O envolvimento do Serviço Veterinário Militar na defesa da ameaça biológica tem raiz centenária e está baseado nas competências da medicina veterinária, notadamente nas áreas de epidemiologia e de infectologia. É também importante considerar o fato de que muitos dos agentes biológicos que podem ser utilizados na ações de guerra biológica sejam os mesmos agentes de doenças de animais.

O desenvolvimento da medicina veterinária de Portugal, como também em outros países, está ligado aos primórdios do desenvolvimento das ciências ligadas à microbiologia e à epidemiologia. No país irmão esta conexão histórica concretizou-se no Serviço Veterinário Militar Português através da criação- há pouco mais de um século – do Hospital Veterinário do Exército e, há mais de 10 anos, do Laboratório de Defesa Biológica do Exército. Mas no Brasil ainda há muito a progredir nesse setor.

O Sistema de Defesa Nacional (SDN) compreende a mobilização nacional em cadeia, com recursos inteligentes, militares, técnicos, científicos, logísticos e operacionais para defender o país de um ataque, agravo ou ameaça de guerra.

O desenvolvimento da tecnologia avançada nas ciências físicas, químicas, biológicas e de cibernética, tem gerado recursos tecnológicos capazes de criar e modificar microrganismos animais e vegetais cujo impacto ambiental ainda não é suficientemente conhecido.

A reestruturação da capacidade preventiva e investigativa da produção de soros, vacinas e medicamentos, de equipamentos e de materiais de diagnóstico de doenças de humanos e de animais, e a capacitação de recursos humanos nos vários níveis e áreas estratégicas e operacionais, deve ser prioridade na política de Biossegurança Nacional. Esta é uma das principais funções desempenhadas pelos médicos veterinários nos exércitos modernos.