Milton Thiago de Mello, 104 anos em cinco de fevereiro de 2020, detentor do maior prêmio mundial da veterinária, coronel veterinário com mais de 200 trabalhos científicos, técnicos e de divulgação, membro de diversas academias e associações nacionais e internacionais, professor em diversas faculdades, inclusive nos Estados Unidos, recebido em audiência pelo Imperador do Japão e pela Rainha da Inglaterra por serviços relevantes prestados à humanidade nos dá a sua opinião sobre “A profissão veterinária no limiar do futuro”.

Milton Thiago de Mello. Foto: Raul Moreira

Vejamos o que nos diz o Professor:

“É necessário que o veterinário, além dos aspectos técnicos profissionais, participe de atividades em outras áreas e exerça uma maior integração com a sociedade e com profissionais não diretamente afins, como economia, direito e política, por exemplo”.

O Professor continua, recomendando: “Maior difusão das técnicas de produção, além da inseminação artificial, como embriotecnologia e clonagem; produção de alimentos sintéticos, que é uma hipótese não remota uma vez que já foram obtidas células sintéticas em laboratório; segurança alimentar; higiene dos alimentos; modernização e difusão das técnicas de inspeção de produtos de origem animal, além das propriedades organolépticas; otimização das áreas já ocupadas para a produção; forrageiras transgênicas para maior e  melhor produção; saúde pública; saúde ambiental; medicina veterinária tropical; células-tronco embrionárias; células-tronco pluripotentes induzidas; novas terapias; novas vacinas, com os recursos da biotecnologia; aplicações da nanobiologia na administração de medicamentos com alvos específicos”.

O Professor Thiago de Mello prossegue: “Há dezenas de temas para estudo e aplicação na conservação do meio ambiente como um todo ou grupo de animais, como os primatas; capacitação de pessoal em contato com a “realidade real” e não com a “realidade virtual”; incentivo às inovações promotoras do bem estar animal dos animais de produção; ética na utilização dos animais de experimentação; substituição progressiva desses animais por modelos, inclusive não vivos, como: manequins, computadores e modelos matemáticos; direitos dos animais e integração homem-animal”.

Sempre preocupado com a qualidade do ensino das nossas faculdades de veterinária, o Professor insiste na importância da educação continuada com cursos de curta duração, desde minicursos até a extensão e a especialização.

À essa extensa lista do Professor Thiago de Mello, acrescento a “obrigação” de saber inglês e a grande vantagem de estudar o idioma mais usado pelos futuros (a curto prazo!) donos do mundo: o madarim.