O século XIX foi muito importante e produtivo para a medicina veterinária, na França, quando começaram os primeiros trabalhos básicos da microbiologia. Pasteur encontrou entre os veterinários apoio maior do que entre os médicos humanos para o desenvolvimento das suas pesquisas e foi com as doenças animais que ele mais trabalhou e maiores avanços conquistou. Foi quando nasceu o conceito da vacinação pelo uso dos próprios microrganismos – atenuados – causadores das doenças.
Louis Pasteur (1822 – 1895), graças à sua genialidade e capacidade de trabalho, tornou-se diretor do Museu de História Natural de Rouen, em 1862, membro da Academia de Ciências, no mesmo ano, da Academia de Medicina, em 1873 e da Academia Francesa, em 1881.
O instituto que leva seu nome foi inaugurado com ele ainda em vida, em 1888, e espalhou-se pelo mundo todo prestando serviços inestimáveis, com a difusão dos estudos da bioquímica.
A importância dos trabalhos de Pasteur foi muito grande para o conhecimento da origem da vida numa época em que as melhores cabeças ainda acreditavam na “geração espontânea”. Suas descobertas tiveram grande amplitude incluindo os mais variados campos: medicina preventiva, cirurgia (através da antissepsia), das técnicas obstétricas, da higiene e ainda da indústria de bebidas fermentadas, como a do vinho. Mas foi a partir de 1865 que o ilustre cientista francês passou a dedicar-se em maior profundidade às doenças contagiosas, causadas (como descobriu no caso das fermentações) pelos microrganismos. Foi convocado para descobrir a causa e a cura de uma doença que estava atacando os bichos da seda, no sul da França, quando precisou enfrentar o protesto dos criadores que não queriam aceitar sua recomendação de destruir os ovos dos insetos doentes.
A partir de 1877, embora hemiplégico, passou a dedicar-se às doenças infecciosas dos animais superiores e descobriu a causa da doença dos carneiros, a bactéria carbunculosa, que já havia sido isolada por Davaine (Casimir Davaine, médico francês conhecido por seus trabalhos como microbiologista, foi quem isolou, pela primeira vez, o Bacillus anthracis). No decorrer dessas pesquisas descobriu o vibrião séptico causador de septicemia gangrenosa nos animais.
Seus últimos anos de pesquisa foram os mais produtivos. Foi quando descobriu a causa dos furúnculos e da osteomielite, do estafilococcus e do estreptococcus, este causador da infecção puerperal.
Pasteur enfrentou grande resistência dos membros da Academia de Medicina da França ao defender sua tese de que as doenças contagiosas eram causadas por agentes exteriores e a importância das medidas profiláticas para evitá-las.
Em 1879, descobriu duas vacinas de grande importância não apenas científica como econômica: contra o cólera das galinhas (inoculando o micróbio causador, atenuado) e contra a raiva que aterrorizava a população mundial.
Esse foi um período brilhante para as ciências biológicas. Em 1880, o médico alemão Robert Koch (1843 – 1910) foi nomeado diretor do Laboratório de Bacteriologia da então Escola de Higiene de Berlim quando passou a dedicar seu tempo ao estudo da tuberculose e da cólera. Em 1882, isolou o bacilo causador da tuberculose que passou a ser chamado de Bacilo de Koch e, três anos depois, a tuberculina, para tratar a doença.
Koch foi um dos mais importantes pioneiros da bacteriologia. Além da descoberta do bacilo da tuberculose e do vibrião da cólera,deixou
importantes trabalhos sobre a septicemia, a peste bubônica, a doença do sono e o carbúnculo.