocorre desde a Costa Rica, na América Central, e por quase toda a América do Sul, com exceção das zonas mais frias da região andino-patagônica.

No Brasil, existem cinco espécies, todas pertencentes à família Nyctibiidae e ao gênero Nyctibius, grupo que é restrito às regiões mais quentes do continente americano. São elas: Nyctibius griseus, Nyctibius grandis, Nyctibius aethereus, Nyctibius leucopterus e Nyctibius bracteatus. Todos os membros da família Nyctibiidae, possuem atividade noturna e camuflagem altamente especializada.

Nyctibius grandis, conhecido por urutau-grande ou Great Potoo, possui quase 50 cm de comprimento, sua envergadura pode atingir quase um metro, e seu peso pode passar de 500g. Ocorre desde a América do Norte, no México, até os limites subtropicais sul-americanos, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo comum na Amazônia e no Brasil Central.

Nyctibius aethereus, conhecido como urutau-pardo ou Long-tailled Potoo é quase do mesmo tamanho da espécie anterior, amplamente distribuída na América do Sul, é considerada rara por ter sido pouco avistada pelos estudiosos.

Nyctibius leucopterus, conhecido como urutau-de-asa-branca ou White-winged Potoo, apresenta uma mancha alva na base das asas, que pode ser vista quando a ave alça voo.  Ocorre nas florestas da Amazônia, sendo também encontrado na região nordeste do Brasil.

Nyctibius bracteatus, conhecido como urutau-ferrugem ou Rufous Potoo, como a espécie anterior, é pouco conhecido, distinguindo-se dele pelo menor tamanho com cerca de 25 cm e pela plumagem cor-de-ferrugem vistosa, pintalgada por máculas brancas.  Ocorre na região amazônica, Guiana, Colômbia, Equador e Peru.

Nyctibius griseus, conhecido como urutau-comum ou Common Potoo, é a espécie que possui a mais ampla distribuição. Possui tamanho variando de 33 a 40 cm, pesando aproximadamente de 145 a 202g e envergadura de 85 cm.

Quando o urutau se encontra pousado nas extremidades de um galho quebrado, temos a impressão que a ave é um prolongamento deste. São raras as pessoas que já viram uma dessas aves ou que escutaram a sua vocalização noturna. A ave apresenta ocorrência comum em bordas de florestas, campos com árvores e cerrados.

A cabeça é larga e achatada, seu bico e pernas curtos e olhos enormes. Uma característica morfológica notável nos urutaus é o chamado “olho mágico”, que consiste em duas fendas na pálpebra superior, permitindo que o animal observe suas imediações, mesmo estando de olho fechado.  As asas e a cauda são longas, e o corpo é robusto e musculoso. Sua coloração, especial para a camuflagem, apresenta-se acinzentada a marrom, com pintalgos e manchas pretas, cinzentas e marrom-claras de vários tons pelo corpo, que é sempre mais escuro na região dorsal.

Sua dieta inclui insetos como besouros, cigarras, gafanhotos, mariposas, cupins e formigas voadoras capturados em voo, a partir de um poleiro, voltando de onde saíram.

Ao contrário de muitas aves, o urutau não constrói ninho. Sua reprodução se dá numa cavidade natural na ponta de um tronco ou galho quebrado de uma árvore a poucos metros do solo.  Coloca um único ovo esbranquiçado com pequenas manchas cinzento-violáceas e pardacentas, que mede aproximadamente 40 x 25 mm, sendo incubado pelo macho por aproximadamente 33 dias.  O filhote nasce com penugem branca e permanece no ninho por cerca de 51 dias.

De acordo com a classificação da IUCN (International Union for Conservation of Nature), seu estado de conservação é considerado como pouco preocupante (LC).

Foto: José Felipe Monteiro Pereira.

Keywords: Wild Animals, Common Potoo.

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