“Distúrbio mental caracterizado por adinamia, desânimo, sensação de cansaço e cujo quadro muitas vezes inclui também ansiedade em grau maior ou menor”. Essa é a definição do Aurélio Eletrônico para a depressão humana. A do cão, se não é igual, é muito parecida e é cientificamente reconhecida. Não é o resultado do excesso de carinho, de “frescura” do animal. É doença mesmo. E as causas podem ser várias, sendo a solidão a mais comum.
Assim como o homem é um ser gregário, que vive em grupo, o cão, como o lobo, é um animal de matilha. Ele não gosta de solidão, mas sim de liderar ou de ser liderado.
O cão precisa da companhia do dono ou da família. Ele detesta ficar sozinho. E a conseqüência, não obrigatoriamente, mas muito comum, é a ansiedade da separação, que nada mais é do que um tipo de depressão.
Castigar o animal porque ele está “de má vontade”, “desobediente”, “implicante” ou qualquer comportamento do gênero, além de não adiantar nada só complica a situação. O que ele quer é companhia (das pessoas ou de outros cães), carinho, atenção, comunicação, sem o que ele (uns mais e outros menos) fica estressado e pode entrar em depressão. Esta ocorre, geralmente, quando o acesso do animal a seu dono e família ou outros cães é interrompido por um longo período e ele é deixado só. O “longo período” em questão varia enormemente conforme o temperamento de cada cão e da forma como ele foi educado.
Não existe raça ou sexo mais ou menos suscetível à depressão ou ansiedade de separação. A susceptibilidade é individual e depende muito das tensões a que o animal tenha sido submetido desde o momento do nascimento.
Como em tudo (ou quase tudo) na vida, é melhor prevenir do que curar a depressão do cão. Mas ela certamente tem cura e para que seja efetiva, a colaboração do proprietário e de toda a família, sob a orientação do médico veterinário – que entenda de psicologia animal – é fundamental.