Quem foi a anta que desligou o forno antes do tempo?
Eu avisei para não deixar o Zé manobrar o carro. Agora quem vai pagar o conserto? Ele não dirige nada, ele é uma anta.
Embora em arquitetura anta seja a pilastra angular de um edifício, na gíria o vocábulo significa burro, ignorante e outros qualificativos depreciativos do gênero, mas na verdade isso é uma injustiça semelhante à que é feita com o burro, mestiço híbrido de jumento com égua, animal forte, resistente e confiável.
Na realidade a Anta, conhecida em inglês como Tapir e em zoologia como animal da ordem Perissodactyla e da família Tapiridae, de burra não tem nada. É um animal pacífico, solitário, calmo e mais ativo durante a noite quando sai para se alimentar de folhas de arbustos, de frutas, de raízes e de diferentes ervas. Demarca seu território com urina.
Característica relevante da anta é a sua pequena tromba, com menos de 20 centímetros, que funciona exatamente como a dos elefantes, servindo para ajudar a pegar os alimentos, apalpar objetos e farejar.
Na América Latina existem três espécies de anta, e na Ásia apenas uma.
A anta brasileira tem, em média, 1,10m de altura e 2,20m de comprimento e pode pesar até 200 quilos. É encontrada na Amazônia, no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pantanal. Os animais adultos têm pelo pardo enquanto os jovens são malhados. Adoram água e nadam muito bem.
Mas, qual a explicação para relacionar a anta com falta de inteligência? São basicamente duas: uma é que ela, correndo na mata, assustada, fugindo, não desvia dos obstáculos e sai derrubando tudo o que estiver no caminho. E faz tudo isso sem se machucar por causa da pele grossa e do seu peso. Outra é que a gestação da fêmea dura muito (14 meses – uma das maiores entre todos os mamíferos) o que seria um caso de lentidão e sinal de falta de sagacidade. E a idéia geral é que rápido é sinal de inteligência.
Antigamente, anta era a pessoa que fazia as coisas de maneira caótica, de forma desastrada, descuidada. E até no futebol tinham as antas que eram os jogadores ingênuos, que se deixavam explorar pelos empresários.