Fazendas certificadas adotam diretrizes de bem-estar animal que impulsionam e garantem excelência no manejo e na produção
O Brasil é o terceiro maior produtor de leite do mundo, com uma produção anual superior a 34 bilhões de litros. Esse setor, que abrange 98% dos municípios do país e gera empregos para aproximadamente 4 milhões de pessoas, enfrenta crescente demanda por inovação e sustentabilidade.
Neste cenário, a certificação de bem-estar animal se destaca como uma alternativa economicamente viável para assegurar que a produção de leite atenda aos mais rigorosos padrões de qualidade e respeito animal.
“O processo de certificação de bem-estar para vacas leiteiras envolve o cumprimento das exigências definidas no Referencial para Criação de Bovinos de Leite do Certified Humane, e tem como missão a melhoria da qualidade de vida dos animais de produção através do cumprimento de padrões específicos de cuidados e manejos desde o nascimento até ao final da vida produtiva do animal”, explica o diretor da Certified Humane Brasil, Luiz Mazzon.
Segundo ele, os referenciais e certificação concedida pelo Certified Humane são ferramentas que auxiliam os produtores e processadores a se diferenciar no mercado. Cumprir as diretrizes da norma garante que os animais estejam em condições positivas quanto à nutrição, sanidade, manejo e ambiente, além de assegurar aos produtores a qualidade do leite, resultando em benefícios tanto para a imagem da marca quanto para o produto final.
“O bem-estar animal nas fazendas leiteiras certificadas apresenta vantagens para a saúde e qualidade de vida dos animais e eficiência da cadeia produtiva, uma vez que animais bem cuidados e manejados adequadamente produzem leite de melhor qualidade e em maior quantidade, resultando em benefícios tanto para o produtor quanto para o consumidor”, acrescenta o executivo.
Outros benefícios
Conforme avalia Masson, o manejo responsável também reduz o estresse e o risco de doenças nos bovinos, o que minimiza as perdas de produção e melhora o ambiente de trabalho da equipe, reduzindo riscos de acidentes com os animais e às pessoas.
“Outro fato é que, em regiões tropicais, onde grande parte do território brasileiro está situada, as altas temperaturas e a radiação solar intensa podem resultar em estresse térmico para as vacas leiteiras; elas ativam mecanismos fisiológicos e comportamentais para a regulação da temperatura corporal quando expostas a um ambiente acima de 22°C e umidade do ar superior a 50%”, observa.
O especialista acrescenta ainda que esse tipo de estresse, ao dificultar o equilíbrio entre a produção e a perda de calor corporal, reduz a produção de leite, o desempenho reprodutivo e o bem-estar geral dos animais. “Para enfrentar esses desafios, produtores podem adotar estratégias de manejo ambiental como sombreamento, ventiladores e sistemas de resfriamento com aspersores”, orienta o coordenador da entidade.
Conforme explica Masson, essas adaptações auxiliam na criação de um ambiente mais confortável e fresco, melhorando a produtividade e garantindo que as vacas mantenham sua saúde e bem-estar durante períodos de calor extremo.
“Com esses investimentos em infraestrutura e nas práticas que prezam o bem-estar animal, as propriedades leiteiras têm registrado melhorias na qualidade e quantidade de leite produzido, além de assegurar a sustentabilidade e o futuro das suas operações”, conclui o profissional.