Por Paulo Daniel Sant’Anna Leal, BMV, MSc.

A qualidade de vida e a oferta de saúde aos Pets movimenta milhões de dólares no mundo, no Brasil não é diferente. Ter um animal de estimação é maravilhoso, porém, inclui obrigações e deveres, logo devemos estar cientes que não é apenas as despesas com as profilaxias, vacinas, exames de rotina, alimentação adequada, mas, tão importante é a interação e a atenção que estes Pets devem receber dos seus tutores, carinho, atenção e lazer são fundamentais para sua qualidade de vida.

Seguem algumas dicas de como podemos oferecer qualidade de vida aos nossos animais de estimação sem exageros financeiros.

  1. Ao decidir adquirir um cão ou gato, busque assessoria profissional sobre qual o melhor animal de estimação para o seu estilo de vida, aquele que possa interagir e se adequar, lembrando que a média de idade hoje para a expectativa de vida é superior aos 15 anos para determinadas raças, porte e espécie. Cães, gatos ou qualquer animal de estimação tem que ter atenção, cuidados e oferta de saúde, o que se reflete na qualidade de vida e obviamente gera despesas.
  2. Ao adquirir seu Pet, busque uma avaliação imediata com o profissional de saúde Médico Veterinário, ele é o único habilitado para orientações e prescrições. As profilaxias e avaliações devem respeitar as características da espécie, é de exclusiva competência do Médico Veterinário.
  3. As prescrições de vermífugos devem obedecer a protocolos adequados com base em diagnóstico, conforme o resultado de exame de fezes. Nenhum medicamento deve ser administrado sem indicação. Exame de fezes é prático, confiável e barato, não expondo o animal a uma droga desnecessária e permitindo o tratamento adequado. Portanto a administração de vermífugos ou qualquer droga antiparasitária apenas quando necessário, permitindo assim uma economia na compra de medicamentos.
  4. Os protocolos de vacinas devem obedecer a critérios técnicos, tais como epidemiologia da região, eficiência da vacina, idade do Pet. Excessos de vacina também oferecem riscos, além de gastos desnecessários. A orientação profissional do Médico Veterinário é fundamental para a prescrição do protocolo vacinal.
  5. As profilaxias contra doenças transmitidas por vetores devem ser implantadas logo que possível. Parasitos como carrapatos, pulgas, mosquitos, moscas devem ser evitados, pela irritação direta que causam através da picada e pelos riscos de doenças que transmitem através destas picadas. Há no mercado vários produtos que oferecem excelentes níveis de proteção através da repelência. É possível hoje utilizar não mais do que dois produtos e oferecer uma máxima proteção com intervalos de troca (coleira) e aplicação injetável a cada de 8 e 12 meses, respectivamente, repercutindo em uma boa economia aliado a uma excelente segurança e praticidade.
  6. Um manejo adequado é fundamental, banhos podem ser substituídos por escovações, lenços umedecidos e higiene, promovendo uma boa economia. Excessos de banhos tem como consequência alterações em pele e pelos, portanto uma boa escovada, além de ser uma forma de carinho promove uma boa limpeza, com remoção dos pelos mortos, descamações, sujidades. É uma forma de economizar, principalmente nas épocas frias. Lembrando que a não utilização de perfumes e shampoos com “cheiros fortes” é uma economia além de evitar reações alérgicas.
  7. Profilaxia de doenças devem ser seguidas como forma de prevenção: escovações regulares dos dentes com produtos adequados são de extrema importância para a saúde oral e tem repercussões sistêmicas, devem ser implantadas logo que possível. A esterilização (castração) é uma indicação correta para se evitar doenças reprodutivas e degenerativas. Sua indicação deve ser discutida com o profissional de saúde sobre seus custos e benefícios.
  8. Alimentação é um dos itens que mais pesam no orçamento dos Pets, há diversas marcas de boas rações, são alimentos práticos e que atendem as necessidades e particularidades dos animais de estimação, portanto a escolha deve ser conforme a orientação do profissional Médico Veterinário, obedecendo sempre a quantidade adequada. A obesidade é também um problema na saúde dos Pets, então, a utilização de volumes adequados é uma forma de economia além de ter repercussão direta na saúde dos Pets. As alternativas de alimentos caseiros são passíveis de utilização, desde que prescritas por um nutricionista veterinário, para que não ocorra nenhuma carência ou deficiência de qualquer nutriente.
  9. Os custos de uma situação de emergência e urgência são sempre elevados, além do risco a vida do Pet, a maioria poderia ser evitado através de acompanhamentos de rotina, com check-up conforme a idade, raça e fatores de riscos. Exames de rotina são a melhor forma de preservar a saúde assim como promover diagnósticos prematuros de doenças degenerativas, crônicas e neoplásicas, gerando uma economia e propiciando qualidade de vida a médio e longo prazo.
*Paulo Daniel Sant’Anna Leal é Médico Veterinário, MSc, DScV, Pós-Doutorado, Membro da Academia de Medicina Veterinária no Estado do Rio de Janeiro/AMVERJ.
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